Fomos para o aeroporto de onde eu e Mathieu viajaríamos para Tóquio. Mathieu me esperava sozinho e quando perguntei sobre a pequena Sarah ele disse que ela ficaria com uma babá de confiança para que não perdesse as aulas. Só então percebi o quanto minha pergunta foi ingênua, era uma viagem à trabalho, não se leva crianças. Durante o vôo eu estudava mais sobre o caso do Viktor e sobre o que ele estava sendo acusado e percebi que haviam muitas lacunas, o que deixava claro ser uma acusação falsa, qualquer advogado conseguiria, no mínimo, que ele respondesse em liberdade. Se era mesmo o Alef quem estava por trás disso, devia ter muitos contatos importantes em Tóquio ajudando ele. Eu estava ansiosa para ver o Viktor mais uma vez. Queria saber se ele estava bem e abraçá-lo. Fechei os olhos me lembrando de nós dois, mas fui tirada dos meus pensamentos pelo Mathieu. - Acha que vai conseguir? - ele perguntou. Eu havia até esquecido que ele estava ali. - O quê? Ah, claro, se eu conseguir os
Viktor Bresson - Vamos para o meu escritório e você explica essa história direito. - falei sem saber se acreditava naquilo ou se era apenas uma brincadeira sem noção das duas. Subimos para o meu escritório, decidi ouvir o que Louise tinha a dizer antes de qualquer julgamento, ela estava muito nervosa e desesperada para ser mentira. Além disso, talvez ela pudesse me explicar porque a amiga estava brincando comigo, nem que revele apenas para que eu ajude. - Já pode começar a explicar. - Mathieu disse após fechar a porta do meu escritório. Louise olhou para ele e depois para mim, franzindo a sobrancelha. - Ele tem que participar disso? - perguntou apontando para Mat. - Tem. - respondi e ela suspirou, se sentando numa cadeira. - Alyssa me ligou avisando que estava voltando e que precisava de alguns documentos que ficaram no meu apartamento, pediu que eu a buscasse no aeroporto levando eles, pois ela precisava ir até a delegacia. - franzi o cenho quando mencionou a delegacia,
Durante a noite, sem conseguir dormir, acessei o sistema da empresa, eu precisava ter notícias e por isso usei um código de rastreio completamente restrito, apenas eu e o governo tinha permissão legal para usá-lo e eu ainda poderia ser preso se o usasse sem justificativa. A justificativa é que eu estava desesperado. Digitei o nome da Alison e nada, da Jessyca também, mas tive sucesso com o nome de Daniel Colleman, um único objeto rastreável da Séculus parecia estar em seu carro e o carro estava estacionado num endereço em Manhattan, mas não havia nada ali, apenas um parque e um terreno vazio. Anotei o endereço e mandei para a Louise, ela era a pessoa mais próxima dos dois e a única que podia ter alguma informação. Mas ela não sabia dizer, então só me restava esperar o dia seguinte para ir até lá. Porém, na manhã seguinte as ruas estavam totalmente cobertas pela neve e mais uma vez parecia impossível sair do hotel. Eu queria resolver tudo o quanto antes, mas nada parecia contribuir pa
Alyssa Quando abri os olhos, logo percebi que não estava mais no aeroporto, minha vista ainda estava um pouco turva e uma dor de cabeça me atingiu. Olhei ao redor, percebendo que eu estava num quarto escuro, deitada num colchão no chão, o cheiro de mofo atingiu meu olfato conforme eu recuperava os sentidos. - Olá irmãzinha, finalmente acordou. - ouvi a voz de Alison, mas demorei perceber onde ela estava devido a pouca luz. - Onde eu estou? - perguntei com a voz falha. - Não importa, aliás, nada mais importa, em breve você vai morrer. - sua voz soou indiferente e ela acendeu uma vela, iluminando o lugar. Estava sentada numa cadeira de frente para mim e tinha um sorriso vitorioso. - Eu realmente não sei o que te fiz para que me odeie tanto. - falei, a percepção do que estava acontecendo fez com que as lágrimas molhasse meus olhos e a garganta se fechasse. Pela dor, pelo medo, pela decepção. - Você sempre foi a melhor. - Eu ainda sou a melhor e não odeio você, irmãzinha, eu só não g
AlyssaOs dias foram se passando, continuei morando no apartamento da Louise, segundo ela era bom ter companhia, mas eu precisava dar um jeito na minha vida. Eu me sentia confusa, era como se eu estivesse numa roda gigante, estava em baixo, depois subi e estava novamente em baixo e ali era o ponto final, mas dessa vez eu não podia me permitir ser vencida, não por mim, mas pelo meu filho. Anos atrás eu não imaginava viver nada disso, me apaixonar e ter um filho. Antes de conhecer o Daniel pensava que conheceria o homem ideal num bar qualquer, seríamos bons amigos e nos casaríamos após conseguir um emprego estável, teríamos dois filhos e morariamos nos bairros residências. Daniel destruiu os planos, mas nunca pensei que engravidaria de um bilionário e cuidaria da criança sozinha. Conseguir um emprego estava fora de cogitação, ninguém contrataria uma grávida que estava envolvida em escândalos, mas eu pretendia usar a visibilidade que ganhei no falso caso da Alison para conseguir alguns
Alyssa KeenTrês meses se passaram, estava trabalhando no caso que Louise conseguiu e minha barriga estava cada dia maior, já era notório que eu estava grávida. Ainda não tinha conseguido ver o sexo, estava com as perninhas fechadas, mas estava bem e era isso que importava. Meu médico, o Dr. Ryan Barr, era muito atencioso e sempre tentava me deixar tranquilo sobre tudo, apesar de que eu ainda me sentia insegura e com medo de não ser uma boa mãe. — Alyssa, eu gostaria de te convidar para jantar. — disse o doutor após a consulta me surpreendendo. Obviamente eu não queria me relacionar com ninguém, não depois de tudo e principalmente por ainda não ter esquecido o Viktor.— Doutor eu não acho que seja uma boa ideia envolvermos nossa vida particular. — Não estou te pedindo em casamento, é apenas um jantar. Como amigos… Eu ainda tinha um péssimo defeito, uma completa incapacidade de dizer não, algo que inclusive já me colocou em péssimas situações. Mesmo ciente disso, eu acabei aceitando
No dia seguinte, eu tinha consulta com a psicóloga Anna, eu comecei a terapia quando comecei a ter pesadelos e estava me ajudando muito, Anna me ajudou a entender que nada foi minha culpa e a cada dia eu tinha menos pesadelos e me sentia mais forte para cuidar de um bebê. Meu maior medo era prejudicar o bebê com os sustos que eu levava a noite e a cada consulta era um alívio ouvir seu coração batendo. Não estava sendo fácil arcar com as despesas, algumas vezes precisei pedir ajuda a minha mãe meu pai As coisas não estavam fáceis, mas estávamos conseguindo. Após alguns minutos de conversa com a psicóloga, ela perguntou:— E como está sua relação com o pai do bebê? Já conversou com ele?— Sim... Quero dizer, mais ou menos, não conversamos sobre nós e o bebê, eu ainda estou evitando isso... Não consigo ignorar o que ele fez. — Não tem que ignorar, Aly, mas já se colocou no lugar dele? — a encarei, sem uma resposta. — Pelo o que você me disse ele passou anos acreditando que não podia t
É impressionante como um único ato muda tudo em nossas vidas. Quando você pensa que tem tudo sob controle e está cheio de expectativas para um futuro promissor, a vida vem e te joga no fundo do poço. É o que aconteceu comigo meses atrás, quando cheguei no trabalho em meio a um julgamento foi descoberto um erro no documento da minha alegação. O resultado foi que perdi não só aquela disputa judicial, como meu emprego. Já era quase meio dia quando acordei, tem sido assim desde o fatídico dia. Não que eu seja preguiçosa, tenho trabalhado como freelancer em uma lanchonete até cerca de 1 hora da manhã, ainda assim, com o dinheiro só tenho conseguido pagar minha alimentação e transporte até o trabalho e por isso, assim que acordo, como alguma coisa e saio ou para entregar currículos ou para entrevistas de emprego. Cada dia que passa, me sinto mais inútil e começo a perder as esperanças de conseguir alguma coisa em Manhattan. Visto um jeans velho, uma camiseta branca e um casaco para o frio