A Princesa dos Crinos
A Princesa dos Crinos
Por: Juliana Lima
1 - A Órfã

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Julia

Nunca pensei bem como seria minha vida depois que completasse 18 anos, e precisasse encarar o mundo lá fora.

Desde que me entendo por gente, vivo no orfanato de Saint Paul, no sul de Edgesriver, me chamo Júlia, e atualmente tenho 27 anos. Tenho sérios problemas com minha raiva, o que me deixa sem muitos amigos, até prefiro assim, se soubessem o que tenho que enfrentar quando é noite de lua cheia, certamente me fariam de cobaia, e seria alvo de vários experimentos.

Não sei exatamente o que acontece comigo na lua cheia, porque perco a memória de tudo o que aconteceu, simplesmente não me lembro, então uso correntes de prata, e me prendo a elas pela noite inteira, pra garantir que nada de ruim aconteça. Você deve estar se perguntando como é que ninguém no orfanato sabe desses meus episódios, mas, tudo começou depois de completar meus 18 anos de idade, e já estava morando sozinha quando aconteceu a primeira vez.

Moro num pequeno apartamento próximo ao meu antigo lar o orfanato de Saint Paul, quando estava prestes a sair de lá, a Dona Gennie que gerência o lugar, me ofereceu uma vaga de emprego, porque tenho muito jeito com as crianças mais rebeldes kkk, se é que me entende, consigo conversar com elas de uma maneira diferente, nem eu mesma sei explicar, mas amo o que faço, nas horas vagas paro para extravasar e danço numa sala que a Dona Gennie me disponibiliza nos fundos do orfanato, é bem velha a sala, mas tem grandes espelhos, e as barras de ferro do telhado seguram a barra de polly dance que eu tento aprender.

Gosto mesmo de dançar, mas nunca fui a uma escola de dança, sempre assisti a videos na internet e, tentava reproduzir, essa foi a minha escola.

Sempre que estava de cabeça cheia, dava umas voltas pela cidade para admirar a cidadezinha pitoresca e tranquila que viviamos, até que uma noite voltando pra casa, já sabendo que a próxima noite seria de lua cheia já não estava nos meus melhores dias, perdida em meus pensamentos entrei num beco e nem percebi três homens grandes batendo em um único cara, ele era enorme, certamente dava conta dos três, não tenho dúvidas, mas já estava muito machucado, seu terno estava todo rasgado e tinha cortes fundos no abdômen.

Eu não sei o que me deu, porque de repente, fui empurrada e tudo escureceu, quando eu finalmente consegui retomar minha mente, estava de frente ao cara enorme caido no chão ofegante, e os outros três que estavam batendo nele caidos no chão mortos. Tinha sangue em minhas mãos, os meus olhos se arregalaram quando olhei em volta, gargantas arrancadas, braços totalmente dilacerados e crânios esmagados, um verdadeiro filme de terror. Olhei sem entender nada pro homem a minha frente e tudo que ele conseguiu pronunciar foi um _"Obrigado". Antes de desmaiar.

Não podia deixá-lo lá, minha casa era próxima então tentei por os braços dele em minha volta, e literalmente, o arrastei até em casa, por sorte a rua estava deserta, já se passava das 02:00 da manhã, coloquei ele com cuidado no meu pequeno sofá, que pareceu ainda menor com a aparência enorme dele, finalmente vi o quão grave eram os seus ferimentos, corri pro meu banheiro e peguei uma maleta de primeiros socorros com algumas gases para limpar seus ferimentos.

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