Sophie então decide ir ao bar, buscando um refúgio das emoções tumultuadas do dia. O ambiente era um contraste com a frieza da noite lá fora; as conversas abafadas e o som ocasional de risadas criavam uma tapeçaria de humanidade que ela tanto precisava.Ela se acomodou em um canto discreto, pedindo um vinho tinto – sua escolha habitual para noites que exigiam introspecção. Enquanto o líquido escarlate preenchia sua taça, ela sentiu o peso do dia começar a se dissipar, gota a gota.Foi então que um homem se aproximou, com um sorriso que parecia familiar, mas que ela não conseguia colocar em contexto. "Você é muito bonita," ele começou, "já a vi na rua e no café muitas vezes..."Sophie, um pouco confusa e já sentindo os efeitos do vinho, riu e perguntou, "É você, né? O cara das flores? E também o da música?"O homem confirmou, vendo uma oportunidade. "E então, o que achou?"Ela o observou por um momento, a névoa do álcool tornando seus pensamentos lentos. "Preciso ir pra casa," ela fina
Enfim, chega o sábado e Sophie se sente motivada para ir ao Café Et Poésie; ela já não podia negar a vontade de ver Alain. Ela faz um penteado bonito no cabelo, se motiva a maquiar-se e vai até o local. Chegando lá, senta-se e percebe que ele não está no trabalho. Fica atenta, observando a copa, e então Brigitte se aproxima e diz: "Ele não veio hoje."Sophie fica surpresa, pois ela é a única atendente que evita falar com ela, e então arrisca perguntar se sabe o que houve. A garota responde: "Quem sabe? Talvez teve uma emergência, um encontro ou está procurando outro trabalho." Sophie percebe que a jovem está sendo um pouco sarcástica e se sente um pouco constrangida. Os outros atendentes acenam para ela gentilmente, mas ela está incomodada e resolve pagar a conta e sair.Mil pensamentos assolam a mente de Sophie, que imagina que Alain pode estar com outra pessoa, ter ido para outro trabalho distante ou até mesmo que tenha algo com Brigitte. Enquanto caminha em direção à praça, ela enx
Os dois caminharam em silêncio até o chalé, cada passo aumentando a proximidade entre eles. Decidiram deixar os celulares no silencioso, desejando ter mais tempo para se conhecerem. Alain acendeu a lareira, enquanto Sophie foi buscar um vinho. Sentaram-se próximos, sentindo o calor da chama dançante."Eu queria te contar mais sobre mim", disse Sophie, olhando nos olhos de Alain. Ela compartilhou os motivos que a levaram a se separar, revelando que a viagem a Chamonix não era apenas para buscar inspiração, mas também para se encontrar. Ela precisava escapar da rotina de Paris, ter um tempo só para ela. Contou sobre Joseph, que mesmo dizendo que ia embora, ainda lhe causava preocupação ao pensar que ele poderia segui-la."Você não precisa temer", disse Alain, colocando a mão sobre a dela. "Se ele chegar e te ver acompanhada, talvez seja a chance dele desistir de vez."Alain então começou a falar um pouco de si mesmo. Ele teve uma noiva, gostava muito dela, mas não se sentia preparado pa
Sophie se sentia rejuvenescida e motivada após sua primeira noite com Alain. Ela estava mais feliz, mais bonita e mais elegante, e quando pensamentos pessimistas surgiam, ela os afastava lembrando o quanto estava se sentindo bem. Sophie vai às compras, adquirindo roupas, lingerie, maquiagem, perfumes e sapatos novos. Ao chegar em casa, toma um banho e se arruma divinamente para o encontro especial com Alain: um jantar seguido por uma visita a uma famosa casa noturna de Chamonix. Quando a campainha toca, Sophie abre a porta e se encanta com Alain, que está mais bonito e elegante do que nunca. Eles se abraçam e trocam um doce beijo. Alain elogia a beleza deslumbrante de Sophie, e os dois partem para o jantar, pois a noite estava apenas começando. Sophie e Alain entram no carro e vão até o restaurante. Ao chegar, Sophie se encanta com os lugares já reservados. Alain sabia como organizar e encantar os momentos. Ainda era cedo e primeiro eles tomaram um delicioso vinho francês enquanto
Alain inicia mais um dia atendendo no café, novas poesias estão por todas as partes, novas xícaras com novas frases, inclusive ao término do café, no fundo sempre algo motivador ou sentimental. Os colegas de trabalho tentam colher informações sobre o romance, mas ele é muito reservado com sua vida pessoal. Gentilmente, pede que voltem e se concentrem em seu trabalho. Brigitte olha para Alain na copa e pergunta se era o momento certo, se Sophie era uma pessoa em quem pode confiar. Ele rebate a perguntando em quem se pode ter certeza que existe confiança? Ele vai para o salão, e ela fica olhando fixamente para o chão. Existia alguma ligação entre Brigitte e Alain, e isso intrigava demais os pensamentos de Sophie.Alain serve as mesas e, por um momento, vai para os fundos do café, onde senta e acende um cigarro. Não era um hábito diário, porém, quando ele se sentia apreensivo com algo, ele precisava fumar, e aquele era o momento em que ele estava um pouco confuso. Ele se sentia feliz com
Sem a presença de Alain e sozinha no chalé, Sophie faz o que melhor sabe: escrever. Assim como sua vida, a história começa a ganhar mais emoção e também ter ainda mais suspense. Àquela altura dos acontecimentos, era impossível não suspeitar até mesmo das atitudes estranhas do seu namorado e porque aquelas pessoas gostavam tanto de anonimato. Ela dedica algumas horas para escrever mais e tomar suas xícaras de café enquanto pensa no futuro da história e também na sua.Começa a imaginar que aquele seja mesmo o seu admirador secreto, afinal, hoje ele saiu da casa e a música não tocou. Ela deita a cabeça no sofá e fica olhando para o teto por um momento, então ela percebe uma espécie de alçapão, parece ser daqueles que dão acesso ao sótão. Se tiver uma escada, melhor! Sophie sobe em uma cadeira e puxa, sim, tem uma escada! E agora? Subir ou não? Deve estar sujo e cheio de aranhas, loucura, ela pensa, enquanto devolve a escada e desce. A ansiedade lhe consome e ela anda de um lado para o ou
O dia começa com disposição para Alain e Sophie. Ele comenta que precisa ir para o Café logo cedo, se afastou por dois dias e agora era hora de trabalhar. Ela, animada, diz que vai aproveitar para ir com ele até lá, nada melhor que tomar um café feito por seu amor e observar o movimento. Ele aceita e eles partem, conversando com os braços entrelaçados no caminho. Sophie senta e fica a observar o local, a gerente Brigitte já está trabalhando e bastante agitada, conversa com Alain e gesticula com as mãos, ele parece preocupado. Sophie disfarça pegando um jornal da mesa vizinha e lendo um pouco. Logo, uma mulher se aproxima, cabelos curtos, loura, casaco vermelho. Ela vai até o interior do Café e fala com Brigitte, que logo chama Alain. Eles conversam em uma mesa ao fundo e Sophie se sente consumida em saber o que está acontecendo, qual seria o problema, quem era aquela mulher?Sophie observa atentamente a discussão entre Alain e a mulher misteriosa. Ele parece desconfortável e relutante
Um celular tocando insistentemente quebra o silêncio da manhã. Sophie atende e é Jaqueline, uma de suas editoras."E então, minha escritora brilhante, está encaminhando um novo trabalho? Sei que leva um bom tempo, mas o ideal seria essa publicação sair em cerca de dois meses. Temos um evento daqui uma semana para todos os escritores que estão preparando suas histórias. Seria muito bom se você pudesse vir.""Eu li sobre o evento, mas quando vim para cá necessitava muito de um descanso, Jaque. Vou pensar em uma forma de comparecer e logo poder retornar.""Certo, querida. Se você conseguir, será muito bom. Todos estarão falando de seus projetos. Um abraço, au revoir!"Alain pergunta se Sophie está com problemas em Paris. Ela retorna à cama e conta sobre o evento. Ele diz que sente medo que ela possa não voltar para Chamonix, mas entende seu trabalho. Ele levanta e diz que terá que ir, pois logo inicia mais um dia de trabalho. Eles se beijam e ele se arruma e parte.Sophie então resolve r