Abro a porta do banheiro e meu nariz se retorce ao mesmo tempo em que meu estômago se agita quando eu sinto o aroma forte e repugnante de bebida alcoólica e cigarro. Parado ali, no batente da porta, está Andres, mas não o Andres com o qual eu estou acostumada , essa é uma outra versão dele, muito menos recomposta e com certeza muito bêbada. Seus cabelos estão uma bagunça, as pontas escuras apontando para todas as direções, ele está sem o paletó e sem a gravata e a camisa social branca que está vestindo, que normalmente encontra-se sempre apresentável, está suja e amarrotada. Como se essa desordem toda não fosse o suficiente, seu olhar está desfocado e seu hálito... Céus, ele está fedendo a whisky e esse cheiro só faz com que eu sinta ânsia de vômito e fique ainda mais consciente do teste de gravidez que está escondido. - Porra, Andres. Você está fedendo muito. - Digo, cobrindo minha boca e o nariz com a mão. - Sim, princesa, por isso preciso de um banho. – Ele ri da própria piada
Angel Camille 14 de abril de 2021 - 00h15min Recoloco a tampa do teste em seu devido lugar, passo uma das mãos sobre o mármore da pia do banheiro repetidas vezes para ter certeza de que a superfície está completamente seca e, tomando todo o cuidado para não fazer nenhum movimento brusco, coloco o teste sobre a pia. Respiro fundo e dou alguns passos para trás, minhas mãos unidas a frente do meu peito como se eu estivesse rezando enquanto eu observo o retângulo de plástico cor de rosa contrastando fortemente contra o mármore branco e fazendo meu coração acelerar, passando a bater em um ritmo frenético. Hoje faz exatamente três meses desde a última vez em que a bendita da minha menstruação resolveu dar o ar da graça, ou seja, eu não estou menstruando desde quatorze de janeiro, basicamente desde que Andres e eu começamos a... Puta que pariu. Não pode ser isso, eu não posso estar... Eu simplesmente não posso estar grávida. Depois da nossa primeira vez, And e eu passam
Aos poucos, recupero minha consciência e olho para os lados, tentando me orientar. Está escuro e eu estou deitada de lado no chão de uma floresta. Tudo o que eu vejo é um céu estrelado, a lua cheia e as copas das árvores balançando no vento frio. Ele sopra com mais força e me sinto grata por alguém ter colocado um casaco de frio em mim.- Como você está? - Katherine, que está deitada atrás de mim, puxa meu ombro levemente para que eu fique deitada de costas. - Tudo inteiro? - Ela apoia a cabeça na mão e me encara, mais séria do que jamais a vi.- Estou bem. - Suspiro, aliviada quando percebo que ela trocou de roupas e limpou o sangue de seu rosto. - E você? - Ela ri, mas a conheço tempo o suficiente para saber que, por trás da risada, Katherine está sofrendo, e muito, pela morte de Boonie e, talvez, por ter que voltar para Lorien.- Estou. - Ela desvia o olhar e se deita de costas no chão ao meu lado, encarando as estrelas enquanto enrola uma mecha de seu cabelo escuro entre os dedos.
Escrever é um ato mágico, é maravilhoso, pois podemos derramar nas páginas toda a nossa criatividade e a nossa loucura. Criamos mundo, cidades, pessoas com personalidade e características tão nossas... É bom demais. Nessa obra, criei um universo dentro do nosso universo, tendo apenas o amor como magia, e agora mostrarei um pouco deles para vocês. Cidades onde se passa a históriaAs cidades de Celosia, Deoiridh e Ariante não existem realmente, são apenas fruto da minha imaginação. Elas possuem ruas, escolas, restaurantes e pontos turísticos inventados, tudo para se adequar à história dos personagens. Máfia &nb
Ingrid 20 de janeiro de 1999 - 20h30minDepois de terminar de limpar o quarto que está sendo ocupado por Bianca Martinelli, que novamente dormiu em um quarto separado do marido, praticamente corro pela casa, mantendo-me discreta, de cabeça baixa e escondida dos membros da máfia do norte que estão espalhados por toda a mansão. A casa é enorme, dizem que com mais de 800 m2, e possui dez quartos, seis suítes, quatro lavabos em cada um dos três andares, duas cozinhas, três salas e tudo isso se não contarmos o SPA, a área de lazer, o chalé perto da piscina, bibliotecas e as salas, sim, as salas, no plural, mas nada disso se compara ao tamanho da “família”. Igor Martinelli é o chefe da família que forma a máfia do norte. Ele é casado
Ingrid 20 de janeiro de 1999 - 22h30min- Meu nome é Ingrid. Ingrid Santana. - Cruzo os braços sob meus seios, de modo a deixa-los em evidencia. Funciona. Lucas imediatamente desvia o olhar para meu decote, engolindo em seco. - Certo, prazer em conhecer você, Ingrid. - Ele balança a cabeça e a expressão confiante volta a aparecer em seu rosto. - E então, o que há com a pedra? - Descruzo os braços, e volto a analisar o anel em meu dedo. - É uma aliança de ouro branco, dezoito quilates. - Aproximo mais a mão de meu rosto, para poder analisar melhor o diamante. - Diamante... Realmente uma bela pedra... Tamanho... - Lucas abre a boca, mas eu o interrompo com um gesto dramático, pois meu show ainda não terminou. - Cento e cinquenta pontos. Não está sujo, machado
Ingrid 08 de dezembro de 1999 - 05h30minAcordo e imediatamente me sento, com cuidado, tentando não acordar Anne, Lina e Louise que dormem comigo em uma cama de casal. Ao nosso lado, em uma cama de solteiro, estão espremidos meus outros irmãos, Camille e Angel, o caçula. Ainda zonza de sono, olho para o relógio na parede e suspiro, em frustração, pois já são 05h30min, o que significa que tenho que levantar se não quiser chegar atrasada no trabalho novamente. A vida de uma empregada doméstica não é nada fácil. Cheguei em casa quase duas da manhã e já estou tendo que sair novamente, antes das sete. Embora, para ser bem honesta, eu não estava limpando até tão tarde, e sim fazendo outras coisas... Ok, admito, eu estava no
Ingrid 08 de dezembro de 1999 - 06h20min Abro a porta da cozinha, entrando como um vendaval, indo até onde Agnes e Ama se apressam em terminar de preparar o café da manhã dos Martinelli. Quando as alcanço, as duas parecem perceber que algo não está bem, então apenas lhes mostro a sacola com os três testes de gravidez. - O que é isso? Um presente para nós? - Agnes brinca, mas para de rir imediatamente assim que vê minha expressão, percebendo que estou falando sério. Tiro os testes e mostro para elas. Só há duas pessoas além de mim e de Lucas que sabem sobre nosso caso, que vem se intensificando cada vez mais no decorrer dos meses, então elas entendem, sem que eu precise lhes explicar nada, o que está acontecendo. - Ah, minha criança, como pôde ser tão tola. - Ama larga o que está fazendo e vem até mim e então as lagrimas começam a esc