DanielFaço-a virar-se de frente para mim e sinto a minha alma ser dilacerada no mesmo instante. Deus, consigo ver em seus olhos a mesma dor que vi em mim durante esses anos. Isa chora compulsivamente e a única coisa que consigo fazer nesse momento é abraçá-la e apertar o seu corpo trêmulo junto ao meu. Carinhosamente beijo os seus cabelos e afago as suas. Ela segura firme no meu paletó como se eu fosse o seu bote salva-vidas. Por Deus eu não entendi nada. Ela estava tão linda e tinha um sorriso tão perfeito no seu rosto afilado, e de repente tudo mudou. Alguns longos minutos se passaram e o choro começa a diminuir. Então me afasto um pouco, ergo a sua cabeça com o meu indicador e olho em seus olhos.— Quer me explicar o que está acontecendo? — peço com um tom baixo e cauteloso, mas ela meneia a cabeça fazendo um não.— Preciso sair daqui agora, Daniel, eu não posso... — E lá estão as lágrimas novamente.— Shiiiiii, está tudo bem. Consegue ir sozinha para o seu quarto?— Acho que sim.
Daniel — Aaaaaaaah, Daniel! — Outro gemido escapa da sua boca e esse traz o meu nome. Isa me aperta e eu sei que ela está perto do ápice. Então ergo as suas coxas e me mexo mais forte, e em seguida solto um grunhido, me entregando ao êxtase junto com ela.— Caramba! — digo extremamente ofegante e sufocando nesse prazer.Já fiz sexo com muitas mulheres na minha vida. Um sexo bruto, sujo e sem sentimento algum, e todos de algum modo me proporcionaram muito prazer, sempre foram muito bons, mas com a Isabelly se superou. Essa mulher me fez ir ao céu e ao inferno no mesmo minuto. Olho para a mulher debaixo de mim, lindamente ofegante, suada, assanhada, nua e... ainda assim ela continua linda, muito linda. Sem conseguir evitar, eu me inclino e começo a fazer trilhas de beijos pelo seu rosto, maxilar e pescoço. Isa está amolecida na cama. Saio de dentro dela e me deixo cair ao seu lado. Ela olhando para o teto, perdida em seus próprios pensamentos e eu olhando para o teto perdido em minha e
Daniel — Isabelly, eu preciso te falar uma coisa. — Faço uma pausa e respiro fundo. Eu preciso falar senão vou explodir. — É sobre ontem à noite... — Paro de falar quando ela faz um gesto com a mão.— Eu também quero te dizer algo. Me deixa eu falar primeiro? — Engulo em seco, coração a mil no meu peito, concordo e espero a bomba ser jogada sobre o meu colo.— Fala!— Primeiro de tudo eu gostaria de te agradecer por ontem, Daniel! — Ela para de falar e bebe um gole do seu suco. Fixo o meu olhar na sua garganta e a observo se mover. — Mas eu quero que saiba que não estou interessada em um relacionamento sério no momento, se esse for o seu medo.Não vou negar, estou surpreso e... decepcionado, eu acho, mas surpreso. E porra como estou aliviado! Eu falei tudo isso, mas tenho certeza de que você está se perguntando: por que estou decepcionado? Então, eu não faço a menor ideia, mas tem uma pontinha de decepção aqui bem dentro do meu peito e eu procuro empurrar esse sentimento para bem lá
Isabelly Por que mulher é um bicho tão bobo? Uns beijinhos aqui, uma pegadinha ali, um sexo gostoso e pronto, já está derretidinha. É exatamente assim que eu estou, derretida. Quando ele não age como um ogro filho de uma mãe, Daniel é um doce, é atencioso, carinhoso e até o seu sorriso fica lindo e cativante. Chego a suspirar só de vê-lo. O ruim disso tudo é que eu me sinto insegura quanto a confiar em um homem novamente. Greg/Francis soube me levar, me conquistar e me teve em suas mãos para depois me dar uma rasteira segura. Não caí de bunda no chão, isso seria fácil de recuperar, o problema é que eu caí de cara mesmo e isso dói muito mais. Vê-lo naquela festa acompanhado de uma linda mulher e ainda por cima noivo dela há três anos me tirou o chão. Cara, eu devia ter avançado na cara dele, ter batido, jogado na cara do sujeito toda a sujeira que com certeza Valentina não faz ideia de que ele fez, mas e depois? Ele que se virasse para explicar. A verdade, é que além de covarde eu não
Isabelly — Você está com ele?! — O tom de acusação sobressai a sua voz e ele abre um sorriso sarcástico. O encaro de frente posse para em seguida lançar lhe o meu olhar não é da sua conta! O infeliz meneia a cabeça. — Pois fique sabendo que você não tem a menor chance, Isabelly — diz voltando a ficar sério e com um tom de voz firme e frio. — Daniel ama outra mulher e contra ela você vai perder feio. — Inevitavelmente olho para o meu chefe e ele parece soltar fogo pelo nariz.— Vai embora, Francis. — Daniel ordena, porém, Francis dá dois passos na minha direção com seus olhos frios sempre em cima de mim. — Você ainda vai ouvir falar de mim, Isabelly e não vai gostar de saber que eu vou marcar a sua vida como marcaram a minha. — Franzo o cenho e engulo em seco. O que ele quis dizer com isso? Tenho vontade de perguntar, me dá as costas e sai sem olhar para trás. Imediatamente me sinto fraca, tamanha a bagunça aqui dentro de mim.— Você está bem? — Ouço o meu chefe me perguntar. Entreta
IsabellyNúmero desconhecido:Isabelly, nós precisamos conversar.Estou a quase vinte minutos olhando para essa mensagem. O número é desconhecido, mas eu sei exatamente quem é a pessoa do outro lado e por um momento de raiva apenas bloqueio o contato e largo o celular em cima da cama. Entro no banheiro, tomo um banho demorado e me pergunto o que mais esse infeliz teria para me dizer. Porra ele me deixou para trás e eu já descobri toda a sua safadeza. O que ele teria para me dizer? Ele acha que existe uma explicação para o que me fez? Pior ainda, ele acredita que existe perdão? Pois não tem! Volto para o quarto e escolho um short jeans, uma blusa básica e um par de rasteirinhas para uma tarde completamente diferente. Me olho no espelho fazendo uma careta para look nada sofisticado, mas sorrio pensando na tarde divertida que terei com o Cris na casa de Daniel. Tenho certeza de que curtirei cada minuto com o meu pequeno amigo. De verdade, estou ansiosa para entregar-lhe o meu presente. E
Isabelly — Vem se esconder comigo, Sorvetinho. — Mas o seu avô já vai terminar a contagem.— Então vem logo! — Seguro a sua mão e Cris me leva para uma portinha abaixo da escadaria. — Entra logo! — Ele pede e eu faço, mas para a minha surpresa encontro o seu pai dentro de um ambiente apertado. — Esperem aqui, eu volto logo. — O que? Não! Meu subconsciente protesta, mas é tarde demais. Uma troca de olhares e minha pulsação vai a mil. Desvio os meus olhos e foco nas coisas aqui dentro, mas está difícil respirar e nem é por causa do aperto, ou pelo cheiro dos produtos e sim pela sua presença tão próxima. Os minutos passam, mas nada acontece, ninguém aparece e sem conseguir desviar os meus olhos, fito o homem lindamente despojado usando uma roupa casual e chinelos de dedo. Seus cabelos estão bagunçados e a barba para fazer. Inevitavelmente cenas de nós dois em Portugal me invadem e eu ofego. Droga, eu preciso sair daqui antes que... Ao descer do pequeno balcão me desequilibro e cá estou
Isabelly — O que você faz aqui? — O tom rude e frio me causa um arrepio na espinha e automaticamente sinto uma invasora. Onde eu estava com a cabeça quando entrei nesse quarto? É claro que invadi a sua privacidade.— Eu... — balbucio.— Estamos montando o trem, Papai, ele não é lindo? — Cris sibila empolgado, mas o seu pai não tira os seus olhos de cima de mim.— Eu não te dei permissão para entrar em meu quarto. — Ele rosna e eu engulo em seco.— Me desculpe, Daniel! Eu não tinha a intensão de...— Saia agora! — Ele ordena me interrompendo. Eu simplesmente puxo a respiração e tento me acalmar, mas saio do quarto e desço as escadas apressada. Pego a minha bolsa em cima do aparador e ando em direção a porta.— Isabelly, o que houve? — Dona Laura inquire assim que me ver.— Eu estou indo dona Laura. Me desculpe, eu realmente preciso ir! — Viro-me para porta e seguro a maçaneta.— Foi o Daniel? Ele disse alguma coisa que... — Não foi nada. — Saio da casa e ando apressada pela passarel