A Fortaleza Subterrânea

A Fortaleza SubterrâneaPT

Ficção Científica
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Resumo
Índice

A Dimensão Turismo nasceu do sonho aproximar o homem dos dinossauros. Depois de uma experiência que tinha tudo para dar errado, um jovem físico alcança seu objetivo de criar a máquina do Tempo. No entanto, o apoio para sua construção, só vem, depois que um amigo da família, movido por interesses pessoais, resolve interferir. Depois de muitas dificuldades, a empresa chega a seus dez anos. É neste período que um dos prédios mais importantes desaba, deixando muitos turistas presos naquele mundo. Inicia-se uma sequência de eventos que levantam uma antiga questão: afinal, viagens no tempo são de fato seguras? A Dimensão Turismo é uma empresa que trabalha viagens no tempo. No entanto, abriu mão acompanhar os períodos históricos da humanidade, para explorar a era dos dinossauros. Seu objetivo é aproximar os turistas de paisagens e criaturas que não existem mais.

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Último capítulo

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Máquina do tempo
Novo Hamburgo, maio de 2017 Alex estava numa estação. Era diferente de tudo o que conhecia até então. No interior de um grande prédio, veículos do tamanho de um micro-ônibus sem rodas estavam acoplados a trilhos por quatro ganchos. Naquele momento, Alex acompanhava a partida de um deles. A ignição aciona um dispositivo elétrico atrás do veículo, envolvendo-o pela eletricidade e empurrando-o sobre os trilhos. O ônibus tomou impulso aumentando a velocidade, até se chocar contra uma placa de metal na parede oposta. Um clarão surgiu ao redor do veículo devido ao atrito da eletricidade contra o metal. O ônibus começou a atravessar a parede até sumir completamente, deixando para trás a parede intacta. Algum tempo depois, outro ônibus preparava-se para partir. Alex levantou-se, pegando seus pertences, e embarcou assim que fizeram a primeira chamada. Outros passageiros entraram depois dele e, por último, o motorista que, ocupando o seu lugar
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Um presente suspeito
Porto Alegre, julho de 2035Heitor era delegado em um distrito de Porto Alegre. Numa terça-feira à tarde ele estava na delegacia quando um policial entrou em seu gabinete e entregou-lhe um envelope. Esse envelope estava fechado, mas não trazia nenhuma informação sobre o remetente. Um logotipo da Dimensão Turismo à frente do envelope era a única informação disponível, e também não tinha selo dos Correios.Ao ser perguntado sobre quem lhe entregara a carta, o policial respondeu que um rapaz o chamou quando estava entrando na delegacia e pediu que o envelope fosse entregue ao delegado. Quando o policial perguntou do que se tratava, o rapaz também não soube dizer; disse apenas que fora incumbido de fazer a entrega, encomendada por um desconhecido, e assim o fez. O policial saiu em seguida, deixando Heitor sozinho em seu gabinete. Ao abrir a car
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O delegado e os ecologistas
No dia seguinte, por volta do meio dia, entrou num restaurante próximo à estação de Porto Alegre. Logo chamou um garçom e lhe disse que havia reservado uma mesa. – Estou aguardando mais duas pessoas, por isso, no momento, quero apenas uma garrafa de vinho – respondeu Renato ao chegar à mesa. – E traga também três copos, por favor. Passados alguns instantes, o garçom estava de volta com a garrafa de vinho e os copos, que largou sobre a mesa, e encheu um deles. O homem bebeu um gole de vinho e pegou um jornal para ler enquanto aguardava. Alguns minutos depois uma mulher entrou no restaurante como se procurasse por alguém. Renato levantou-se e fez um sinal para ela. – Já pediu alguma coisa? – perguntou Débora, ao chegar à mesa. – Apenas uma garrafa de vinho – respondeu Renato, enchendo outro copo para ela. Renato largou o jornal e os dois continuaram conversando por alguns minutos, enquanto aguardavam pela chegada do terceiro indivíduo. Q
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Os caçadores
Ana tinha uma estatura média, magra, cabelos loiros e olhos azuis, filha de Douglas Ribeiro, um dos sócios fundadores da Dimensão Turismo, por intermédio do qual viera à estação pela primeira vez. Seu amor pela natureza a levou a estudar biologia, a possibilidade de encontrar novos elos que expliquem os caminhos da evolução a levou a trabalhar com a Dimensão Turismo. Desenvolveu uma personalidade forte e teimosa, o que já a fez passar por grandes dificuldades.Muito antes de Renato e seus companheiros se reunirem para investigar os caçadores, Ana já desconfiava que pudesse haver alguma atividade ilegal entre eles. Nunca tivera a confirmação de nenhuma dessas suspeitas, por isso, às vezes, pensava que estava sendo injusta ao pensar que seus caçadores estivessem traficando animais. Por outro lado, sentia algo estranho no ar.Já aconteceu dela ouvir um nome desconhecido que parecia estar ligado a um grupo ou algum equipamento que não conhecia. O que aumentava suas suspeitas é que eles era
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A hora da verdade
Jorge mal falou com Ana depois que chegaram. Logo deixou que os outros terminassem o que ainda havia por fazer e se afastou, dizendo a Ana que iria tomar banho e descansar um pouco. Como estava com pressa de falar com Jeremias, Ana concordou e, quinze minutos depois, autorizou o resto da equipe a deixar o que estavam fazendo para mais tarde. Depois que todos se retiraram apenas Jeremias ficou para trás e Ana ordenou que a aguardasse em sua sala. Quando Jorge chegou ao alojamento, foi logo tomar banho. Ao voltar para o quarto, em que dormia com outros três caçadores, percebeu que não havia mais ninguém além dele e trancou a porta. Sentou-se sobre a outra cama e, exausto, logo se deitou. Alguns minutos depois, quando Jorge já estava cochilando, alguém bateu à porta. Ele despertou de repente e levantou num pulo. Sobressaltado, olhou em direção à porta, só então lembrou que a havia trancado. Como Jorge demorou a responder, o assistente de Ana bateu mais uma vez e então disse:Ler mais
A queda
Novas propriedades foram construídas ao redor da estação, mesmo depois de sua inauguração. Na ocasião eram apenas quatro hotéis: o prédio da Dimensão Turismo, o hospital, duas pousadas e a universidade. Hoje estava cercada de prédios e casas, havia mercados, padarias, restaurantes e lojas, além de muito mais, ainda em construção. É claro que este rápido crescimento vinha do turismo que aumentava ano após ano, incentivando os empresários a investirem no local. O esforço da Dimensão Turismo em manter ampla publicidade em todos os meios de comunicação, de diversos países ao redor do mundo, colaborava um bocado para esse crescimento. Como Valdir previra, a oportunidade de ver animais extintos há tanto tempo despertava o interesse das pessoas, que lotavam os hotéis todos os anos e, o melhor de tudo, é que o manto elétrico tornava o lugar inteiramente seguro. Um desses interessados era a estudante Berenice, filha de um empresário bem sucedido e que por vários meses pediu e
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Presos no passado
Quando Ana encontrou Alex novamente, ele estava parado na calçada olhando para a montanha de entulho, única coisa que restava do prédio da Dimensão Turismo, e Valdir se aproximava do outro lado em meio às pessoas que se aglomeravam em volta dos escombros, apesar do pouco espaço disponível entre a calçada e as casas. Não havia mais qualquer vestígio da barreira que pouco antes bloqueara a passagem de Alex. Aquele prédio era o coração da estação, tudo o que existia ali só funcionava por causa dele e sem ele restavam poucos recursos à estação.– Percebi que algo muito grave deveria estar acontecendo – disse Valdir quando parou ao lado deles –, mas nunca imaginei que iria ver o prédio mais importante da estação desabar.Alex não disse nada por um momento e Valdir chegou a pensar que ele nem sequer
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Passagem bloqueada
Em Porto Alegre, o primeiro ônibus daquele dia com destino à estação da América do Sul iria partir às oito horas. No momento em que o motorista deu a partida, uma forte descarga elétrica atingiu o veículo empurrando-o em direção à parede. Mas como não havia mais para onde ir, o veículo foi perdendo velocidade até que todos os seus painéis e luzes se apagaram de vez, parando-o no meio do caminho. O motorista não soube o que dizer aos passageiros, tentou tudo o que foi possível para religá-lo e nada aconteceu, o veículo estava morto. Restava apenas uma coisa a fazer e, depois de pedir desculpas aos passageiros outra vez, foi procurar o diretor. – Temos um problema grave – disse ele alguns minutos depois, invadindo a sala de Eliseu. – Meu ônibus com destino à América do Sul parou de repente. Já fiz tudo o que foi possível e a passagem continua bloqueada. Já havia outro rapaz na sala de Eliseu quando o motorista entrou. – Nós já sabemos! – disse Eliseu mu
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Defendendo as fronteiras
Quando Ana voltou à universidade, mandou chamar as duas equipes de caçadores disponíveis, a de Jorge e a de Everton. Trinta minutos mais tarde as duas equipes aguardavam por Ana no pavilhão, onde havia vários corredores rodeados por gaiolas de diversos tamanhos. Eles estavam próximos a filhotes de pachycephalosaurus, um dinossauro herbívoro que viveu na América do Norte no final do cretáceo e tinha um calombo que se ergue acima e detrás das órbitas oculares, com várias projeções ósseas redondas atrás do calombo e saliências ósseas pelo focinho. Um pachycephalosaurus adulto chegava a medir oito metros de comprimento e, por isso, Ana nunca os trazia para a universidade. As maiores gaiolas usadas pela universidade tinham seis metros de comprimento por quatro de largura e dois de altura. Em contrapartida, animais como o protoceratops, um dinossauro herbívoro que viveu no final do período cretáceo na Ásia, mesmo os adultos cabiam em gaiolas com
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Estação interditada
Já passava das nove horas da manhã quando Luís percebeu que não daria tempo para tirar todo aquele entulho ao redor da plataforma do metrô. Então ordenou que abaixassem o local por onde ele passaria, limpando apenas uma parte das beiradas para que pudessem passar e subir nele. Quando o metrô chegou era pontualmente nove e meia. A tempestade já havia passado, mas continuava chovendo. Ele surgiu de repente, materializando-se ao longe como se estivesse vindo de outro mundo. O brilho azulado em volta dele, refletido pela eletricidade atingida pela água da chuva, reforçava essa ilusão. Era como se o metrô atravessasse uma barreira de plástico, que ia se espichando e moldando-se a ele, até arrebentar no momento em que parava na estação, como se tivesse saído de um túnel invisível. Uma escavadeira teve que se afastar o mais rápido que lhe era possível, chacoalhando por cima do entulho até deixar a plataforma e desviar para um lado, evitando a colisão. Já o metrô quando parou estava
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