Manu aproveitou a confusão para me arrastar para a limosine por uns instantes e me fazer beber água e comer babata frita.
- Agora desembucha, o que tá acontecendo Kara?
Ela era uma das poucas pessoas que já tinha me visto em momentos de vulnerabilidade. Na verdade, ouso dizer que ela era a pessoa que meu viu no meu momento mais vulnerável.
Quando Otto morreu eu fiquei completamente perdida, e claro, eu lidei com as coisas do “jeito Kara”. Festas, bebidas, sexo, o lado mais louco da vida. Manu estava sempre comigo, por um lado porque ela também gostava desse estilo de vida, mas por outro apenas porque ela se preocupava. Certa noite, eu estava tão bêbada, tão bêbada... mas a dor simplesmente não passava. Era como se eu já tivesse ficado imune ao torpor do álcool. Nós estávamos na festa no apartamento de algum cara, e eu simplesmente subi até o
~KARA~Era domingo de manhã. Adam não tinha me mandado uma só mensagem o final de semana inteiro e obviamente eu não tinha mandado mensagens para ele também. Mas hoje... bem, de alguma forma, eu esperava que ele me avisasse que estava me esperando com nossas bicicletas. Mas não estava.Então, eu pedi um dos meus motoristas que me levasse até o condômino dele e, agora, estávamos estacionamos há vinte minutos em frente ao local, comigo parecendo uma stalker enquanto observava os arredores pela janela e tomava coragem para pedir para subir.Mas quando eu estava prestes a descer do carro, vi Adam saindo do condomínio pelo portão principal de pedestre. E ele não estava sozinho.- Seu galinha! – Digo, observando a garota de longos cabelos castanhos cacheados dar um beijo demorado em Adam antes de se virar para entrar em um carro de aplicativo. – Espera,
- Acho que ainda tô de ressaca... – Maya comenta, na manhã de segunda-feira, deixando a cabeça cair sobre a mesa de trabalho.- Pois eu acho que ainda estou de ressaca desde a festa no Milani... – Alice imita o gesto da amiga.- Bom pra vocês, minha “ressaca” – ele faz as aspas com as mãos – é física.Eu rio e faço um carinho no ombro de Luca. Ele estava com um curativo no nariz e com a região abaixo dos olhos ligeiramente arroxeada. E pelas pílulas em sua mesa, a dor não deveria estar sendo fácil também.- Não se preocupa, o outro cara ficou bem pior... – Maya ria. – Viu os stories dele ontem? – Faço que não com a cabeça. – Luca mandou bem!- Você não devia ter vindo hoje... – digo. – Caramba, Luca, tire alguma vantagem do fato de ser meu melhor ami
~KARA~- Ele foi dizer o quanto eu estava sendo negligente como seu tutor.- Negligente? – Não contenho uma risadinha. – Por quê?- Você precisa mesmo pergunta isso? – Bom, não fazia sentido, então eu precisava. – Suas fotos e vídeos do final de semana estão pela internet inteira, Kara.- Achei que você não fosse ativo nas redes sociais... – desdenho.- Aparentemente o seu tio é. – Adam respira fundo e eu automaticamente me reteso. Seu jeito me dizia que algo bom não vinha pela frente antes mesmo de suas palavras... – A gente conversou sobre isso, sobre você ser o rosto da Milani e em como suas atitudes podem refletir na empresa.- Eu... – mas eu me calo, não tinha o que dizer. Nós dois sabíamos que pedir desculpas pelos meus erros não era algo que ia acontecer.- Você precis
Quando desci as escadas na manhã de sábado encontrei um lindo buquê de rosas vermelhas esperando por mim na mesa de centro da sala. Abri um sorriso e corri até elas, cheirando o aroma adocicado. Havia um cartão escrito à mão, com uma letra que eu já conhecia: "Kara, Sinto muito por agir como um idiota. Sei que você merece respeito e consideração, e estou disposto a aprender com meus erros. Aceita essas flores como um pedido de desculpas e uma tentativa de consertar as coisas? Liam." - Idiota, fofo... – murmuro, ainda sorrindo. O problema é que eu sabia que Liam estava certo naquilo que ele pensara, mas não dissera, ao agir daquela forma comigo: eu não era garota para namorar. Eu era o tipo de garota que ao invés de me sentar e conversar diante de um problema, tentava resolver as coisas apenas ignorando esse problema com bebidas e baladas. Eu tentei agir diferente, eu juro. Talvez eu precisasse continuar tentando. Ma
- Como foi quando Matt soube de você e Otto? – Pergunto à Lilly. Depois que Ella desapareceu com Matt, Lilly e eu resolvemos dar uma volta pelo clube, apenas caminhando e jogando conversa fora. – Quero dizer... Sei que eles já não eram mais tão próximos, mas foram grandes amigos em uma época. Ele não achou... Eu não sei...- Se ele odiou Otto por estar pegando a irmãzinha dele? – Lilly riu. – Não, Kara. Matt ficou feliz por eu estar com um homem legal, para variar. Ele sabia... que Otto era alguém decente, sabe? Alguém que cuidaria de mim.- Acho que faz sentido...Fazia, não fazia? Qualquer irmão ia desejar o melhor para a irmã, não iria? E se Matt sabia que Otto era um cara incrível, provavelmente ele ficaria era feliz de saber que a irmã estava com ele.- Faz sentido – Lilly confirma. –
Lilly e Michelle tinham ocupado uma mesa, enquanto fui até o bar solicitar que Jacob nos atendesse e que bebidas fossem disponibilizadas.- Se eu prometer uma gorjeta bem gorda você derrama bebidas na de cabelo cacheado? – Aponto para a mesa com a cabeça, fazendo Jacob rir.- Você sempre me dá gorjetas gordas, senhorita Milani.- Kara – corrijo-o.- Kara – ele repete.- Isso significa que você faria isso por mim, não é?- Faria qualquer coisa por você, senho... Kara – mas ele parece extremamente sem graça.- Estou brincando, Jacob – digo, dando um beijinho no rosto dele e fazendo a bandeja em sua mão tremer violentamente. – Mas bem que eu gostaria de não estar.Enquanto Jacob serve as bebidas, eu me sento ao lado de Lilly. Elas estavam no meio de alguma conversa e eu não faço questão de me ins
Adam e eu estávamos mais silenciosos naquele domingo durante nosso passeio de bicicleta. Eu não queria falar de Liam. Ele não queria falar de Michelle. Nós dois não queríamos falar do que aconteceu no elevador. E qualquer outro assunto que tentássemos puxar, parecia não render. Era como se algo tivesse se quebrado na relação que estávamos construindo e agora fossemos quase dois estranhos novamente.Decidi dispensar nossa parada rotineira na praia e seguir direto para a confeitaria, Adam apenas me seguindo de perto. Quando chegamos, Adam foi mais hábil em prender sua bike e apesar de se oferecer para me ajudar, eu preferi fazer isso sozinha. Ele aproveitou para se afastar alguns passos enquanto respondia freneticamente alguma coisa no celular.Tenho certeza de que minha expressão fechou na hora, pois não pude deixar de imaginar que fosse Michelle. Babacas! Os dois! Ela por
Quando cheguei no escritório na segunda de manhã, fui direto para a sala do Adam. Devo ter revirado os olhos algumas vezes quando a secretária me pediu para esperar enquanto avisava que eu estava lá, mas agi de forma comportada enquanto aguardava ser chamada.- O senhor Benatti está esperando por você, senhorita Milani.- Obrigada!Entro com um sorriso no rosto e me sento na cadeira a sua frente, antes mesmo que ele me convide. Logo em seguida deslizo meu celular na sua direção, com a tela desbloqueada.- O que é isso?- Minhas notas saíram – respondo com um sorriso no rosto. – Aprovada e melhor da sala.- Muito bom... – Adam diz, enquanto pega o aparelho para analisar. – O que aconteceram com as suas faltas? – Ele levanta o olhar repentinamente, me encarando.- Ah, isso... – tento disfarçar. – Sumiram.- Kara,