Alyssa KeenTrês meses se passaram, estava trabalhando no caso que Louise conseguiu e minha barriga estava cada dia maior, já era notório que eu estava grávida. Ainda não tinha conseguido ver o sexo, estava com as perninhas fechadas, mas estava bem e era isso que importava. Meu médico, o Dr. Ryan Barr, era muito atencioso e sempre tentava me deixar tranquilo sobre tudo, apesar de que eu ainda me sentia insegura e com medo de não ser uma boa mãe. — Alyssa, eu gostaria de te convidar para jantar. — disse o doutor após a consulta me surpreendendo. Obviamente eu não queria me relacionar com ninguém, não depois de tudo e principalmente por ainda não ter esquecido o Viktor.— Doutor eu não acho que seja uma boa ideia envolvermos nossa vida particular. — Não estou te pedindo em casamento, é apenas um jantar. Como amigos… Eu ainda tinha um péssimo defeito, uma completa incapacidade de dizer não, algo que inclusive já me colocou em péssimas situações. Mesmo ciente disso, eu acabei aceitando
No dia seguinte, eu tinha consulta com a psicóloga Anna, eu comecei a terapia quando comecei a ter pesadelos e estava me ajudando muito, Anna me ajudou a entender que nada foi minha culpa e a cada dia eu tinha menos pesadelos e me sentia mais forte para cuidar de um bebê. Meu maior medo era prejudicar o bebê com os sustos que eu levava a noite e a cada consulta era um alívio ouvir seu coração batendo. Não estava sendo fácil arcar com as despesas, algumas vezes precisei pedir ajuda a minha mãe meu pai As coisas não estavam fáceis, mas estávamos conseguindo. Após alguns minutos de conversa com a psicóloga, ela perguntou:— E como está sua relação com o pai do bebê? Já conversou com ele?— Sim... Quero dizer, mais ou menos, não conversamos sobre nós e o bebê, eu ainda estou evitando isso... Não consigo ignorar o que ele fez. — Não tem que ignorar, Aly, mas já se colocou no lugar dele? — a encarei, sem uma resposta. — Pelo o que você me disse ele passou anos acreditando que não podia t
É impressionante como um único ato muda tudo em nossas vidas. Quando você pensa que tem tudo sob controle e está cheio de expectativas para um futuro promissor, a vida vem e te joga no fundo do poço. É o que aconteceu comigo meses atrás, quando cheguei no trabalho em meio a um julgamento foi descoberto um erro no documento da minha alegação. O resultado foi que perdi não só aquela disputa judicial, como meu emprego. Já era quase meio dia quando acordei, tem sido assim desde o fatídico dia. Não que eu seja preguiçosa, tenho trabalhado como freelancer em uma lanchonete até cerca de 1 hora da manhã, ainda assim, com o dinheiro só tenho conseguido pagar minha alimentação e transporte até o trabalho e por isso, assim que acordo, como alguma coisa e saio ou para entregar currículos ou para entrevistas de emprego. Cada dia que passa, me sinto mais inútil e começo a perder as esperanças de conseguir alguma coisa em Manhattan. Visto um jeans velho, uma camiseta branca e um casaco para o frio
A noite, não conseguia dormir. Minha mente estava ansiosa com o que estava por vir. Nunca fui boa atriz, muito pelo contrário, era péssima com mentiras. Jamais seria uma boa advogada defendendo bandidos e me assustava com a facilidade que alguns advogados tinham para inventar mentiras num tribunal... Como meu ex namorado. A causa de eu estar no fundo do poço a ponto de aceitar uma ideia maluca da Alison. Pensar nele, me fez voltar meses atrás, quando eu pensava que tinha pego o caso que consolidaria minha carreira e poderia, finalmente conseguir um cargo superior. O Sr. Colleman foi enfático, eu coordenaria o caso e representaria frente ao tribunal ao lado de seu filho Daniel, o meu ex-namorado. Sr. Colleman não gostava de nos colocar no mesmo caso juntos, mas como era um caso importante Daniel insistiu em participar. Mas tudo começou numa reunião, quando Daniel decidiu passar por cima de mim. — Alyssa, estive pensando, acho melhor você ficar com a papelada. Eu e Diogo representarem
Na manhã seguinte, mesmo após a péssima noite, acordo bem cedo a fim de não me atrasar. Tomei um banho quente e me vesti da melhor maneira possível, com uma calça e blazer social preto e uma camisa rosa claro, definitivamente não tinha roupa para me parecer com a Alison. Fiz uns ovos mexidos, comi rapidamente e sai. Enquanto trancava a porta, a sra. Davis apareceu atrás de mim, a mulher que devia ter uns 60 anos, com o cabelo meio grisalho e meio ruivo, me olhou da cabeça aos pés e franziu o cenho. — Senhorita Keen, espero que esteja indo trabalhar para pagar o aluguel, caso contrário considere-se despejada. — ela praticamente cuspiu as palavras.— Sim sra. Davis, estou indo para o meu primeiro dia no novo emprego e prometo a senhora que quando receber pagarei o aluguel; mas agora preciso ir antes que eu chegue atrasada. — respondi sorrindo enquanto descia as escadas correndo, evitando aumentar a conversa. Ela não era uma mulher fácil, mas eu sabia que ela tinha perdido o marido e o
Arrumei minhas coisas e saí da sala, Bresson estava no elevador e me esperou, descemos juntos, num clima um tanto desconfortável, ao menos para mim, que não sabia como Alison agiria numa situação dessas. Ele claramente não queria conversar e eu também não tinha assunto, aliás, eu estava entretida demais tentando não manter contato visual por tempo mais que suficiente com ele, comecei a tamborilar os dedos no braço cruzado, os segundos pareciam durar horas. Viktor olhou para o relógio e depois percebi um olhar de relance para mim, instintivamente olhei de volta e dei um pequeno sorriso nervoso. Finalmente o elevador chegou no térreo, meu telefone começou a tocar freneticamente, e revirei a bolsa desesperada tentando me afastar discretamente dele, meu celular era um modelo antigo que apenas faz e recebe ligação, depois que quebrei um celular de modelo mais moderno — apenas para enfatizar ainda mais que eu estava numa maré de azar, esse foi o único que minha condição financeira me permi
No dia seguinte, me assusto ao olhar para o relógio e ver que estava muito atrasada, visto a primeira roupa que vejo, uma calça flare e uma camisa social branca, coloquei as lentes e fiz uma maquiagem básica. Peguei o casaco e saí correndo, ao chegar os músculos das minhas pernas pediam socorro, acho que nunca corri tanto. Na portaria está um homem negro e mais velho, novamente chuto que é o sr. Hopkins e dessa vez é realmente o sr. Hopkins, que me recebe numa simpatia que ainda não tinha visto na empresa. Cheguei no andar do escritório e Jessy estava no telefone, mas quando me viu tirou o telefone do ouvido, tampando a parte do microfone e falou baixinho. — Bresson está esperando e parece estar de péssimo humor. — que ótimo, só porque eu precisava ir ao banheiro urgente.Entrei no escritório e ele estava sentado em um dos sofás da recepção com o celular na mão. A expressão como sempre estava séria, mas ainda assim parecia ainda mais bonito que no dia anterior. Não sei se ele não per
Saí correndo desejando que ainda houvesse alguém na empresa, no caminho fui pensando numa desculpa para estar lá e decidi que eu diria ser exatamente quem sou: Alyssa irmã da Alison e ela me pediu para vir porque está gripada, não era a melhor estratégia, mas voltar para trás e colocar as lentes tomaria muito tempo. Assim que cheguei no prédio, guardei a bicicleta e entrei, Hopkins ainda estava na portaria.— Posso ajuda-la senhorita? — Oi, eu sou Alyssa, irmã da Alison, ela não está bem e me pediu pra vir pegar uma carteira que ela esqueceu. — dei meu melhor sorriso. — É vocês são muito parecidas. Se não fossem seus olhos eu diria que é a própria Alison. — ele sorriu e rugas se formaram em seus olhos, Hopkins era um bom homem. — 18° andar, acredito que ainda tenha alguém lá. — Muito obrigada. Entrei no elevador e apertei o botão do 18° andar, quando a porta se abriu, dou de cara com o sr. Bresson. Ele usava apenas a camisa branca e o terno junto com a gravata estavam na mão dele.