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2 - Conhecendo o Estranho

Assim que voltei com a maletinha de primeiros socorros, vejo o homem antes apagado, tentando se levantar do sofá, apressei meus passos para poder ajudá-lo, agarrando seus braços eu disse. "_Cuidado! você está muito ferido." ele com um gemido de dor me respondeu. " _Já estou me curando". Olhei incrédula sem entender o que ele acabou de dizer. Esse homem está louco? O que ele está dizendo? Acha que vai se curar em minutos? Respondi meio sem jeito. "_ Você não vai se curar tão rápido assim, esses ferimentos estão muito profundos, deveria mesmo é te levar ao hospital." Ele me olhou sério e disse: "_Nada de hospitais, eles não vão entender o que acontece comigo." Perguntei: "Como assim não vão entender o que acontece? três homens bateram em você, deveriamos ir a policia denunciá-los". Ele me olhou novamente e disse: "Como você explicaria o que você fez com aqueles homens á polícia?" Eu arrelagei os meus olhos, e olhei minhas mãos cheias de sangue seco. "O que você quis dizer com ( O que você fez?), eu não fiz absolutamente nada."

Ele me olhou sério novamente e disse: _" Você não sabe o que é, não é?" eu logo o respondi: _"Não faço a menor ideia do que você está dizendo". Antes mesmo que pudesse formular mais alguma pergunta na minha mente já confusa eu o vi rir, isso mesmo ele riu, franzi a testa tentando entender a graça nisso tudo. E ele me disse: " você é uma Crinos, não sabe mesmo sua origem não é?". Sem consegui olhar nos olhos do homem estranho a minha frente eu disse quase num sussurro. " Sou órfã, não faço a menor ideia de onde vim".

Ele me lança um olhar confuso e diz. "_ Eu posso te ajudar com isso, mas primeiro preciso me limpar, pode haver mais homens como aqueles por aqui e.... Obrigado mais uma vez.... você salvou minha vida!" eu ainda sem entender direito o que tinha acabado de ouvir, o ajudei a se levantar, e incrivelmente rápido suas feridas estavam menores, e algumas apenas com um rosado quase cicatrizado.

Olhei boquiaberta pros ferimentos dele e disse: "_ Estão mesmo cicatrizando, ou eu estou alucinando?" Ele com um gemido de dor e um sorrisso fraco me disse: "_ Eu te disse que estava me curando". O ajudei a se limpar, e logo em seguida, me dei conta que nem ao menos sabia seu nome. " Agora que já te ajudei, pode ao menos me dizer seu nome?" ele me olhou de relance ainda no sofá: "_Meu nome é Marcos, sou Alfa da matilha Lua Negra, vim aqui apenas para um reunião de negócios, mas acabou sendo uma grande emboscada."

Ri meio sem graça tentando entender o por que da palavra alfa na frase dele. "_Então você quer dizer que, é o alfa, de uma matilha de lobos? É isso? ele me respondeu:"_ Sim, é isso. Olha, sei que é muito pra você digerir agora mas, você não é humana, você é uma Crinos, foi o seu lobo quem me salvou essa noite, não sei como você veio parar no mundo humano, mas você precisa vir comigo, A sua espécie é diferente da minha, e não consegue se controlar na forma de lobo.

Quantos anos você tem?" Marcos me perguntou e, eu respondi: "_ 27" ele me olhou, e disse: "_ Como você faz pra conseguir se manter na lua cheia? você tem ajuda?" Depois de alguns longos suspiros, ainda sem entender essa conversa eu disse:"_Não tenho ninguém, apenas me amarro as correntes, e torço pra elas aguentarem até o dia seguinte". Ele me olhou como se não acreditasse nas minhas palavras, então apontei pra uma bolsa no chão no canto da sala cheia de correntes grossas de prata.

Ele respirou fundo, ainda com  camisa rasgada mas, com os curativos que insisti em fazer ,e me disse."_ A sua vida tem sido confusa nos últimos anos, sei que é muita coisa pra assimilar agora mas, eu posso mesmo te ajudar a se controlar se você aceitar vir comigo pra matilha da Lua Negra."

Eu respirei fundo e pensei 'Se tudo o que ele me disse até agora for verdade, então, estarei mais segura no meio de lobos do que dos humanos, não sei nada da minha vida antes do orfanato, e também não tenho nada a perder e, com certeza terei problemas por aqui se os outros homens daquele beco me rastrearem.'

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