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A ficção e a Verdade

Sophie retornou ao seu chalé, evitando passar pela cafeteria onde Alain estava de folga. Ela se sentia estranhamente apegada a ele, mas preferia pensar que era apenas desenvolvimento de uma nova amizade. Enquanto estava em casa, a campainha tocou, surpreendendo-a. Um novo arranjo de flores havia chegado, o mesmo que ela viu o homem comprar na floricultura. Sophie logo presumiu que o remetente era o homem em questão, um senhor de meia-idade. Inicialmente, isso não a empolgou muito, pois ele poderia ser casado, então era melhor manter a cautela.

O bilhete que acompanhava as flores dizia: "Belas flores para uma bela mulher!" Uma dedicatória bonita, mas diferente da anterior. Sophie sentou-se e ficou olhando as flores, sentindo-se inspirada. Decidiu então escrever um pouco.

A história que ela começou a escrever era sobre uma mulher carente, um admirador e a atração que ela sentia por um amigo mais jovem. Era uma trama que refletia os sentimentos conflitantes que Sophie estava experimentando. Ela sabia que era importante manter a distância e não se deixar levar por impulsos.

Enquanto escrevia, Sophie se permitia explorar esses sentimentos de uma forma segura, através da arte da escrita. Ela sabia que sua vida em Chamonix estava se tornando cada vez mais intrigante, e ela queria capturar cada momento em suas palavras, transformando sua jornada em uma história envolvente.

No fundo, Sophie sabia que a verdadeira emoção estava na escrita, na possibilidade de criar mundos e personagens que pudessem expressar o que ela mesma estava sentindo. A vida real poderia ser cheia de incertezas e desafios, mas naquele momento, Sophie encontrou refúgio na criatividade, na arte e na promessa de um novo livro.

E assim, enquanto as palavras fluíam de sua mente para o papel, Sophie se sentia viva de uma maneira que há muito não experimentava. Ela sabia que havia mais mistérios a desvendar em Chamonix, e estava determinada a enfrentá-los com coragem e imaginação. A jornada de Sophie estava apenas começando, e cada página escrita era um passo mais perto da verdade e da autodescoberta.

O celular de Sophie toca, interrompendo seus pensamentos. Ela atende e é Charlotte, sua irmã. Sophie conta a Charlotte sobre o mistério da música e pede que ela não fale para ninguém, especialmente para Joseph, seu ex-marido. Charlotte, por sua vez, revela algo que deixa Sophie ainda mais preocupada.

-"É justamente sobre ele que quero falar! -responde Charlotte.- "Ele falou com o agente de viagens e pretende ir até você, minha irmã. Ele não vai desistir tão cedo de tentar lhe reconquistar."

Sophie fica chocada com a notícia. -"Não acredito! Eu devia ter pedido sigilo na agência de viagem, e agora? Acabaram meus dias de paz."

Charlotte a aconselha a se cuidar e apenas conversar com Joseph, deixando claro mais uma vez que não quer voltar para ele. Elas se despedem, e Sophie fica angustiada ao término da ligação. Ela pensava que tudo já estava claro entre eles, e agora teme que a visita de Joseph roube sua paz.

Sophie sabe que terá que lidar com a situação de forma delicada. Ela não quer magoar Joseph, mas também não quer voltar para um relacionamento que já não a fazia feliz. Enquanto pensa em como abordar essa conversa, ela volta a olhar as flores e o bilhete deixados pelo misterioso admirador. As palavras bonitas agora parecem ter um significado diferente, à luz da recente revelação de Charlotte.

Sophie se sente dividida entre a preocupação com Joseph e o mistério em torno do admirador desconhecido. Ela sabe que terá que lidar com ambas as situações com cuidado e cautela. E se esse admirador fosse alguém que valesse a pena? Talvez perdesse uma nova oportunidade de conhecer alguém interessante. Mas também, e se tudo isso fosse algo planejado por Joseph? Ele não teria esse direito de me iludir novamente.

E também, ela recorda que viu o homem comprar flores, mas que ele também não se parece com a silhueta na janela. Agora ela teria que descobrir quem morava naquela casa, uma informação difícil em local tão reservado. A maioria desses moradores guardam sigilo de suas identidades por segurança, muitas casas são de férias e outras alugadas, diversos anônimos e nenhum nome em específico.

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