Sabia que sua ideia não seria bem aceita, lidava com Paulina Perez, que desviava o olhar diante da menor sugestão de duplo sentido. Uma parte de si até desejava que desistisse, a mesma parte que se ofendia nesse momento com a expressão de horror de Paulina.— No que dormimos juntos ajudará? — murmurou aflita, automaticamente cruzando os braços em sinal claro de proteção. Protegendo-se dele, que fazia o esforço supremo de relevar seu comportamento.— Você se acostumará com a aproximação masculina e poupará o meu rosto — explicou, levando Paulina a corar de vergonha. Simon jamais a deixaria esquecer seu impulso. — E não se preocupe. Garanto que permanecerá virgem ao amanhecer — disse caustico, acrescentando com um sorriso debochado: — Não ataco mulheres, é bem o contrário.A falta de modéstia de Simon fez Paulina revirar os olhos. Censurando-se pelo gesto, agradeceu mentalmente por ele não poder ver sua expressão. Irrita-lo seria desastroso, ele desistiria de ajuda-la e todas as suas ch
De manhã não se surpreendeu em encontrar o lugar ao seu lado vazio. Simon sempre acordava cedo para seus exercícios na academia do prédio. Era o fato de ter passado a noite com ele, mesmo que platonicamente, que bagunçava sua mente. Tudo pareceria um sonho de mau gosto caso não estivesse no quarto de Simon e os lençóis e travesseiro do lado dele não estivessem em desordem e com cheiro dele.Levantou e ainda sonolenta arrumou a cama antes de ir ao banheiro do próprio quarto no fim do corredor. E a dúvida a dominou novamente. Tomara a decisão certa? Fingir ser amante de quem quer que fosse parecia um absurdo, ser de Simon e seguir suas etapas era surreal. As “amigas” dele tinham corpos espetaculares, nuas pareceriam deusas sensuais. Nunca se imaginara nua na frente de outra pessoa, nem mesmo de Nathaniel. Ora, evitava até observar longamente o corpo nu quando tomava banho ou se trocava, mas sabia que tinha peitos, coxas e traços avantajados. Em comparação com as “amigas” de Simon e com
Como imaginaram, por causa da falta de aviso do porteiro, era Mirela na porta. Disse que passou para ver o filho antes do trabalho, mas tanto Paulina quanto Simon sabiam que o motivo era outro. Simon até verbalizou isso, ao que Mirela riu e não negou. Enquanto Simon se arrumava para trabalhar, Paulina ficou na sala conversando com Mirela, ou melhor, ouvindo.Paciente, aceitou as condolências da Salvatore, que lamentava o fim de seu noivado, não soltou uma palavra quando ela garantiu que encontraria alguém melhor, agradeceu e forçou-se a ocultar seus verdadeiros pensamentos atrás de um sorriso ao escutar que era muito boa garota, uma alma maravilhosa que influenciaria Simon a ser um homem melhor. Declarar que Simon é que a influenciava a ser uma mulher melhor pareceu inadequado.Imaginou o caos que seria a descoberta do acordo deles. Mirela exigiria sua demissão. Por mais amiga de sua mãe, duvidava que a Salvatore aceitasse tal abuso de confiança. Seu pai a repudiaria. Há anos ele esta
A amiga de Mirela estava fora do país, segundo a filha dela, uma mulher que devia ter mais ou menos sua idade, preparando um desfile em Nova York. A filha a substituía em sua ausência. Era energética, simpática e alto-astral, indicava, com o auxílio de outras duas mulheres que tiraram suas medidas, milhares de looks para o dia-a-dia, para o trabalho, informais e formais, enquanto falava de si e arrancava poucas confissões de Paulina.— Também tenho a minha própria loja — informou. — Mais tarde pode visita-la.Mirela riu.— Não imagino Paulina lá, mas quem sabe.— Mirela é nossa melhor cliente e já falou muito de você. Você é linda como ela descrever e tem um corpo e rosto divinos — comentou apertando seu rosto entre as mãos. — Tenho tantas ideias que combinam com você, principalmente se quiser dar uma incrementada ousadia.Largou seu rosto para pegar o celular que tocava uma melodia pop. Sorria ao atender e pelo tom, falava com o namorado. Mesmo não querendo, acabou prestando atenção
Quando a noite chegou, carregada de inseguranças já nem sabia se iria adiante com o plano de malhação. E foi o que disse para Simon quando jantaram juntos e ele fez perguntas sobre isso.— Não sei se é uma boa ideia — disse remexendo os restos de comida em seu prato. — Você mesmo disse que estou bem assim.Sentando ao seu lado, Simon estreitou os olhos.— Alguém te importunou? Fale-me quem e tomarei providências.— Não, nem passei da recepção...— E o que te fez mudar de opinião?— Nada...Simon respirou fundo.— Eu sei que mente. — Estendeu a mão para segurar a dela, fazendo carinho com o polegar ao orientar: — Falar o que te incomoda faz parte da confiança trocada.— Tenho medo das comparações... dos olhares das outras mulheres...Desprendeu sua mão, para esfregar o braço, incomodada e envergonhada com sua debilidade.— Está com medo das mulheres? — A confusão tomou a face e a voz do Salvatore.— Não vi nenhuma acima do peso como eu — comentou de cabeça baixa, a franja ocultando seu
Péssima ideia deixar que outros escolhessem suas roupas íntimas. Certo, não saberia o que escolher. Rendas, transparências e suas vertentes não eram suas prioridades. Gostava de longos, feitos com algodão macio, que cobriam cada parte de seu corpo, como sua mãe gostava. Todas as suas novas camisolas eram curtas, de alças finas e delicadas, lacinhos, rendas, transparências, os tecidos eram macios, mas finos demais. Graças aos céus, tivera o bom senso de indicar que jamais usaria calcinha dental, caso contrário nesse momento estaria mais envergonhada e desconfortável.Por fim escolheu a que mais cobria... Pelo menos os peitos e a parte de baixo, já que tinha uma faixa de renda na parte da barriga. O robe longo ajudaria, embora também fosse transparente.Entrou no quarto, a única segurança as pantufas que se negara a entregar com a desculpa que não tinha chinelos para a noite.Encontrou Simon junto ao aparelho de som, já de banho tomado, com os pés descalços e só de cueca. Pela primeira
De banho tomado, Simon voltou para o quarto e parou junto à cama para observar o corpo adormecido sobre ela. O desejo se alastrou por seu corpo como fogo, o mesmo desejo que o percorrera quando acompanhou Paulina na descoberta do seu prazer. Definitivamente, era insano. Jamais deveria ter proposto as aulas, principalmente aquela aula. Tocar Paulina fora maravilhoso. Quando soltara suas mãos das dela, para que ela alcançasse o clímax por conta própria não conseguira se afastar por completo, acariciando a pele de seu ventre e suas coxas com a ânsia que seu membro queria dar ao sexo úmido e convidativo da Perez. Quase gozara como um adolescente contra o travesseiro, que utilizara para não espanta-la caso tivesse uma ereção, quando ela gritara de prazer em seu ouvido. Tivera de cuidar dessa excitação toda embaixo de água fria e com o incentivo de suas mãos, embora em sua mente fossem às mãos de Paulina e sua boquinha movendo-se para cima e para baixo de seu pênis. Só de lembrar o membro
Na sala de Gabriel, Simon conversava sobre um possível novo cliente, quando Cherry entrou afoita na sala, sem bater ou se anunciar.— Senhor, Tamara e o ex-marido estão discutindo no setor de criação.Gabriel levantou de imediato e seguiu apressado para o elevador, só se dando conta de não estar sozinho, quando Simon selecionou o décimo andar antes que ele o fizesse. A subida rápida e a preocupação com a irmã, evitou que questionasse o sócio.Quando chegaram ao andar, foram recebidos por olhares ansiosos, preocupados e chocados com o que acontecia na sala de Tamara. Ao contrário do nono andar, em que ficavam as áreas de planejamento, presidência e diretória, com exceção das salas de vídeo e som, as divisões do setor de criação eram feitas com paredes de vidro, por isso a discussão da Saadi com o ex era assistida por todos. Não dava para ouvir o que diziam, mas pelo que viam não parecia agradável. Pierre estava com um sorriso repulsivo, dizendo algo que colocara uma máscara de ódio e l