Arrumei minhas coisas e saí da sala, Bresson estava no elevador e me esperou, descemos juntos, num clima um tanto desconfortável, ao menos para mim, que não sabia como Alison agiria numa situação dessas. Ele claramente não queria conversar e eu também não tinha assunto, aliás, eu estava entretida demais tentando não manter contato visual por tempo mais que suficiente com ele, comecei a tamborilar os dedos no braço cruzado, os segundos pareciam durar horas. Viktor olhou para o relógio e depois percebi um olhar de relance para mim, instintivamente olhei de volta e dei um pequeno sorriso nervoso. Finalmente o elevador chegou no térreo, meu telefone começou a tocar freneticamente, e revirei a bolsa desesperada tentando me afastar discretamente dele, meu celular era um modelo antigo que apenas faz e recebe ligação, depois que quebrei um celular de modelo mais moderno — apenas para enfatizar ainda mais que eu estava numa maré de azar, esse foi o único que minha condição financeira me permi
No dia seguinte, me assusto ao olhar para o relógio e ver que estava muito atrasada, visto a primeira roupa que vejo, uma calça flare e uma camisa social branca, coloquei as lentes e fiz uma maquiagem básica. Peguei o casaco e saí correndo, ao chegar os músculos das minhas pernas pediam socorro, acho que nunca corri tanto. Na portaria está um homem negro e mais velho, novamente chuto que é o sr. Hopkins e dessa vez é realmente o sr. Hopkins, que me recebe numa simpatia que ainda não tinha visto na empresa. Cheguei no andar do escritório e Jessy estava no telefone, mas quando me viu tirou o telefone do ouvido, tampando a parte do microfone e falou baixinho. — Bresson está esperando e parece estar de péssimo humor. — que ótimo, só porque eu precisava ir ao banheiro urgente.Entrei no escritório e ele estava sentado em um dos sofás da recepção com o celular na mão. A expressão como sempre estava séria, mas ainda assim parecia ainda mais bonito que no dia anterior. Não sei se ele não per
Saí correndo desejando que ainda houvesse alguém na empresa, no caminho fui pensando numa desculpa para estar lá e decidi que eu diria ser exatamente quem sou: Alyssa irmã da Alison e ela me pediu para vir porque está gripada, não era a melhor estratégia, mas voltar para trás e colocar as lentes tomaria muito tempo. Assim que cheguei no prédio, guardei a bicicleta e entrei, Hopkins ainda estava na portaria.— Posso ajuda-la senhorita? — Oi, eu sou Alyssa, irmã da Alison, ela não está bem e me pediu pra vir pegar uma carteira que ela esqueceu. — dei meu melhor sorriso. — É vocês são muito parecidas. Se não fossem seus olhos eu diria que é a própria Alison. — ele sorriu e rugas se formaram em seus olhos, Hopkins era um bom homem. — 18° andar, acredito que ainda tenha alguém lá. — Muito obrigada. Entrei no elevador e apertei o botão do 18° andar, quando a porta se abriu, dou de cara com o sr. Bresson. Ele usava apenas a camisa branca e o terno junto com a gravata estavam na mão dele.
Fui até o apartamento de Alison depois do expediente, era mais extravagante do que me lembrava, havia muita decoração cor de rosa e dourado e estava impecávelmente limpo e organizado, algo que não mudou, Alison sempre foi organizada com suas coisas. O apartamento tinha muito da personalidade dela e uma bela vista da cidade, com uma localização privilegiada. Alison sempre foi muito inteligente, embora tivesse objetivos duvidosos, ela poderia ir longe sem precisar de um homem rico. Mas preferia o caminho fácil. Revirei o closet de Alison procurando roupas que fossem o meio termo entre mim e ela. Para o evento no cassino, escolhi um vestido preto de seda e um casaco de pele falsa branco com listras pretas. Me perguntei quais roupas Alison levou para a viagem, parecia estar tudo ali. O fim de semana chegou, arrumei minha mala, que continha mais coisas da Alison do que minhas e me troquei. Ao me olhar no espelho, mal podia me reconhecer, era como se olhasse exatamente para a Alison. Ach
Era sexta-feira, quase uma semana havia se passado e eu já estava me acostumando com a nova rotina. Depois do evento, percebi queViktor estava cada vez menos desconfiado, provavelmente eu bêbada fiquei mais parecida com a Alison. Eu estava mais focada em fazer o meu trabalho bem feito, mas mesmo assim a presença do Viktor mexia muito comigo, ainda mais com a lembrança de quase tê-lo beijado. E eu não estava acostumada com isso.As compras dos principais insumos da empresa eram sempre feitos mensalmente, depois de feito as cotações e finalizados os pedidos, faltava apenas que o sr. Bresson aprovasse o pagamento. Ele sempre foi muito rigoroso sobre os gastos da empresa e embora essa não fosse a minha função aceitei revisar cada um dos pedidos, quantidade, valor por produto e valor total de cada item, já que ele prometeu um pagamento extra se eu assim fizesse. Eu não era especialista no setor financeiro, muito pelo contrário, mas era algo fácil e valia dinheiro.No fim do dia, encontrei
Eu não soube ao certo como reagir, é claro que queria e muito sair com o Viktor, mas como Alyssa e não como Alison. Eu sei bem que o coração pode ser traiçoeiro e Alison iria voltar, eu precisava apenas fazer o meu trabalho ou isso iria se tornar um desastre amoroso. Mas a verdade é que ele já estava mexendo com meu coração. — Desculpe sr. Bresson, foi um dia longo, quero chegar em casa e descansar. — não era exatamente mentira, mas se ele insistisse eu aceitaria, seria minha única chance de talvez conhecer um pouco melhor esse homem tão misterioso. — Mas você terá que comer não é? — balancei a cabeça concordando. — Então, eu espero você se trocar. — hesitei por um momento, que decisão difícil!. — É só um jantar, não vou te sequestrar ou fazer algo contra sua vontade.Alison jamais recusaria um convite desses, na verdade ela sequer teria hesitado, já estava cometendo muitos erros para rejeitar o óbvio. Não havia melhor opção senão aceitar e eu não achava tão ruim. Com uma música sua
No banheiro, descubro que era Edward quem estava ligando. Achei um pouco estranho uma ligação dele no meio da noite, nós três havíamos conversado durante a semana e contei a ele e Louise sobre a viagem no último fim de semana. Edward pareceu não gostar nem um pouco e eu estava sentindo que tinha um certo ciúmes envolvido. — Alyssa está tudo bem? Vim aqui na sua casa e a sra. Davis disse que você ainda não voltou do trabalho. Estou preocupado. — velha fofoqueira.— Eu passei na casa da Alison depois do serviço, mas logo eu chego em casa. — uma meia verdade. — E está tendo festa na casa da Alison? — me tranquei em uma das cabines para abafar o som. Ainda assim algumas mulheres entraram conversando. — Onde você está Alyssa?— Não, Ed. Olha, quando eu chegar em casa eu te ligo e explico tudo, ok? — eu devia explicações a ele? Não, mas ele era meu melhor amigo e muito curioso. Ed suspirou. — Ok, mas não demora. Desde o ensino médio, Ed sempre agiu como um irmão mais velho para mim e L
No dia seguinte chamei Ed e Lou para virem em casa a noite e eles concordaram, raramente eles iam ao meu apartamento, não gostava muito de receber visitas porque meu apartamento era bem pequeno e não tinha muitos ítens de cozinha, mas dessa vez eu estava animada para recebê-los. Saí de casa logo cedo para ir ao mercado mais próximo comprar algumas guloseimas para a noite. No caminho tive uma estranha sensação de estar sendo seguida, mas não havia nada suspeito por perto.Peguei uma garrafa de vinho barato, alguns salgadinhos, frutas para a Louise que amava e algumas coisas que haviam acabado. Quando estava indo para a fila do único caixa funcionando, vi alguém conhecido, Viktor estava parado na fila do caixa segurando um único produto que não consegui identificar. Tentei dar meia volta antes que ele me percebesse, mas foi em vão. — Alison? — droga! Me virei e olhei para ele já sentindo que eu estava vermelha de vergonha. — Alyssa. — Ah, desculpe. Vocês são exatamente iguais quando