ÁLCOOL E SOLIDÃO

O álcool queimava minha garganta, mas não tanto quanto as palavras de Angeline ainda queimavam dentro de mim. Eu encostei o copo na mesa, meus olhos perdidos nas luzes difusas da boate. A música alta e o cheiro de cigarro misturado com perfume caro formavam o ambiente perfeito para alguém que queria se afogar nos próprios pensamentos. E eu queria. Eu precisava.

Foi quando Giovanni se sentou ao meu lado, pedindo um uísque para si. Ele me olhou de soslaio e suspirou.

— Matteo, você está parecendo um cachorro abandonado. O que foi dessa vez?"

Soltei uma risada sem humor.

— Acredite, Giovanni, dessa vez é pior.

Ele ergueu uma sobrancelha e tomou um gole da bebida antes de se recostar na cadeira.

— Vai, fala logo. Desembucha.

Eu passei a mão no rosto, tentando organizar os pensamentos turvos pelo álcool.

— Lembra da Olivia?

— Claro. O que tem ela?

Suspirei pesadamente.

— Descobri que tenho uma filha com ela, Giovanni... A menina tem cinco anos. E a Angeline... Ela tá furiosa. Se sentiu tra
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