Sai o mais rápido que pude da pequena cabana, o céu estava nublado, ameaçando chover, sair sem olhar direito pra onde estava indo, só queria me afastar dele, suas palavras me machucaram profundamente, e nem mesmo sabia seu nome. Assim que me afastei um pouco, não pude conter minhas lágrimas pela rejeição que se afundou no meu peito, me sentei na raízes de uma árvore, e pus minha cabeça entre as pernas. Igor Assim que segurei seu queixo pedindo que olhasse pra mim, pude ver seus olhos tentando conter as lágrimas que queriam escorrer pelo seu rosto, soube nesse momento que ela tinha ouvido minha conversa com meu irmão, fiquei devastado por fazê-la chorar, não era o que eu queria mas, minha vida estava uma bagunça agora, e não queria arrastá-la pra isso. Voltei a poucos meses para minha matilha, depois de anos sendo torturado e usado como cão de guerra pelos caçadores, sabiam que eu era um Crinos, e usavam meu lado selvagem pra que matasse seus oponentes, sabiam que eu conseguiria a
Igor Chegando próximo, posso ouvir seu choro, e meu coração se parte por saber que eu sou a causa dele. Me aproximo dela, abaixo até aonde ela está sentada, e peço as mais sinceras desculpas que posso dar. Ela não me responde de imediato, olho em volta tentando encontrar palavras pra consolá-la. Um silêncio toma conta, até ela finalmente falar. "_ Não quero ser um problema pra você, eu só achei que com todas as histórias de companheiros que ouvi aqui, seria diferente". Ouvir isso dela realmente me fez ver o quão idiota eu tinha sido. "_Vamos voltar pra casa, comer alguma coisa, e depois conversar melhor, tudo bem? Tudo isso é novo pra mim também, e tá obviu que eu não sei lidar com isso". Quando ela finalmente levanta seu rosto vermelho do choro, ela esfrega com a palma das mãos enxugando as lágrimas, e acena em concordância. Ajudo ela a se levantar, e caminhamos de volta para a cabana, quando entramos, meu irmão já não está mais lá. Preparo nosso café da manhã, e depois de comermos
A noite logo se instala, e volto a dormir no quarto dele, a cabana é pequena, e possui apenas um quarto, então, temos que dividi-lo, mas ele ainda fica com o sofá, me dando espaço para dormir na cama sozinha. O que acho fofo de sua parte. Na manhã seguinte, tento seguir meu ritmo, treinamento, a escola com as crianças e depois volto pra cabana, não estou mais na casa da matilha, tenho ficado com o Igor pra que possamos nos conhecer melhor, afinal, somos companheiros, mas dando um certo espaço ao outro, Igor tem ido as terapias para ajudar na sua volta a matilha, e voltamos todas as noites pro mesmo lugar. No dia seguinte, acordo bem cedo sinto uma vontade imensa de dançar, e como aqui próximo só tem árvores, tenho certeza que não serei gravada dessa vez, por trás da cabana, noto um grande lago com uma doca, onde tem espaço suficiente pra dançar, então me alongo, e enquanto os primeiros raios de sol aparecem no céu, eu começo minha dança, com meus cabelos longos até a cintura soltos,
Estamos na semana da Bendita lua cheia, e finalmente minha loba decide se pronunciar sobre os acontecimentos a seguir. Ela me disse que tinhamos que concluir o vínculo de acasalamento, já que estava próximo dos trinta anos, não poderia ficar esperando tanto tempo, só para nos conhecermos melhor, ela insistiu que tinhamos a vida inteira para isso, bufei de frustração por suas palavras, mas sabia o que ela temia. Com os crinos, algumas coisas são diferentes, se caso completássemos 30 anos sem encontrar o nosso companheiro(a) nossos lobos iriam adormecer, e em pouco tempo definharíamos, e consequentemente morreríamos, era isso que ela temia, insistindo que conversasse com Igor para na próxima lua cheia, fazermos o ritual na forma de Crinos o que me opus na hora, não queria que minha primeira vez fosse na forma de lobo, e sabia que como a selvagem que habitava em mim, não me deixaria ver nada, muito menos palpitar com o que acontecia, enfim, tinha medo dela tomar o controle e fazer bestei
Assim que acordo, sinto aquele calor reconfortante dos braços do meu companheiro em cima de mim, sem querer acordá-lo, saio de mansinho da cama, ainda nos primeiros raios de sol entrando pela janela. Vou até as docas me alongo, e começo meu exercício matinal preferido, dançar. Como da outra vez, entre um música e outra, percebo que estou sendo observada mais uma vez, olho para a cabana, e vejo um lindo homem loiro de olhos azuis sentado na varanda com uma xicara de café nas mãos, observando cada passo que dou com admiração, mas ao invés de parar, engulo minha vergonha a seco e continuo dançando. Terminado meus exercícios vou até ele, seguro seu rosto com minhas mãos, e dou um leve selinho em seus lindos lábios. "_ Bom dia" digo com um sorriso, ele retribui "_Bom dia Linda". Olhando fixamente pros meus olhos sinto sua excitação por estar tão próxima dele, e um queimor passa pelas minhas pernas também. O beijo mais uma vez, e entro para tomar um banho, nunca pensei que estar perto dele
Nos sentamos ao lado de fora da varanda, esperando que eles começem, já nervosa, ouço a voz da mulher pela primeira vez. "_ Esperamos por muito tempo poder te encontrar, não sabiamos como estava ou onde estava, nós só poderiamos esperar sua primeira transformação pra poder enfim te encontrar". Fico sem entender nada, minhas dúvidas e perguntas já borbulhando em minha mente "_ Vocês estavam a minha procura? Como assim? Eu não tenho familia, até encontrar a familia do Igor nem sabia quem eu era". "_ O que vocês querem dizer com isso? vão logo para o que interessa, antes que mais patrulheiros cheguem, e os levem". Igor diz e sinto uma pitada de dominânicia em seu tom. O homem antes calado, se pronuncia "_ O que você acha que vai fazer? nós viemos buscar nossa filha, nossa matilha está sofrendo á anos, e finalmente podemos acabar com isso, com ela seguindo seu destino". Fico chocada com as palavras que saem da boca dele, mas Igor fala antes que eu possa suspirar "_ Ela não vai a lugar nen
Ainda tentando processar o que aconteceu, ouço o barulho dos cascalhos, e sei que tem mais gente chegando, vejo Alfa Marcos e mais alguns homens com ele, tento explicar que na verdade eles não são selvagens, e sim meus pais, apesar de duvidar das minhas palavras, o Alfa Marcos hospeda os dois na casa da matilha para saber mais sobre eles. Igor se afastou um pouco, me deixando confusa sem saber o que ele pensa, mas faço uma nota mental de conversar com ele assim que as coisas se acalmarem. Igor Quando ouço o suposto pai de Júlia me menosprezar daquela maneira, sinto vontade de arrancar sua garganta fora, por não me achar digno de estar com ela, Ele não a conhece como eu, não sabe como ela sofreu esse tempo todo, e agora chega cheio de pompa achando que ela simplesmente vai com ele. Espero mesmo que isso não aconteça, não suportaria perdê-la. Tento me conter, enquanto vejo o desenrolar da conversa, quando Júlia se vira e me mostra a mesma marca da mulher a nossa frente, não consigo ac
Antônia começa falando: " Quando você nasceu, foi levada por uma bruxa ainda nas primeiras horas de vida, e deixada para morrer no mundo humano, essa bruxa, tinha raiva do seu pai por ter escolhido a mim, e não ela então, tentou se vingar tirando a nossa única filha" . Ela conta ainda, que ela lançou um feitiço poderoso contra a nossa matilha, e que depois disso, nenhuma outra criança nasceu, ou seja, eu fui a última nascida na matilha dos crinos pelos últimos 27 anos. Fico chocada com isso, mas continuo ouvindo atentamente ela dizer, que nossa matilha agora está com nada mais do que 40 pessoas, e que nossa matilha já foi muito vasta, com mais de 500 membros. Meu pai toca no assunto novamente de que eles são os Reis da matilha dos crinos, e eu sou a princesa perdida, que preciso tomar meu lugar por direito no trono, e me casar com o meu "par destinado" que me aguarda na matilha dos crinos. Olhando sem acreditar no que meu pai acaba de dizer, vejo no canto do olho Igor respirando pesa