Convencer a oficial Abbott de que eu deveria ver a princesa Marilene custou muitos, muitos argumentos e bastante insistência. Ela se recusava a me deixar ver a princesa, mesmo sabendo o meu grau de importância. Internamente me perguntava se isso era uma insegurança sua de perder seu importante cargo para mim por eu ter sido a primeira auxiliar nisso tudo.
— Eu preciso mesmo falar com a princesa Marilene uma última vez — insisto.
— Está bem. — Ela suspira, parecendo furiosa em ter de ficar discutindo comigo sobre isso. — Mas será por um curto tempo. A princesa deixou claro não querer ser incomodada por ninguém. Se eu receber qualquer advertência, vou transferi-la para você.
Assenti, só
Faltando três dias para o plano de expansão, o castelo ficou agitado. Mandaram-me guardar umas roupas para viagem e para o dia do plano. Fiz isso, guardando tudo numa bolsa. Fiquei repassando o plano na minha cabeça. Tinha tido tempo de sobra já que o príncipe me veio ver apenas duas vezes depois daquele dia. Ele alegava que a princesa o estava vigiando bastante e não gostaria nada de nos ver juntos.Alguém bate na porta e eu fecho a bolsa, ajeitando o meu vestido. Tinha um tom rosado e com mangas. Ultimamente a casta 1 tinha ficado mais fria.Talvez a presença do príncipe de gelo tenha trazido um pouco de frio para o clima quente de Mariah, pensei enquanto caminhava até a porta.A abro e vejo a oficial Abbott com sua expressão séria. Estava
Despertei num susto quando alguém parece tocar o meu ombro. Meu coração chegou a acelerar um pouco por causa desse sobressalto e levo alguns segundos para me dar conta de que quem estava tentando me acordar era a princesa Marilene.Já havíamos completado quatro dias de viagem e estávamos chegando ao quinto dia. Tinha parado para cochilar após o almoço e antes dele, ela já havia me avisado de estarmos próximos de chegar no local onde tudo ocorreria.Porém, tinha tido um pesadelo na noite anterior, em contraste com o sonho pacífico tido com a deusa Asteria. O pesadelo me fez lembrar da cabeça pálida da minha mãe, separada do corpo; a mãe de Karen morta de maneira brutal e várias outras mulheres sendo mortas por nós
Apesar dali ser a divisa entre Mariah e Mateh, nuvens negras começaram a encher o céu. Só percebi esse fato quando me aproximei suficiente do muro e, de maneira quase mágica, as árvores não cresciam próximas a ele. Apesar disso, um rio corria naquele ponto específico e passava por grades de ferro grosas até o outro lado. Um vento pouco aconchegante passou por mim, mexendo nos meus cabelos negros.Minha garganta arranhava levemente por causa dos grasnados dados em luto ao príncipe.Espero podermos nos encontrar no nosso outro destino, pensei por um momento, mexendo no seu anel em meu dedo. Tinha voltado apenas para pegá-lo. Outra lembrança dele que estava levando comigo. Isso me ajudaria a não me esquecer da promessa que havia feito a ele.
Apesar do sol de meio-dia ter demorado chegar, meu estômago chegou a dar um nó de nervosismo por saber o que estava por vir. A adaga de gelo pareceu ficar pesada no meu antebraço. Mesmo assim, criei coragem para sair da barraca ao ser chamada pela oficial Abbott em nome da princesa Marilene. Já trajava as roupas a mim concedidas para aquele momento.Era negra, completamente negra. Uma capa também negra estava presa aos meus ombros. Cobria todo meu corpo como a proteção que as Guerreiras usavam por baixo da armadura de ferro. Uma saia metálica cobria minha cintura, além de uma bota de metal prateado, cotoveleiras, joelheiras e um corpete igualmente metálico protegia meu busto. Embora as Guerreiras não costumassem incentivar o uso do cabelo solto, pelo meu ainda estar consideravelmente curto — não tinh
A primeira pergunta que passa pela minha cabeça é se eu morri. Junto com essa pergunta, vem uma dor insuportável no mesmo lugar. Aos poucos, a consciência vai retornando, me dizendo não ter chegado meu momento ainda. Forço meus olhos a abrirem, embora um zumbido irritante no meu ouvido me impeça de ouvir o redor.Assim que minha visão vai tomando forma, percebo que estou num chão terroso. Tusso com a poeira levantando ao redor e vejo mulheres correndo, desviando do buraco onde eu me encontrava. Suas bocas estão abertas e suas armas estão em punhos. Devem estar gritando. Sinto falta da minha capacidade de ouvir.Pisco algumas vezes e procuro pela princesa Marilene. A encontro alguns metros de distância, com os olhos abertos. Por um segundo penso que est&aac
PARTE UMO TREINAMENTOMinhas garras negras arranharam de leve o vidro da televisão enquanto meus olhos continuavam vidrados no vídeo em que mostrava o Príncipe de Gelo. Embora não passasse de um albino com olhos azuis bem claros, gélidos, era ele quem comandava os homens— Cavaleiros — que viviam do outro lado da fronteira.É isso mesmo, homens e mulheres foram separados há centenas de anos. O motivo? Não faço ideia. Ninguém sabe. O máximo que sabemos é que o príncipe Matthew comanda os homens e a princesa Marilene controla as mulheres — Guerrei
O castelo da princesa Marilene era simplesmente enorme. Meu olhar se perdia na imensidão belíssima do local. O jardim foi o que primeiramente me tirou o fôlego com a grama bem cuidada e flores colorindo algumas partes. Dentro do castelo não era diferente. A decoração continuava exótica e bela, acima de tudo o que eu já havia visto em toda minha vida.Fomos guiadas pelos corredores por uma moça parecendo ser uma empregada com seu vestido azul-bebê e um lenço branco prendendo os cabelos castanhos. Não demorou muito para chegarmos ao que parecia ser o salão principal. Várias outras garotas já estavam por lá, sentadas em mesas de quatro pessoas, embora algumas mesas ainda se encontrassem vazias.A moça que nos acompanhava nos
Fiquei um tempinho encarando aquela silhueta, sem saber se o certo seria eu deveria ir até ela.— Não tenha medo, Cia — ela me garantiu.Embora não conseguisse ver boca alguma se mexendo para falar comigo, seus olhos continuaram focados em mim, então presumi que a mensagem havia vindo dela.Logo estava caminhando na direção da silhueta que mantinha os olhos brilhantes como estrelas vidrados em mim, observando cada passo que eu dava.Ao chegar na janela, a silhueta estendeu a mão na minha direção, ultrapassando o vidro como se fosse apenas uma sombra. Hesitante, aceitei sua mão e fui puxada na direção do vidro, o atravessando com sua ajuda.