Foram dias de incansáveis buscas pelo jovem. Os mensageiros, depois de uma semana, retornam ao Castelo, frustrando as expectativas de Larissa. Mas ainda existe esperança. Ela não desiste. Foram buscas e mais buscas que perduraram por mais um mês. O ano já estava mudando no calendário. Entravam no ano de 1205.
“Já estamos há um mês procurando por ele e nada. Não prefere desistir?” – Um dos mensageiros pergunta à princesa. “Lógico que não. Enquanto eu não souber do seu paradeiro, não vou desistir.” – Larissa responde com um olhar um pouco desfalecido. Apesar de tudo, se mostrava vivaz sobre o assunto. Queria de todas as formas ter Luki ali.
Mais um mês de buscas intensas até que os mensageiros chegam à região do lago Vransko Jezero – seu nome vem da palavra croata Vrana, que quer dizer corvo. – na região de Vrana. Havia uma vasta vegetação que separava o lago do vilarejo de Vrana. Era uma região muito conhecida como uma reserva ornit
Gora é um reino pequeno, muito ligado à agricultura. Seu nome, em croata significa Reino da Terra. Seu comércio tem mostrado força nos últimos tempos com eslovenos e eslovacos. Luki e Larissa estão preparando os detalhes do casamento, aguardam o grande dia ansiosamente. Larissa está animada. Manda convidar todos os seus parentes. Por seu pai ser descendente de sérvios, tem muitos parentes na outra nação. Sua prima da Bósnia, Louise, também virá. Luki se resume em convidar sua família e vizinhos de seu antigo aldeão. Agora teria uma vida no Castelo Real, lugar em que ele já disfruta em um quarto especial. Seu quarto vai servir pra seus pais que também vão morar ali. Estamos no começo do ano de 1205. As mudanças nos países vizinhos estão acontecendo. O Império Latino tenta expandir seu território e exibir suas forças. Enquanto isso, em Gora havia paz e clima de festa. Mas antes dela acontecer a grande cerimônia, muito trabalho. Os preparativos para o ca
Chega o mês de março e ainda nenhuma mudança fora votada. As notícias são da Turquia. Em Adramício, uma batalha é travada pelo Império Latino. O rei Joachim teme que em algum momento os latinos invadam Gora e toda a Dalmácia. A única divisão entre os reinos era o Mar Adriático. Mas os latinos pleiteavam outras terras. Já haviam demonstrado força com o apoio franco contra os gregos do Peloponeso, agora estavam em solo turco. De um lado, o Império de Niceia sob o comando de Constantino e Teodoro, de outro, o Império Latino sob o comando de Henrique de Flandres. Os latinos estavam embalados sob a conquista de Constantinopla e a queda do Império Bizantino no ano anterior. Queriam mais uma conquista, dessa vez contra o Império de Niceia. A batalha teve o apoio dos armênios que deram gás a Henrique. O desfecho disso fez com que todos temessem o Império Latino, graças à sua vitória. O feudalismo dava as suas caras e na primeira reunião geral em Zagreb, Luki viaja s
Nos primeiros dias do ano de 1206, o Rei Joachim morre no Castelo de Frankopan, na ilha de Krk. A família Krkić e a família Planinć, bem como todo o Reino e reinos aliados estavam enlutados pela grande perda. Foi um mês inteiro de luto. Larissa estava inconsolável. Com o conforto do abraço de Luki e da rainha Irina, estava aos prantos no Castelo de Krk. Seu pai foi enterrado ali mesmo. A cerimônia fúnebre lotou a ilha com a presença dos reis da Dalmácia e da Croácia (Zagreb-Eslavônia). O Rei da Dalmácia sabia muito bem o que era ver a morte. Com a invasão magiar na Batalha de Gora, ele e sua família correram grande perigo. Mas a perda de um grande rei como Joachim era inestimável. No final de janeiro eclode a Batalha de Rusião. De um lado Kaloyan, de outro Thierry de Termonde. Travaram uma batalha e todos os homens de Termonde foram mortos, inclusive ele. Mais uma vitória decisiva para os búlgaros. O Reino da Hungri
Entrando no último mês do ano e o calor se aproximava com toda a força sobre Gora. O filho do casal nasce no Castelo Real. “É um menino!” – Exclamou a parteira. Larissa enche seus olhos de lágrimas. Logo, Luki aparece e vê o seu filho nos braços de sua esposa. Luki pega o pequeno príncipe e o beija. Em seguida, dá um beijo na testa de Larissa. “Volim te!” – Eu te amo! Disse Luki ao olhar nos olhos de Larissa. Os dois estavam numa explosão de amor e felicidade. Decidiram que o nome seria Matej. Nasceu um saudável menino, branco e de cabelos e olhos castanhos – igual aos pais. – Estavam todos muito alegres pelo nascimento da criança. Na ocasião, Louise – prima de Larissa – veio visitar o bebê. “Lijepo” – Ele é lindo. Disse a princesa de Sarajevo. Ela veio trazer notícias de seu casamento que em breve seria com um príncipe de Herzegovina. Larissa encheu os olhos de brilho e perguntou se o casamento seria no reino do sul. Louise confirmou pra eu
O finado rei Joachim não havia conseguido elevar Gora a um reino tão conhecido como o atual rei Luki está conseguindo. As suas políticas estão indo de acordo com o que manda para ser um bom reino, de grande popularidade. Entre os reinos da Casa de Arpades (Hungria, Eslováquia e Croácia), o Reino de Gora tem se destacado. Atualmente tem o comércio mais forte. Suas exportações de trigo e milho já estão ganhando espaço entre os arpades. Perde apenas para o Reino da Hungria. A Eslováquia importa seu trigo e seu milho, por ser mais barato que importar do reino húngaro. Outros reinos como o da Eslovênia e Bósnia também têm comercializado com o Reino de Gora. A popularidade do Reino de Luki tem crescido bastante nos últimos meses. Alguns países – até mesmo o Reino da Hungria – não se recuperaram totalmente da última seca. Uma crise na agricultura fez com que povos migrassem para outras áreas. Alguns eslovenos vieram trabalhar nas terras nórdicas de Gora. Fo
O Reino de Gora fica situado ao norte da Dalmácia, antes do condado de Lika-Senj, ao sul da atual cidade de Mogorić. Gora – em croata significa terra – foi assim batizado o reino por uma antiga disputa do povo dálmata com o povo do outro lado do Mar Adriático, mais precisamente da cidade de Ancona. Com a vitória dálmata, a região foi dada à família real Krkić – da Sérvia. O Castelo Real se encontra na atual cidade de Rijeka, bem ao norte. Cidade importante por sua rota comercial com a Eslovênia e Itália. Seu porto recebe embarcações de todo o Mar Adriático. Rijeka passou a ser um centro não somente comercial, mas, também, de cultura e ensino. O governo de Gora era também detentor da ilha de Krk, batizada pela família Krkić. A princípio, seu reino possuía apenas a ilha de Pag, com vista para seu reino pela região de Starigrad. Além da conquista de Rijeka, foi possível conquistar a ilha de Krk, um refúgio importante para a família re
Larissa era filha única do casal. Tinha 16 anos, adorava música e mitologia grega. Vivia o tempo todo dentro do Castelo Real. Moça educada, discreta, falava croata, latim, grego e russo. Era apaixonada por flores. Adorava as flores croatas do seu imenso jardim no Castelo – a íris-croata era sua preferida. Uma moça de estatura média, cabelos e olhos castanhos claros e pele branca. Idealizou em sua mente que se casaria com algum rapaz de fenótipo idêntico ao seu. Amava a sua cor e queria que seus filhos fossem iguais. Diferente da maneira que seus pais e de toda a sociedade na época pensava, queria se casar com um jovem independente se fosse plebeu ou da alta nobreza. Larissa era teimosa. Não gostava que seus pais nem que seus empregados opinassem sobre suas escolhas. Quanto às suas roupas, ela mesma pedia pra fazer seus vestidos. Era tudo feito segundo o seu agrado. Sua mãe não interferia em nada. Sua cor preferida de vestidos era o azul ciano com detalhes brancos. Er
Dois meses se passaram e faltavam alguns dias para o casamento. A cerimônia ocorreria ali mesmo no Castelo Real de Gora. Os empregados já estavam organizando tudo. Todos estavam empenhados nesse grande evento que marcaria não somente a família Krkić, como todo o reino da Dalmácia. Larissa não estava nada contente com o casamento. Mostrou-se calada nos dias seguintes. Queria encontrar uma saída para dizer não. Pensou e arquitetou mais um plano – O que a princesa aprontaria dessa vez? Aos arredores de Zagreb, estava André II e suas tropas, com seu sobrinho László, nada contentes com o casamento de Kádár com a princesa de Gora. Queriam dominar os dálmatas, mas não poderia ser num acordo de paz. Teriam que fazer algo pra parar o casamento, ainda que fossem capturar o noivo a caminho de Gora. Pensaram em arquitetar um plano. Mas decidiram nada interferir por agora. Eles poderiam se casar. Era só anunciar a guerra, matar Kádár e toda a sua família, reconquistar o t