Como não sabia em que quarto Berenice estava hospedada, Sebastião teve que ir até a recepção pedir informações. Assim que chegou em frente ao balcão, lembrou-se que nem o nome dela ele sabia, o que dificultaria um pouco as coisas. Preferiu perguntar por uma jovem de cabelos longos, escuros e ondulados, usando um vestido branco, que havia saído há pouco do restaurante acompanhada pelo marido, um pouco mais alto que ela, cabelos curtos e escuros...
Não precisou continuar. Para sua sorte, a recepcionista os tinha visto saindo do restaurante em direção à escada, então deu ao segurança todas as informações que precisava. Apesar do sucesso que obteve com as informações, Sebastião deixou a recepção com um ar desapontado, agora eram mais vinte andares que teria que subir pelas escadas.
Ao voltarem para o quarto depois da briga, Inácio e Berenice ficaram em silêncio. Quando Sebastião bateu à porta do quarto deles, nenhum dos dois havia dito uma única palavra ainda. Inácio sus
Na segunda-feira o sol brilhou ainda mais forte, sem que passasse uma única nuvem sobre a estação, e a temperatura era quase insuportável. O metrô de carga trazendo os itens pedidos foi o primeiro a chegar naquela tarde e os reparos na rede elétrica logo começaram. Alex iniciou os reparos no manto elétrico, pois se quisessem manter a estação era imprescindível que ele fosse reativado o mais rápido possível e, como o prédio que continha sua parte mais importante não existia mais, havia outro obstáculo a ser vencido. Além disso, precisava de eletricidade para que o manto elétrico funcionasse e, a menos que encontrassem uma maneira de reativar os ônibus, não havia de onde obtê-la. Valdir também teve um dia de muito trabalho. No hospital ainda havia muitos pacientes que foram feridos pela eletricidade e agora começavam a receber outros pacientes que passavam mal por causa do calor. Depois que Valdir se tornou diretor da Dimensão Turismo, não sobrava tempo para a medicina
Valdir e o delegado já tinham ido embora há algum tempo. Heitor saiu primeiro, voltando ao hotel logo após o encontro. Já Valdir voltou para casa quase uma hora depois. Os assuntos referentes à reforma da estação ainda preocupavam a ambos. Era quase meia noite. Alex não havia acompanhado Valdir quando ele saiu, por isso agora, com as chaves na mão, estava indo fechar o portão. Mas antes de sair, alguém bateu à porta. Cíntia começava a subir a escada quando parou no meio do caminho e ambos se entreolharam. Quem viria à uma hora dessas? Como já estava a caminho, Alex foi abrir a porta, deparando-se com um vulto em frente a ela, do qual pode distinguir apenas o sobretudo e chapéu. A princípio, pensou ser Juarez, pois era o único conhecido que se vestia desta maneira. Mas quando ele saiu das sombras, vindo para a luz bruxuleante das velas, Alex percebeu que era bem mais jovem. O sobretudo estava aberto, mostrando que usava calça e camisa pretas, assim como o sobretudo e
Vinte minutos depois de se afastar de Cíntia, Heitor, Sebastião e outros seis seguranças que ele conseguiu reunir num curto espaço de tempo chegavam ao local em que Cíntia disse ter se separado de Alex. Tinham se dividido em dois grupos de quatro e chegaram ao local por caminhos diferentes, cercando o quarteirão. Eric, um dos seguranças, logo encontrou a arma, que suspeitou ser a que Alex levava. Estava atirada no meio da rua. – Heitor, veja isso – disse ele no mesmo instante. O delegado abaixou-se para pegá-la, sabia que devia estar com algum defeito ou então não teria sido abandonada daquela maneira. Logo se levantou com a arma na mão e, direcionando-a para o chão, apertou o gatilho. Como já imaginava, não aconteceu nada. Eles olharam em volta, procurando vestígios de um tiroteio pois, ao atingir um objeto sólido, as armas eletromagnéticas deixavam uma mancha azulada. Havia fragmentos desta mancha apenas na arma, mas a julgar pelo estado dela, Alex fora atingido e,
Apesar da distância, Heitor e Sebastião puderam ouvir os disparos e tijolos se quebrando, por isso logo voltaram para o interior do prédio, mas não ousaram subir as escadas e ficaram no térreo. Sebastião montou guarda próximo às escadas e Heitor, embora não julgasse tão necessário, ficou próximo ao elevador. Ambos com armas e lanternas prontos para atirar caso fosse necessário. Eles mal haviam tomado posição quando Felipe e João, dois seguranças do hospital, juntaram-se a eles: – Valdir ouviu barulho no prédio – explicou João – e, quando viu o delegado aí na frente, achou que devia enviar ajuda. – Ele foi até a universidade – acrescentou Felipe. – A qualquer momento deve estar chegando com reforço. De repente ouviram o som abafado de algo pesado batendo contra o chão. No momento seguinte o rapaz saía do fosso do elevador estapeando a roupa para livrar-se do pó de cimento e argamassa. Mas, ao voltar-se para eles e perceber que uma nova comitiva o aguar
Assim que soube do misterioso encontro com os deinonychus em meio à perseguição, Ana pediu aos seguranças que pegassem os detectores de tensão e voltassem pelo mesmo trajeto, para capturar os deinonychus que haviam sido atingidos. Agora ela estava na lanchonete do hospital aguardando notícias. Sentada a uma das mesas, havia pedido uma garrafinha de água mineral e um sanduíche do qual restava apenas o papel largado dentro do prato. Quanto à água mineral, ainda estava tomando. O encontro com os seguranças fora marcado naquele mesmo lugar, onde aproveitou para tomar o café da manhã enquanto os aguardava. Quando os seis seguranças voltaram, pegaram algumas cadeiras e se sentaram ao redor de Ana. Logo começaram a relatar o que havia acontecido. – Nós refizemos todo o trajeto por onde passamos até a saída da estação. Usando os detectores de tensão na ida e na volta, verificamos melhor nos lugares onde os havíamos atingido, mas nenhum deles foi encontrado
Depois de adormecer ao lado da filha, Cíntia só acordou horas mais tarde ao som de fortes batidas na porta. Ela teve um sobressalto. Pensava ter apenas cochilado alguns minutos mas, ao olhar para o relógio, percebeu que já passava das oito horas da manhã. Cíntia levantou-se e foi abrir a porta, ansiosa por notícias do marido. – Estou aqui a pedido do delegado – disse Sebastião, depois que ela abriu a porta. – Trago notícias de seu marido. – Onde ele está? – perguntou Cíntia. – Não foi fácil capturar o homem que o perseguia – explicou Sebastião. – Só o alcançamos quando já estava saindo da estação. Alex foi alvejado por um disparo elétrico e caiu do décimo andar de um prédio ainda em construção, próximo à casa de vocês. Ambos estão no hospital agora. Cíntia olhou para o quarto, temendo que, apesar de aparentemente ainda estarem dormindo, os filhos ouvissem a conversa. – Você irá voltar ao hospital? – perguntou Cíntia. – Vou! – S
Depois de deixar Cíntia em frente ao quarto de Alex, Sebastião foi para o quarto onde estava o homem capturado. Valdir e Heitor já estavam diante da porta, aguardando. Como o efeito que a eletricidade exercia sobre a vítima já havia passado, eles logo entraram no quarto. Ana também queria acompanhar o interrogatório que, devido à pressa do delegado e à falta de uma delegacia, seria feito ali mesmo. Por isso foi para o quarto assim que saiu da lanchonete. Os seguranças bem que gostariam de acompanhá-la, mas como isso deixaria o quarto cheio demais, preferiram ficar na lanchonete, aguardando. Como Sebastião estaria lá, ficou com a missão de acompanhar tudo o que acontecesse lá dentro e depois contar aos colegas. Ana chegou quando os demais entravam no quarto. Alex também queria saber por que aquele sujeito que nem conhecia agira daquela maneira. Com Cíntia ainda ao seu lado, foram os últimos a chegar. Havia dois leitos no quarto, um deles estava sendo ocupado pelo pris
Depois que Alex se afastou com a esposa, Heitor ficou sozinho no corredor, precisava de um tempo para respirar e esfriar a cabeça. Heitor ainda estava no corredor quando Alex voltou, mas nenhum deles disse nada, Alex apenas abriu a porta e entrou, sendo logo seguido por Heitor, que fechou a porta atrás de si. Quando eles voltaram, Ana perguntava alguma coisa sobre a capacidade de projeção, ao que Manuel respondeu com mais uma de suas frases sem sentido. – Por que e como causaram a queda do prédio? Nada seria capaz de mover a eletricidade daquela maneira... – gritou Alex, furioso. – Às vezes procuramos longe o que está bem debaixo do nosso nariz – retrucou Manuel, interrompendo-o. – Tudo o que aconteceu naquele dia a física pode explicar e você, mais do que qualquer um aqui, devia entender. O manto elétrico causou a queda do prédio, só o que nós fizemos foi dar um empurrãozinho. – Explique direito o que está acontecendo – exigiu Valdir – e deixe de rod