Como eu já estava completamente fora de qualquer horário aceitável, acabei tomando um banho rápido. Tinha desperdiçado a lingerie nova sem ninguém a ver, mas, bom, não é como se eu não tivesse outras peças bonitas no meu closet. Então, me arrumo rapidamente fazendo uma maquiagem de cinco minutos e usando meu perfume preferido, e saio. Fico grata por Adam não estar mais na sala quando eu passo.
Bato levemente na porta da suíte em que Liam estava. Ou, ao menos, deveria estar se não tivesse desistido de esperar por mim. Mas ele não atende. Então uso meu próprio cartão de acesso para entrar.
Entro vagarosamente, pé ante pé, evitando ao máximo qualquer barulho. Liam estava no quarto, esparramado sozinho na grande cama e completamente apagado.
- Merda... – murmuro.
Tiro os sapatos e me embrenho embaixo do edred
~ADAM~- Você é mesmo um filha da puta, não é? – Eu rio, olhando para a foto da lápide do meu melhor amigo. – Fez isso de propósito, não foi?Estou sentado no chão da cripta de Otto, recostado em um banco. O terno que eu vestia tornando o calor que fazia naquele lugar apenas mais um dos itens desconfortáveis naquela situação.O dia mal começara a clarear. Era domingo e eu tinha planos com Kara. Mas, de alguma forma, me incomodava que eu estivesse sentindo o que eu vinha sentido por ela, sem poder ter uma conversa com Otto antes. Então, aqui estava eu, às cinco da manhã.- Foi por isso que você nunca nos apresentou? Por que você sabia que ela é completamente meu número? Tá, talvez não completamente... a diferença de idade me assusta um pouco. Mas ao mesmo tempo em que ela é c
A porta do elevador estava quase se fechando quando uma mão o invadiu, confundindo o sensor. Adam deu apenas um passo para dentro, olhando primeiro para mim e depois segurando o olhar de Luca.- Bom dia – ele diz com a voz firme.- Bom dia... – a voz de Luca vacila. – Eu... er... acho que preciso de mais açúcar, com licença... – diz, saindo do elevador e me deixando sozinha com meu tutor.- Você é tão mau! – Digo balançando a cabeça, mas minha voz soa divertida.- Por desejar bom dia? – Adam se faz de desentendido, enquanto a porta fecha atrás dele e o elevador se coloca em movimento.- É esse seu olhar! – Digo. – Você olhou pro Luca como se soubesse o que ele fez no verão passado. Ou... na festa passada... – tento conter o risinho, dando uma golada no meu copo de café.- E eu sei.- Ach
~KARA~Eu tinha ficado bons minutos apenas sentada nas escadas do prédio, entre um andar e outro que eu não fazia ideia de quais eram, tentando me recuperar enquanto esperava a adrenalina baixar. Estava em pânico. Não em uma crise de pânico. Em pânico pelo que eu tinha me permitido fazer. Ok, eu admitia minha atração por Adam e sempre desconfiei que ele ainda tinha ao menos um resquício de atração por mim também. Mas eu o havia provocado tantas vezes e ele nunca tinha nem se mexido. E agora... foi tão repentino! Em um segundo apenas estávamos seguindo para o trabalho e no segundo seguinte meu corpo estava se deliciando com sensações que nunca ninguém me proporcionara antes. Céus, Adam sabia exatamente como me tocar! Se as luzes não tivessem voltado... até onde teríamos ido?Meu celular exibia três ligações p
Liam e eu transamos. E foi... bom. Quero dizer... ele era gostoso, tinha pegada, não se importou muito que eu ficasse no comando e foi bem empenhado ao me fazer gozar pela segunda vez. Então... por que eu sentia que tinha faltado algo? “Porque ele não te faz sentir o que o Adam faz, idiota” – uma vozinha na minha cabeça insistia em jogar aquilo na minha cara. Adam tinha me estragado! O amasso com ele tinha sido tão intenso, que ninguém nunca mais ia conseguir me fazer sentir daquele jeito. Merda! - Você não mentiu quando disse que era boa nisso – Liam ri e dá uma mordidinha no meu ombro. Estávamos no apartamento dele, ainda deitados juntos na cama. Se Thiago também estava lá, ele não tinha saído do quarto. Tínhamos feito essa opção porque eu não queria correr o risco de voltar para o Milani e encontrar Adam. Ou receber algum recado dele. É só pensar nele que meu telefone toca. - Precisa atender? – Liam pergunta. - Não... – respondo, enfiando o telefone embaixo do travesseiro ant
~ADAM~Kara tinha conseguido fugir de mim a semana inteira. Céus, como aquela garota era determinada quando queria alguma coisa! Ela sabia que eu não podia a ficar perseguindo no trabalho, e nas poucas vezes que estive em sua sala ela não estava. Quando eu chegava em casa, ela já tinha saído para a faculdade e depois da faculdade ela não voltava para casa, dormia no apartamento do Liam.Então, na sexta-feira, eu tomei uma medida drástica. Cancelei todos os meus compromissos do período da tarde e fui para casa antes de Kara sair do escritório. Quando ele chegou em casa, eu estava sentado no sofá esperando por ela.- Adam? – Ela estranhou, tentando disfarçar o desconforto nos segundos em que se virava para fechar a porta atrás de si. – Você não devia...? Não devia estar no escritório?- Eu vou voltar pro meu apartam
Os holofotes da entrada da Boulevard Lumière nos envolviam como um abraço cintilante, atraindo olhares curiosos enquanto caminhávamos pelo corredor iluminado. Cada passo era marcado por uma batida animada, sincronizada com a pulsação do lugar, meu corpo quase começando a dançar sozinho enquanto se movia. Era a noite em que decidi chutar o balde e deixar as preocupações de lado.- Quero beber até esquecer meu nome! - Exclamei, me entregando ao magnetismo do ambiente.Ao nos aproximarmos da mesa reservada no mezanino, os olhares se multiplicavam. Cumprimentos e sorrisos de conhecidos eram seguidos por uma sensação de estar no centro das atenções. Eu gostava muito dessa sensação.- Eu sempre causo esse impacto quando venho aqui - Luca brinca, observando a reação das pessoas ao nosso redor.- Sério, você também vem
Manu aproveitou a confusão para me arrastar para a limosine por uns instantes e me fazer beber água e comer babata frita.- Agora desembucha, o que tá acontecendo Kara?Ela era uma das poucas pessoas que já tinha me visto em momentos de vulnerabilidade. Na verdade, ouso dizer que ela era a pessoa que meu viu no meu momento mais vulnerável.Quando Otto morreu eu fiquei completamente perdida, e claro, eu lidei com as coisas do “jeito Kara”. Festas, bebidas, sexo, o lado mais louco da vida. Manu estava sempre comigo, por um lado porque ela também gostava desse estilo de vida, mas por outro apenas porque ela se preocupava. Certa noite, eu estava tão bêbada, tão bêbada... mas a dor simplesmente não passava. Era como se eu já tivesse ficado imune ao torpor do álcool. Nós estávamos na festa no apartamento de algum cara, e eu simplesmente subi até o
~KARA~Era domingo de manhã. Adam não tinha me mandado uma só mensagem o final de semana inteiro e obviamente eu não tinha mandado mensagens para ele também. Mas hoje... bem, de alguma forma, eu esperava que ele me avisasse que estava me esperando com nossas bicicletas. Mas não estava.Então, eu pedi um dos meus motoristas que me levasse até o condômino dele e, agora, estávamos estacionamos há vinte minutos em frente ao local, comigo parecendo uma stalker enquanto observava os arredores pela janela e tomava coragem para pedir para subir.Mas quando eu estava prestes a descer do carro, vi Adam saindo do condomínio pelo portão principal de pedestre. E ele não estava sozinho.- Seu galinha! – Digo, observando a garota de longos cabelos castanhos cacheados dar um beijo demorado em Adam antes de se virar para entrar em um carro de aplicativo. – Espera,