— Mana! — Noêmia soltou um grito abafado, surpresa ao vê-la. — Você... Está doendo?— O que você acha? Se tivesse batido em você, queria ver se não doía! — Mônica reclamou, o corpo todo latejando com a dor da chicotada. Mesmo assim, ajudou Noêmia a se levantar, rangendo os dentes.A presença inesperada de Mônica causou certo tumulto no set.— Ei, de onde você veio? Sabe que estamos filmando, né? — A mulher com o chicote disse, irritada. — Tá cega? Não tem a menor educação?— Sou irmã dela. — Mônica franziu o cenho, incomodada com a atitude da mulher. Como assim, todo mundo no showbiz era assim tão arrogante?Apesar disso, manteve a calma e respondeu: — Nunca atuei, mas sei o que é uma cena simulada. Esse chicote é grosso demais, você sabe o quanto machuca se atingir de verdade?— Eu não tenho nada a ver com isso, foi ela quem pediu para fazer de verdade. — A mulher jovem bufou. — Ela mesma disse que ia ser mais realista. Se não acredita, pergunte a ela!Mônica virou-se para Noêmia, o
Rubem observava enquanto Íris, com um ar de superioridade, segurava um chicote nas mãos. Ela o balançava com força, atingindo Mônica como se quisesse se vingar de algo. Seu semblante se contraiu em uma expressão de desagrado.Ele nunca imaginou que, ao mimar Íris durante esses dois anos, ela se tornaria tão arrogante a ponto de usar um chicote no set de filmagem para agredir alguém.Se não fosse pelo apoio do Grupo Pimentel, Íris já teria sido alvo de muitas retaliações.Guardando o celular no bolso, Rubem abriu a porta e desceu do carro, caminhando com passos firmes em direção ao set. No momento em que Íris ergueu o chicote novamente, ele interrompeu:— Íris.A voz não foi alta, mas tinha um peso que fez com que todos no set parassem o que estavam fazendo.Íris congelou no instante em que ouviu o nome. Ao ver Rubem se aproximando, imediatamente mudou sua postura. Correu até ele com a doçura de uma garota obediente, abraçando-o e esfregando a cabeça contra o peito dele.— Rubem, você v
— O mundo do entretenimento é uma selva! Eu não tinha outra escolha! — Murmurou Noêmia. — Com essa beleza toda, você quer que eu faça papel de empregada? E olha que esse papel eu tive que disputar com um monte de gente.A cabeça de Mônica latejava, e ela sentia uma vontade incontrolável de dar uma surra na irmã.— Noêmia, eu gastei uma fortuna com a sua escola de artes, mais de cem mil reais por ano! E foi pra isso? Pra você virar brinquedo dos outros?— Eu sabia que você ia reagir assim! — Noêmia revirou os olhos, com um sorriso sarcástico. — Você é muito ingênua, mana. Todo mundo sabe que a indústria do entretenimento é suja. Se você realmente se importasse comigo, não teria terminado com o Douglas! Se ele estivesse do meu lado, eu...Antes que ela pudesse terminar, Mônica ergueu a mão e deu um tapa forte no rosto da irmã.O nome que Noêmia mencionou soou como uma faca envenenada, abrindo uma ferida antiga no coração de Mônica. O veneno daquele passado esquecido se espalhou por seu c
— Mana, você está bem? — Noêmia perguntou baixinho, vendo que a irmã estava com o olhar perdido.— Noêmia, será que eu te devo alguma coisa? — Mônica fitou-a com uma expressão pesada. — É por isso que você está sempre me ferrando nessa? Se eu morrer, você vai ficar satisfeita?Noêmia ficou muda, sem coragem de responder.Nesse momento, Íris apareceu com uma roupa nova, segurando o braço de Rubem com um ar triunfante. Parecia estar fazendo questão de mostrar a todos que aquele homem era propriedade sua.— Nossa, que inveja da sorte da Íris. — Noêmia murmurou, incapaz de esconder o ressentimento. Quando viu Rubem olhar na direção delas e começar a caminhar em sua direção, seu coração disparou.Ela achou que ele vinha cobrar o que aconteceu naquele dia e, apavorada, se escondeu atrás de Mônica.Mônica também achou que ele estava vindo para tirar satisfações. Quando se levantou, porém, foi surpreendida ao ver Rubem olhar para o seu braço enfaixado e perguntar:— Está tudo bem?— Estou bem,
No contrato também estava especificado que, nesta parceria, Mônica era indispensável e não podia revelar nada a terceiros. Quanto ao momento da negociação, caberia à parte contratante decidir, e ela teria que cumprir até que o acordo fosse concluído.Em outras palavras, o contrato entrava em vigor assim que assinado, e, mesmo que ela conseguisse levantar dinheiro para pagar Rubem, não faria diferença. Ela precisaria acompanhar Rubem até que a negociação fosse fechada, e apenas a parte contratante poderia rescindir o acordo.Ao terminar de ler o contrato, Mônica já sabia que a situação não seria nada simples. Ela queria estrangular sua irmã tola!Enquanto Mônica ainda estava tomada pela irritação, alguns colegas de trabalho começaram a entrar no escritório, conversando enquanto caminhavam. Não muito longe de Mônica, suas palavras chegaram nitidamente aos seus ouvidos.— Eu falei que o gerente Leopoldo e a chefe dele estavam juntos, mas vocês não acreditaram! Agora, vejam só, até a mãe d
Mônica mandou uma mensagem para Leopoldo, dizendo que o departamento estava comemorando o aniversário de chefe e que queria que ele fosse buscá-la depois.Leopoldo, como esperado, recusou, dizendo que também tinha compromissos naquela noite e sugerindo que ela pegasse um táxi para voltar.Era claro que ele já tinha planejado tudo! Se ele fosse buscá-la, o esquema que ele e Helen haviam armado não funcionaria.Mônica não disse mais nada. Depois do expediente, pegou um táxi com alguns colegas para o hotel. Muitos já haviam chegado e o grande salão estava bastante animado, com todos conversando.Logo o chefe Vitor também chegou, acompanhado de várias pessoas. Além de um vice-presidente que costumava estar na empresa, havia também outros executivos de diferentes departamentos, e Helen, é claro, estava entre eles. Mônica acabou cruzando olhares com ela.— Mônica, venha sentar aqui. — Chamou Helen com um sorriso largo. — Ouvi dizer que você fala francês muito bem. Estou aprendendo francês re
[Amor, estou esperando você para comemorarmos, Hotel Varandas, quarto 8082.]O quarto 8082 era o lugar onde eles se encontravam com frequência. Leopoldo havia mencionado de manhã que poderia estar no hotel esperando por ela, então Helen nem hesitou ao ver a mensagem. Após se despedir de Vitor, pegou um táxi rumo ao Hotel Varandas.Assim que subiram no táxi, Guilherme mostrou suas verdadeiras intenções, começando a acariciar Mônica com suas mãos atrevidas.Mônica fingiu tímida e, com um sorriso malicioso, sussurrou ao seu ouvido:— Vamos para o Hotel Varandas, já reservei um quarto lá.— Você é mesmo sedutora, hein. — Guilherme respondeu, dando-lhe um beliscão no quadril e soltando uma risada de cumplicidade.Mônica aguentou o desconforto interno, mantendo a calma. “Pode rir agora... Amanhã de manhã, quero ver quem estará rindo”, pensou ela.Ela já havia estado no Hotel Varandas uma vez e, ao chegar lá desta vez, sentiu um nojo profundo ao olhar para o lugar. Ainda assim, permitiu que
— Nataly, por que não diz nada? Hein? — Douglas sorriu, seus olhos brilhando por um breve instante, enquanto estendia a mão para tentar pegar o braço de Mônica novamente.De repente, outra mão firme pousou sobre o ombro de Mônica. Um homem alto e imponente estava ao lado dela, transmitindo uma sensação de proteção. Com uma voz calma e indiferente, ele perguntou:— Ela é minha amiga. Qual é o problema?Rubem lançou um olhar de canto para a mulher ao seu lado. Ele sentia claramente que ela estava tremendo, tomada pelo medo. Será que ela temia aquele homem à sua frente?— Então, é o Sr. Rubem. — Disse Douglas, reconhecendo-o. Com um gesto elegante, ele ajustou os óculos na ponta do nariz, mantendo seu ar educado e refinado. — Prazer, sou Douglas.— Prazer. — Respondeu Rubem, apertando a mão dele, mais por educação do que por vontade, já que o outro o conhecia.Douglas olhou para Mônica, que permanecia imóvel, e disse com um tom de desculpas:— Há dois ou três anos que não vi a Nataly. Não