A Chegada em Chamonix

Sophie finalmente chegou a Chamonix, a cidade que seria seu refúgio temporário. O avião pousou suavemente no aeroporto de Genebra, e ela embarcou em um ônibus que a levou pelas estradas pitorescas até seu destino final.

Ao chegar à agência combinada, Sophie folheou o catálogo de casas disponíveis e escolheu uma que parecia perfeita para ela. Uma casa antiga, pequena, mas com dois pisos e uma janela que oferecia uma vista deslumbrante dos Alpes. O interior era aconchegante, com uma lareira e um aquecedor para os dias frios.

Um guia turístico a acompanhou até a casa e desejou-lhe uma ótima estadia. Sophie se sentiu grata por sua ajuda e feliz por finalmente estar em Chamonix, longe da monotonia de sua vida em Paris.

Quando o guia estava prestes a partir, Sophie lembrou-se de uma necessidade básica: café. Ela perguntou ao rapaz se havia uma boa cafeteria nas proximidades. Ele prontamente indicou a Café et Poésie, localizada perto da rua das lojas e dos restaurantes, um pouco mais afastada, próxima à praça.

"Perfeito! Obrigada" - disse Sophie, sentindo-se animada para explorar mais dessa encantadora cidade. Ela sabia que essa viagem seria mais do que apenas uma busca por inspiração para seu novo livro. Seria uma jornada de autodescoberta de novas experiências. Sophie mal podia esperar para começar sua aventura em Chamonix.

No silêncio reconfortante de sua nova casa em Chamonix, Sophie se deixou levar pela beleza ao seu redor. Os quadros nas paredes, as paisagens dos Alpes e da cidade, tudo parecia perfeito. Ela subiu a escada de madeira com verniz até o segundo piso e encontrou um quarto e uma sala aconchegante, com um sofá confortável e uma grande janela que oferecia uma vista cinematográfica.

Sentada em seu novo refúgio, Sophie pensou consigo mesma: "Meu Deus, estou vivendo um sonho. Valeu a pena viver até hoje para contemplar esse lugar!"

Enquanto se aquecia junto ao aquecedor, Sophie notou que, embora lá embaixo houvesse a lareira, ali em cima tinha a vista que ela tanto esperava. Ela preparou uma mesa com suas anotações e um café na bela térmica, pronta para se entregar à tranquilidade e ao silêncio que tanto buscava.

No primeiro dia, Sophie não se preocupou em buscar inspiração. Ela simplesmente se deixou levar pela beleza que a rodeava, saboreando cada momento. O frio do lado de fora não importava, pois dentro de sua casa em Chamonix, ela encontrou o calor e a paz que tanto ansiava.

E assim, com a mente tranquila e o coração cheio de gratidão, Sophie adormeceu, pronta para acordar no dia seguinte e explorar um pouco o belo lugar.

Logo cedo uma ligação corta o sono de Sophie, era Joseph...

-"Por que você viajou sem avisar nada?" - Perguntou ele.

-"Eu pensei que não precisava mais lhe contar todas as minhas decisões, afinal, agora é cada um com sua vida, não?" - respondeu ela.

Joseph desiste mais uma vez tentar iniciar uma conversa com Sophie, ela desliga e decide acender a lareira, umas boas lenhas ali, mas depois precisaria comprar mais. Ela senta e observa o fogo, pensamentos voam... lembra do seu casamento, um dia tão tenso e feliz, ficava inquieta com muita gente, mas era um dia especial, ela amava tanto Joseph, como um amor assim foi esfriar tanto? Ele sempre jurou que não a traiu com aquela amiga, mas parecia tão evidente, a ausência dele, a presença dela nos almoços dele, tinham conversas, segredos, isso é sempre muito difícil de aceitar e a pior parte foi lembrar do bebê que perdeu, ela pensou que poderia ser tão bom para sua vida, quem sabe até para seu casamento, mas, junto com a perda do bebê, logo veio as suspeitas, tanta decepção e tristeza, agora já não é mais um projeto de vida um casamento com filhos, quem sabe poderia ser o maior amor da sua vida agora essa criança,

Mas se as situações mudam a vida muda, apesar da sua ansiedade e dúvidas ela também acredita que tudo tem um motivo, talvez nossa existência já seja pré definida, na verdade quando ela casou muitos disseram que era cedo, que a mulher deve ter mais tempo para a carreira, para estudar, e eles estavam certos, a carreira foi o que restou para ela, ainda tinha 32 anos, poderia ter sido mais anos em vão como acontece com tantas mulheres e homens... sua grande sorte foi não ter desistido das publicações, suas histórias eram sucesso e a escritora que amava a solitude dos locais tinha uma grande legião de leitores e fãs pelo mundo.

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