JúliaNo dia seguinte…— Como podem ver, essa casa tem divisórias independentes do térreo e do primeiro andar como me pediu. — Charles, um jovem e experiente corretor fala à medida que abre as enormes portas de madeira e vidros transparentes, e logo uma comprida e ampla sala acoplada a uma cozinha igualmente grande entra no meu campo de visão.— Uau! — Melissa sibila abismada, enquanto seus olhos deslumbrados percorrem todo o espaço. E afoito, Alex corre por todos os cômodos.— Aqui embaixo vocês podem contar com uma ampla e bem iluminada sala de visitas e uma cozinha igualmente ampla e iluminada. E ainda uma sala de jantar bem espaçosa, além de dois quartos grandes para empregados. — Charles abre as portas, revelando quartos com janelões que vão do chão ao teto, permitindo que a visão de um lindo jardim encha
Bennett… Posso te pedir uma coisa? … Peça-me o que quiser, Júlia Ricci.… Eu sei que não posso tocar em suas cicatrizes.… Não, você não pode.… Então, deixe-me ao menos beijá-las. … Por que você faria isso?… Você me pediu para confiar em você, Bennett. … Agora sou eu que te peço, confie em mim?O som suave da sua voz preenche os meus ouvidos na calada da noite, enquanto o meu olhar está fixado em sua cama vazia e arrumada. E em cima dela tem o último vestido vermelho que ela usou estendido. E bem em cima dele tem um colar de pérolas, e um par de saltos altos do seu lado. A imagem de Júlia dentro desse vestido se desenha com perfeição dentro da minha cabeça e um n
Bennett— Desculpe, eu não entendi! Você pode repetir a sua resposta um pouco mais alto? — Seu rosto cora violentamente. Portanto, Bia respira fundo antes de repetir.— Eu não recebi nenhum, Senhor Bennett.— Entendi — ralho, enquanto a observo apertar fortemente a xícara em suas mãos. — E quantos projetos importantes delegou aqui nessa empresa, Senhorita? — Ela engole em seco agora.— Nenhum, Senhor Bennett. — Chego um pouco mais perto dela e olho dentro dos seus olhos.— Talvez se você calasse essa sua boca ferina e se dedicasse mais ao seu trabalho. Talvez, conseguisse fazer algo mais importante pela B.D, Senhorita. Vocês concordam comigo, meninas? — inquiro olhando uma a uma e elas abanam as suas cabeças um tanto constrangidas. E você, Bia, acha que estou certo? — Ela balbucia outra vez.— Me d
BennettTem sido assim desde que a expulsei da minha vida. Voltar para casa e encontrar a sua quietude me deixa frustrado, inquieto e irritado. Eu não havia percebido, mas já estava acostumado com a vida que eles davam para a minha casa. Toda a alegria e agitação do Alex, o som das suas risadas e as nossas brincadeiras. As conversas profundas com a Júlia e o seu calor sempre me acompanhando.— Precisa de ajuda, Senhor? — Meu motorista indaga quando não consigo abrir a porta da casa. — Deixe-me ajudá-lo, Senhor Bennett? — Ele tira a chave da minha mão e a leva para a fechadura, abrindo a porta para mim. Entretanto, ao adentrar o hall, escuto o som ambiente espalhando uma melodia suave e o meu coração dispara em vida.Júlia, ela voltou para mim! Penso e apresso os meus passos.— Júlia! — A chamo ansioso, entrando na ampla
Júlia— Oh meu Deus, Júlia como você está linda! — Melissa vibra ao entrar no meu quarto e sorrio para ela através do reflexo do espelho de corpo inteiro.— Gostou?— Se eu gostei? Definitivamente os homens desse evento vão babá em cima de você.— Não seja exagerada! — resmungo, admirando o tomara que caia em paetê em tom de massala profundo. O decote assimétrico me faz sentir um tanto ousa, enquanto uma fenda lateral adiciona um charme sedutor a dama diante do espelho, mas sem comprometer a sua classe e profissionalismo.— Exagerada? — Ela retruca, atraindo o meu olhar outra vez. — Acredite, Júlia Ricci, você vai arrastar dezenas de corações dos homens de negócios e ainda vai atrai-los para a nossa empresa. E acredite, eu não me admiro. Com essa sua silhueta até eu me apaixonaria por você. Esse detalhe de uma manga longa e um braço completamente nu vai deixar alguns deles malucos.— Não fale bobagens, Melissa! — retruco e me afasto do espelho para pegar a minha bolsa. — Estou indo pa
JúliaNem eu. Resmungo mentalmente. Apesar de saber muito bem que ele é o dono superior desse universo. E não sei se é impressão minha, mas seu olhar parece abrandar um pouco, enquanto ele analisa o meu rosto e por um ínfimo instante penso que é ele. O meu David Bennett amante e carinhoso. Aquele que me ensinou a amar outra vez e esse pensamento faz o meu coração destroçado bater mais forte, quase saindo pela minha boca. Entretanto, eu sei que esse homem não existe realmente. Que esse David não passa de uma criação da minha mente e do meu coração.— Eu não esperava vê-lo aqui — confesso.— Júlia, será que podemos conversar? — Bennett pede estranhamente cauteloso, dando dois pequenos passos na minha direção. Penso em recuar, mostrar-lhe que não quero que se aproxime, mas os
Júlia— Falei com eles sobre você, Melissa Jones e eles querem conhecer o seu trabalho como decoradora de interiores. — A mulher abre um sorriso largo demais.— Ain! — Melissa vibra e me abraça outra vez.— Ora vamos, deixe-me comer! — resmungo quando ela permanece nos meus braços. — Nossa, eu estou faminta!— Por favor, Senhorita Ricci, não queremos matar nosso novo membro da família de fome. — Ela cantarola, puxando uma cadeira para mim. — Aliás, você tem uma consulta com uma obstetra marcada para daqui a duas horas. — Mel avisa, ocupando o seu lugar.— Eu posso ir também? — Alex interpele de boca cheia.— É claro que pode, Senhor homenzinho da casa — retruco, beijando a sua bochecha.— Yes! Mamãe, será que já consegue ver s
BennettMomentos antes do evento…Derramo o resquício do líquido cor de âmbar dentro do meu copo e com um suspiro frustrado, entorno a bebida de uma só vez na minha boca. E após deixar uma nota de cem em cima da mesa, saio do bar um tanto cambaleante direto para o meu carro, mas dessa vez decido não ir para casa.— Para o Residence River, Mateo — ordeno, me jogando de qualquer jeito no banco traseiro.— Já está tarde, Senhor Bennet. Não é melhor irmos para casa?— Para que? — resmungo, sentindo a minha voz arrastada. — Ela está fria e vazia sem eles lá. — Com um suspiro alto o meu motorista liga o motor do carro e à medida que ele corre pelo asfalto, penso em mil maneiras de pedir para ela voltar para casa.Eu te perdoou se você voltar!Perdoa-la de que, seu babaca insensível? Minha consciência rosna irritada.Volte para casa e eu prometo não ser tão babaca?Que droga, Bennett, você já está sendo um babaca antes mesmo de pedir-lhe para voltar!Bufo alto e contrariado. E quando percebo