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Serena narrando

Antes de começar na escola, eu fui até em casa pegar umas pastas que tinha esquecido, quando estava saindo, encontro a minha irmã e ela me encara.

— Onde você estava Serena? – Carla pergunta e eu sorrio para ela.

— Ah estou envolvida com uma nova escola – ela me encara

— Saiu do seu emprego antigo? – ela pergunta – achei que era concursada lá.

— Lá me lembra muito Antonio, achei melhor respirar novos ares – ela me encara

— Onde é?

— Aqui perto também, ainda não me acostumei com o novo nome.

— Entendi – ela fala – vamos fazer algo hoje a noite?

— Não vai dar, eu vou chegar mais tarde em casa.

— Entendi – ela fala – parece que você está me evitando, não? – ela pergunta meio que desconfiada.

— Jamais faria isso – eu sorrio para ela – amo você minha irmã, fique bem.

— Bom trabalho Serena – ela fala – ah serena – eu a encaro – precisava te pedir algo.

— O que seria?

— Uma camisa azul que Antonio usava – ela fala – era do papai, lembra?

— Ah sim, mas porque você quer ela? – eu questiono

— É que quero guardar de lembrança do nosso pai, antes que você se desfaça de todas as roupas.

— Mais tarde eu te dou

— Deixa que eu pego – ela fala – depois deixo a chave ali no vaso – eu olho para o vaso

— Tudo bem – falo entregando a chave para ela – até mais.

— Até.

Eu amava a minha irmã com todas as forças, mas ela sempre disse que era besteira eu acreditar nas mensagens que eu estava recebendo e provavelmente, ela não me deixaria ir para o morro.

Carla era bem próxima de Antonio, eram os melhores cunhados, a relação deles era boa, minha irmã naõ era casada, morava ali sozinha, mas tinha uma vida tranquila e era uma das minhas melhores amigas, porém, eram poucas pessoas que eu conseguia confiar.

Yan narrando

Eu saio da boca e pego meu baseado, me encosto na porta vendo o movimento, tiro o isqueiro do bolso e acendo o meu baseado, guardando o isqueiro novamente no bolso.

Vejo os vapores subindo no lombo os materias de construção para a obra da quadra, aqui os becos são pequenos, carro não sobe, somente moto e olhe lá. Tem becos que mal passa uma pessoa, esses vapores filhos da puta querem grana fácil mas não querem trabalhar, aqui é ao contrario, a grana é suada, tem que trabalhar como em qualquer outro lugar, não é so ficar com a porcaria da arma atravessada na cintura e achar que está tudo certo.

Eu olho a peofessora chegando no morro e isso me deixa atento, ela saiu tão cedo. Ela acha que me enganaria até quando?

Pedro se aproxima com alguns relatorios na mao e ja olho sem paciencia.

- ja vem você com esses relatorios - eu falo

- Sao sobre o morro, a contabilidade dele.

- É muito papel para olhar , confio em você, se me passar para tras, te mato - eu afirmo

- Você sabe que pode confiar em mim - ele afirma

- Eu espero. - ele começa a rir

- R a professora? - ele pergunta

- Amiga da sua mulher - eu respondo

- Não vem com essa Yan. - ele me encara - você sabe do que estou falando - abro um sorriso no rosto com o baseado na boca e tiro o baseado, segurando ele com a mão.

- Relaxa - eu falo para ele - quem escuta de mais, sabe de mais, acaba escutando e não ouvindo. - eu entrego o baseado para ele - guarda esses relatorios la dentro, vou dar uma volta pelo morro.

Ele me encara e eu saio andando, pensando em muita coisa.

Serena narrando

A escola era bem inferior as que eu trabalhava mesmo em rede publica, nem um pouco moderna, na verdade bem precária. Mas eu estava preparada para qualquer desafio, ate porque nesse momento, o meu interesse nesse morro era outra

Eu ja tinha ficado frente a frente com Yan e confesso que ver ele na minha frente, me deixou bastante atordoada pelo fato dele ser tão parecido com Antonio. Eu pego meu celular e entro na galeria vendo nossas fotos juntos, foram tantos momentos incriveis ao lado dele, a minha cabeça dava um nó sem fim, mas se ele foi assasinado, se aquele acidente acidente não foi um acidente, todas as respostas que eu queria, encontraria aqui.

Eu tinha preparado a sala para receber os meus alunos, cada mesa com um saquinho de doces e um recado fofo , eu estava dando aula para as turmas do 8 ano, fora do morro já era dificil, imagina dentro de um morro.

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