Apesar da distância, Heitor e Sebastião puderam ouvir os disparos e tijolos se quebrando, por isso logo voltaram para o interior do prédio, mas não ousaram subir as escadas e ficaram no térreo. Sebastião montou guarda próximo às escadas e Heitor, embora não julgasse tão necessário, ficou próximo ao elevador. Ambos com armas e lanternas prontos para atirar caso fosse necessário.
Eles mal haviam tomado posição quando Felipe e João, dois seguranças do hospital, juntaram-se a eles:
– Valdir ouviu barulho no prédio – explicou João – e, quando viu o delegado aí na frente, achou que devia enviar ajuda.
– Ele foi até a universidade – acrescentou Felipe. – A qualquer momento deve estar chegando com reforço.
De repente ouviram o som abafado de algo pesado batendo contra o chão. No momento seguinte o rapaz saía do fosso do elevador estapeando a roupa para livrar-se do pó de cimento e argamassa. Mas, ao voltar-se para eles e perceber que uma nova comitiva o aguar
Assim que soube do misterioso encontro com os deinonychus em meio à perseguição, Ana pediu aos seguranças que pegassem os detectores de tensão e voltassem pelo mesmo trajeto, para capturar os deinonychus que haviam sido atingidos. Agora ela estava na lanchonete do hospital aguardando notícias. Sentada a uma das mesas, havia pedido uma garrafinha de água mineral e um sanduíche do qual restava apenas o papel largado dentro do prato. Quanto à água mineral, ainda estava tomando. O encontro com os seguranças fora marcado naquele mesmo lugar, onde aproveitou para tomar o café da manhã enquanto os aguardava. Quando os seis seguranças voltaram, pegaram algumas cadeiras e se sentaram ao redor de Ana. Logo começaram a relatar o que havia acontecido. – Nós refizemos todo o trajeto por onde passamos até a saída da estação. Usando os detectores de tensão na ida e na volta, verificamos melhor nos lugares onde os havíamos atingido, mas nenhum deles foi encontrado
Depois de adormecer ao lado da filha, Cíntia só acordou horas mais tarde ao som de fortes batidas na porta. Ela teve um sobressalto. Pensava ter apenas cochilado alguns minutos mas, ao olhar para o relógio, percebeu que já passava das oito horas da manhã. Cíntia levantou-se e foi abrir a porta, ansiosa por notícias do marido. – Estou aqui a pedido do delegado – disse Sebastião, depois que ela abriu a porta. – Trago notícias de seu marido. – Onde ele está? – perguntou Cíntia. – Não foi fácil capturar o homem que o perseguia – explicou Sebastião. – Só o alcançamos quando já estava saindo da estação. Alex foi alvejado por um disparo elétrico e caiu do décimo andar de um prédio ainda em construção, próximo à casa de vocês. Ambos estão no hospital agora. Cíntia olhou para o quarto, temendo que, apesar de aparentemente ainda estarem dormindo, os filhos ouvissem a conversa. – Você irá voltar ao hospital? – perguntou Cíntia. – Vou! – S
Depois de deixar Cíntia em frente ao quarto de Alex, Sebastião foi para o quarto onde estava o homem capturado. Valdir e Heitor já estavam diante da porta, aguardando. Como o efeito que a eletricidade exercia sobre a vítima já havia passado, eles logo entraram no quarto. Ana também queria acompanhar o interrogatório que, devido à pressa do delegado e à falta de uma delegacia, seria feito ali mesmo. Por isso foi para o quarto assim que saiu da lanchonete. Os seguranças bem que gostariam de acompanhá-la, mas como isso deixaria o quarto cheio demais, preferiram ficar na lanchonete, aguardando. Como Sebastião estaria lá, ficou com a missão de acompanhar tudo o que acontecesse lá dentro e depois contar aos colegas. Ana chegou quando os demais entravam no quarto. Alex também queria saber por que aquele sujeito que nem conhecia agira daquela maneira. Com Cíntia ainda ao seu lado, foram os últimos a chegar. Havia dois leitos no quarto, um deles estava sendo ocupado pelo pris
Depois que Alex se afastou com a esposa, Heitor ficou sozinho no corredor, precisava de um tempo para respirar e esfriar a cabeça. Heitor ainda estava no corredor quando Alex voltou, mas nenhum deles disse nada, Alex apenas abriu a porta e entrou, sendo logo seguido por Heitor, que fechou a porta atrás de si. Quando eles voltaram, Ana perguntava alguma coisa sobre a capacidade de projeção, ao que Manuel respondeu com mais uma de suas frases sem sentido. – Por que e como causaram a queda do prédio? Nada seria capaz de mover a eletricidade daquela maneira... – gritou Alex, furioso. – Às vezes procuramos longe o que está bem debaixo do nosso nariz – retrucou Manuel, interrompendo-o. – Tudo o que aconteceu naquele dia a física pode explicar e você, mais do que qualquer um aqui, devia entender. O manto elétrico causou a queda do prédio, só o que nós fizemos foi dar um empurrãozinho. – Explique direito o que está acontecendo – exigiu Valdir – e deixe de rod
Juarez levou Cíntia por alguns corredores até que, por fim, chegaram a um pequeno quarto. A porta dupla tinha dois metros de largura e abria automaticamente, deslocando-se para ambos os lados mediante uma senha. Juarez digitou uma senha, tomando o cuidado para que Cíntia não a visse, e a porta abriu em seguida, sob o olhar interrogativo de Cíntia. Juarez foi para o outro lado da porta e, virando-se para Cíntia, fez um gesto com a mão, num pedido mudo para que entrasse. Ela não se moveu, apenas o encarou com uma expressão séria, perguntando-se qual o motivo de tudo aquilo. – Não seja rebelde! – murmurou Juarez, vendo que Cíntia se recusava a entrar. – Comporte-se bem e nenhum mal vai lhe acontecer. Mesmo contra a sua vontade, Cíntia entrou, e a porta se fechou atrás dela. O quarto era retangular e espaçoso, dentro dele havia uma cama de solteiro, um pequeno guarda-roupas, uma poltrona, uma escrivaninha com cadeira e uma pequena estante com alguns livros.
Já no domingo, partiram dois metrôs levando turistas para a estação na América do Norte, o que se repetiu nos dias seguintes. Mas foi naquela manhã de terça-feira que, pela primeira vez desde a queda do prédio, o metrô chegava à estação trazendo dois passageiros além dos pilotos. Era um casal que tinha urgência em falar com Valdir. – A situação aqui ficou complicada depois que o prédio desabou na semana passada – disse um dos pilotos, levando-os até a porta. Depois que o metrô parou e a porta se abriu, o piloto fez um gesto com a mão em direção ao que restava do prédio, como se quisesse provar que o que dizia era verdade. Logo se deram conta de que estavam diante de turistas tão surpresos que pareciam se perguntar o que poderia ser tão importante para trazer aquele casal a um lugar de onde todos queriam sair. – Se vocês precisarem de algum tipo de ajuda será difícil conseguir. Desde sexta não são mais aguardados turistas, por isso, os encarregados pelas informa
Depois que eles saíram, Manuel continuou sentado sobre a cama e Sebastião de pé ao lado dele mal se movia. Já Manuel não parecia muito satisfeito em estar confinado àquele quarto. Sua paciência até foi longe, mas eles demoraram a voltar e, como ele já havia cumprido sua missão, nada mais o segurava. – Tem alguma coisa nesta história que vocês contaram que não faz sentido. Caso eu tenha feito tudo isso que vocês dizem que fiz, têm algumas perguntas para as quais ainda não encontrei uma resposta. Por que iria permitir que um segurança me capturasse e ainda quando já estava saindo da estação? Sim, porque não conseguiram me pegar nem quando estava cercado por vários seguranças. Algo assim não faz sentido! No entanto, se isso fosse mesmo verdade, será que eu teria causado tudo isso desejando mesmo fugir? A resposta mais lógica não seria que eu queria que me capturassem? Aquelas palavras deixaram Sebastião tão surpreso que, por um momento, não soube o dizer. Entretanto dep
Enquanto Ana subia as escadas, algumas pessoas passaram por ela, inclusive alguns pacientes que, tendo condições de se locomover, fugiram dos deinonychus. Quando chegou ao andar superior, encontrou o corredor vazio, não havia nem deinonychus nem enfermeiros ou pacientes, e as portas dos quartos estavam abertas.O primeiro sinal de vida que encontrou foram dois deinonychus que, saindo de um dos quartos, pareciam ter a intenção de continuar indo para os fundos, mas assim que a viram mudaram de direção e vieram atrás dela. Ana correu de volta e entrou num quarto, cujos ocupantes haviam fugido um pouco antes, indo logo até a janela para fechá-la. Como ela já esperava, os dois dinossauros vieram atrás dela.O quarto tinha dois leitos, os dois estavam no mesmo sentido, com as cabeceiras junto à parede da direita e com a janela ao fundo. Ana teve tempo apenas