Júlia
— Falei com eles sobre você, Melissa Jones e eles querem conhecer o seu trabalho como decoradora de interiores. — A mulher abre um sorriso largo demais.
— Ain! — Melissa vibra e me abraça outra vez.
— Ora vamos, deixe-me comer! — resmungo quando ela permanece nos meus braços. — Nossa, eu estou faminta!
— Por favor, Senhorita Ricci, não queremos matar nosso novo membro da família de fome. — Ela cantarola, puxando uma cadeira para mim. — Aliás, você tem uma consulta com uma obstetra marcada para daqui a duas horas. — Mel avisa, ocupando o seu lugar.
— Eu posso ir também? — Alex interpele de boca cheia.
— É claro que pode, Senhor homenzinho da casa — retruco, beijando a sua bochecha.
— Yes! Mamãe, será que já consegue ver s
BennettMomentos antes do evento…Derramo o resquício do líquido cor de âmbar dentro do meu copo e com um suspiro frustrado, entorno a bebida de uma só vez na minha boca. E após deixar uma nota de cem em cima da mesa, saio do bar um tanto cambaleante direto para o meu carro, mas dessa vez decido não ir para casa.— Para o Residence River, Mateo — ordeno, me jogando de qualquer jeito no banco traseiro.— Já está tarde, Senhor Bennet. Não é melhor irmos para casa?— Para que? — resmungo, sentindo a minha voz arrastada. — Ela está fria e vazia sem eles lá. — Com um suspiro alto o meu motorista liga o motor do carro e à medida que ele corre pelo asfalto, penso em mil maneiras de pedir para ela voltar para casa.Eu te perdoou se você voltar!Perdoa-la de que, seu babaca insensível? Minha consciência rosna irritada.Volte para casa e eu prometo não ser tão babaca?Que droga, Bennett, você já está sendo um babaca antes mesmo de pedir-lhe para voltar!Bufo alto e contrariado. E quando percebo
Bennett— Que absurdo, você me deixou sozinha lá fora com aqueles fotógrafos idiotas! — Minha sócia resmunga discretamente, porém, irritada assim que me alcança dentro do salão. Contudo, ao invés de lhe responder entorno a bebida e vou ao encontro de Robert Stell, um magnata do meio de comunicações. — Vê se não exagera, David!— Por que você não vai atrás do próximo da lista? — sugiro um tanto rabugento. — Assim acabamos rápido com essa droga toda. — Ela bufa em resposta e assim que me aproximo de Robert, Monique enlaça o seu braço no meu e sorrir amplamente para o empresário. Sem qualquer pompa, me livro do seu agarre e inicio uma conversa com o CEO, que percebe o constrangimento da mulher ao meu lado. — Robert Still, a quanto tempo?— David Benett! — Logo apertamos as mãos.Falar sobre projetos e construções é o meu universo, e me faz esquecer desses últimos dias dentro da prisão que eu mesmo me coloquei. Contudo, no meio da roda de amigos e de homens poderosos, percebo uma silhueta
— Bom dia a todos! — falo usando o meu melhor profissional para um pequeno grupo de jovens reunidos ao redor de uma sala retangular não muito grande, que comporta seis cadeiras. — Meu nome é Júlia Ricci e essa é a Melissa Jones, minha sócia. Vocês estão aqui para fazer um teste de seleção, pois infelizmente não poderei contratar todos. Mas, para ser justa entregarei uma simulação de um projeto de médio porte e espero que vocês escrevam nos bloquinhos algumas ideias que surgirem em suas cabeças. E após escolhermos as quatro melhores ideias, entregarei para os semifinalistas algumas cartolinas em branco. A ideia é escolher entre os três melhores croquis. Portanto, caprichem. A Melissa fará uma análise desses desenhos e eu anunciarei os dois vencedores. Tudo bem?Após explicar os detalhes de cada etapa de classificação para a escolha dos melhores estudantes de arquitetura e decoração, deixo o pequeno grupo concentrado em seus trabalhos e vou para a minha sala que fica bem no hall de entr
Júlia— Ah pelo amor de Deus, é tão difícil assim de entender?! — Melissa resmunga fula da vida, se metendo na conversa. — Ela pediu para você ir embora daqui homem! Então por que você não põe o seu rabinho entre as pernas e sai logo daqui?! — A baixinha enfrenta o seu olhar altivo e nitidamente alterado. Entretanto, Bennett se dar por vencido, engolindo toda a sua altivez e engole em seco. Os seus olhos imediatamente buscam os meus, porém, o fito com indiferença. Em silêncio, Bennett ergue o buque de flores e o coloca em cima da minha mesa.— Meus parabéns pelo escritório! — Ele diz seco. — Eu sempre acreditei que você chegaria longe e você só está me provando que eu estava certo. — Tenho vontade de rebater, mas permaneço calada. — Espero que elas alegrem o seu dia, Júlia. — D
BennettCovarde! Covarde! Isso que você é, um grande covarde!Resmungo puto comigo mesmo, dando alguns passos duros para dentro da BD e ao alcançar a minha sala, Anne tenta falar algo, mas a interrompo brutalmente.— Não passe nenhuma ligação para mim e não deixe ninguém entrar na minha sala! — ordeno tão irritado, que ela chega a se encolher. — Eu não quero ser incomodado, Anne! Entendeu?! — A mulher meneia a cabeça um tanto nervosa e eu entro no meu escritório, batendo a porta com mais força do que o necessário.Por que não contou para ela? Questiono com mais raiva dessa maldita covardia. Por que não disse de uma vez que a amava?— Porra! — berro, batendo com força na cadeira executiva que começa a girar sem parar.E o Alex? Meu Deus, o olhar que
BennettÀ noite…Após um banho demorado, saio do meu quarto direto para o escritório da minha casa. Essa será mais uma noite de solidão, agarrado a uma garrafa de uísque que logo me deixará entorpecido e com certeza apagarei, me afundando em um sono profundo e cheio de sonhos. Contudo, ao chegar ao térreo a campainha começa a tocar e antes que Lucy apareça para abrir a porta, eu mesmo faço isso. Lina surge no meu campo de visão, erguendo uma garrafa de vinho e ela abre um sorriso.— Boa noite, querido irmão! — Ela diz, invadindo a minha sala.— O que você está fazendo aqui? — rosno quando ela adentra a minha sala de visitas.— O que você acha? — Dou de ombros, enquanto ela vai até o bar de canto e serve duas taças, me entendendo uma delas. — Estou aqui para ser a sua ou
BennettDois dias depois…… David, fale comigo. Estou preocupada com você.… David, querido, por que você não atende o telefone?… David, estou indo para a sua casa. A Mary está com os nervos à flor do pano.… Por que não atende a droga desse telefone?!… David, surgiu um problema na empresa. Precisamos de você aqui.… Que droga, David, onde você está?!O meu celular não para de bipar e as mensagens não param de chegar. Todos estão a minha procura, como sempre preocupados com o complicado e problemático David Bennett. Contudo, não desejo estar com nenhum deles, nem mesmo falar com eles. Não estou disposto a ouvir que fui estúpido o suficiente para estragar todas as minhas chances de felicidade.… Você causou tudo isso!… Fique longe do meu filho, Senhor Bennett, ou não respondo por mim!— Me diga, como faço para ficar longe da minha própria vida, Senhorita Ricci?Resmungo com desânimo, me sentindo cada vez mais oco por dentro. Entretanto, me esforço para sair do seu quarto, mas dessa
Bennett— Eu sei? — ralho ríspido. — Eu me lembre que você fez a sua escolha há três anos. Você não se lembra? Agora, é a minha vez de fazer as minhas escolhas.— Hum, deixe-me adivinhar? Está se referindo a Júlia? — Monique retruca com um misto de desdém e de humor. — O que ela tem que eu não tenho, David Bennett?— Entre tantas coisas? — Ela ergue as sobrancelhas de um jeito soberbo. — A Júlia tem a minha vida e o meu coração na palma de suas mãos. — Sua reação a essa declaração é palpável. Ela não gostou de ouvir isso. E que se dane! Eu não vou abrir mão desse amor, nem por ela e nem por ninguém.— Uau, nossa! — Minha sócia resmunga debochada. — Me diga, David, de onde você tirou essa