A noite, não conseguia dormir. Minha mente estava ansiosa com o que estava por vir. Nunca fui boa atriz, muito pelo contrário, era péssima com mentiras. Jamais seria uma boa advogada defendendo bandidos e me assustava com a facilidade que alguns advogados tinham para inventar mentiras num tribunal... Como meu ex namorado. A causa de eu estar no fundo do poço a ponto de aceitar uma ideia maluca da Alison. Pensar nele, me fez voltar meses atrás, quando eu pensava que tinha pego o caso que consolidaria minha carreira e poderia, finalmente conseguir um cargo superior. O Sr. Colleman foi enfático, eu coordenaria o caso e representaria frente ao tribunal ao lado de seu filho Daniel, o meu ex-namorado. Sr. Colleman não gostava de nos colocar no mesmo caso juntos, mas como era um caso importante Daniel insistiu em participar. Mas tudo começou numa reunião, quando Daniel decidiu passar por cima de mim. — Alyssa, estive pensando, acho melhor você ficar com a papelada. Eu e Diogo representarem
Na manhã seguinte, mesmo após a péssima noite, acordo bem cedo a fim de não me atrasar. Tomei um banho quente e me vesti da melhor maneira possível, com uma calça e blazer social preto e uma camisa rosa claro, definitivamente não tinha roupa para me parecer com a Alison. Fiz uns ovos mexidos, comi rapidamente e sai. Enquanto trancava a porta, a sra. Davis apareceu atrás de mim, a mulher que devia ter uns 60 anos, com o cabelo meio grisalho e meio ruivo, me olhou da cabeça aos pés e franziu o cenho. — Senhorita Keen, espero que esteja indo trabalhar para pagar o aluguel, caso contrário considere-se despejada. — ela praticamente cuspiu as palavras.— Sim sra. Davis, estou indo para o meu primeiro dia no novo emprego e prometo a senhora que quando receber pagarei o aluguel; mas agora preciso ir antes que eu chegue atrasada. — respondi sorrindo enquanto descia as escadas correndo, evitando aumentar a conversa. Ela não era uma mulher fácil, mas eu sabia que ela tinha perdido o marido e o
Arrumei minhas coisas e saí da sala, Bresson estava no elevador e me esperou, descemos juntos, num clima um tanto desconfortável, ao menos para mim, que não sabia como Alison agiria numa situação dessas. Ele claramente não queria conversar e eu também não tinha assunto, aliás, eu estava entretida demais tentando não manter contato visual por tempo mais que suficiente com ele, comecei a tamborilar os dedos no braço cruzado, os segundos pareciam durar horas. Viktor olhou para o relógio e depois percebi um olhar de relance para mim, instintivamente olhei de volta e dei um pequeno sorriso nervoso. Finalmente o elevador chegou no térreo, meu telefone começou a tocar freneticamente, e revirei a bolsa desesperada tentando me afastar discretamente dele, meu celular era um modelo antigo que apenas faz e recebe ligação, depois que quebrei um celular de modelo mais moderno — apenas para enfatizar ainda mais que eu estava numa maré de azar, esse foi o único que minha condição financeira me permi
No dia seguinte, me assusto ao olhar para o relógio e ver que estava muito atrasada, visto a primeira roupa que vejo, uma calça flare e uma camisa social branca, coloquei as lentes e fiz uma maquiagem básica. Peguei o casaco e saí correndo, ao chegar os músculos das minhas pernas pediam socorro, acho que nunca corri tanto. Na portaria está um homem negro e mais velho, novamente chuto que é o sr. Hopkins e dessa vez é realmente o sr. Hopkins, que me recebe numa simpatia que ainda não tinha visto na empresa. Cheguei no andar do escritório e Jessy estava no telefone, mas quando me viu tirou o telefone do ouvido, tampando a parte do microfone e falou baixinho. — Bresson está esperando e parece estar de péssimo humor. — que ótimo, só porque eu precisava ir ao banheiro urgente.Entrei no escritório e ele estava sentado em um dos sofás da recepção com o celular na mão. A expressão como sempre estava séria, mas ainda assim parecia ainda mais bonito que no dia anterior. Não sei se ele não per
Saí correndo desejando que ainda houvesse alguém na empresa, no caminho fui pensando numa desculpa para estar lá e decidi que eu diria ser exatamente quem sou: Alyssa irmã da Alison e ela me pediu para vir porque está gripada, não era a melhor estratégia, mas voltar para trás e colocar as lentes tomaria muito tempo. Assim que cheguei no prédio, guardei a bicicleta e entrei, Hopkins ainda estava na portaria.— Posso ajuda-la senhorita? — Oi, eu sou Alyssa, irmã da Alison, ela não está bem e me pediu pra vir pegar uma carteira que ela esqueceu. — dei meu melhor sorriso. — É vocês são muito parecidas. Se não fossem seus olhos eu diria que é a própria Alison. — ele sorriu e rugas se formaram em seus olhos, Hopkins era um bom homem. — 18° andar, acredito que ainda tenha alguém lá. — Muito obrigada. Entrei no elevador e apertei o botão do 18° andar, quando a porta se abriu, dou de cara com o sr. Bresson. Ele usava apenas a camisa branca e o terno junto com a gravata estavam na mão dele.
Fui até o apartamento de Alison depois do expediente, era mais extravagante do que me lembrava, havia muita decoração cor de rosa e dourado e estava impecávelmente limpo e organizado, algo que não mudou, Alison sempre foi organizada com suas coisas. O apartamento tinha muito da personalidade dela e uma bela vista da cidade, com uma localização privilegiada. Alison sempre foi muito inteligente, embora tivesse objetivos duvidosos, ela poderia ir longe sem precisar de um homem rico. Mas preferia o caminho fácil. Revirei o closet de Alison procurando roupas que fossem o meio termo entre mim e ela. Para o evento no cassino, escolhi um vestido preto de seda e um casaco de pele falsa branco com listras pretas. Me perguntei quais roupas Alison levou para a viagem, parecia estar tudo ali. O fim de semana chegou, arrumei minha mala, que continha mais coisas da Alison do que minhas e me troquei. Ao me olhar no espelho, mal podia me reconhecer, era como se olhasse exatamente para a Alison. Ach
Era sexta-feira, quase uma semana havia se passado e eu já estava me acostumando com a nova rotina. Depois do evento, percebi queViktor estava cada vez menos desconfiado, provavelmente eu bêbada fiquei mais parecida com a Alison. Eu estava mais focada em fazer o meu trabalho bem feito, mas mesmo assim a presença do Viktor mexia muito comigo, ainda mais com a lembrança de quase tê-lo beijado. E eu não estava acostumada com isso.As compras dos principais insumos da empresa eram sempre feitos mensalmente, depois de feito as cotações e finalizados os pedidos, faltava apenas que o sr. Bresson aprovasse o pagamento. Ele sempre foi muito rigoroso sobre os gastos da empresa e embora essa não fosse a minha função aceitei revisar cada um dos pedidos, quantidade, valor por produto e valor total de cada item, já que ele prometeu um pagamento extra se eu assim fizesse. Eu não era especialista no setor financeiro, muito pelo contrário, mas era algo fácil e valia dinheiro.No fim do dia, encontrei
Eu não soube ao certo como reagir, é claro que queria e muito sair com o Viktor, mas como Alyssa e não como Alison. Eu sei bem que o coração pode ser traiçoeiro e Alison iria voltar, eu precisava apenas fazer o meu trabalho ou isso iria se tornar um desastre amoroso. Mas a verdade é que ele já estava mexendo com meu coração. — Desculpe sr. Bresson, foi um dia longo, quero chegar em casa e descansar. — não era exatamente mentira, mas se ele insistisse eu aceitaria, seria minha única chance de talvez conhecer um pouco melhor esse homem tão misterioso. — Mas você terá que comer não é? — balancei a cabeça concordando. — Então, eu espero você se trocar. — hesitei por um momento, que decisão difícil!. — É só um jantar, não vou te sequestrar ou fazer algo contra sua vontade.Alison jamais recusaria um convite desses, na verdade ela sequer teria hesitado, já estava cometendo muitos erros para rejeitar o óbvio. Não havia melhor opção senão aceitar e eu não achava tão ruim. Com uma música sua