~ADAM~
Eu ainda me surpreendia com como Kara era a pessoa mais adorável do mundo. Quando ela queria ser. Seu sorriso doce, seu olhar interessado, sua fala suave... Ela nem de longe parecia a garota dos vídeos que vazavam nas páginas de fofoca ou a felina implacável que conseguia o que queria, custasse o que custasse. Kara era quase... tímida.
- Acha que eles vão gostar de mim? – Ela pergunta, praticamente se escondendo atrás do meu corpo enquanto entrávamos na grande sala da cede da fazenda. Kara estava tendo sérios problemas para caminhar com seus saltos finos no chão de terra fofa, e se apoiava no meu braço com uma das mãos enquanto segurava firmemente o pote com os biscoitos com a outra.
- Depende de qual versão sua eles vão conhecer... – eu brinco, fazendo-a rir.
- A fofa? – Ela sugere.
- É uma boa opção. &nda
~KARA~- Você tá pegando? – Ouço André perguntar para Adam.- O quê? – Adam estranha a pergunta repentina, percebo pelo seu tom de voz.O chalé era uma construção rústica, de madeira, um pouco afastada da casa principal e também estava completamente decorado para o Natal. Enquanto viemos caminhando por um caminho de terra que era ótimo para afundar meus saltos, Adam me explicou que eles tinham construído para poder receber visitas, eventualmente. Tinha dois quartos, um banheiro e uma pequena sala. A cozinha até que era bem equipada, com fogão, forno elétrico, micro-ondas, uma geladeira e um pequeno armário com alguns quitutes.Enquanto eu arrumava minhas coisas no quarto que tinha sido designado a mim, com a porta entreaberta, eu conseguia ouvir perfeitamente os dois irmãos conversando na sala.- A Kara. Voc
Nós nos reunimos para almoçar ao redor da grande mesa da cozinha. Além da senhora Giulia e de André, também estavam presentes o senhor Genaro Benatti, pai de Adam, e Isabelli, a irmã mais nova.Senhor Genaro era extremamente falante e sociável. Quando ele soube que minha família também era parte italiana, logo tratou de contar da sua infância na Itália, falar da sua cidadezinha natal e ficou extremamente contente quando eu disse que já tinha estado lá uma vez e tinha achado adorável.Isabelli era mais contida. Ela tinha vinte e um anos, e eu fiquei feliz em saber que talvez fosse alguém com quem eu pudesse me conectar mais facilmente, já que tínhamos idades parecidas. Mas ela pouco falava, apesar de ter pegado ela me olhando de canto de olho algumas vezes.Adam ainda tinha um irmão, o Henrique, que tinha vinte e sete anos. Henrique era cas
Sou salva de precisar responder, Adam vem caminhando na nossa direção conversando com André. Meus olhos, obviamente, logo recaem no irmão mais velho. Ele usava uma bermuda de banho preta com a cintura baixa, isso evidenciava seus músculos oblíquos e me fazia desejar absurdamente o que estava no final daquele V.Mal percebo que estou mordendo o meu dedo médio para tentar conter qualquer som que estivesse prestes a escapar de meus lábios.- Depois dessa, não precisa nem responder... – Isabelli ri. – Quer um babador?- Não! – Me apresso em corrigi-la. – Não é isso, é só... – dou de ombros. – Bonito ele é.Adam, percebendo meu olhar, me lança um sorriso. Ele passa direto por nós, indo até o bar próximo para preparar alguns drinks. André, por sua vez, se joga na piscina e vem nadando na
Na manhã seguinte, acordo com a luz do sol invadido o quarto violentamente. Peço à Alexa para fechar as cortinas, mas quando ela não faz nada, sento-me na cama furiosa com a minha assistente virtual surda. Só então me dou conta de que não estava em casa. Tateio a mesinha de cabeceira em busca do meu celular para conferir as horas. Seis e quarenta e cinco.- Tão cedo e tanto sol... murmuro, reclamona.Bom, eu não conseguiria mais voltar a dormir. Me levanto para ir ao banheiro e quando passo pela sala, Adam já estava acordado e mexendo no notebook tão concentrado que se surpreende quando eu passo por ele e murmuro um “bom dia”.Vou até o banheiro fazer minha higiene matinal, e quando volto para a sala, Adam continua praticamente na mesma posição.- Você ao menos dormiu? – Pergunto, me jogando no sofá e escondendo um bocejo com o
Um pequeno grito me escapou involuntariamente quando os braços fortes de Adam me envolveram por trás com firmeza, prendendo-me em um abraço apertado. Meus pés perderam o contato com o solo por um breve momento, mas logo me vi envolvida pelo calor reconfortante do corpo dele.A pele quente dos nossos corpos se tocou, e uma sensação de arrepio percorreu minha espinha. Adam segurava-me com uma firmeza reconfortante, seus músculos transmitindo uma sensação de proteção. Sua respiração, calma e constante, roçava suavemente a pele sensível da minha nuca.Mas tão rápido quanto aquele misto de sensações me atingiu, ele também se foi. Rindo, Adam me soltou e se afastou.- O que foi? – Pergunto, me virando na direção dele.Não consigo deixar de reparar que Adam tinha se livrado de sua bermuda tamb&eacu
Nossas risadas somadas ecoam por onde passamos, enquanto jogamos conversa fora ao pedalar de volta para a cede da fazenda. Mas meu sorriso congela no rosto quando nos aproximamos da grande varanda, que toma conta de toda a frente do casarão, e eu consigo identificar Isabelli sentada ao lado de uma outra mulher. Giovanna.Nós encostamos as bicicletas na parede e subimos os degraus em direção a varanda.- Adam, oi! – Giovanna se levanta correndo para abraçá-lo. Ela não é nada discreta ao correr os olhos pelo peito exposto dele.Isabelli também se levanta e vem na direção do irmão. Ela arranca a camisa que ele mantinha pendurada no ombro e entrega na mão dele.- Acho que você vai querer vestir isso... – diz, sem nenhum constrangimento. Então, ela segura minha mão e sai me puxando em direção a casa. – Vem!Eu me
~ADAM~O barulho de conversas e risadas me fazem entrar no casarão pela porta da cozinha. Kara estava sentada à mesa com Isabelli, mexendo alguma coisa em um bowl. Já minha mãe, verificava um preparo no formo.- Que cheiro delicioso! – Elogio.Kara, que estava de costas, se vira pra mim com um sorriso enorme no rosto.- Eu fiz pudim! De verdade!A forma que ela diz é tão engraçada que preciso conter a vontade de cair na risada. Se eu fizesse isso, ela podia achar que eu estava minimizando a sua conquista, o que não era o caso.- Posso provar? – Pergunto.- Nem pensar! – A resposta vem da minha mãe. – Faça alguma coisa útil e descasque aquelas batatas!- Eu adoraria, mamma... – Minto. – Mas prometi que levaria a Kara para ver como acontece a torra dos grãos de café. Mas não se preocupe, v
Adam tinha ocupado todo o meu dia de uma forma tão agradável que eu quase não tinha me permitido pensar que era véspera de Natal. Quero dizer, é claro que eu sabia que era dia vinte e quatro de dezembro, mas até então eu não tinha tempo de ter sido atingida pelo significado daquilo.Adam e eu tínhamos continuado passeando pela fazenda. Ele me mostrou cada cantinho, e depois passamos um tempo na piscina com Isabelli e André. Quase no finalzinho da tarde, voltamos para o chalé. Logo, já seria hora de nos arrumarmos para a ceia e como eu demoraria mais, Adam disse que eu fosse tomar meu banho na frente.Acontece, que quando eu saí do banheiro e Adam foi tomar seu banho, eu me senti sozinha pela primeira vez no dia. E aí... eu fui arrebatada para um lugar no qual eu não queria estar. Sem ao menos me trocar ou secar os cabelos, me atirei na cama e as lágrimas n&at