A Perez escolheu um vestido de linho branco, com desenhos de lírios decorando a frente, decote redondo, manga curta e terminando acima dos joelhos. Leve como uma comemoração ao ar livre exigia. Calçou sandália rasteirinha e deixou o cabelo solto. Encontrou Simon na sala, vestindo bermuda de sarja, camiseta de manga curta preta com estampa tribal prata nas laterais e um par de chinelos de dedo.Embora temerosa, ela o acompanhou até o estacionamento e entrou no sedan preto de Simon, unindo as mãos no colo e apertando-as com aflição.— Paulina... É só nossa família, não há o que temer — ele a tranquilizou, conduzindo o carro para fora do prédio.— Você não entende...— Temos tempo para uma explicação — comentou, visto que levava três horas para chegar ao condomínio em que os Salvatore moravam.— Meu pai nunca aprovou o namoro, ele vai...— Paulina, quantos anos você tem? — Simon perguntou, interrompendo o lamento da Perez.— Vinte e Quatro — Paulina o respondeu, sem entender o motivo da
Depois de cumprimentar o primo e garantir que estava bem, Paulina parou em frente à Mamoru, que por sua vez a olhou com insegurança. Sorriu, a outra correspondeu e, sem qualquer palavra, se abraçaram.— Desculpe-me! — Tábata pediu baixinho, ainda a apertando.— Eu que peço desculpas! — retrucou com voz embargada. — Você tinha razão.— Eu não tinha o direito de interferir.— Você é minha amiga. O que quiser dizer pode fazê-lo sem medo. — Paulina declarou, afastando-se para olhá-la nos olhos e garantir: — Mesmo que eu não concorde, juro que escutarei, e não voltarei a tratá-la daquele jeito.Voltaram a se abraçar emocionadas.— Perdi alguma coisa? — Guilherme perguntou, embalando uma curiosa Lean, que olhava tudo ao seu redor, uma mão rechonchuda agarrada à camiseta do Perez.— Não. Está tudo bem agora. — Tábata respondeu sorrindo.Paulina passou as horas seguintes conversando com Tábata, colocando a conversa em dia, embora ocultasse tudo a respeito de sua nova dinâmica com o Salvatore.
O caminho de volta tinha sido angustiante para a Perez. O dia começara promissor, mas a revelação sobre Simon e Iolanda, a suspeita de Paola e ver Cherry na casa dos Muller com Nathaniel ao seu lado, tinha encoberto toda a alegria que tivera. Desde seu comentário, Simon não falara mais nada, e ela tampouco puxara assunto.Ao chegarem ao apartamento, o Salvatore foi para o escritório e Paulina preparou o jantar, levando para ele por saber que não adiantaria chama-lo para a sala de jantar. Como ele recomendara, ela levou algumas de suas roupas e sapatos para o closet dele, arrumando tudo em um canto afastado e longe da porta, para o caso de Mirela entrar ali.Terminava de arrumar, quando Simon a surpreendeu abraçando-a por trás e depositando um beijo em seu ombro. Virou o rosto para trás e ele segurou seu queixo, beijando-a lentamente. As mãos em sua cintura puxaram o vestido para cima, se introduzindo por baixo do pano para acariciar sua pele devagar.— Espere...! — Ofegante, Paulina s
Paulina odiava acordar no meio da noite com vontade de ir ao banheiro. Além de não querer acordar Simon, a perspectiva de andar no escuro até o banheiro do seu quarto não a atraia.Com cuidado para não despertar Simon, removeu o braço que envolvia sua cintura e ergueu-se devagar, sentando-se na cama. Colocou as pantufas e parou por um minuto para admirar o corpo adormecido de seu chefe. Estava escuro, mas o brilho refletido na lua atravessava a cortina, o suficiente para que Paulina percebesse os traços dele.Depois do que Paulina considerava a primeira “briga de casal” deles, Simon retornara do banho em silêncio, parecendo tão zangado como quando entrara no banheiro. Mas, quando deitaram, ele voltou a assumir o papel de amante, envolvendo sua cintura e beijando sua nuca com carinho antes de adormecer.Não conseguia compreendê-lo, juntar o que conhecia da personalidade dele com o que ele fingia ser. Simon fingia tão bem, que às vezes ela se esquecia de ser fingimento e se deixava envo
O costume de acordar cedo se tornara incomodo agora que dividia a cama com Paulina. Naquele domingo, em que não tinha nada para fazer, o desconforto aumentava conforme observava morosamente a face adormecida da Perez.Paulina não era a mulher mais linda em sua cama, sequer podia compara-la com qualquer outra. Nenhuma passara a noite toda ao seu lado - não dormindo -, nunca as vira sem maquiagem - antes ou depois do sexo - e, certamente, nenhuma causara nele o efeito que ela produzia.Em parte o efeito vinha do corpo dela. Paulina estava longe do perfil de suas parceiras habituais, mas toda vez olhava para suas curvas volumosas e cintura fina, tinha a estranha compulsão de tocar sua pele acetinada, protege-la em seus braços e beijar cada parte dela até arrancar gemidos de deleite. Só de imaginar a excitação imediatamente o dominava.O que o irritava, e imediatamente preenchia suas veias de gelo, era a personalidade submissa e a fixação em Nathaniel Muller. A ternura e polidez dela, a n
Segurando um ramalhete de cravos vermelhos, rosas e amarelos, Mirela entrou na biblioteca da mansão, que também servira de escritório para seu marido, cumprimentando-o enquanto seguia para o vaso pousado em uma mesinha próxima a janela com rosas multicoloridas.Fechando o livro em suas mãos, Fabrício observou as costas da esposa, que pousava o ramalhete ao lado do vaso para retirar as flores antigas.— Soube que falou com nosso caçula — ela disse casualmente.— Tenho espiões nessa casa? — perguntou, embora não estivesse surpreso. A fidelidade dos empregados da mansão para com Mirela era anormal. Tudo o que acontecia na residência, cada passo, certo ou errado, era rapidamente informado para sua esposa.— Tem funcionários dedicados — Mirela corrigiu colocando os cravos no vaso e ajeitando-os. — Se fossem espiões eu não estaria aqui em busca do motivo.— Falar com nosso filho não é motivo suficiente? — Ficando de frente para o marido, Mirela cruzou os braços e o encarou cética. Sabendo q
Era uma anomalia temporária, culpa da ansiedade, do suspense que Simon implantara com sua promessa na noite anterior e a tensão de fingir ser amante dele. Só isso explicava o frio na barriga, que girava em seu estomago antes de descer em forma de calor até sua virilha, a euforia de seu coração e aquela estranha vontade de sorrir quando o viu entrar na cozinha.Vestindo calça moletom cinza e camiseta azul com estampa abstrata na cor preta, Simon sentou ao seu lado, seu sorriso de canto deixando-a desconfiada. Aquele era um sinal de perigo, embora não o temesse tanto como dias antes, só aumentava todas aquelas sensações esquisitas, sendo que antes das aulas só o primeiro sintoma a atingia.— Atendendo seu pedido, treinaremos as etapas de flerte e conquista — ele disse, esticando as mãos para a xícara e a garrafa de café que Paulina colocara sobre a bancada. Serviu-se do líquido quente, rejeitando o prato com bolachas pousado a sua frente. — Ensinarei como atrair com um toque, ou menos q
Simon a levou para o quarto, colocando-a sentada na cama. Em pé, sem o menor sinal de vergonha Simon tirou as calças e depois a cueca boxer, sua ereção erguendo-se a poucos centímetros da face ruborizada da Perez.Novamente ela tinha Simon Salvatore nu bem a sua frente, mas dessa vez seus olhos não se desviaram do pênis ereto, reparando em seu comprimento, nas veias em sua extensão, que a pele esticada parecia macia ao toque e, assim como o peito, Simon não tinha pêlos naquela parte de sua anatomia. Infelizmente, de novo, ficou paralisada, sem a menor ideia do que fazer.— O que... O que...? — gaguejou insegura e trêmula.Ele sentou ao seu lado na cama, às mãos grandes aconchegando seu rosto e a boca procurando a dela em um beijo profundo, que Paulina correspondeu com o mesmo ardor que a fizera pedir por mais.— Acalme-se — ele pediu contra os lábios inchados, afastando uma mecha negra para trás da orelha dela, admirando a pele clara marcada pelo rubor. — Tem certeza de que quer pross