Depois que Alex se afastou com a esposa, Heitor ficou sozinho no corredor, precisava de um tempo para respirar e esfriar a cabeça. Heitor ainda estava no corredor quando Alex voltou, mas nenhum deles disse nada, Alex apenas abriu a porta e entrou, sendo logo seguido por Heitor, que fechou a porta atrás de si.
Quando eles voltaram, Ana perguntava alguma coisa sobre a capacidade de projeção, ao que Manuel respondeu com mais uma de suas frases sem sentido.
– Por que e como causaram a queda do prédio? Nada seria capaz de mover a eletricidade daquela maneira... – gritou Alex, furioso.
– Às vezes procuramos longe o que está bem debaixo do nosso nariz – retrucou Manuel, interrompendo-o. – Tudo o que aconteceu naquele dia a física pode explicar e você, mais do que qualquer um aqui, devia entender. O manto elétrico causou a queda do prédio, só o que nós fizemos foi dar um empurrãozinho.
– Explique direito o que está acontecendo – exigiu Valdir – e deixe de rod
Juarez levou Cíntia por alguns corredores até que, por fim, chegaram a um pequeno quarto. A porta dupla tinha dois metros de largura e abria automaticamente, deslocando-se para ambos os lados mediante uma senha. Juarez digitou uma senha, tomando o cuidado para que Cíntia não a visse, e a porta abriu em seguida, sob o olhar interrogativo de Cíntia. Juarez foi para o outro lado da porta e, virando-se para Cíntia, fez um gesto com a mão, num pedido mudo para que entrasse. Ela não se moveu, apenas o encarou com uma expressão séria, perguntando-se qual o motivo de tudo aquilo. – Não seja rebelde! – murmurou Juarez, vendo que Cíntia se recusava a entrar. – Comporte-se bem e nenhum mal vai lhe acontecer. Mesmo contra a sua vontade, Cíntia entrou, e a porta se fechou atrás dela. O quarto era retangular e espaçoso, dentro dele havia uma cama de solteiro, um pequeno guarda-roupas, uma poltrona, uma escrivaninha com cadeira e uma pequena estante com alguns livros.
Já no domingo, partiram dois metrôs levando turistas para a estação na América do Norte, o que se repetiu nos dias seguintes. Mas foi naquela manhã de terça-feira que, pela primeira vez desde a queda do prédio, o metrô chegava à estação trazendo dois passageiros além dos pilotos. Era um casal que tinha urgência em falar com Valdir. – A situação aqui ficou complicada depois que o prédio desabou na semana passada – disse um dos pilotos, levando-os até a porta. Depois que o metrô parou e a porta se abriu, o piloto fez um gesto com a mão em direção ao que restava do prédio, como se quisesse provar que o que dizia era verdade. Logo se deram conta de que estavam diante de turistas tão surpresos que pareciam se perguntar o que poderia ser tão importante para trazer aquele casal a um lugar de onde todos queriam sair. – Se vocês precisarem de algum tipo de ajuda será difícil conseguir. Desde sexta não são mais aguardados turistas, por isso, os encarregados pelas informa
Depois que eles saíram, Manuel continuou sentado sobre a cama e Sebastião de pé ao lado dele mal se movia. Já Manuel não parecia muito satisfeito em estar confinado àquele quarto. Sua paciência até foi longe, mas eles demoraram a voltar e, como ele já havia cumprido sua missão, nada mais o segurava. – Tem alguma coisa nesta história que vocês contaram que não faz sentido. Caso eu tenha feito tudo isso que vocês dizem que fiz, têm algumas perguntas para as quais ainda não encontrei uma resposta. Por que iria permitir que um segurança me capturasse e ainda quando já estava saindo da estação? Sim, porque não conseguiram me pegar nem quando estava cercado por vários seguranças. Algo assim não faz sentido! No entanto, se isso fosse mesmo verdade, será que eu teria causado tudo isso desejando mesmo fugir? A resposta mais lógica não seria que eu queria que me capturassem? Aquelas palavras deixaram Sebastião tão surpreso que, por um momento, não soube o dizer. Entretanto dep
Enquanto Ana subia as escadas, algumas pessoas passaram por ela, inclusive alguns pacientes que, tendo condições de se locomover, fugiram dos deinonychus. Quando chegou ao andar superior, encontrou o corredor vazio, não havia nem deinonychus nem enfermeiros ou pacientes, e as portas dos quartos estavam abertas.O primeiro sinal de vida que encontrou foram dois deinonychus que, saindo de um dos quartos, pareciam ter a intenção de continuar indo para os fundos, mas assim que a viram mudaram de direção e vieram atrás dela. Ana correu de volta e entrou num quarto, cujos ocupantes haviam fugido um pouco antes, indo logo até a janela para fechá-la. Como ela já esperava, os dois dinossauros vieram atrás dela.O quarto tinha dois leitos, os dois estavam no mesmo sentido, com as cabeceiras junto à parede da direita e com a janela ao fundo. Ana teve tempo apenas
No hotel Três Lagoas, quando Amanda acordou encontrou o irmão amarrando os tênis. Permaneceu algum tempo sentado sobre a cama enquanto decidia se desobedeceria ou não a ordem da mãe. Naquele momento já havia tomado uma decisão. Ficou um longo tempo pensando, pois o que pesava em sua decisão era sua irmã, que deixaria sozinha. – O que está fazendo? – perguntou Amanda, surpresa com a pressa do irmão. – O que devia ter feito assim que a mãe saiu – resmungou Eduardo. – Para onde você vai? – Amanda, você ainda não percebeu que tem alguma coisa ruim acontecendo? Ontem à noite nos trouxeram para cá às pressas, como se estivéssemos fugindo de nossa própria casa. Não percebeu que aquele homem que nos parou no meio da rua foi o mesmo que estava jogado no chão da sala? Um segurança veio chamar a mãe e o ouvi dizendo que o pai estava no hospital. Por isso, vou até lá. A menina olhou para o irmão com admiração. – Como você percebeu tudo isso? – per
Depois de algum tempo sentada sobre a cama, Cíntia olhou à sua volta, tentando entender onde estava. Sabia que aquele lugar não pertencia à Dimensão Turismo ou então Alex já teria falado dele. Resolveu ir buscar um livro sobre a estante, para tentar se acalmar, e voltou a sentar sobre a cama, com os pés sobre esta e as costas contra a parede. Tentou ler, mas estava nervosa demais para concentrar-se na leitura, de modo que fechou o livro antes de chegar à terceira página e jogou-o ao seu lado, sobre a cama. Não viu mais ninguém depois que Juarez foi embora, nem mesmo um segurança ele deixou junto à porta para vigiá-la. Permaneceu ainda algum tempo sentada no mesmo lugar, angustiada e sem saber o que fazer. Quando levantou, foi até a janela, olhou para fora até onde conseguia ver por entre as grades e não viu ninguém. Devido aos longos corredores e às poucas portas entre eles, calculou que as salas deviam ser grandes. Estranhava o fato de aquele lugar ser tão vazio. Só
Depois que Alex entrou no aeromóvel, seguido por Luís, eles saíram da estação, seguindo na direção indicada por Juarez. Nervoso e preocupado, o ódio de Alex aumentava a cada momento. O que pretendia Juarez humilhando-o daquela maneira e jogando-o de um lugar a outro como se ele fosse uma marionete? Por algum tempo, enquanto eles seguiam em alta velocidade, nenhum dos dois disse nada. Alex estava preocupado demais com Cíntia para pensar em outra coisa e Luís, que não acompanhou o interrogatório, tentava entender o que estava acontecendo. Quando se afastaram da estação, Alex teve que diminuir a velocidade, pois não encontraram nada, apesar de continuarem seguindo sempre em frente, conforme Juarez os orientou. Luís percebeu que Alex ficou chateado por ele insistir em acompanhá-lo mas, como os últimos acontecimentos deixaram Luís apenas mais confuso, resolveu perguntar, esperando que Alex lhe esclarecesse alguma coisa. – Como pode afirmar que Juarez derrubou o prédio? –
Cíntia havia tirado outro livro da estante e agora estava sentada na cadeira com o livro largado sobre a mesa e assim o lia, tentando se distrair dos problemas. Ela ainda estava ali quando começou a ouvir um ruído calmo e contínuo de água escorrendo, olhou para fora e viu o corredor todo molhado. A água estava subindo muito rápido. Cíntia logo percebeu que, apesar de molhar um pouco por baixo das portas e na parte inferior da janela, a água não entrava na sala, nem mesmo através das grades. Cíntia levantou da cadeira e ficou olhando para aquilo sem acreditar, era como se uma parede invisível segurasse a água. Quando a água do lado de fora se aproximou da altura de Cíntia, ela contornou a mesa indo sentar-se na cama com os olhos fixos na parede à sua frente, onde não havia abertura alguma. “Isso não está acontecendo”, pensou ela, “é só um pesadelo, vai acabar”. Valdir levou o casal e os filhos de Alex à sua casa, onde as crianças fizeram