Júlia
— O David tem os seus problemas, filho e nós sabemos que nada nunca é para sempre, certo? — Agacho-me para olhar nos seus olhos.
— Você está triste, mamãe.
— Não! — minto e amplio o meu sorriso, porque eu quero que ele saiba que estou bem.
— Eu nunca vou perdoá-lo por isso! — Alex retruca e sai correndo.
— Alex… — Penso em ir atrás dele, mas Melissa segura no meu braço, impedindo-me de ir ao seu encontro.
— Dê um tempo para ele, Júlia.
Suspiro alto.
— Como você está?
— Arrasada. — Solto um suspiro cansado. — Eu me apaixonei por ele, Mel. — Um nó sufoca a minha garganta. — E acreditei que ele também se apaixonaria por mim. — Engulo com dificuldade. — Esses últimos dias ele estava tã
Bennett— Para o aeroporto, Mateo! — ordeno, entrando no carro em seguida e quando o veículo entra em movimento, faço questão de erguer a tela de proteção para ficar completamente sozinho.… Olhe para mim, Júlia. Eu segurei a lâmina dessa vez. Não a Mara, mas eu mesmo a enfiei em minhas próprias carnes e sangrei quando proferi cada uma daquelas palavras.… Você achou mesmo que um homem como eu teria algum interesse em você? Acreditou de verdade que conquistaria o meu coração com essa história ridícula de amor? Pois quero que saiba que eu não amo você e que você cometeu o grave erro de se apaixonar por mim!E lá estava a dor em seus olhos. Eu a machuquei. Sabia que faria isso a qualquer momento e por isso deveria mantê-la longe de mim, mas não fiz. … A Mara sempre soube disso. Ela sempre soube que sou a porra de homem condenado. Que sou vazio e escuro por dentro, mas você não acreditou em mim!… VOCÊ É A DROGA DE UM COVARDE, DAVID BENNETT!Revoltado, esmurro violentamente o estofado
Bennett— Olhe para mim, porra! — ordeno cheio de raiva, mas ela não me olha, continua perdida no tempo. — Eu preciso que você me diga por que fez isso comigo? — sibilo baixo demais. — Qual foi o meu pecado? Por que você simplesmente não me matou de uma vez? FALA COMIGO, PORRA! — Perco a paciência e respiro fundo. Contudo, não contenho algumas lágrimas silenciosas. — Era isso que você queria? — pergunto seco e trêmulo, sem esconder a minha vulnerabilidade. — Queria me ver assim derrotado? Pois olhe bem para mim, Davis, porque eu estou bem aqui na sua frente completamente derrotado. Por Deus, eu amo tanto aquela mulher! E estou sangrando por ela, mas não consigo me entregar para o amor que ela me oferece — Rio, secando as lágrimas. — Você deve estar muito feliz, não é? ESTÁ SATISFEITA COM A DERROTA DO SEU FILHO? FALA COMIGO, POXA!Angustiado, levo as minhas mãos para o meu rosto e choro compulsivamente igual a uma criança. Entretanto, paro de chorar abruptamente quando sinto um toque s
JúliaAlguns dias depois…— Oh amiga, não aguento mais ver você assim! — Melissa lamenta, entrando no meu quarto sem eu esperar e imediatamente seco as minhas lágrimas, soltando um sopro alto pela boca.— Eu estou bem, Mel — digo apenas para tranquilizá-la, mas sei de que ela não está convencida disso.— Não, você não está nada bem. Pensa que eu não vejo? Você fica escondida dentro desse quarto e chorando pelos cantos. Você precisa sair dessa, Júlia senão por você, faça pelo Alex. — Minha amiga me aconselha e me abraça, e eu engulo uma nova onda de choro.— E falando nele, como ele está? — Procuro saber.— O Alex não é bobo, Júlia. Ele sabe que você está sofrendo por causa daquele homem. Ele sente a sua falta. — Puxo a respiração. — Estávamos conversando sobre a escola. — A olho com curiosidade.— Escola? — Mel abre um sorriso doce.— Alex quer voltar para a escola, Júlia e eu acho que já está na hora. Isso fará bem para ele. Você sabe, sair de casa, conhecer novas crianças, brincar…
JúliaNo dia seguinte…— Como podem ver, essa casa tem divisórias independentes do térreo e do primeiro andar como me pediu. — Charles, um jovem e experiente corretor fala à medida que abre as enormes portas de madeira e vidros transparentes, e logo uma comprida e ampla sala acoplada a uma cozinha igualmente grande entra no meu campo de visão.— Uau! — Melissa sibila abismada, enquanto seus olhos deslumbrados percorrem todo o espaço. E afoito, Alex corre por todos os cômodos.— Aqui embaixo vocês podem contar com uma ampla e bem iluminada sala de visitas e uma cozinha igualmente ampla e iluminada. E ainda uma sala de jantar bem espaçosa, além de dois quartos grandes para empregados. — Charles abre as portas, revelando quartos com janelões que vão do chão ao teto, permitindo que a visão de um lindo jardim encha
Bennett… Posso te pedir uma coisa? … Peça-me o que quiser, Júlia Ricci.… Eu sei que não posso tocar em suas cicatrizes.… Não, você não pode.… Então, deixe-me ao menos beijá-las. … Por que você faria isso?… Você me pediu para confiar em você, Bennett. … Agora sou eu que te peço, confie em mim?O som suave da sua voz preenche os meus ouvidos na calada da noite, enquanto o meu olhar está fixado em sua cama vazia e arrumada. E em cima dela tem o último vestido vermelho que ela usou estendido. E bem em cima dele tem um colar de pérolas, e um par de saltos altos do seu lado. A imagem de Júlia dentro desse vestido se desenha com perfeição dentro da minha cabeça e um n
Bennett— Desculpe, eu não entendi! Você pode repetir a sua resposta um pouco mais alto? — Seu rosto cora violentamente. Portanto, Bia respira fundo antes de repetir.— Eu não recebi nenhum, Senhor Bennett.— Entendi — ralho, enquanto a observo apertar fortemente a xícara em suas mãos. — E quantos projetos importantes delegou aqui nessa empresa, Senhorita? — Ela engole em seco agora.— Nenhum, Senhor Bennett. — Chego um pouco mais perto dela e olho dentro dos seus olhos.— Talvez se você calasse essa sua boca ferina e se dedicasse mais ao seu trabalho. Talvez, conseguisse fazer algo mais importante pela B.D, Senhorita. Vocês concordam comigo, meninas? — inquiro olhando uma a uma e elas abanam as suas cabeças um tanto constrangidas. E você, Bia, acha que estou certo? — Ela balbucia outra vez.— Me d
BennettTem sido assim desde que a expulsei da minha vida. Voltar para casa e encontrar a sua quietude me deixa frustrado, inquieto e irritado. Eu não havia percebido, mas já estava acostumado com a vida que eles davam para a minha casa. Toda a alegria e agitação do Alex, o som das suas risadas e as nossas brincadeiras. As conversas profundas com a Júlia e o seu calor sempre me acompanhando.— Precisa de ajuda, Senhor? — Meu motorista indaga quando não consigo abrir a porta da casa. — Deixe-me ajudá-lo, Senhor Bennett? — Ele tira a chave da minha mão e a leva para a fechadura, abrindo a porta para mim. Entretanto, ao adentrar o hall, escuto o som ambiente espalhando uma melodia suave e o meu coração dispara em vida.Júlia, ela voltou para mim! Penso e apresso os meus passos.— Júlia! — A chamo ansioso, entrando na ampla
Júlia— Oh meu Deus, Júlia como você está linda! — Melissa vibra ao entrar no meu quarto e sorrio para ela através do reflexo do espelho de corpo inteiro.— Gostou?— Se eu gostei? Definitivamente os homens desse evento vão babá em cima de você.— Não seja exagerada! — resmungo, admirando o tomara que caia em paetê em tom de massala profundo. O decote assimétrico me faz sentir um tanto ousa, enquanto uma fenda lateral adiciona um charme sedutor a dama diante do espelho, mas sem comprometer a sua classe e profissionalismo.— Exagerada? — Ela retruca, atraindo o meu olhar outra vez. — Acredite, Júlia Ricci, você vai arrastar dezenas de corações dos homens de negócios e ainda vai atrai-los para a nossa empresa. E acredite, eu não me admiro. Com essa sua silhueta até eu me apaixonaria por você. Esse detalhe de uma manga longa e um braço completamente nu vai deixar alguns deles malucos.— Não fale bobagens, Melissa! — retruco e me afasto do espelho para pegar a minha bolsa. — Estou indo pa