~KARA~
Eu tinha ficado bons minutos apenas sentada nas escadas do prédio, entre um andar e outro que eu não fazia ideia de quais eram, tentando me recuperar enquanto esperava a adrenalina baixar. Estava em pânico. Não em uma crise de pânico. Em pânico pelo que eu tinha me permitido fazer. Ok, eu admitia minha atração por Adam e sempre desconfiei que ele ainda tinha ao menos um resquício de atração por mim também. Mas eu o havia provocado tantas vezes e ele nunca tinha nem se mexido. E agora... foi tão repentino! Em um segundo apenas estávamos seguindo para o trabalho e no segundo seguinte meu corpo estava se deliciando com sensações que nunca ninguém me proporcionara antes. Céus, Adam sabia exatamente como me tocar! Se as luzes não tivessem voltado... até onde teríamos ido?
Meu celular exibia três ligações p
Liam e eu transamos. E foi... bom. Quero dizer... ele era gostoso, tinha pegada, não se importou muito que eu ficasse no comando e foi bem empenhado ao me fazer gozar pela segunda vez. Então... por que eu sentia que tinha faltado algo? “Porque ele não te faz sentir o que o Adam faz, idiota” – uma vozinha na minha cabeça insistia em jogar aquilo na minha cara. Adam tinha me estragado! O amasso com ele tinha sido tão intenso, que ninguém nunca mais ia conseguir me fazer sentir daquele jeito. Merda! - Você não mentiu quando disse que era boa nisso – Liam ri e dá uma mordidinha no meu ombro. Estávamos no apartamento dele, ainda deitados juntos na cama. Se Thiago também estava lá, ele não tinha saído do quarto. Tínhamos feito essa opção porque eu não queria correr o risco de voltar para o Milani e encontrar Adam. Ou receber algum recado dele. É só pensar nele que meu telefone toca. - Precisa atender? – Liam pergunta. - Não... – respondo, enfiando o telefone embaixo do travesseiro ant
~ADAM~Kara tinha conseguido fugir de mim a semana inteira. Céus, como aquela garota era determinada quando queria alguma coisa! Ela sabia que eu não podia a ficar perseguindo no trabalho, e nas poucas vezes que estive em sua sala ela não estava. Quando eu chegava em casa, ela já tinha saído para a faculdade e depois da faculdade ela não voltava para casa, dormia no apartamento do Liam.Então, na sexta-feira, eu tomei uma medida drástica. Cancelei todos os meus compromissos do período da tarde e fui para casa antes de Kara sair do escritório. Quando ele chegou em casa, eu estava sentado no sofá esperando por ela.- Adam? – Ela estranhou, tentando disfarçar o desconforto nos segundos em que se virava para fechar a porta atrás de si. – Você não devia...? Não devia estar no escritório?- Eu vou voltar pro meu apartam
Os holofotes da entrada da Boulevard Lumière nos envolviam como um abraço cintilante, atraindo olhares curiosos enquanto caminhávamos pelo corredor iluminado. Cada passo era marcado por uma batida animada, sincronizada com a pulsação do lugar, meu corpo quase começando a dançar sozinho enquanto se movia. Era a noite em que decidi chutar o balde e deixar as preocupações de lado.- Quero beber até esquecer meu nome! - Exclamei, me entregando ao magnetismo do ambiente.Ao nos aproximarmos da mesa reservada no mezanino, os olhares se multiplicavam. Cumprimentos e sorrisos de conhecidos eram seguidos por uma sensação de estar no centro das atenções. Eu gostava muito dessa sensação.- Eu sempre causo esse impacto quando venho aqui - Luca brinca, observando a reação das pessoas ao nosso redor.- Sério, você também vem
Manu aproveitou a confusão para me arrastar para a limosine por uns instantes e me fazer beber água e comer babata frita.- Agora desembucha, o que tá acontecendo Kara?Ela era uma das poucas pessoas que já tinha me visto em momentos de vulnerabilidade. Na verdade, ouso dizer que ela era a pessoa que meu viu no meu momento mais vulnerável.Quando Otto morreu eu fiquei completamente perdida, e claro, eu lidei com as coisas do “jeito Kara”. Festas, bebidas, sexo, o lado mais louco da vida. Manu estava sempre comigo, por um lado porque ela também gostava desse estilo de vida, mas por outro apenas porque ela se preocupava. Certa noite, eu estava tão bêbada, tão bêbada... mas a dor simplesmente não passava. Era como se eu já tivesse ficado imune ao torpor do álcool. Nós estávamos na festa no apartamento de algum cara, e eu simplesmente subi até o
~KARA~Era domingo de manhã. Adam não tinha me mandado uma só mensagem o final de semana inteiro e obviamente eu não tinha mandado mensagens para ele também. Mas hoje... bem, de alguma forma, eu esperava que ele me avisasse que estava me esperando com nossas bicicletas. Mas não estava.Então, eu pedi um dos meus motoristas que me levasse até o condômino dele e, agora, estávamos estacionamos há vinte minutos em frente ao local, comigo parecendo uma stalker enquanto observava os arredores pela janela e tomava coragem para pedir para subir.Mas quando eu estava prestes a descer do carro, vi Adam saindo do condomínio pelo portão principal de pedestre. E ele não estava sozinho.- Seu galinha! – Digo, observando a garota de longos cabelos castanhos cacheados dar um beijo demorado em Adam antes de se virar para entrar em um carro de aplicativo. – Espera,
- Acho que ainda tô de ressaca... – Maya comenta, na manhã de segunda-feira, deixando a cabeça cair sobre a mesa de trabalho.- Pois eu acho que ainda estou de ressaca desde a festa no Milani... – Alice imita o gesto da amiga.- Bom pra vocês, minha “ressaca” – ele faz as aspas com as mãos – é física.Eu rio e faço um carinho no ombro de Luca. Ele estava com um curativo no nariz e com a região abaixo dos olhos ligeiramente arroxeada. E pelas pílulas em sua mesa, a dor não deveria estar sendo fácil também.- Não se preocupa, o outro cara ficou bem pior... – Maya ria. – Viu os stories dele ontem? – Faço que não com a cabeça. – Luca mandou bem!- Você não devia ter vindo hoje... – digo. – Caramba, Luca, tire alguma vantagem do fato de ser meu melhor ami
~KARA~- Ele foi dizer o quanto eu estava sendo negligente como seu tutor.- Negligente? – Não contenho uma risadinha. – Por quê?- Você precisa mesmo pergunta isso? – Bom, não fazia sentido, então eu precisava. – Suas fotos e vídeos do final de semana estão pela internet inteira, Kara.- Achei que você não fosse ativo nas redes sociais... – desdenho.- Aparentemente o seu tio é. – Adam respira fundo e eu automaticamente me reteso. Seu jeito me dizia que algo bom não vinha pela frente antes mesmo de suas palavras... – A gente conversou sobre isso, sobre você ser o rosto da Milani e em como suas atitudes podem refletir na empresa.- Eu... – mas eu me calo, não tinha o que dizer. Nós dois sabíamos que pedir desculpas pelos meus erros não era algo que ia acontecer.- Você precis
Quando desci as escadas na manhã de sábado encontrei um lindo buquê de rosas vermelhas esperando por mim na mesa de centro da sala. Abri um sorriso e corri até elas, cheirando o aroma adocicado. Havia um cartão escrito à mão, com uma letra que eu já conhecia: "Kara, Sinto muito por agir como um idiota. Sei que você merece respeito e consideração, e estou disposto a aprender com meus erros. Aceita essas flores como um pedido de desculpas e uma tentativa de consertar as coisas? Liam." - Idiota, fofo... – murmuro, ainda sorrindo. O problema é que eu sabia que Liam estava certo naquilo que ele pensara, mas não dissera, ao agir daquela forma comigo: eu não era garota para namorar. Eu era o tipo de garota que ao invés de me sentar e conversar diante de um problema, tentava resolver as coisas apenas ignorando esse problema com bebidas e baladas. Eu tentei agir diferente, eu juro. Talvez eu precisasse continuar tentando. Ma