POV: HARVEYEstávamos agachados nas proximidades das primeiras defesas da alcateia da Lua Crescente. O Alfa Harry era notoriamente desconfiado, até mesmo em relação à sua própria matilha. Suas defesas principais eram voltadas para a entrada, enquanto a alcateia ocupava o centro. No entanto, seu refúgio pessoal, um pequeno castelo que poderia ser descrito como egocêntrico, estava situado mais profundamente. Após passar por duas camadas de defesas, encontrávamos a cidade, e depois, mais soldados de sua confiança se estendiam ao redor.- É um lunático! - rosnou Beta Oliver.- Um covarde! - corrigi meu beta. Naquele momento, ouvi a voz de Sophie, carregada de tristeza e medo. Ergui o focinho para o alto, fechando os olhos para farejar o ar, tentando absorver suas emoções.- Está tudo bem, meu rei? - perguntou Oliver, farejando o ambiente em busca de qualquer sinal de perigo.Abri meus olhos predatórios, sentindo a raiva correr pelas minhas veias. Minha fera interior ansiava por assumir o
Lobas, junto com seus filhotes, corriam desesperadas enquanto a fera se aproximava impiedosamente, derrubando tudo em seu caminho. Para ele, não importava a inocência das criaturas à sua frente; todas eram presas prontas para serem caçadas. Os lobos que tentavam proteger suas famílias e sua alcateia eram abatidos um a um, suas vidas brutalmente ceifadas. De maneira estranha, minha consciência estava presente, como um espectador, assistindo a um teatro de horror.Talvez a fera desejasse exatamente isso, queria que eu testemunhasse tudo o que acontecia para reforçar quem estava no controle, lembrando-me de que eu lhe pertencia. Isso me enchia de fúria.A criatura parou diante de uma casa onde várias fêmeas prenhas com filhotes indefesos se refugiavam. Ele riu de maneira maligna e, ao abrir a porta, vi as fêmeas em posição de defesa, tentando proteger suas crias. Quando a fera ergueu suas garras para atacar, ouvi a voz de Sophie ecoando em minha mente:- PROTEJA-OS! – Sua voz reverberou,
Recuperei a consciência e imediatamente percebi que algo estava diferente. Denver estava ao meu lado na cama, com um olhar estático, repleto de aflição e preocupação.Brinquei, tentando amenizar a tensão:- Avaliando qual feitiço usará para me matar? - Sentei-me devagar, mas me sentia fraca e tonta.- Sophie? Você finalmente despertou! - Ele respondeu rapidamente- Finalmente? Há quanto tempo estou dormindo? - Fiquei surpresa e perguntei.- Há... Quanto tempo você acha? - Denver hesitou por um momento antes de responderEu olhei para ele, percebendo que se tratava de algo muito mais longo do que eu imaginava.- Para o meu bem, apenas um dia... Três dias? – Indaguei curiosa- Na verdade... Faz um mês desde que você desmaiou. Estávamos muito preocupados! - Ele admitiu sem jeito.Minha reação foi de choque:- UM MÊS? - Gritei, colocando as mãos na boca.Comecei a tossir, com a boca seca, enquanto algumas memórias começavam a retornar. Recordava da revelação sobre a possível natureza somb
- Vocês dois já basta! – Elara nos advertiu, esfregando os olhos. Ela parecia muito cansada – Guardem essa energia para o feitiço. Vamos logo.Chegamos ao jardim e nos sentamos em volta do círculo que continha as gravuras.- Como faremos isso? – Perguntei, sem querer revelar meu estado atual.- Precisamos de algo que a conduza até o Alfa – Denver avaliou – Você tem algo que ele te deu?Coloquei a mão diretamente no colar que havia ganhado no dia do treinamento.- Sim! – Respondi.- Ótimo! – Ele respondeu – Quando começarmos, você precisa se concentrar no presente, em todas as memórias com o Alfa e, no final, entoar: Encontre meu companheiro!- Simples assim? – Perguntei desconfiada.- Não é simples, criança – Respondeu Elara, acomodando-se ao meu lado – Segurarei sua mão, canalizando minha magia para te auxiliar. Se você não conseguir alcançar seu Alfa, nossos espíritos podem ficar presos no espaço/tempo sem retorno.- Eu... – Mordi levemente os lábios – Não quero te colocar em risco
O Beta adentrou o castelo e deparou-se com uma cena desoladora: Selena estava agachada no canto, chorando, enquanto o Alfa jazia inconsciente no chão.- O que aconteceu aqui? - Rosnando em direção à jovem bruxa, Oliver perguntou, preocupado.Ela soluçou inconsolavelmente, tentando falar entre soluços. - Ela... Ela disse que eu podia confiar em você!A menina ergueu os olhos para encarar o Beta. Ele estava com os caninos à mostra, parecendo ameaçador, o que a fez encolher ainda mais e tremer.- Quem disse isso? - Perguntou o Beta, tornando sua voz mais ameaçadora.- A mulher de cabelos loiros e olhos incomuns - Selena respondeu entre lágrimas.- Sophie! - Exclamou o lobo, farejando o ar, mas não encontrando vestígios de que ela estivera ali. - Não entendo como ela pode estar aqui!- Magia extracorpórea! - Explicou a jovem bruxa, secando as lágrimas, claramente exausta. - Vocês vão me matar, não vão?- Isso depende - Rosnou o Beta impaciente. - O que você fez com o nosso Alfa?A menina
- NOSSO FUTURO SELADO! - Uivou a besta em minha direção.Rosnei, lançando um olhar indiferente, segui o feixe de luz que nos guiava, com a fera em silêncio logo atrás de mim.- Você também teme a escuridão! - Comentei finalmente, observando as sombras se fecharem ao nosso redor.- SOU UMA CRIA DA ESCURIDÃO, POR QUE DEVERIA TEMÊ-LA? - Rugiu a fera.- Porque você provou a liberdade e agora recua diante do seu antigo lar! - Rosnei impacientemente, esforçando-me para esquivar das criaturas que vinham nos assombrar.- HARVEY! - A voz de Sophie tornou-se mais desesperada, e eu ergui o focinho, a luz que nos guiava enfraquecendo rapidamente.A besta me agarrou com sua mandíbula, forçando-me a correr a uma velocidade vertiginosa. No entanto, a escuridão parecia infinita, inabalável. Uma luz intensa surgiu à minha frente, revelando uma silhueta.- Pegue minha mão, Harvey! - Agatha sorriu, sua beleza intacta como era em vida.- Agatha? - Rosnei, assumindo minha forma humana, enquanto a fera rec
- E você, Anciã, sempre tão imparcial e política, permitiu que seu povo fosse usado como ferramenta por essas feras imundas! - Ele lançou uma rajada de poder contra o escudo, fazendo Elara estremecer, mas sem permitir que a barreira cedesse. - E ainda trouxe para dentro da cidade o fruto de um amor proibido, está híbrida, nascida das trevas, aconchegou-a no coração das bruxas!Denver continuou a lançar ataques em nossa direção.- Denver, você sabe que foi necessário! - Elara gritou, enfrentando a fúria do mago. - Era o destino da híbrida se unir a nós, não podíamos desafiar os ancestrais!- AO INFERNO COM OS ANCESTRAIS! - Ele berrou, com os olhos faiscando de raiva. - Você entregou sua própria filha a eles, minha futura noiva!Senti a onda de indignação e fúria emanando do mago.- Denver - gritei, tentando apaziguar a situação. - Sua luta é comigo, não com as bruxas. Deixe-as em paz. Ajude-me a atrair a bruxa sombria para longe, e eu me entregarei ao meu destino!Cerrei os punhos, man
Ergui-me, ficando de pé como um lobisomem, com garras afiadas prontas para rasgá-la ao meio.- Criança, não seja ousada; não queremos matá-la ainda! - Os olhos da bruxa cintilaram com uma escuridão profunda. - Ainda não é a hora, não é mesmo? Venha conosco, seu destino a aguarda!- Ir exatamente para onde? - Rosnei, enchendo minhas mãos de magia de luz. - O que quer dizer com "ainda não vão me matar"?- Sempre foi tão curiosa, não é, Sophie? - A bruxa sorriu, revelando dentes podres, enquanto me encarava impaciente.Baixei as mãos, percebendo um leve timbre de voz familiar em seu tom, a voz de minha mãe. Lembrei-me daquela experiência extracorpórea e da revelação que ela me trouxera.- Mamãe? - Uma lágrima escorreu dos meus olhos ferozes, molhando minha pelagem facial. - É você mesma?A bruxa ergueu ainda mais o queixo em minha direção, em uma pose desafiadora.- Quem acha que sou, híbrida? - Ela perguntou com desdém, brincando com magia negra em seus dedos, seus olhos completamente n