Capítulo 4

Fiona Morelli

"A maneira mais comum das pessoas desistirem do seu poder é pensando que não têm nenhum."

— Alice Walker

Giancarlo não consegue tirar os olhos de mim e isso não é bom,ele levanta e caminha em minha direção com aquela figura imponente.

Felippo se abaixa um pouco e diz:

—Ele vem aí,me chame se precisar de alguma coisa Fiona.

—Não se preocupe mio fratello.—Digo—Ele não é louco para tentar alguma coisa aqui.

Meu irmão acena e saí em direção a mesa onde estão nossos pais.

Não desvio o olhar dele nem um segundo vejo os olhos negros analisarem cada pedaço do meu corpo nesse maldito vestido e um sorriso de canto aparecer no rosto dele.

Giancarlo se aproxima de mim como se eu fosse a presa e ele o caçador,sorrio com essa nova descoberta.

O maior erro que um ser humano pode cometer é subestimar outrem e acho que Giancarlo fez isso,se ele soubesse o real motivo de eu ter aceite esse casamento não estaria com essa cara.

Giancarlo para na minha frente e me humilha com a sua altura nem o salto alto de tamanho quinze pode me deixar da mesma altura que ele,o perfume dele invade minhas narinas me fazendo ter pensamentos obscenos levanto o olhar e vejo um Apolo com um corte de cabelo diferente e olhos negros quem desenhou esse homem devia ser enforcado e enterrado a quatorze palmos da terra isso sim.

Giancarlo é um perigo para o equilíbrio de qualquer mulher.

—Mia bella, non devi indossare questo tipo di vestiti, sei già fidanzata.—Diz ele em um tom zombeteiro.

—Ho ancora qualche ora di libertà, fidanzato.—Respondo no mesmo tom.

Giancarlo não sabe com quem está se metendo e eu irei fazer a questão dele saber na hora certa com quem ele se casou.

—La mia fidanzata ha una lingua tagliente, adorerò domarla.—Ele j**a um balde de água fria me mostrando que falei de mais.

—Me perdoe,Don.—Digo abaixando o olhar,Giancarlo segura no meu queixo com o dedo indicador e me obriga a encará-lo.

—Gosto de mulheres com a língua afiada,bella selvaggia.—Diz com uma voz rouca e sexy.

—Então sinto muito por decepciona-lo Don.Não sou esse tipo de mulher.—Falo enquanto olho ao redor procurando um rosto bastante familiar.

—Primeiro,não me chame mais de Don porque daqui a exatos dezassete horas serei oficialmente seu marido.Segundo,não perdoou traições ou mentiras.—Fala enquanto se aproxima mais de mim—E por último e não menos importante,irei mata-lo assim que eu descobrir o nome do homem que estavas a procura a cinco segundos atrás.

—Eu não estav.....

—Não preciso de suas falsas palavras.—Mim interrompe ele enquanto eu tento me justificar.—Espero que vocês dois sejam espertos o suficiente para que eu não descubra.

Engulo em seco com as palavras dele,como deixar ele ver através de mim.Burra,burra,como fui dar um deslize desses.

—Agora vamos ao show principal.—Diz me guiando para o centro do salão.

Ele acena para alguém e o mestre de cerimônia começa com um discurso fajunto,depois de algum tempo temos a luz principal focada em nós dois.

Giancarlo tira uma caixinha simples de couro preta do bolso,e em pé faz o pedido oficialmente.

—Aceita se casar comigo?—Pergunta

Ele nem se deu ao trabalho de ajoelhar,esse pedido de casamento me faz querer rir mas uso de toda a minha seriedade olhando para o anel exposto e respondo.

—Sim aceito.—Respondo com um falso sorriso no rosto.

Depois que o Giancarlo põe o anel de diamante de quatorze quilates que por sinal é bem pesado para o meu dedo anelar,ele deposita um beijo casto na minha testa e pega a minha mão.

Um por um vêm nos parabenizar pelo noivado mas uma mulher chama a minha atenção por não tirar os olhos do Giancarlo,ela é loira e têm olhos azuis.

Giancarlo têm gostos bem peculiares posso assim dizer se envolver com uma loira,isso só pode ser uma piada.

Cansada de estar em pé digo ao Giancarlo que preciso sentar e ele solta a minha mão,caminho em direção a nossa mesa mas no meio do trajecto Katarina me chama e vou até ela.

Na mesa estão Katarina,Riina,Paola,e Giovanni nenhum sinal do Luigi e nem do Luca tenho a certeza que eles estão putos com esse noivado que nem deram as caras.

—O que acha da festa?—Pergunta minha sogra com entusiasmo e Paola revira os olhos.

—Está tudo tão bonito,meus parabéns Katarina!—Respondo a verdade.

—Fico feliz que tenha gostado de tudo —Diz sorrindo —Meninos dêem um oi para a vossa cunhada.

—Oi Fiona.—Giovanni é curto na sua interação comigo.

Vejo dor e tristeza nos olhos castanhos do Giovanni quando olho para ele.

—Ola Giovanni e Paola —os comprimentos.

—Fiquei a espera do seu convite e nada!—Paola faz beicinho e me lembra o que prometi para ela.

—Me desculpe,é que andei tão ocupada que acabei me esquecendo!—Digo a menina de cabelo roxo.—Mas prometo te recompensar.—Acrescento logo em seguida.

Nos encontramos por acaso quando Paola esteve em Londres e ela me fez prometer que eu a convidaria para um jantar.

—Estás belíssima,Fiona!—Elogia meu sogro.

—Obrigada,Riina!—Digo—Se me dão licença,preciso ir falar com meus pais.—Digo não aguentando o olhar que o Giovanni dá para mim.

—Está bem,querida.—Responde Katarina.

Continuo o meu caminho até a mesa em que estão meus pais,meu olhar cai para o fundo do salão onde vejo o Risa quase fodendo uma mulher o que me faz rir já que meu irmão não têm nenhum pudor quando o assunto é sexo.

Meus estão a conversar com alguns amigos da família,e não vejo nenhum sinal do Fellipo.Mim aproximo da mesa e me sento ao lado da minha prima.

—Ele te deseja e não faz questão de esconder isso,prima.—Diz Elisabeta

—Pude perceber.

—E agora?Isso não muda tudo?—Pergunta ela enquanto toma um gole da sua bebida.

—Isso não muda nada,não pretendo me apaixonar por ele nem hoje e nem nunca.

—Porque não tenta conversar com ele sobre isso?

—Não irei discutir isso agora—Digo e ela acena concordando.—Vamos aproveitar a festa.

Passo o resto da festa com o Giancarlo na minha cola o que me deixa um pouco desconfortável pois sei que ele se sente tão atraido ao ponto de não querer que outros homens se aproxime de mim.

Saio da festa cansada e com sono que a única coisa que penso agora é em um banho quente e a minha cama.

***

Acordo com o barulho estridente da porta abro os olhos e me espregiço bocejando,levanto e abro a porta.A soldado olha para o meu pijama um pouco surpresa eu acho,o que me faz rir.

—Vai continuar parada aí ou vai entrar?—Pergunto para Hannah que ainda me olha incrédula.

A minha camisola têm a cara do Meliodas estampada nela,é um presente de alguém muito especial e importante para mim.

—Me mandaram informar que a Senhora Saltori chega em uma hora para a entrega do presente!—Me informa Hannah confirmando que Katarina me aprovou como sua nora.

É uma tradição italiana que a sogra entregue um presente antes do casamento para confirmar que aceita a mulher que o seu filho escolheu e que concorda com o casamento dos dois.Mim surpreende que eles sigam esse costume aqui na máfia.

—Já amo a sua sogra,Fiona!—Elisabeta diz enquanto olha maravilhada para "os presentes" que a Katarina trouxe.

Estamos sentadas no chão da sala de estar abrindo os presentes que a minha sogra trouxe,aqui têm tudo e mais um pouco e tudo bem chique.

Ela trouxe o vestido de noiva,o buquê ,sapatos,langiere,brincos e um colar que segundo o bilhete diz ser da avô do Giancarlo e que sempre se oferece a próxima matriarca da famiglia.

—Não é para tanto,Elisa.Ela pode ser uma megera quando não vai com a sua cara.—Digo fazendo-a rir.—Tenho muita sorte de estar na lista dos favoritos dela.

Uma empregada entra trazendo consigo com uma bandeja de comida fazendo na mesma hora minha barriga roncar de fome,a única coisa que comi ontem na festa foi um ravioli e uma taça de champanhe o que foi um grande sacrifício da minha parte.

Ela deixa a bandeja na mesinha de centro e saí,sirvo bucatini all'amatriciana com molho enquanto que a Elisa escolhe o polpettone.

—Existe melhor comida que isso?—Pergunto depois de dar uma garfada no bucatini all'amatriciana que está no prato.

—Claro que existe.—Diz mordendo o polpettone em suas mãos.— Espero que o seu futuro marido não se assuste com a quantidade de comida que comes.—Acrescenta rindo.

—Nem como tanta comida assim.—Digo indignada com a sua acusação.

—Hummm sei.—Responde intensificando o riso.

Olho fixamente para o vestido em cima da cama,ainda não acredito que estou prestes a casar com o Giancarlo mas agora estou aqui com um vestido digno de uma princesa para usar.

Passo a mão no vestido,o relevo dos bordados e a suntuosidade do vestido,me fazem ter um calafrios.

Ele é maravilhoso,em um tom branco pastel,é um modelo longo com um corpete fechado por toda extensão,decorado com rubis vermelhos.A manga é caida no ombro e a barra abria-se em babados ondulados.

Numa almofadinha de cetim branca está uma pequena coroa também de rubis,olho para a peça incrédula,não é possível que tenho de usar isso.

Após o banho,coloco o vestido,há um ziper na lateral o que facilita para fechar sem a ajuda de alguém,o comprimento está um pouco grande mas com o scarpin saltos altos,encoberto de renda e decorado de pequenos rubis vermelhos seguindo o mesmo estilo do vestido e da coroa,ficou perfeito.

Fiz um coque alto,preso firme nos cabelos e prendi-os com alguns grampos.Fiz a maquiagem mais simples que consegui,olho o meu reflexo no grande espelho e não me reconheço,era para ser um casamento simples,um vestido simples mas está tudo ao contrário.

Minha mamma começa a lacrimejar no momento em que entra no quarto e me vê.

—Estás que nem uma princesa,mi hija.

—Não precisa chorar,mamma!—Digo emocionada.—Está estragando a sua maquiagem.

—Me perdoe,é que não aguentei.—Limpa os olhos com cuidado.—Vamos,que todos estão a nossa espera.

O casamento irá realizar-se numa igreja que a família construiu,todos ficam atônitos com a minha chegada e a Elisa limpa os olhos e o meu papà também.

O soldado abre a porta e me ajuda a descer do carro,irei entrar com meu papà.

A marcha nupcial é a música Bella Ciao muito ousado,caminho lentamente e desfruto de cada olhar de admiração de todos os presentes,Katarina fez uma ótima escolha.

Giancarlo me olha satisfeito mas meu olhar recaí para Luigi que é um dos padrinhos,ele me olha e sinto o meu coração se partindo em milhões de fragmentos já não sei se quero isso,se eu sair daqui agora ainda posso recuperar a minha felicidade.

Começo a retroceder os passos e meu papà aperta minha mão como se soubesse o que eu estava prestes a fazer,olho para ele e vejo toda tristeza e pesar então decido continuar com isso.

Todo casamento aconteceu em câmara lenta desde que o padre começou a falar até o momento em que cortam a base da minha mão e juntam o meu sangue com o do Giancarlo e amaram com a fitinha azul.Foi o beijo mais vazio que dei mas o Giancarlo retribui com um beijo calmo e carinhoso,isso tudo é tão errado.

Depois do casamento somos coroados com uma chuva de arroz e uma grande fila de parentes,amigos e convidados,pois ninguém pode sair da igreja antes de cumprimentar os noivos,é um gesto sagrado típico dos italianos.

A decoração do salão é sutil,delicada e cheia de detalhes.As mesas onduladas trouxeram ainda mais leveza à decoração.

Os móveis brancos,juntamente com as flores e folhagens em tons clarinhos dão a uma certa impressão de paz e acolhimento. A mesa de bolo abre espaço para uma sala com um cenário para produzir fotos.

A festa acontece no automático desde o brinde ao corte de bolo,o meu melhor sorriso fingido não saí do meu rosto até o momento da valsa onde o Giancarlo cola o corpo ao meu,sussurando obcenidades.

—Não vejo a hora de você ser minha.—Sussurra com a voz rouca me fazendo estremecer.

Antes de que eu tenha a oportunidade de responder,o Luca pede para dançar comigo.

—Faça qualquer gracinha e eu corto as suas bolas,fratello.—Diz Giancarlo para o Lucas.

—Não sou quem não sabe respeitar as mulheres dos outros.—Responde atiçando a ferra.—Mas pode deixar que irei a tratar melhor que você.

Giancarlo saí me deixando contra a sua vontade e o Lucas sorri orgulhoso.

—Quando eu soube que Giancarlo ia casar com você,tive vontade de matá-lo.—Fala tão perto que consigo ouvir os seus batimentos cardíacos.—Mas então,quando eu te vi na festa de noivado descobri que não era ela.

—Era só isso?—Pergunto cansada de estar aqui.

—Tenha cuidado com o Giancarlo.Ele é um tanto violento e perigoso.—Ironiza ele.

Daí-me paciência,pois a que eu tinha esgotou-se com essa última frase.

—Obrigada pelo grande aviso.—Respondo parando de dançar.

Caminho até a mesa em que o Giancarlo está sentado.

Puxo a cadeira e sento olhando para o meu inimigo mortal.

Sigue leyendo en Buenovela
Escanea el código para descargar la APP

Capítulos relacionados

Último capítulo

Escanea el código para leer en la APP