Irmãs ou rivais

Alana:

O buquê de girassóis deslizou das minhas mãos, caindo no chão e levando junto os meus sonhos para o futuro.

Jack olhou para mim assustado e se afastou rapidamente de Amanda.

— Alana, eu posso explicar...

— Aposto que sim! — Adam sibilou irritado — Então, era com esse idiota que você estava fazendo planos, Alana?

— Há quanto tempo? — questionei limpando as lágrimas do meu rosto — Há quanto tempo estão fazendo isso pelas minhas costas?

— Meu amor, Alana, me escuta, não é bem assim que...

— Há quanto tempo? — gritei furiosa — Há quanto tempo você e a minha irmã mais nova estão me traindo?

— Alana, eu...

— Quatro meses! — Amanda respondeu despreocupadamente — Estamos saindo há quatro meses .

— Quatro meses? — senti como se uma flecha perfurasse meu peito — Quando você me pediu para te dar cobertura para sair com um cara meses atrás, era com ele que estava saindo?

— Sim! — ela respondeu simples e direta — E sim, fizemos mais do que dar uns amassos.

— Amanda, você não tem vergonha? — Adam perguntou irritado — Como pôde fazer isso com a Alana?

— Fazer o que? — ela questionou com meio sorriso — Pegar para mim o namorado da minha irmã perfeita, com uma vida perfeita, notas perfeitas e que tem todo o seu futuro perfeita já planejado? Não. Alguma coisa tinha que não ser perfeita nessa droga de vida chata dela.

Furiosa, caminhei em sua direção e acertei um tapa em seu rosto.

— Você nem sequer sente remorso! — observei.

Amanda segurou na face onde levou o tapa e sorriu ao ajeitar os cabelos.

— Se sente melhor? — ela questionou — O tapa que me deu aliviou o peso dos chifres na sua cabeça?

— Amanda!!! — Adam a reclamou — Deveria se desculpar, e não agir como uma vadia.

— E daí se eu for uma vadia? — ela questionou irritada — Eu vivi dezessete anos ouvindo como a Alana era legal, inteligente e talentosa, e isso me deixava furiosa, ver ela chorar agora por eu ter pegado para mim o namorado dela me deixa aliviada.

— Essa é a última vez que eu choro por causa de vocês dois! — declarei olhando em seus olhos — Vá em frente, pode recolher esse lixo para você.

— Alana, me escuta, por favor! — Jack pediu segurando minha mão — Eu...

Me soltei de seu aperto em um solavanco e o empurrei para longe, deixando o vestiário em seguida.

Corri entre a multidão do ginásio, sentindo meu peito doer.

— Alana, o que foi? — Lisa perguntou preocupada ao me ver chorar — Aconteceu alguma coisa?

— Eu só quero ir embora daqui! — falei me desvencilhando dela e deixando o ginásio correndo com a visão embaçada pelas lágrimas, até esbarrar em uma parede de músculos.

— Cuidado onde anda! — ele disse.

Ergui a cabeça para ele e o homem olhou para meus olhos marejados.

De onde eu o conhecia mesmo? Ele parecia tão familiar.

— Hey, você não é a irmã do Adam? — ele perguntou um pouco confuso.

Atrás dele estava uma caminhonete a diesel, azul e branca.

— Conhece meu irmão? — questionei  — Se você é amigo dele, me ajude a sair daqui, por favor!

— Eu não sei se isso é uma boa idéia! — ele disse nervosamente — O Adam não vai gostar se eu...

— Eu estou desesperada! — segurei firme sua mão — Me ajude, por favor!

Ele me encarou como se analisasse a situação e depois, com uma expressão de quem iria fazer a maior merda de sua vida, ele fechou os olhos e respirou fundo.

— Entra! — ele disse apontando para a caminhonete.

Caminhei apressadamente até a cabine e abri a porta, me sentando e colocando o cinto.

— Para a sua casa, Wayne? — ele perguntou.

— Não, minha casa não! — neguei ansiosa — Qualquer lugar do mundo, menos a minha casa.

— Wayne, isso não é...

— Eu acabei de ter a maior decepção de toda a minha vida! — contei — Só me tire daqui, por favor! 

— Certo! — ele concordou ligando o motor da caminhonete e deixou o estacionamento do colégio Temple Hill.

Acordei com o canto do galo.

Abri os olhos e olhei para as paredes amareladas com detalhes de flores miudinhas.

Olhei para o homem que dormia pesadamente ao meu lado.

Ele era mesmo familiar. Mas, mais do que issoz ele era muito bonito.

Olhei para seu corpo cheio de gominhos esculpidos pela lida na fazenda e ergui a mão para tocá-lo.

Alguém tão bonito assim era amigo do meu irmão mais velho? Como eu não me lembrava dele?

Me contive recolhendo a mão. O que aconteceu na noite anterior foi um ato impensado de loucura, algo assim não poderia mais acontecer.

Desci da cama procurando não fazer tanto barulho, recolhi minhas peças de roupas no chão, as vesti e olhei para o homem ainda dormindo.

— Obrigada por ontem a noite! — agradeci baixinho — Mas , não nos veremos nunca mais.

Após depositar um beijo rápido em seu rosto, retornei a minha casa.

O relógio marcava seis da manhã em ponto quando abri a porta de casa e entrei.

— Ela chegou! — Adam falou ao me ver entrar pela porta.

Meus pais estavam sentados no sofá, amparando Amanda que chorava falsamente.

— Onde estava? — mamãe perguntou se levantando — Sabe como a sua irmã estava desesperada?

— Da mesma forma como ela ficou quando dormiu com o meu namorado sem sentir remorso algum? — questionei irritada.

Mal fechei a boca e senti o tapa estralar na minha face.

Toquei o lugar onde ardia na minha face e senti meus olhos lacrimejarem novamente, mas desta vez eu não deixaria que as lágrimas caíssem, nunca mais eu iria chorar por uma traição novamente.

— Como ousa falar assim da sua irmã mais nova? — ela interrogou irritada — Você não tem o mínimo de decência?

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