32. CHARLES, O INEXISTENTE 1
POV: Carina {15 anos de idade}

Estou sozinha na torre, de novo, mamãe me deixou ali depois de horas treinando caligrafia.

Um desastre completo, ela disse.

O silêncio o só é quebrado pelo som dos meus próprios soluços, abafados pelo travesseiro. Faltam poucos dias para o meu aniversário de dezesseis anos, mas não há alegria em mim. Detesto o papel de parede, os ladrilhos esculpidos à mão, o dossel, e os lençóis de seda manchados de sangue. Cada movimento faz a dor nas minhas pernas latejar, ela nunca tinha ido tão longe antes.

Minha caligrafia é ruim.

Tenho uma vida confortável, cheia de mimos e luxo, e todo tempo disponível para me dedicar, ainda assim minha califrafia não melhora.

Minhas mãos tremem sempre que seguro a caneta tinteiro, e minha mãe não tolera imperfeições.

Regular, ela disse, e regular não basta, precisa ser perfeito.

O chicote nas mãos dela foi implacável, ela só parou quando minhas panturrilhas começaram a sangrar. Saiu resmungando sobre buscar o remédio para
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