Ergui-me, ficando de pé como um lobisomem, com garras afiadas prontas para rasgá-la ao meio.- Criança, não seja ousada; não queremos matá-la ainda! - Os olhos da bruxa cintilaram com uma escuridão profunda. - Ainda não é a hora, não é mesmo? Venha conosco, seu destino a aguarda!- Ir exatamente para onde? - Rosnei, enchendo minhas mãos de magia de luz. - O que quer dizer com "ainda não vão me matar"?- Sempre foi tão curiosa, não é, Sophie? - A bruxa sorriu, revelando dentes podres, enquanto me encarava impaciente.Baixei as mãos, percebendo um leve timbre de voz familiar em seu tom, a voz de minha mãe. Lembrei-me daquela experiência extracorpórea e da revelação que ela me trouxera.- Mamãe? - Uma lágrima escorreu dos meus olhos ferozes, molhando minha pelagem facial. - É você mesma?A bruxa ergueu ainda mais o queixo em minha direção, em uma pose desafiadora.- Quem acha que sou, híbrida? - Ela perguntou com desdém, brincando com magia negra em seus dedos, seus olhos completamente n
- Está tudo bem, Alfa, vamos acabar com essa maldita de uma vez por todas! - Rosnei determinada.Harvey assumiu uma postura de lobisomem ao meu lado, e avançamos contra as sombras. O Alfa cortava através das trevas, derrubando suas barreiras, enquanto eu lançava magia de luz divina por meio das minhas garras, concedida pelas preces que havia proferido. A bruxa recuava, e pude sentir seu medo e inquietação.- AMALDIÇOADOS! - Ela gritou, rangendo os dentes. - VOCÊS NÃO PODEM DERROTAR AS SOMBRAS!A maldita então moveu os punhos, criando um furacão de mãos e espinhos em nossa direção, pareciam ser impregnados de prata, e ao tocarem minha pele, a sensação de queimadura se espalhou. Soltei um rugido de dor, fazendo o Alfa olhar para mim. Ele se lançou sobre meu corpo, me derrubando no chão, protegendo-me com sua própria figura imponente.Tentei sair de debaixo dele, mas a tempestade sobre nós era avassaladora. Vi gotas de sangue escorrendo por entre seus pelos. Ergui minhas mãos e entoei:-
- SOPHIE... Você precisa nos encontrar... - Uma voz ecoou em minha mente durante o sonho, como um sussurro que atravessou os véus da minha consciência.- Encontrar quem? Quem são vocês? - Perguntei, confusa, enquanto a escuridão inicial dava lugar a um campo de flores, sua beleza iluminando o cenário.- Somos as portadoras de suas respostas... Venha, criança, o destino a aguarda! - A voz ressoou com mais intensidade, revelando uma esplêndida casa no centro do campo. Eu me aproximei, e a porta se abriu diante de mim. Lá dentro, três mulheres e a jovem bruxa que eu havia resgatado na floresta estavam acomodadas em confortáveis poltronas, me encarando com expectativa.A porta se fechou com um estrondo, e eu senti sendo arrastada para trás, enquanto nuvens negras e densas se formavam no céu, anunciando a chegada das sombras.- NINGUÉM PODE TE SALVAR! - A voz sombria da bruxa ressoou ameaçadoramente.Despertei de sobressalto, minha mão instintivamente indo para as costelas, que queimavam a
Habilmente, ele terminou de rasgar o restante das minhas roupas, me deixando completamente exposta. Dando um passo para trás, seus olhos percorreram vagarosamente meu corpo, analisando. Seus olhos pousaram em alguns hematomas deixados pela bruxa sombria, e um rosnado explodiu de seu peito resignado. Pude sentir o ódio emanar a cada ferida que ele observava.O Alfa esticou as mãos em minha direção, sem quebrar a conexão de nossos olhares.- Venha, cuidarei de você! - Ele sussurrou sedutor, me perdendo em nosso momento.Segurei suas mãos, permitindo que nos guiasse até a água fresca do rio. A temperatura era ideal, a magia emanava do lugar, causando uma sensação de leveza.Harvey pegou uma esponja de banho e derramou o líquido com cheiro de rosas na esponja. Ele se aproximou, levantando meus braços para os lados, passando cuidadosamente a esponja por todo o meu corpo. Cada parte era tratada com carinho por ele. Senti uma corrente elétrica percorrendo entre nós e suspirei. Suas mãos hábe
Foi curioso como os dias transcorreram durante os treinamentos; em alguns momentos, parecia que o tempo se arrastava, enquanto em outros, a percepção do tempo simplesmente desaparecia. Selena se juntava a nós nas sessões de treinamento, enquanto o Alfa, de maneira preguiçosa e até um tanto birrenta, permanecia na forma lupina, observando Elara me ensinar uma das magias mais perigosas, a magia do fogo.- Concentre-se, Hibrida - a anciã chamou minha atenção enquanto eu encarava o lobo à minha frente, que parecia completamente despreocupado. - E você, Alfa? Não tem uma alcateia para cuidar?Ele bufou, ignorando completamente a pergunta.- Esse lobo não se parece com a fera que atacou as luas crescentes - observou Selene, falando baixinho e demonstrando medo.- Não deixe que ele te ouça! - Outra aprendiz exclamou, alarmada.A audição do rei Lycan era extraordinariamente apurada, e um rugido alto explodiu de seu peito, fazendo com que as jovens bruxas gritassem e saíssem correndo do local.
O Alfa permaneceu em silêncio, me analisando. Ele juntou as mãos em meu rosto e as virou, seu dedo delicadamente limpando as lágrimas.- Há algo que a fez acreditar que sua mãe seja a bruxa sombria? - Ele arqueou as sobrancelhas.- Sim, quando Denver me ensinou magia extracorpórea... - Respondi cuidadosamente, vendo seu semblante mudar ao pronunciar o nome do mago. - Vi duas mulheres brigando, e Philippa, minha mãe, estava lá, seus olhos tomados pela escuridão.Harvey assentiu e me puxou para um beijo suave.- Hibrida, se sua mãe for a bruxa sombria, há mais motivos para enfrentá-la - Ele falou, por fim, com frieza.- Como pode dizer isso? - Falei chocada, afastando-me dele.- Se ela fez um pacto com as sombras, sua alma não reside mais ali. É apenas o casco ambulante da escuridão. Não há motivo para você ter compaixão por aquela casca oca! - O Alfa rosnou impaciente, puxando-me novamente para perto dele, suas mãos fortes segurando firme em meu quadril.- Talvez você tenha razão, ela
A Noite de Walpurgis, também conhecida como a celebração das bruxas, estava finalmente sobre nós. O ritual seria realizado ao ar livre, no coração da floresta, permitindo que todos mergulhassem na conexão com a natureza. Bruxas e magos dançavam com alegria ao redor de uma enorme fogueira, uma parte essencial do rito, simbolizando a luz e a purificação. Os participantes tinham a oportunidade de pular sobre as chamas como um ato simbólico de renovação e purificação.- Uau, não tinha ideia de que elas podiam ser tão animadas! - eu comentei com um sorriso encantado, observando a atmosfera festiva do lugar.- Tudo faz parte do ritual - respondeu o Lycan, dando de ombros. - A música e a dança desempenham um papel crucial nessa cerimônia, ajudando a elevar a energia e fortalecer a conexão com as forças da natureza, ou algo parecido.- Estou impressionada por você saber disso, Alfa. - Fiquei surpresa com seu conhecimento.Ele deu de ombros e respondeu com um rosnado suave- Estou vivo há déc
- Não pode! - O pesar nos olhos dos meus pais trouxe mais lágrimas aos meus olhos. - Sophie, estou aqui porque abandonei minha alcateia, me uni à sua mãe e desafiei os Deuses. Mereço minha sentença.- Não, você não merece... - Chorei, e ele secou minhas lágrimas com carinho.- Está tudo bem, minha menina, contanto que vocês fiquem bem... - Ele sorriu, revelando sua preocupação. Foi aí que percebi que ele não sabia que Agatha havia partido, e abaixei a cabeça, triste.- Papai, há algo que preciso te contar... - Senti uma vibração estranha, como se estivesse prestes a ser arrastada de volta. - Perdoe-me por meu egoísmo, mas preciso que me responda, Philippa, minha mãe, é a bruxa sombria?Ele arregalou os olhos, chocado.- Sua mãe, uma bruxa sombria? De onde você tirou isso? - Ele indagou, confuso.- Eu visitei o passado, onde a vi lutando com uma mulher chamada Lilith, mas os olhos de minha mãe estavam negros como os da bruxa. - Expliquei, vendo meu pai suspirar, preocupado.- Então foi