03. Capituo

Continuação

Carlos saiu do quarto e eu, que estava com um vestido curtinho, pedi para que Cássia me emprestasse uma roupa para que eu tomasse um banho e voltasse para casa antes que o homem das regras viesse atrás de mim.

Tomei um banho e me vesti com roupas dela, sentando-me para me alimentar. Dona Sônia é um amor, fez um café da manhã maravilhoso, já alertada por Carlos de que eu estava aqui.

Assim que Dona Sônia me avistou, abriu os braços e me deu um abraço apertado e aconchegante.

— Menina, já te falei, venha aqui quando quiser, mas não precisa entrar pela janela. Ouviu, Cássia. — Dona Sônia nos repreendeu e dei um sorriso contido para Cássia.

— A senhora iria brigar se nós te acordasse, mãe, te conheço bem. — disse Cássia.

— Eu sei, a bronca ia vir com força total, mas vocês se controlem, e Nicole, você é muito nova pra viver assim e beber desenfreada, pode para com isso. Você acha esse homem tão arrogante, porém ele está sabendo te colocar limites. — Fiquei pasma ao ouvir a tia Sônia.

— Quem tem limite é fronteira, tia, ele está parando a minha vida do jeito que ele quer. Por favor, esse cara deve achar que é o gerente do G****e Maps, controlando cada movimento meu!

— Não sei porque falam tão ma'l do homem.

— Isso é amor encubado, mãe, vai por mim. — Cássia falou me fazendo olhá-la com repreensão.

— Até parece, te enxerga, Cássia, eu em. Não sinto mais nada por aquele arrogante não.

— Quer dizer que já sentiu? — Dona Sonia perguntou curiosa.

— Sim, não nego. Quando era tola, burra, achava que todo homem que olhava pra mim tinha interesse, mas hoje eu sei como é.

— E como é, ó sábia? — Dona Sonia brincou.

— Homem só mostra interesse após o "Ctrl+Alt+Del" do relacionamento, mulher é que se ilude.

— O que é isso, menina? — Dona Sonia questionou confusa.

— Após o sexo!

— O Carlos gostava de você, vocês já… — Ele sorriu ao ouvir.

(Ah, o Carlos... Ele é o erro ortográfico no corretor automático da minha vida!)

— Nãoooo! Nós nunca. E por isso não fomos para frente, e agora ele achou uma que dá o que ele quer, coisa que eu não fiz. Sou puritana, deve ser por isso que o senhor caótico quer me enviar a um convento rsrs. — ele sorriu novamente, Carlos é um bom amigo, um ótimo ficante, mas também é homem e nunca escondeu o que queria.

— Nem eu acredito nessa sua virgindade, Nick, rsrs. — A tia Sônia comentou. Acreditar na minha virgindade é tão crível quanto acreditar que unicórnios existem e entregam pizzas nos finais de semana, porém ela existe rsrs. — A cada dia você arruma um apelido diferente para o rapaz. Pensa demais nele não acha não? — Ela sorriu ao dizer.

— Ai, não, por favor, não pense que sou malvada… Ele só vai pagar pelo que ele me fez, eu vou me vingar dele em grande estilo, e se brincar ele ainda come na minha mão e ainda terá a minha rejeição. — Falei e Cássia sorriu, já negando com a cabeça, sabendo dos meus planos.

— Eu acho que você está andando demais com a Cássia. Agorinha vou separar vocês duas.

— Mãe, não fale mal de mim. — Cássia reclamou.

— Te conheço bem, minha filha, sei bem o que vocês duas conversam e não quero você influenciando a Nicole, você é mais velha que ela. Não quero que fique incentivando esses pensamentos dela, você me entendeu não é, Nick?

— Oh, minha mãe, sempre tentando separar a dupla dinâmica! Ela teme mais a nossa parceria do que o Batman teme o Coringa! — Cássia disse brincando.

— Entendo tia, mas quem colocou isso na minha cabeça fui eu mesma, a Cássia não me influenciou sobre isso não.

— Nick, os seguranças do Fossa estão te procurando. — Carlos disse ao adentrar pela porta.

— Meu filho não fala assim. É "Foster".

— Ele faz ma'l a Nick, mãe, e não admito isso.

— Fica de boa, maninho, eu sei lidar com ele. — Tranquilizei Carlos.

— Cuidado, minha filha, vai com Deus. — Beijei o dorso da mão da tia Sônia.

— Amém, tia, talvez mais tarde eu esteja aqui. — Me despedi deles calmamente enquanto comia um pedaço de bolo e tomava café. Peguei minhas chaves e parti para o carro; Brian estava à minha espera com outros dois seguranças.

— Ah, Brian e seus amigos, sempre prontos para me resgatar e me levar de volta ao calabouço. — Brinquei com ele.

— Que lindo, fujona. Acha que não te encontro. Comigo, como segurança, você não vai muito longe. — Sorrio ao ouvi-lo, entrei no carro e ele fechou a porta. Carlos estava na porta, abaixei o vidro; ele pegou minha mão e beijou.

— Cuidado, manda notícias. — Ele disse no mesmo momento que sua namorada se aproximou correndo, virou seu rosto e beijou seus lábios, logo após olhou pra mim e sorriu com deboche.

— Pode deixar, anjo, mando sim. — Ela me olhou revoltada com o "anjo"; ela ode'ia que eu o chame assim e faço por implicância por mais que não role mais nada entre mim e o Carlos.

O carro partiu, e agora eu teria que lidar com a fera que com certeza já está em casa. Vamos ver se minha paciência está à prova de fogo diante do monólogo em casa!

— O que eu fiz, meu Deus, agora aguenta, Nick!

Já estava preparando o meu psicológico para aguentar as 5 horas de falação na minha cabeça. Que comece a maratona de sermões!

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