Acordei de madrugada com o rangido da porta se abrindo. O frio da noite se infiltrou no meu corpo enquanto sentia mãos fortes me arrastando para fora. O medo aperta meu coração, mas não consigo deixar de me perguntar onde estou. A cada passo, o ambiente ao meu redor se revela mais claro: estou em um casarão antigo, com paredes de pedra e um cheiro de mofo que parece acompanhar a escuridão.Fui levada para um escritório, onde a luz fraca de uma lâmpada pendente ilumina o rosto de um homem que se encontra ali.Sinto um frio na espinha, pois, embora não consiga lembrar de seu nome, algo em sua presença me parece estranhamente familiar. É como se uma sombra do passado estivesse prestes a se manifestar diante de mim.— Por que estou aqui? O que você quer? — minha voz tremula, mas eu me esforço para manter a compostura.O homem apenas sorri, um sorriso que não revela nada, mas que me faz sentir um nó na garganta. Ele se aproxima lentamente, e o reconhecimento vem como uma onda avassaladora
A escuridão da sala de reuniões envolvia meu espírito enquanto eu tentava traçar um plano para resgatar Angeline e Isabella. Meu coração estava pesado, a incerteza pesando como uma âncora. Sem saber quem as sequestrou, qualquer movimento que eu fizesse poderia ser um passo em falso. A impotência me consumia.Giovanni entrou, sua presença sempre imponente.— O que temos, Matteo? — ele perguntou, a voz baixa, mas firme.— Estamos no escuro. — respondi, batendo os dedos na mesa de madeira. — Nada que possamos fazer até descobrir quem está por trás disso. Precisamos de informações.— Eu posso fazer algumas perguntas. —Giovanni disse, um sorriso sombrio surgindo em seus lábios. — Mas precisamos agir rápido. O tempo não está a nosso favor.Decidi que era hora de pressionar um dos nossos rivais que havia sobrevivido ao último confronto no porto. Ele sabia algo.Peguei o telefone e mandei um aviso para que o homem fosse trazido até mim. A atmosfera estava carregada de tensão quando finalmente
Fui levada de volta para o cativeiro, e meu coração apertou ao perceber que Isabella não estava mais lá. No lugar dela, encontrei Olivia, machucada e no chão, com os olhos cheios de lágrimas. O desespero tomou conta de mim.— Onde está Isabella? — perguntei, minha voz tremendo.Ela apenas balançou a cabeça, soluçando, e disse que não sabia. Sua angústia era palpável, como se a dor que sentia a consumisse e a impedisse de pensar. Eu me agachei ao seu lado, tentando transmitir um pouco de esperança em meio ao desespero que nos cercava.— Eu não deveria ter feito isso... — Olivia começou, a voz entrecortada. — Pedi para Isabella mentir, para dizer que você havia empurrado ela. Eu... estou tão arrependida.Olivia parecia em choque, sua expressão perdida e assustada. As palavras dela ecoaram em minha mente, misturando compaixão e frustração dentro de mim. Sabia que ela estava agindo por medo, mas, ao mesmo tempo, isso poderia complicar ainda mais a nossa situação.O que aconteceria agora?
Dias Depois...A ideia de me vingar de Matteo se solidificou em minha mente como uma serpente venenosa, pronta para atacar. Ele pensava que tinha tudo sob controle, mas não fazia ideia de que eu havia arquitetado algo muito mais profundo. E Angeline seria a chave para minha vingança.Matteo se arrependeria, com certeza, de ter tirado a vida da minha esposa. Eu faria questão de que ele soubesse exatamente o quanto sua decisão tinha custado. Usaria Angeline, manipulando seus medos e inseguranças como um maestro diante de sua orquestra.Ela era uma menina fácil de enganar, e eu sabia disso. Sua compaixão, essa fragilidade, seria meu maior trunfo. Eu poderia convencê-la a fazer o que quisesse, a jogar suas cartas a favor da minha causa. Bastaria tocar na ferida certa, plantar a semente da dúvida em sua mente e assisti-la florescer em desespero.Assim que me aproximasse dela, falaria sobre como Matteo não se importava de verdade com os que amava. Eu faria com que ela se sentisse sozinha, i
Florença | ToscanaO dia em Florença é sempre belo, adoro a sensação de liberdade que tenho aqui, pelo menos nas proximidades do internato. O lugar é repleto de árvores e tem um jardim fantástico, o que compensa ser afastado de todos e no meio do nada. Estou aqui há tanto tempo que não sei diferenciar mais. Não reclamo por amar a paz deste lugar, mas um pouco de liberdade é sempre bom.— Angeline?Escuto a voz da madre me chamar. Olho para cima e lá está ela me olhando com seus grandes olhos pretos. A madre é como uma mãe para mim, uma que nunca tive.— Suba aqui em cima, preciso de você, querida.— Sim, Senhora! Já estou indo, madre.Respiro mais uma vez o ar livre e entro.Sigo para a sala da madre no final do corredor. Ela disse que a vista é melhor, assim pode observar todas as meninas. Exagero, é claro. Não temos contato com ninguém de fora, exceto os nossos pais. Pelo menos as meninas que recebem visitas da família, o que não é o meu caso.— Posso entrar? — bato levemente na por
Calábria | CatanzaroMeu corpo todo pedia descanso, noites mal dormidas e grandes dores de cabeça, não era só a máfia que roubava meu tempo, mas também a irmã problemática que eu tinha. Sofia, desobediente e rebelde, fazia meus dias um completo tormento.Ser o provedor do seu lar tem um custo. O meu era ter mais responsabilidade do que poderia suportar. Meu pai morreu quando eu tinha 14 anos. Assumi a máfia cedo demais, mas fui preparado para isso, sabia agir e lidar com tudo. Do meu lado, me ajudando, ficou meu tio Vittorio. Ele me ensinou algumas coisas.Perdi minha adolescência trabalhando, não me arrependo, não sou temido hoje por ser benevolente. Frio e calculista, talvez. Matei pela primeira vez com 8 anos, meu pai encontrou um traidor em nosso meio, então como treinamento me fez matá-lo, foi surpreendentemente adorável, amei ver seu sangue em minhas mãos, o cheiro me excitava, na verdade, me excita.— Senhor?— Pode entrar!Um dos meus homens passa pela porta, a cabeça ligeiram
Calábria | CatanzaroQue maldito feitiço foi esse que aquela garota jogou em mim? Desde que cheguei de Florença, não consigo pensar em outra coisa, estou como um louco querendo provar seu gosto, somente com esse pensamento meu pau desperta.Maldita, Angeline!— Matteo?Olho para frente, vendo Giovanni falar comigo, se quer vi quando entrou.— O que foi, Giovanni?— Aconteceu algo?— Não!Ele me olhou desconfiado.— Como foi com Sofia? Sei que ela pode ser complicada.Giovanni foi criado comigo, ele é filho de uma de nossas empregadas com um soldado, o tenho como um irmão, porém ele chegou aqui com seu próprio mérito, fez com que meu pai enxergasse nele algo de especial.— Sofia, como sempre, complicando minha vida, mas essa viagem não foi tão ruim.— Deixe-me adivinhar… Uma mulher?Olhei para ele interrogativo.— Te conheço bem, nada além de uma mulher para te animar.— Tem razão, porém ela ainda não é uma mulher, não totalmente…Meus pensamentos voltam para a ninfeta.— Como assim, n
Florença | ToscanaHoje acordei com uma sensação estranha no peito. Já faz algumas semanas que a madre ordenou que eu participasse das aulas que ensinam as meninas a se comportarem diante de um homem. Não sei o motivo, mas, geralmente, só frequentam meninas que estão se casando, o que aumenta ainda mais o meu medo.— Para, Angel! — Sofia bate na minha mão.Eu estava roendo as unhas de nervoso.— Acho que vou casar, Sofia… Meu Deus, eu só tenho 18 anos…— Você ainda não sabe se é isso.— É claro que é!— O que está aprendendo nessas aulas?Meu rosto automaticamente fica vermelho.— Eu não consigo falar...— Para com isso, Angeline Rossi. Fala logo!— Ensinam como devemos agir na cama… Sabe… Quando estamos… — faço gestos com as mãos.— Ensinam vocês a transarem?— Sofia!Ela começa a rir.— Qual é a graça?— Isso… Como podem ensinar? Imagino que elas digam que você deve ficar deitada na cama como uma estátua, né?Concordo envergonhada.— E devemos obedecer ao nosso marido, tudo que ele