Então eu ia me casar. De verdade. Real, oficial. Mas... por que aquele parecia um dia extremamente comum? Deveria ser diferente, não deveria? Deveria ser especial. Deveria... ser o dia mais feliz da minha vida.
– Feliz aniversário, Kara!
Jacob me serviu um delicioso petit gateau, em um prato decorado com os dizeres “Parabéns, Kara” e uma única velinha em cima. Eu apaguei a velinha com um sorriso no rosto.
– Obrigada, Jacob! Senta comigo... – convido.
– Ah, não, senhorita! – Ele arregada os olhos em surpresa com o convite. – Eu não poderia...
– Jacob, senta! – Digo de uma forma incisiva, e ele obedece.
Era estranho passar o dia do meu aniversário sozinha, com Manu longe, Luca trabalhando, Lilly ocupada... Mas era ainda mais estranho passar o dia do meu casamento sozinha. Sempre imaginei que estaria em um dia de noiva, relaxando em um spa com um champanhe na mão enquanto cuidavam dos meus cabelos, unhas e maquiagens. Mas não. Até mesmo A
– Senhora Milani-Benatti... – testo como soa e caio na gargalhada. – Acho que gosto desse.Lilly e eu não estávamos bêbadas, mas já estávamos levemente alegrinhas, rindo fácil de qualquer besteira enquanto tomávamos drinks na piscina do meu apartamento.– Então, senhora Milani-Benatti... – Lilly brinca. – Como se sente?– Adulta... – respondo, sem nem mesmo pensar. – E perdida. Nada vai mudar? Vamos continuar morando separados e nos tratando como amigos?– Vocês precisam definir os detalhes, mas não se preocupe com essas coisas agora. Aproveite seu jantar e sua viagem de lua de mel.– Pelo menos isso... Pelo menos Adam se deu ao trabalho de tirar uns dias de folga para a gente viajar juntos.– Não tem nada melhor do que uma viagem para conectar um casal. Você vai ver, vão voltar com u
~KARA~A suíte presidencial estava romanticamente decorada, assim como era feito para qualquer casal que a reservava para a sua noite de núpcias. Pétalas do rosas vermelhas pelo chão, velas aromáticas espalhadas pelo ambiente, um balde com champanhe sobre a mesa de centro da sala ao lado de morangos tão bonitos que pareciam de mentira. Mas bastou um simples olhar trocado entre Adam e eu para que eu compreendesse que... não éramos como qualquer um daqueles casais. Estávamos desconfortáveis. Quando deveria ser o maior momento de intimidade entre nós, nos sentíamos desconfortáveis um com o outro.– Bom, foi um dia... intenso – Adam define.– É... acho que sim.Não tinha sido cansativo, na verdade, ao menos não pra mim. Mas Adam tinha trabalhado o dia todo e ainda tinha arrumado um tempinho para se casar, então... bem, &eacu
– Vai mesmo me rejeitar? – Eu me humilho, ao ponto de fazer aquela pergunta. – Porque se você fizer isso, essa vai ser a última vez em qu...De repente, seus lábios estavam nos meus. Não era um beijo tímido, não era um beijo cândido ou atencioso. Era um beijo voraz! Sua língua invadia minha boca com um desejo tão intenso que beirava o violento, enquanto sua mão se entrelaçava em meus cabelos e puxava minha cabeça para trás.Seus dedos traçavam um caminho de ardor, explorando cada curva e contorno do meu corpo com uma urgência quase desesperada. Até que suas mãos firmes envolveram e apertaram minha cintura, me puxando mais para perto. Senti sua ereção contra meu ventre e rapidamente desci minha mão de seu abdômen para o cós de sua calça. Eu queria tanto!- Não! – Adam, me det&ea
~ADAM~Acordei cedo aquela manhã, com Kara, ainda completamente nua, grudada em mim. Corri minha mão por sua coluna, subindo em descendo levemente, em um carinho despretensioso. Em meio ao sono, ela murmurou alguma coisa desconexa, como se quisesse que eu a deixasse em paz para continuar dormindo.Ri e fiquei imóvel por um tempinho, encarando o teto. O problema é que eu estava começando a ser atingido pelas consequências do que fizemos. Quero dizer, Kara e eu tivemos uma conexão incrível na cama, mas... E se eu tivesse entendido aquele tal sinal de forma errada porque eu quis entender de forma errada? Podia não ser um aval... podia ser um “deixa-a sozinha”, afinal o título do livro era Cem Anos de Solidão. Ou... podia não ser nada. Podia nem ser a porra de um sinal e sim só um livro aleatório em meio a tantos outros.Procuro minha calç
~KARA~Algo estava estranho. E não era só o fato de Adam e eu estarmos viajando com a minha cunhada em nossa lua de mel. Mas ele estava estranho. Tinha mudado depois que transamos, e não de um jeito bom. Era como se tivéssemos regredido vários passos e voltado a um lugar de amigos. E nem era de amigos confidentes, porque ele não abria pra mim qual era o problema.Era nosso quarto dia em Londres. Desde que chegamos, Adam tinha mantido nossa agenda cheia. Tínhamos ido visitar Matt e Ella, levamos Isabelli aos principais atrativos turísticos da cidade, assistimos espetáculos de teatro musical em West End todas as noites, e jantávamos em restaurantes refinados.Quando voltávamos ao hotel, Adam sempre arrumava uma desculpa para tomar banho e dormir ou dizia que precisava trabalhar até tarde e era eu quem acabava caindo no sono. Claramente ele estava evitando sexo. Mas não s&oac
O primeiro mês foi o mais difícil. Eu estava sofrendo por Adam, de verdade. Mas eu jamais ia deixar alguém perceber isso. Então eu queria sair, beber, ir a festas, fazer loucuras. O problema é que Isabelli... era um tanto certinha demais. Juro que eu não esperava isso dela, mas fazia sentido. Primeiro porque a garota cresceu no interior e sempre sendo vigiada pelos pais e irmãos, segundo porque Adam jamais colocaria alguém na mesma vibe que eu ao meu lado.Então, Isa basicamente ia para suas aulas de inglês e se dedicava a faculdade EAD. Nos finais de semana fazíamos algumas atividades culturais e no máximo íamos a algum PUB. Era um saco! Mas, o que Adam não poderia imaginar, é que eu seria capaz de converter Isa. Ou melhor, talvez não eu... mas um músico loirinho bonitinho de uma banda da Academia Real de Artes Performáticas, que fazia bastante
Seis meses. E eu simplesmente não conseguia falar com a Kara para rever nossos planos. Nesse meio tempo eu tinha conseguido fazer uma auditoria na Milani e descobrir a maioria das coisas que estavam erradas. Alguns funcionários foram despedidos por justa causa, mas nenhum dele entregou Alessandro. Fosse lá o que ele estivesse fazendo para conseguir o silêncio daquelas pessoas, ele não estava pagando barato por isso. Mas Alessandro não estava nada feliz. Depois que descobriu que Kara e eu nos casamos e que ele não poderia mais pedir na justiça para me substituir como tutor dela, sua ira tinha se tornado mais frequente e imprudente. O ponto alto foi quando ele tentou me comprar. Queria me levar para dentro do seu esquema de minar todo o dinheiro de Kara. Infelizmente, eu não esperava por aquilo, então não tinha conseguido nenhuma prova que pudesse usar contra ele. Com Kara fora do país, a impossibilidade de assumir os bens dela e a maioria dos seus cúmplices fora da empresa, provavel
- O que foi? – Pergunto para Isa, ao vê-la encarando a tela do celular enquanto nos arrumávamos para mais uma noitada. – O carcereiro não te ligou hoje? Estávamos de volta à Londres. Isa tinha descoberto que a banda do tal carinha que ela estava a fim ia tocar em pub e fez de tudo para nos conseguir entradas. Aparentemente eles estavam ficando bem famosinhos, mas nada que o sobrenome Milani não abrisse algumas portas. - Adam disse que me ligaria depois do almoço e ainda não ligou. Também não atendeu minhas ligações. Disse que precisávamos conversar sério. - É claro que precisam... – reviro os olhos, enquanto me observo no espelho para aplicar o iluminador. – Ele quer que você volte para o Brasil. Você quer voltar? - Sei lá... – ela suspira fundo, indo sentar-se no sofá próximo a janela. – Talvez para visitar? Sinto falta deles. Podíamos... - Não, não podíamos – digo. – Você pode. Eu não vou pisar no Brasil tão cedo. - Não sente falta dos seus amigos? Eu sentia. Talvez quando Man