Capítulo 5

Fiona Morelli

“ A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.”

—Aristóteles

—Vá buscar suas coisas que partimos hoje mesmo,fidanzata.—Diz Giancarlo —E vá se trocar antes de sair.—Acrescenta já se afastando.

Suspiro enquanto o vejo partir,Giancarlo é um homem complexo e difícil que não sabe o que é amar.Um alívio que eu não terei que doma-lo,porque o meu plano só funcionará se ele continuar a ser um homem implacável e impiedoso,já não existe rendição para ele.

Mando uma mensagem para o meu pai,avisando-o de tudo.E então me levanto e caminho até uma pequena sala onde já encontro uma caixa preta na mesa.

Troco o vestido de casamento por um outro branco acima dos joelhos.

Giancarlo deixou um carro a minha disposição sem nenhuma escolta ou soldados por perto para a minha protecção,algo muito estranho para um Don fazer com a sua esposa mas não questiono nada querendo ver até onde isso vai.

Entro no carro e digo ao homem no banco do motorista que conduza até a minha casa.Estou tão cansada que a única coisa que quero é um pouco de descanso e paz,fecho os olhos pensando em como minha vida vai mudar a partir de hoje.Será que irei me habituar a conviver com o Giancarlo todos os dias até que a morte nos separe,eu duvido muito.

No meio do percurso noto três SUV a seguir-nos e antes que eu pense numa forma de contra-atacar,um dos carros acelera e b**e com força a lateral esquerda do nosso carro.

—Você têm família?—Pergunto com a adrenalina alta se espalhando por cada célula do meu corpo enquanto ele pisa no acelerador.

—Sim senhora!—Responde olhando no retrovisor.

—Então pare o carro,você não precisa morrer por minha causa.—Falo.

Sei que se esses homens estão aqui é porque me querem e não posso permitir que as coisas fujam do meu domínio.

—Não posso fazer isso,senhora.—Fala isso mais a sua linguagem corporal diz outra coisa.—Prefiro morrer aqui tentando salvá-lá ao invés de morrer nas mãos do Don.

O medo que ele sente pelo Giancarlo é maior do que pela própria morte,lamentável.

—Não estou pedindo,mas mandando você parar a porra do carro!—Digo perdendo a paciência.

Batem a traseira do carro com tanta força que o homem perde o controle do carro,e o carro capota uma,duas e perco a consciência no terceiro tombo.

Acordo com um forte zumbido em meu ouvido e com a boca seca,o que me leva a crer que estou a bastante tempo desacordada.Abro os olhos lentamente e reparo ao redor.

Estou sentada em uma cadeira com as mãos presas a ela e as pernas soltas,o que me dá a certeza de que eles não sabem quem sou senão a essa hora eu já estaria morta ou presa a correntes numa caixa metálica.

A sala em que estou não é muito grande,não há janelas,nem banheiro,só há uma porta grande por onde provavelmente os meus raptores devem passar.Fico excitada só de imaginar a forma que irei matar cada um desses homens que acharam que podiam me tocar.

A porta é aberta bruscamente e um homem passa por ela,analiso cada pedaço da sua fisionomia.

—Fiona Morelli Saltori,um belo nome para uma bela mulher.—Fala em italiano,fazendo o meu cérebro processar.—Esposa do multimilionário e também o temido capi del capi da Cosa Nostra.

—Você parece saber muito sobre mim em contrapartida,eu não sei nada sobre você.—Digo com a voz rouca por ter ficado muito tempo inconsciente.

—A sua cabeça vale uma fortuna,é a única coisa que você precisa saber do momento.

—E você pretende negociá-la,não é mesmo—Termino o seu raciocínio.

—Exactamente,agora entendo o porque do Giancarlo ter casado com você.—Fala com um sorriso que me dá nojo.—Mas antes preciso mostrar ao seu marido o que acontecerá caso ele não queira pagar o resgate.—Acrescenta acendendo um cigarro,tragando a fumaça para então depois soltá-la no meu rosto.

Me concentro para não agir antes da hora,primeiro preciso saber até onde isso vai e se o Giancarlo irá pagar o resgate.

Ele j**a o cigarro no chão e pisa esmagando-o,vai até a porta e a abre e por ela passam dois homens encapuzados. Eles são enormes,mas nada com que eu não possa lidar.

—Roman,dê à nossa querida convidada um tratamento vip.—Diz o idiota ao gigante.

O homem alto caminha em minha direção enquanto que o outro tira o celular do bolso e aponta a câmera para mim.

Quando menos espero recebo um soco certeiro no estômago.O golpe é tão forte que empurra a cadeira para trás e só não caio por conta da parede.

Não tenho tempo de me recuperar do golpe,pois outro soco vem em seguida atingindo a minha costela e logo depois um tapa na minha cara criando um corte no meu lábio.

Sinto o gosto metálico do sangue que escorre da minha boca,mas não ouso pedir para que parem pois não darei esse gostinho a nenhum homem,nunca.

—Acho que já é o suficiente para que o marido desse anjinho ai,pague o resgate.—Fala olhando para a câmera.—É melhor entregar o que pedimos,não creio que o anjinho irá aguentar por mais tempo a estadia que preparamos especialmente para ela.—Diz enquanto que o terceiro homem filma o meu estado.

Fico sozinha novamente na sala e aproveito para procurar uma câmera de segurança pois o que irei fazer não necessita de espetadores.

O filho da mãe italiano irá me pagar muito caro quando eu sair daqui.

Não sei quanto tempo fico sozinha mas uso desse tempo para soltar as minhas mãos.

As cordas em minhas mãos não estavam bem amarradas,não da forma como devia. Mim lembro como se fosse hoje,eu tinha nove anos apenas quando me amarraram pela primeira vez a uma cadeira como está e me jogaram num lago semi-congelado na Rússia,eu tinha apenas 1 minuto para me soltar e nadar para fora da água senão faria um lindo funeral para a pessoa brilhante que fui.

Ainda me lembro do cheiro da água,do meu coração batendo descompassado e do sangue escorrendo da minha mão depois que parti os meu três dedos.

Giro o punho de baixo em ângulo de 45º e começo a afrouxar a corda,foi tão fácil me solta dela que me surpreendo pela falta de competência deles.

Paro o movimento quando ouso o som de passos perto da porta,volto a enrolar a corda nos meus pulsos novamente.

—Tenho más notícias,anjinho.—Diz tão perto do meu rosto que até sinto o cheiro de tequila barato.—O seu maldito marido se recusa a pagar o resgate,acho que não és tão importante quanto pensamos.

—Isso é impossível,me deixem falar com ele primeiro.—Peço com a minha melhor cara de assustada e sofrida.—Ele vai vós dar tudo o que quiserem.—Acrescento para dar mais credibilidade.

—Ele já não atende as nossas ligações e isso já diz tudo.—Responde sorrindo para mim

—Ligue para os meus pais,eles pagarão o que quiser.—Sim idiota,esse jogo podemos jogar os dois.

—Acha que sou idiota,m*****a.—Fala socando o meu rosto.—De onde é que seu marido está transportando as drogas e o carregamento de armas.

—Eu não sei nada de armas ou drogas.—Minto descaradamente .

—Acha que me engana,eu sei bem que ele recebeu um carregamento de drogas e armas que ele não quer entregar pelo seu resgate.

— Eu já disse que não sei de onde é que ele está transportando-as.—Minto mesmo lembrando da conversa que o Giancarlo teve com o capi Ferrone Biagio das rotas de transporte.

—Filha da puta,fala para onde ele levou a minha mercadoria.—Ele dá um tapa forte no meu rosto que vira para a direita com o impacto.

Essa brincadeira já foi longe de mais,ninguém ofende a minha mamma e sai impune.

Solto o meu pulso e o ataco com um soco forte directo na sua garganta fazendo ele cambalear para trás,sem ar.

Num movimento rápido ponho a corda em seu pescoço e cruzo as minhas pernas no seu pescoço,usando os meus braços para puxar a corda para trás,o mesmo luta tentando se soltar mas eu sou mais treinada que ele em muitos aspectos.

—Sabe quem sou eu.—Pergunto sabendo que ele não irá me responder e então continuo.—Eu sou o seu anjo da morte.Dê um olá ao diabo,por mim.—Digo puxando a corda com toda a minha força até sentir seu corpo amolecer e desfalecer.

Me afasto do corpo sem vida e levanto.

A porta abre e vejo o gigante aparecer,ele olha surpreso para o se colega e antes que ele pegue a sua arma eu sou mais rápida e a pego da sua cintura.Dou um tiro no joelho esquerdo e ele se ajoelha gritando.

—É assim que homens como você deve estar perante à mim,de joelhos.—Falo dando um tiro nas bolas dele e depois na testa.

Tiro os saltos altos e os pego na mão,caminho até a porta e a abro.O que vejo do outro lado me deixa com o mais puro dos ódios.

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