Melissa
Após o final de semana…
— Oh! Oh! Oh!
Os últimos gemidos escapam da minha boca quando ele dá a última arremetida e um orgasmo fulminante é inevitável. Debaixo da água morna do chuveiro, Álvaro deixa a sua cabeça pender sobre as minhas costas. Contudo, não seguro o riso.
— O que foi? — Ele indaga divertido, deixando alguns beijos minúsculos na minha pele. — Qual é a graça?
— Ainda não acredito que fizemos isso — sibilo. Ele me faz virar de frente para ele. Contudo, continuo encostada a parede de vidro do box e seus antebraços se apoiam em cada lado da minha cabeça.
— Nós fizemos, Senhora Abravanel…
— Hu, não fala assim porque eu me estremeço toda! — O interrompo
E é a mais pura verdade. Dá um nervoso só de pensar que em breve terei que enfrentar a fera Cora Jones.
— O que, é o que você é. Minha esposa. A Senhora Abravanel. — Seu olhar se torna intenso e parece penetrar as minhas retinas.
—
MelissaHoras mais tarde…— Como estou, Ursinha? — Álvaro pergunta após ajeitar o nó em sua gravata.— Você prefere uma resposta da sua esposa ou a resposta de uma gata selvagem? — Ele apenas ergue as sobrancelhas.— Gata selvagem? — indaga completamente aturdido. Dou de ombros.— Onça, raposa, leoa. O que preferir.— Algo me diz que a minha linda esposa tem fetiches com o mundo animal. — Em resposta ao seu comentário, aproximo-me dele, espalmo as minhas mãos no seu peitoral revestido com um terno caro e na sequência, olho dentro dos seus olhos, chegando perto o suficiente para simular um beijo.— Talvez eu tenha mesmo — falo com um som rouco na voz. — Talvez eu queira te amarrar em algum lugar, rasgar as suas roupas até que não sobre tecido algum nesse seu corpo delicioso. — Álvaro respira fundo. — E quem sabe me aproveitar dessa sua vulnerabilidade para usar a minha boca e fazer algumas… proezas. — Ele afrouxa a gr
ÁlvaroAlguns meses depois… — Para você, querida.Digo, estendendo uma taça de vinho tinto para a minha esposa, que sorri tão linda para mim. Contudo, ela está focada em decorar uma linda e imensa árvore de natal. Um gesto que me deixa deslumbrado. Quer dizer, desde que os meus pais morreram, o natal perdeu todo o sentido e não só para mim, mas para a minha irmã também. Os presentes, o jantar em família, as suas cores e os seus brilhos. Nessa época do ano tanto eu quanto a Nique escolhemos ficar reclusos, embora tia Valery lutasse com todas as suas forças para mudar esse quadro frio e solitário. Entretanto, essa noite será diferente, porque Melissa Abravanel ama essa festa e ama decorar tudo do seu jeito. E por esse motivo teremos alguns convidados especiais para uma ceia especial.— O que você está olhando aí? — Ela retruca, inclinando o seu tronco para frente e um pouco mais para baixo, em uma tentativa de colocar mais um objeto reluzent
Álvaro— Senhora Abravanel, o jantar já será servido. — Lídia, nossa empregada avisa no mesmo instante que a campainha começa a tocar outra vez. Entretanto, troco olhares com a Melissa e dou de ombros.— Deixe que eu atendo a porta — digo e ela assente.— Está esperando mais alguém para essa noite? — David procura saber.— Não. Deveria ser somente nós — ralho e quando a campainha fica insistente, resolvo ir abrir a porta de vez. Contudo, o meu sorriso feliz se desfaz ao abri-la quando encontro a minha irmã caçula em pé na minha frente, segurando algumas sacolas e ela abre aquele sorriso que diz: surpresa!!!— Nique? — Praticamente me engasgo.— Oi! — Ela cantarola. — Feliz natal, irmãozinho! — Então ela me abraça do jeito que pode. Entretanto, estou ainda mais surpreso ao perceber a sua barriga protuberante, vestida com uma bata de grávida e um casaco de lá grossa por cima dela. — Não vai me convidar para entrar? — Desperto do meu e
JúliaJúlia— Nossa, está tudo muito lindo, Júlia! — Melissa, minha melhor amiga de infância diz, abrindo um sorriso para linda e colorida decoração de um aniversário infantil.Sorrio também.— Você acha que ele vai gostar? — pergunto, sentindo-me ansiosa pela chegada de Alex.E pensar que nem tudo era simples e feliz assim na minha vida. Lembro-me do dia que me apaixonei à primeira vista pelo jovem e lindo Adrian, e pensei que esse seria o começo para uma felicidade plena e sem fim. E eu sei que teria sido exatamente assim se não fosse um maldito acidente que o tirou precocemente de mim. Depois, em meio a dor da sua perda, descobri que Adrian havia deixado um presente valioso para mim. Eu estava arrasada, mas estava grávida também. Perdida em uma linha temporal entre a felicidade de esperar um bebê e a tristeza de perder meu grande amor. Então descobri que pelo meu filho eu teria que sobreviver a essa tempestade. Por um tempo me vi sozinha e desesperada, mas tive que me recompor. Por
Júlia— Táxi! Táxi! — Chamo com um tom elevado na voz, correndo feito uma maluca porque estou em cima do horário como sempre. — Obrigada por esperar! — falo, acomodando-me no banco traseiro do carro e logo que ele entra em movimento fito a fachada do hospital, que deixo para trás com o meu coração partido.Arquitetura sempre foi o meu grande sonho e trabalhar para uma empresa de grande porte, que pode fortalecer o meu nome nesse mercado é uma conquista. No entanto, todos esses sonhos ficaram estagnados no instante que conversei com o cardiologista que me disse que o meu filho tem seus dias contados caso ele não faça um transplante de coração com urgência. Portanto, tenho trabalhado feito uma louca desde então. Horas extras por cima de horas extras para aumentar a minha renda e assim poder juntar um valor exorbitante para salvar a vida do único amor da minha vida. Com tanto trabalho tenho poucas horas de descanso e essas, eu dedico para o meu filho, passando noites e noites no hospital
Júlia— Como foi hoje? — Procuro saber.— Ele está bem cansado e dormiu praticamente o dia todo. — Solto um suspiro de lamento e me aproximo da cama para deixar um beijo calmo nos seus cabelos.— Eu já vou indo. — Melissa avisa, ajeitando a sua bolsa no seu ombro.— Está bem. E, obrigada por ficar com ele de novo!— Você sabe que eu faço com amor, não é? Não precisa me agradecer, querida. A final, é para isso que serve as amigas e além disso, eu sou a madrinha do Alex.Sorrio e após a sua saída, fico um tempo do lado do meu filho.— Mamãe? — Sua voz fraca faz um nó sufocar a minha garganta.— Oi, filhote! — Ponho um pouco de empolgação na minha voz, enquanto o abraço deitado na cama.— Você demorou!— Eu sei. É que a mamãe tinha uma reunião, mas… — Abro um sorriso largo e pego a minha bolsa. — Eu trouxe algo para a sua coleção. — Meu garoto abre um sorriso espontâneo, porém, fraco e ainda, os seus olhos se enchem de expectativas quando tiro uma pequena embalagem, estendendo-a para ele
JúliaEu acredito que um design orgânico para uma estrutura tão sofisticada ficaria legal. Penso, enquanto deslizo o mouse pelo desenho 4D. Hum, um balaústre daria mais dinamismo e elegância para as varandas também. Determino, arrastando uma linha para fechar melhor o desenho.… Soube de um doador compatível que está a caminho desse hospital. Meu trabalho é interrompido por um pensamento e eu respiro fundo.… É uma cirurgia muito cara e o plano de saúde do Alex não cobre.Cinquenta mil. Onde vou arrumar tanto dinheiro?— Júlia, você já terminou os croquis que te pedi?— Ah… o que? — Desperto atordoada.— O que há de errado com você? — Bia pergunta, me analisando com mais atenção.— Não é nada. — Meio a cabeça.— Eu preciso dos croquis, Júlia.— Ah claro. Eles já estão prontos. — Levanto-me e vou até a outra mesa para pegar o que me pediu.— Você está bem calada hoje. Tem certeza de que está tudo bem?— Eu tenho. Obrigada por perguntar! — Ela pega o que precisa e vai para a sua mesa.
Júlia— Como foi o seu dia, filho? — pergunto quando ficamos sozinhos no seu quarto. Porque sim. Ao passar por aquela porta deixo toda a minha bagagem lá fora. Todas as raivas, frustrações, estresses e cansaços do meu trabalho. Tudo fica bem distante de nós dois e como sempre me dedico inteirinha apenas para ele.Vê-lo abrir um sorriso infantil me alegra um pouco. Mel tinha razão. Ele parece bem melhor, mesmo com as suas condições.— Foi divertido.— Divertido?— Tio Paco me fez companhia e nós brincamos com os carrinhos por algumas horas.— Que legal!— E a tia Mel trouxe alguns bolinhos de queijo escondida dos médicos.— Os seus preferidos, imagino? — comento. — Bom, você foi muito paparicado hoje, Senhor Ricci e foi muito travesso também.Preciso fazer um lembrete de conversar com esses dois. Como puderam ser tão imprudentes e deixá-lo descarregar tanta energia durante o dia inteiro?— Agora você precisa dormir um pouco, filho. — Beijo as suas bochechas.— Não, mamãe. — Alex protes