POV: SOPHIEEra um sonho ouvir suas gargalhadas com a boca cheia de bolo e os olhos marejados; sua leveza e suavidade preenchiam meu coração. Conan estava aqui, de volta ao lar, de volta para os meus braços, onde o apertava com medo de perdê-lo novamente!— Tia, você está fazendo de novo! — Ele falou, ainda rindo.— Fazendo o que? — Arqueei as sobrancelhas, divertida.— Me encarando, eu já disse, estou bem! — Conan revirou os olhos, como a Agatha fazia quando algo a aborrecia.Gargalhei com tamanha semelhança; meu sobrinho me encarava franzindo o cenho, tentando compreender o motivo da graça.— Que tal irmos ao lago sagrado? Preciso me curar, e você, rapazinho, necessita de um banho. — Cutuquei seu nariz, idêntico ao do pai.— Lago sagrado? — Ele parecia curioso e ao mesmo tempo, receoso. — Por que temos que ir até lá?— Não se preocupe, meu pequeno valente, é apenas um lago abençoado pela Deusa Lua, onde o poder de cura é mais intenso... Por sermos híbridos, nossa cicatrização não é
— Conan! — Gritei, trazendo o seu olhar furioso para mim. — Seu pai não é o seu inimigo, muita coisa aconteceu e muitas mentiras foram contadas, mas não somos seus inimigos!— Tem certeza? — Ele semicerrou os olhos, voltando a encarar o Rei Lycan.— Deixe-o extravasar esta raiva... — Harvey falou preguiçoso. — Me ataque, filhote!— O que? Você é maluco? — Rosnei irritada, ainda entre os dois. — Vocês não vão brigar, eu não permito!Rindo, o Alfa balançou a cabeça de um lado para o outro.— Conan, você me odeia? — O Rei Lycan perguntou descontraído, mas sua voz estava carregada e afiada.— Por culpa sua minha mãe morreu, assim como a minha tia Victoria. Sim, eu o odeio! — Brandou o filhote de volta para o pai.— Temos uma arena de luta e treinamento no alto da montanha. Como o seu rei, eu lhe concedo um desafio onde me enfrentará, podendo descontar todo o seu ódio sobre mim. — Harvey falou, lançando um desafio.— Até a morte? — Meu sobrinho perguntou, com um cintilar tenebroso nos olho
Sorrindo, ele estocou mais vezes nos fazendo chegar juntos ao clímax. Selando nossos lábios, Harvey nos puxou de volta para água lavando nossos corpos de forma delicada em silencio.— Por que aceitar o desafio? — Indaguei, finalmente quebrando o silêncio.— Conan exibe todos os traços de um alfa; respondemos apenas ao poder, e é crucial que isso seja demonstrado. — O rei Lycan sorriu.— Você apreciou o confronto, não é verdade? — Virei-me para encará-lo, afastando-me das mãos que cuidavam dos meus cabelos. Semicerrei os olhos ao analisar suas feições impressionantes. — Sentiu orgulho!— Por que não sentiria? O pirralho desafiou seu alfa e pai, mesmo sabendo que minha força é superior... Um pouco de rebeldia e tolice, no entanto, isso prova que ele não é um covarde. — O alfa deu de ombros.— Você não pode estar falando sério... — Rosnei, massageando as têmporas. — Não quero que se odeiem, por favor, já passamos por tanto!— Jamais irei odiar meu filhote, não tenha esses pensamentos hum
Um rugido ensurdecedor ecoou do quarto do Rei Lycan, indicando que a fera havia assumido o controle. Ergui minha cabeça da beira da cama de Conan, alarmada. Ele segurava meus braços com firmeza, suas presas à mostra, revelando seu temor.— Está tudo bem, nada vai te acontecer... Fique aqui! — Tentei acalmá-lo, acariciando sua face.— Não vá, é perigoso... Ele está possuído pelo demônio das sombras! — Conan disse apreensivo, mantendo seu aperto forte em meu braço, evidenciando sua notável força.— Meu corajoso, precisa confiar em mim... Sem querer me vangloriar, sou uma bruxa extremamente poderosa, e a fera não é nada comparada a mim! — Pisquei para ele, buscando um tom mais descontraído. — Fique aqui; ao menor sinal de perigo, corra e se esconda, camufle seu cheiro... Você consegue fazer isso?Ele assentiu, mordendo os lábios, um hábito que eu também tinha quando nervosa.— Este é meu garoto. — Cutuquei seu nariz quando outro estrondo ecoou do quarto do meu companheiro, indicando mais
POV: HARVEYConan me acompanhava na forma humana até o início da floresta, sua hostilidade era palpável, meu lobo interior rosnava em desafio ao dele. Não estava disposto a aceitar a manipulação e quebra de conexão que as sombras haviam estabelecido entre o filhote e eu!— Eu também odiava o meu pai... — Falei, chamando sua atenção.— Hunf, então somos mais parecidos do que gostaria! — Ele deu de ombros ríspido. Sorri com sua postura rebelde, a mesma que me lembrava a mim mesma.— Quando você era apenas um pequeno filhote, tínhamos uma boa conexão. Bastava um olhar para compreender suas emoções... — Parei de falar, encarando-o, e transformei-me em lobo. — Transforme-se; espero que consiga me acompanhar!— Aonde vamos? — Conan arqueou as sobrancelhas, desconfiado.— Não se preocupe, filhote, não lhe farei mal... Não quero despertar a fúria de sua tia! — Ri, irônica.Revirando os olhos, ele se transformou em sua forma lupina. Seus pelos eram brancos como a neve, semelhantes aos de Sophi
POV: SOPHIECaminhei por entre a alcateia, ultrapassando os portões e dirigindo-me ao acampamento das Succubus, que se apresentavam inquietas, ásperas e menos exuberantes. Algo claramente não estava certo; notei algumas delas no chão, gemendo de dor, enquanto outras pareciam mais magras, como se estivessem desnutridas.— O que houve aqui? — Murmurei para mim mesma, dirigindo-me à tenda de Nyxara.Farejei o ambiente; as nuances de desejo e poder estavam intensas e concentradas apenas ali, mas o odor de desespero também se fazia presente.— Nyxara? Sou eu, precisamos conversar. — Falei à entrada da tenda, aguardando alguma resposta. Nada foi declarado de volta; rosnei, entrando.A encontrei estática, olhando para o nada, parecendo distante, com o cálice em mãos, e muitas garrafas vazias espalhadas pelo chão.— Succubus? — Encostei em seu ombro, fazendo-a saltar assustada. — Você está bem?— A fera era incansável, insaciável, tanto poder... Tantos desejos, tanta intensidade! — Ela falava
Todos nos acomodamos na sala; eu escolhi o assento ao lado da cadeira do Alfa, enquanto Morgana, Elara e Selena se posicionaram um pouco mais afastadas, talvez para garantir suas seguranças. Oliver ficou ao lado direito, assumindo o papel de um verdadeiro beta, e aguardamos a chegada do rei Lycan.— Não podemos adiantar o assunto? — indaguei, encarando todos na sala. — Parece que todos aqui sabem do que se trata, menos eu!Rosnei impaciente, provocando sorrisos em Morgana e Elara diante da minha postura.— A criamos como bruxa, mas seu lado loba sempre predomina! — Morgana sorriu divertida.— Não se pode tirar um lobo de uma híbrida. — Brincou Elara, piscando.— É um novo ditado? — Riu Selena.— Vocês estão muito bem-humoradas diante da situação que teremos que enfrentar! — Rosnou o Alfa, adentrando a sala com seus passos imponentes, fazendo todos se levantarem em reverência. — Sente-se!Assim o fizeram.— Os ancestrais a alertaram, não foi, bruxa reclusa? — Rosnou afiado o rei Lycan
— A primeira punição ao Rei das Sombras, quando matou um dos seres criados por seus irmãos, foi a prisão eterna em seu domínio. — Morgana se aproximou de mim, sentando-se ao meu lado e segurando minhas mãos entre as dela. — Ele não tinha como sair de lá, tampouco suas criaturas conseguiam..., Mas o desequilíbrio causado pelo Destino tornou tudo isso possível.— O Rei Sombra viu a grande oportunidade, o receptáculo perfeito: filhote de um alfa amaldiçoado poderoso, filho de uma gêmea da lenda, sobrinho de uma híbrida e descendente direto do poder puro dos ancestrais e bruxas reclusas. — Elara completou, suspirando. — Ele sabia que sua alma, sem um recipiente, não conseguiria sair de sua prisão, mas um corpo forte com a alma moldada como a de Conan tornaria isso possível!— Mesmo que ele tivesse que reduzir o tamanho de sua essência para que ela se desenvolvesse junto à alma do filhote! — Completou Morgana.— Espera aí, vocês estão me dizendo que as sombras sequestraram meu sobrinho ain