A Rebelde do CEO
A Rebelde do CEO
Por: Angêl López
01. Capitulo

Onde está aquela endiabrada!

Lucas narrando

Ao retornar de uma breve viagem, deparei-me com um cenário que me deixou completamente perplexo. Minha casa, que outrora representava tranquilidade, havia se transformado em um verdadeiro caos. O que eu temia que acontecesse na minha ausência se concretizará sob a influência de Nicole. Ao cruzar o olhar com Lurdes, a secretária da casa, pude perceber que as palavras eram desnecessárias; o seu olhar compreensivo transmitia tudo. Ela imediatamente começou a arrumar o estrago, enquanto eu permanecia atônito diante da devastação. Minha casa se transformará em algo irreconhecível, e eu mal conseguia acreditar no que via.

A sensação de incredulidade persistia enquanto eu observava a devastação. Cada detalhe que eu notava aumentava a minha perplexidade. Móveis despedaçados, copos e garrafas vazias espalhados pelo chão, alguns em pedaços irreparáveis. Quadros pendiam tortos nas paredes, cortinas rasgadas balançavam desordenadamente, e o inconfundível cheiro de uma festa descontrolada impregnava o ambiente, transformando o meu refúgio em um cenário de caos inimaginável.

Nicole, com a sua aura de rebeldia, havia deixado a sua marca indelével. A tensão crescia enquanto eu tentava processar a transformação da minha tranquila morada. Lurdes, com um olhar temeroso, não era estranha à minha impaciência com relação a Nicole.

— Onde ela está, onde está aquela endiabrada? — gritei, expressando a frustração que consumia o meu ser.

— Senhor, agora cedo cheguei e estava assim, não tinha ninguém na casa. — Lurdes tentou explicar, visivelmente desconfortável com a situação.

— Não é possível! Cadê ela? Deixe tudo como está, porque, dessa vez, se ela não arrumar tudo, eu cumpro a minha promessa! — A determinação em minhas palavras ecoava, indicando que as consequências seriam inescapáveis desta vez.

— Senhor, não faça isso; a jovem já é rebelde, sem família, sem ninguém. — Lurdes implorou, sendo talvez a única pessoa que mantém a fé no milagre de Nicole se tornar uma jovem responsável. Uma pobre mulher, iludida pela esperança!

— Então, por isso, ela pode ser irresponsável o quanto quiser? Não, comigo, debaixo do meu teto não é assim, e eu deixei isso claro para ela.

Sai em busca da pequena diaba que está transformando a minha vida em um verdadeiro inferno. Nicole pode ter os seus 20 anos, mas parece não possuir juízo algum. O pensamento de suportá-la até os 24 anos se torna uma cruz pesada para carregar, uma perspectiva desafiadora que paira sobre mim.

Me chamo Lucas Foster, tenho 35 anos e sou CEO na indústria farmacêutica. Há 2 meses, assumi também o papel de tutor de Nicole Bastos, uma jovem criada por sua avó, Dona Carmem, que infelizmente faleceu. O inusitado veio no testamento dela: a solicitação de que eu, um homem que sempre se refugiou em seu próprio mundo, cuidasse de Nicole até que ela atingisse os 24 anos. Este é um compromisso que, sinceramente, me deixa inquieto.

Como conheço a família de Nicole? Sua avó é uma conhecida dos meus pais há muitos anos, e, por consequência, desenvolvemos um vínculo. Mesmo que eu desejasse manter distância, me vi frequentemente acompanhando a minha mãe em visitas à sua avó. No entanto, nunca fui próximo da garota, principalmente porque não compartilhávamos nada em comum. Afinal, o que um homem de 30 anos poderia ter em comum com uma jovem de 15? As nossas vidas pareciam pertencer a diferentes universos, separadas por uma distância não apenas de idade, mas de experiências e perspectivas. Este fosse o divisor que, de certa forma, justificava a minha decisão de manter uma distância prudencial na tentativa de preservar a normalidade.

Desde cedo, ela mostrou-se rebelde e travessa. Porém, a minha distância aumentou quando ela tinha 15 anos e, como toda jovem apaixonada e ingênua, se declarou para mim. Esse episódio foi um alerta para manter uma distância ainda maior.

Hoje, acredito que a minha decisão foi acertada. Não há vestígios daquele sentimento que ela alegava ter, mas percebo que existe um ressentimento da parte dela. Parece impossível que ela seja tão avessa a todos; talvez seja uma antipatia direcionada especialmente a mim.

O tempo seguiu o seu curso, e aparentemente, ela deixou para trás aquela loucura juvenil. Agradeci por passar anos sem vê-la, mas minha surpresa foi imensa ao deparar-me com o testamento de sua avó. Perguntas surgiram em minha mente: por que eu? Por que aquela senhora optou por confiar a guarda da garota a mim? Consciente de que os meus pais são idosos e não dariam conta da situação, e considerando o meu irmão mais velho, cuja irresponsabilidade se iguala à dela, a escolha recaiu sobre mim. A incerteza e a complexidade dessa nova responsabilidade pairavam como questionamentos inquietantes, desafiando-me a assumir um papel que jamais imaginei desempenhar.

Agora, ela está a residir em minha casa, que, infelizmente, se tornou um cenário de destruição devido às artimanhas daquela desafiadora que constantemente tenta desafiar-me. Ela se recusa a acatar as minhas ordens, encontrando prazer em fazer exatamente o oposto para testar a minha paciência. Contudo, a partir de hoje, isso chegará ao fim; ela não transformará mais a minha vida em um inferno.

Decidi chamar Lara para vir à minha casa. Lara é uma amiga de longa data, e atualmente, mantemos um relacionamento fictício para afastar a imprensa. Muitas vezes, o foco na minha vida pessoal obscureceu a imagem da minha empresa. Aos olhos do público, Lara e eu somos namorados, embora a minha abordagem com as mulheres seja fundamentada em amizade ou envolvimento sexual. Não sou o tipo de homem que mantém amizades após relacionamentos.

Meu namoro de fachada é uma mera camuflagem, pois não permito que ninguém comande a minha vida. Sou solteiro por natureza e pretendo morrer desfrutando da minha liberdade, sem permitir que qualquer mulher me domine.

Ao retornar, perdido e sem saber onde procurar a rebelde, percorri o caos que ainda se instalara em minha casa. Dirigi-me ao meu quarto, o único refúgio onde tenho a certeza de encontrar paz, já que ninguém ousa entrar. Sentando-me exausto na cama, fiz um pedido a Lara: encontrar um internato para Nicole. Contudo, meu receio era que Nicole pudesse influenciar negativamente outras alunas, adicionando uma camada de preocupação ao meu pedido.

Lara chegou rapidamente, entrando em meu quarto enquanto eu estava me trocando. Convivemos tanto que ver um ao outro se trocar tornou-se algo comum em nossa rotina.

— Meu Deus, não sabia que havia passado um furacão em sua casa! — ela exclamou, observando a bagunça ao redor.

— Isso é o que acontece. Não posso ficar dois dias fora que minha casa vira um verdadeiro caos. Mas acabou. Preciso que encontre um internato para Nicole. Ela voltará aos estudos, e se for um lugar bem rígido, muito melhor. Quem sabe as freiras consigam influenciar positivamente essa rebelde.

— Lucas, não está sendo muito rígido? Sabe que isso só a afastará e aumentará a raiva dela por você.

— Estou pouco me importando para isso. Olha só o que ela fez com a minha casa. Qualquer pessoa que ousa perturbar a paz em meu lar desperta a minha raiva. Ela faz de tudo para me enlouquecer; não suporto as suas travessuras. Não sou adequado para ser educador, você sabe disso.

— Imagino que não seja, Lucas. A menina te pegou fazendo se'xo com uma qualquer. Olha só a má influência que você traz, Lucas. Deveria ser mais prudente, especialmente agora que tem uma jovem em casa.

— Eu estava no meu escritório; ela entrou sem bater, e eu que devo-me desculpar? — Falei relembrando a cara da rebelde quando viu a cena.

— Bem, faremos assim: ela virá para minha casa por um tempo.

Não teve jeito; soltei uma gargalhada, sabendo que Lara não aguentaria.

— Rss, duvido que conseguirá aguentá-la.

— Também duvido, já que para ela, sou chifruda depois de dizer que sou sua namorada e, dias depois, você aparecer com uma conquista qualquer transando em cima da mesa do escritório. Meu Deus, imagino o que ela pensa de mim, que sou cor'na, chifruda… — Ela começou a falar, mas a interrompi.

— De qualquer forma, a desculpa é que a nossa viagem foi para nos entendermos após uma discussão. Você sabe que preciso que mantenha o nosso acordo, Lara. Não me deixe na mão. — Ela assentiu como uma boa amiga. — Não faço ideia de onde encontrar essa garota; ela deve estar em alguma favela ou na casa de alguma amiguinha. Com certeza, está dormindo tranquilamente após deixar a minha casa nessa situação. Pedirei que os meus seguranças a encontrem imediatamente e a levem direto para sua casa. Não quero nem vê-la até acalmar a minha raiva, mas você sabe que logo passa. Não sou rancoroso.

— Está bem, deixarei ela em minha casa por pelo menos 1 mês.

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