Tinha bebido demais, me excedido, mas foi a primeira vez em anos que me permiti ser irresponsável. Harvey me olhava com divertimento enquanto caminhávamos pelo corredor, indo até a porta do meu quarto. Paramos na entrada, olhei para a porta e para ele com um sorriso audacioso:- Quer entrar? – Sugeri provocativa.- Você precisa descansar – Ele sorriu hesitante – Teremos tempo para mais, humana...O Alfa veio em um beijo suave, grudei em sua nuca, puxando-o e passando minhas mãos por suas costas, arranhando-o, sentindo uma grande necessidade de mais dos seus toques. Harvey me colocou na parede enquanto pressionava o corpo contra o meu. Sentia sua pulsação irregular, seu desejo queimava, ele queria tanto quanto eu!- Fique comigo esta noite – Sorri com malícia antes de ficar séria – Acho que não vou conseguir dormir.- Está com medo? – Ele acariciou a ponta do meu queixo com os dedos – Sua cama é pequena para nós dois!- Me apresente o seu quarto, então! – Segurei sua mão com malícia, p
- Será que vão me tratar com hostilidade? – Perguntei sonolenta enquanto abria a boca e roçava minha cabeça contra o peito nu do Alfa.- É provável, irei com uma ameaça e proposta! – afagando meus cabelos, ele respondeu preguiçosamente.- É realmente necessário ameaçar logo de cara? Por que não propõem algo primeiro? - murmurei com uma voz suave, enquanto o sono começava a me envolver.- Só de ir até lá sem matar ninguém já é uma proposta! – ele disse, despedindo-se com um brusco – Boa noite humana.- Boa noite Sr. Arrogante!Retirei-me em seus calorosos braços, sentindo-me segura. No entanto, a agitação me acompanhou durante toda a noite, como uma corrente de ar gelado. Abri os olhos e vi uma figura na sacada do quarto. Silenciosamente, levantei-me e, ao me aproximar, percebi que o Alfa estava adormecido. Farejei o ar, mas não detectei nenhum cheiro de perigo.Decidi ir na direção da sacada, mas parei subitamente quando reconheci a figura.- Agatha! - Minhas lágrimas inundaram meus o
Entrei no quarto determinada, as mãos cerradas em fúria enquanto me aproximava do Alfa que estava vestindo-se. Agarrei seu braço com força, e ele arqueou as sobrancelhas, surpreso com a intensidade do meu aperto.- Esta é a sua resposta? - rosnei, incapaz de conter minha raiva. - Se é assim que nossa relação vai ser, então você não é diferente dos homens humanos!Harvey me puxou bruscamente, seus dedos apertando suavemente o meu pescoço. Pude ver o tremor em seu corpo, a luta para conter a fúria e evitar me machucar."Cuidado com as palavras, Sophie", ele ameaçou com um rugido alto escapando de seu peito ofegante. Ficamos nos encarando até que ele finalmente me soltou e se afastou.- Arrume-se, vamos para a cidade das bruxas - ele rosnou ao sair do quarto, batendo a porta com força. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.- Agatha estava certa... - sussurrei, minha voz embargada. - Não há amor aqui!Partimos em direção à cidade das bruxas, que se situava em um vale profundo,
- Por favor, Elara e Denver, ouçam o que temos a dizer. Nossa proposta é benéfica para ambas as partes, sem favorecimentos. - Reforcei minha fala, mantendo meu olhar firme e profundo, sentindo um lampejo percorrer minhas írises.- Só você viu? - sussurrou Denver para a bruxa, apontando discretamente na minha direção.- A marca das bruxas reclusas - Elara assentiu. - Pois bem, apenas o Alfa e a Híbrida podem passar; os demais, que congelem no frio!Eu estava prestes a contestar, mas o Alfa me cortou abruptamente.- Vamos, Sophie! - Ele agarrou meu cotovelo e praticamente me arrastou para dentro da cidade.Não podemos deixá-los nesse frio! - Contestei, irritada. - Você quer que eles morram?O Alfa respondeu com sarcasmo: - São lobos com um casaco bem quentinho. Vão sobreviver até voltarmos.- Você realmente não se importa com ninguém, não é? - Frustrada, dei de ombrosEle olhou sério para mim, como se quisesse dizer algo, mas optou por ignorar.- Não tenho tempo para isso - Ele rosnou b
Enquanto suas palavras ecoavam no cômodo, vi o sangue gotejar no chão e subir, como se o tempo estivesse se movendo em câmera lenta, de trás para frente. Olhei para os lados e percebi que o tempo estava suspenso, como se Elara, Harvey e Denver estivessem congelados. Ao fundo, uma figura surgia - uma criança da floresta, sorrindo enquanto balançava as mãos e ria, convidando-me a segui-la.- Venha até nós, híbrida... Venha, estamos te esperando! - A criança pulava e balançava sua capa. - Seu destino precisa ser selado, suas respostas estão conosco.- Mas quem é você? Quem está me esperando? - Perguntei, incapaz de me mover, enquanto encarava a criança.- Nós somos você e você é a gente. Somos suas ancestrais, suas raízes... Venha até nós, Sophie... - A criança gargalhava enquanto se aproximava perigosamente de mim, descompassando meu coração. - VENHA ATÉ AS BRUXAS RECLUSAS!Ela gritou com um tom agudo, ecoando intensamente em meus ouvidos, a ponto de fazê-los sangrar.O tempo parecia vo
Retornando à alcateia, as palavras do Alfa ecoaram em minha mente. Seu compromisso com o papel de Rei Lycan era tão inabalável que ele não me permitiria amar. Desde o início, fui utilizada, sem perspectivas de escapar. Inicialmente fraca, enfrentei uma transformação horrível, enfrentei um urso e lutei contra lobos...- INFERNO! - Rugi, recordando o lobo que caiu do penhasco. No entanto, minha maior tolice foi ter aceitado ser sua Luna, entregando minha pureza a um lobo que me via apenas como a satisfação de seus instintos primitivos.- Talvez eu devesse deixar a escuridão me consumir... - Rosnei, resignada. Adentrei o quarto enquanto planejava os próximos passos. Em breve, estaria entre as bruxas, determinada a dominar meu poder e me tornar forte o suficiente para proteger tanto a mim mesma quanto Conan. Estava decidida a escapar do Alfa e da escuridão que nos envolvia.Na porta, o Rei Lycan se aproximou, notando minha tensão. - O que você quer aqui? - Rosnei, irritada.- Você é minha
- Quando souber a resposta, humana, poderá se ressentir com motivos reais! – Harvey rosnou fechando os olhos.- Já vai descansar? – Encarei-o, arqueando as sobrancelhas ao perceber que a noite mal havia chegado.– Eu tinha outros planos para esta noite – Ele abriu os olhos, sorrindo com malícia, e corei – O pacto feito com a bruxa sugou um pouco de nossas energias, os próximos passos são cruciais. Seu treinamento com Elara é de extrema importância; portanto, precisamos descansar.- Se estava tão cansado, por que não me deixou em meu quarto? – Eu torcia a coberta nas mãos. - Por que me trouxe para o seu quarto?- Por que não? – Harvey me puxou com força, fazendo-me ficar ao seu lado – Tem uma pele quentinha.Ele esfregou o rosto em meu ombro, causando tremores em minha pele e arrepios prazerosos. Segurando meu queixo, o Alfa voltou meu olhar em sua direção, e pude perceber as chamas ardendo em seus olhos.- Você é minha Luna, humana, gostando ou não, me pertence, e gosto de manter o qu
POV: SOPHIEApós o estranho surto de Harvey, os dias passaram rapidamente sem nenhum sinal dele. Na terceira noite, desisti de ir ao seu quarto e permaneci no meu, esperando que ele viesse para explicar, mas isso nunca aconteceu.Eu estava brincando com Conan, que tinha crescido muito. O tempo passava depressa, e meu coração apertava sempre que eu pensava em ter que ficar longe de sua inocência e amor por meses. Era uma decisão difícil, mas necessária, considerando que a escuridão ameaçava engoli-lo também, e eu não permitiria que isso acontecesse.Quando Denver retornou comigo, após curar meus ouvidos, ele me contou sobre a lenda. Nada daquilo fazia sentido em minha cabeça. Se tudo aquilo fosse verdade, então nossa mãe nos usou como moeda de troca para as sombras. Por que ela faria isso? Seu comportamento sempre foi peculiar e difícil de entender, mas entregar suas próprias filhas?Suspirei, observando Conan dar seus primeiros passos, batendo palmas quando conseguia. No sexto dia, el