Depois do episódio da noite anterior, fiquei receosa de voltar a dançar mas, Sr Petrúcio mais uma vez, me garantiu que a academia estaria vazia se quisesse usá-la.
Agradecida, decidir voltar afinal, queria muito dançar de novo, e poder encontrar um lugar tranquilo pra isso seria o ideal. Depois do treino, fui logo descendo as escadas para o refeitório, sai atrasada mais cedo, e não consegui tomar o café da manhã, então estava faminta. Assim que fiz meu prato, me sentei em uma das várias mesas do refeitório gigante, e começei a comer, de repente, sinto James se sentar ao meu lado com Caio logo em seguida, fiquei desconfiada com o sorisso malicioso que eles estavam no olhar, então perguntei: "_ Tudo bem com vocês? " os dois acenaram que sim, em seguida Caio falou: "_ Não sabia que dançava Júlia" eu gelei com o seu comentário, o que só os fez rir mais das minhas bochechas coradas, perguntei logo em seguida: "_ Como você sabe que eu danço?" ele olhou pra mim ainda com o seu sorriso malicioso no rosto e disse: "_ Você não viu? Um video seu dançando no polly dance tá circulando em todos os lugares. A garota nova é o mais novo babado do momento". meu coração disparou com o que tinha cabado de ouvir. 'Não acredito que aqueles garotos gravaram minha dança e enviaram pra todo mundo. Que Vergonha!'"_Não acredito nisso! eu jurava que não tinha ninguém na academia aquela hora. Que vergonha!" falei colocando as mãos no rosto tentando me esconder.Vendo a minha reação os garotos trataram logo de se desculpar, " se quiser nós podemos fazer os videos sumirem" disse James, era só pedir, mas deixei pra lá, afinal, eu era a novata aqui, e não queria causar mais problemas, ou ser mais alvos de fofoca por causa disto, deixei como estava, logo logo todos esqueceriam isso, e a vida voltaria ao normal, se é que algo é normal pra mim.Assim que terminei meu almoço, Luna Ester me levou até a escola e me apresentou algumas crianças, disse que ficaria com as aulas de artes com eles. Adorei isso, porque poderia explorar várias coisas, eram cerca de 10 crianças de diferentes idades, dos 6 anos aos 15. Logo me inturmei com eles, e conversamos sobre o seus gostos, e o que eles mais gostavam de fazer.No dia seguinte, depois do treino, levei as crianças para uma praça próxima a escola, e disse que teriamos um dia ao ar livre. levamos os cavaletes para pintar e expressar da maneira que quisessem com giz de cera, tintas, lápis como eles preferissem, disse a cada um para escolher algo que chamasse a sua atenção no meio de toda aquela movimentação da praça, seja um carro, uma pessoa, uma paisagem, uma casa, queria que eles explorassem ao máximo a capacidade deles em criar algo.Depois de algum tempo na praça, começei a ver esboços dos seus desenhos tomando forma, cada um de uma maneira diferente, quando terminaram a menina mais nova de 6 anos Sophia se aproximou, e me mostrou seu desenho, ela estava chateada porque o dos outros estava melhor que o dela, entao eu sentei ela no meu colo e disse: "_ Tá vendo todas essas pessoas a nossa volta?" ela acenou que sim, então eu continuei "_ todos eles são diferentes não são?" Ela acenou que sim novamente, então mostrei a ela dois gêmeos que estavam sentados numa lanchonete e disse "_ Até aqueles dois são diferentes sabia?" Ela acenou em negação e me disse: "_ Eles são Gêmeos, não tem como serem diferentes" eu ri da resposta dela e falei "_ Tem sim! Olhe bem pra eles, podem ser iguais por serem gêmeos mas, as suas personalidades são totalmente diferentes" ela entendendo meu ponto de vista acenou com a cabeça abrindo um sorriso, mas então, a confusão tomou conta do seu rosto novamente, e então, eu continuei "_ Nem todos são iguais e não precisam ser, cada um tem um jeito único, igual o seu desenho, ele é diferente dos outros, olhem bem, cada um tem um jeito de desenhar e mesmo assim cada um é especial e único." Assim que vi o sorriso no seu rosto pude ver que ela compreendeu que o seu desenho era lindo e único do jeito dele.Assim que todos terminaram, voltamos para a escola, pois já estava na hora de irmos pra casa, pegando minhas coisas, vejo Luna Ester na porta com um sorriso meigo no rosto. Assim que me aproximo, ela me diz: "_ Você tem mesmo um jeito com crianças, vi como foi sua tarde na praça com eles, nunca os vi tão animados. você tem uma estratégia diferente com eles, que funcionou". Sorri orgulhosa por ouvir as palavras dela.Voltando ao meu quarto exausta tomo meu banho e apago na minha cama sem nem jantar.Acordei com os raios de sol adentrando a janela do quarto, desliguei meu alarme, e fui fazer minha higiene matinal, desci a escadas, tomei meu café, e segui pro treino. Depois almocei, e fui a escola para mais uma aula criativa com as crianças, estava amando poder viver esse momento com eles. Ao final do dia, queria mesmo dançar um pouco, sabendo que era uma sexta a noite, tinha certeza que não haveria ninguém na academia, todos estavam a sair para curtir o fim de semana, então peguei minhas coisas e fui pra academia, estava tudo tranquilo, então me alongei, e coloquei uma música pra tocar, segui ao som da música Trampoline da Shaed, meus passos imitanto uma bailarina, cabelos soltos, com uma short colado e uma camiseta folgada, descalço, estava me sentindo muito melhor assim. Quando a música estava já para acabar, alguém empurra a porta com tudo quebra a parede, e olho horrorizada o que tá acontecendo sem conseguir processar o momento, me encosto no espelho, e quando tiro meus cabel
A noite foi longa, mal consegui descansar pensando que todos da matilha tinham me visto dançar contra a minha vontade e ainda mais em rede social, estava completamente envergonhada, sempre fui na minha, nunca gostei de chamar atenção, então tudo isso virado pra mim, era como se estivesse completamente exposta. Desci para o café da manhã, mas novamente, entrei de cabeça baixa, não falei com ninguém, tomei meu café, e segui para o escritório do Alfa, assim que bati na porta, James a abriu e pediu que entrasse, Assim que entrei, encontrei Alfa Marcos e Luna Ester ao seu lado na mesa de conferência, sérios, pensei comigo 'Tô ferrada! É agora que eles me expulsam'. Do outro lado da mesa, estão cinco rapazes que presumo serem os recrutas que inventaram toda essa palhaçada de me gravar dançando, com alguns pais aos seus lados, e o Gama Caio na outra extremidade da mesa com um olhar de solidariedade. Alfa Marcos gentilmente acena com a cabeça e pede para me sentar. Ele limpa a garganta ante
" Sente-se aqui Júlia". Luna Ester me diz, indo para um sofá do outro lado da sala. " Quero que me explique como soube da camera escondida, os rapazes disseram que colocaram na parede". "Então" eu começei sem saber direito como explicar a noite passada. " Um homem entrou na sala, e bateu na parede até tirar a camera, parece que ele sabia exatamente onde estava, ele me mostrou a camera e, me disse para voltar para o meu quarto". Disse apressadamente sem colocar muitos detalhes, eles se entreolharam e me perguntaram como era o homem, eu disse que era alto, branco, com cicatrizes pelo pescoço e cabelos loiros, não sei dizer a cor dos olhos pois estavam num preto profundo. Eles novamente se entreolharam e, isso me fez questionar se algo estava errado, disse ainda que nunca havia visto ele por aqui. Alfa Marcos me olhou sem expressão em seus olhos e, me disse: já está tudo esclarecido, por agora, volte aos seus afazeres e qualquer coisa lhe chamarei de novo". acenei de leve, e me levante
James e Alfa Marcos me colocam dentro da pequena sala, o homem misterioso me olha sem expressão em seu rosto. Alfa e James saem da sala, e ficam nas escadas enquanto o homem continua a me encarar, e mais uma vez ouço meus ossos quebrando, grito de dor de tento me conter, ele se abaixa pra me olhar mais de perto e diz: "_ Não lute contra sua transformação". eu olho pra ele sem entender 'Ele só pode tá maluco, eu posso machucar todo mundo aqui se me transformar'. Olho ofegante pra ele e digo :"_ Não posso fazer isso, não tenho controle de nada". então ele me responde: "Você precisa de uma âncora para começar a controlar seu Crinos, converse com seu lobo pra conseguir chegar a um acordo." Eu digo:"_ Não é como se alguma vez meu lobo tivesse falado algo comigo, ela tem uma parede bloqueada, nunca me disse uma palavra, e como faço para ter uma âncora?" Ele olha novamente e diz: "_ um parente, um amigo, um namorado, sei lá, alguém que você ame". Solto uma risada sem graça, e respondo tent
Assim que o avistei, ele estava com uma toalha enrolada em sua cintura, sentado no canto, próximo ao portão, e encima de mim, havia uma manta azul cobrindo meu corpo. Enquanto tentava me levantar segurei a manta pra que não mostrasse nada a mais. Quando finalmente me ajustei, sentada no chão perguntei: O que aconteceu?", não me lembrava de nada, como sempre. Ele finalmente olha pra mim e diz: "sua loba falou comigo noite passada, ela não é muito de falar, e disse que você não sabia quem era, então, não achou que devesse falar algo, mas prometeu que irão conversar". Acenei agradecida, mas então, consegui me lembrar de um fragmento daquela noite, a mordida no ombro. Perguntei confusa:"_ Você me mordeu?" ele me olhou diretamente nos olhos agora e disse: "_ Sim, eu te marquei, meu lobo tomou conta, e não me deixou espaço para conversar, ele marcou sua loba como dele". Tinha ouvido sobre companheiros aqui na matilha enquanto aprendia sobre os lobos, mas não achei que encontraria o meu, af
Sai o mais rápido que pude da pequena cabana, o céu estava nublado, ameaçando chover, sair sem olhar direito pra onde estava indo, só queria me afastar dele, suas palavras me machucaram profundamente, e nem mesmo sabia seu nome. Assim que me afastei um pouco, não pude conter minhas lágrimas pela rejeição que se afundou no meu peito, me sentei na raízes de uma árvore, e pus minha cabeça entre as pernas. Igor Assim que segurei seu queixo pedindo que olhasse pra mim, pude ver seus olhos tentando conter as lágrimas que queriam escorrer pelo seu rosto, soube nesse momento que ela tinha ouvido minha conversa com meu irmão, fiquei devastado por fazê-la chorar, não era o que eu queria mas, minha vida estava uma bagunça agora, e não queria arrastá-la pra isso. Voltei a poucos meses para minha matilha, depois de anos sendo torturado e usado como cão de guerra pelos caçadores, sabiam que eu era um Crinos, e usavam meu lado selvagem pra que matasse seus oponentes, sabiam que eu conseguiria a
Igor Chegando próximo, posso ouvir seu choro, e meu coração se parte por saber que eu sou a causa dele. Me aproximo dela, abaixo até aonde ela está sentada, e peço as mais sinceras desculpas que posso dar. Ela não me responde de imediato, olho em volta tentando encontrar palavras pra consolá-la. Um silêncio toma conta, até ela finalmente falar. "_ Não quero ser um problema pra você, eu só achei que com todas as histórias de companheiros que ouvi aqui, seria diferente". Ouvir isso dela realmente me fez ver o quão idiota eu tinha sido. "_Vamos voltar pra casa, comer alguma coisa, e depois conversar melhor, tudo bem? Tudo isso é novo pra mim também, e tá obviu que eu não sei lidar com isso". Quando ela finalmente levanta seu rosto vermelho do choro, ela esfrega com a palma das mãos enxugando as lágrimas, e acena em concordância. Ajudo ela a se levantar, e caminhamos de volta para a cabana, quando entramos, meu irmão já não está mais lá. Preparo nosso café da manhã, e depois de comermos
A noite logo se instala, e volto a dormir no quarto dele, a cabana é pequena, e possui apenas um quarto, então, temos que dividi-lo, mas ele ainda fica com o sofá, me dando espaço para dormir na cama sozinha. O que acho fofo de sua parte. Na manhã seguinte, tento seguir meu ritmo, treinamento, a escola com as crianças e depois volto pra cabana, não estou mais na casa da matilha, tenho ficado com o Igor pra que possamos nos conhecer melhor, afinal, somos companheiros, mas dando um certo espaço ao outro, Igor tem ido as terapias para ajudar na sua volta a matilha, e voltamos todas as noites pro mesmo lugar. No dia seguinte, acordo bem cedo sinto uma vontade imensa de dançar, e como aqui próximo só tem árvores, tenho certeza que não serei gravada dessa vez, por trás da cabana, noto um grande lago com uma doca, onde tem espaço suficiente pra dançar, então me alongo, e enquanto os primeiros raios de sol aparecem no céu, eu começo minha dança, com meus cabelos longos até a cintura soltos,