A Esposa do Don
A Esposa do Don
Por: Nisya Bute
Prólogo

Fiona Morelli

" A existência é apenas uma série de notas de rodapé de uma vasta, obscura e inacabada obra-prima. — Vladimir Nabokov "

Se alguém perguntasse agora como estou,eu responderia fodida e na merda.

Minha mamma Andreza está a duas horas a falar sobre como devo mim comportar amanhã em frente de todo a família,como se eu fosse uma mulher das cavernas.

—Mamma,eu sou um anjo!—Digo já cansada de toda essa ladainha.

—Um anjinho sei bem.—Rebate ela

—Mamma esse casamento não têm como dar certo!—Digo penteando o meu cabelo.

—Eu sei mia cara mas não tem nada que possamos fazer.— Responde minha mamma pegando a escova da minha mão e começando a pentear o meu cabelo.

—Posso pedir para ele reconsiderar ou posso dizer que já não sou mais pura.—Digo séria.

—Isso não vai funcionar,ele já decidiu!

—Como assim mamma?— Pergunto um tanto curiosa,porquê ela têm tanta certeza assim.

—Ele vai completar trinta e seis esse ano,então todo o conselho exigiu que ele se casasse para garantir um herdeiro.

Estou mil vezes ferrada,já não existe nenhuma escapatória para mim.

—E o conselho escolheu logo a mim,uma jovem de vinte e dois anos para essa função que privilégio.—falo ironicamente.

—Riina se lembrou da barganha que seu papà fez com ele!—Diz mamma.

A trinta cinco anos atrás,para salvar seu irmão da Omertá meu papà barganhou com o ex Don,uma vida inteira de lealdade e o casamento de qualquer filha que ele tivesse com os Saltori.E aqui está o pagamento dessa barganha.

—É pela nossa família que farei isso.—Digo seria.

—Sei disso mia cara,durma pois amanhã o dia será longo!Bons sonhos.

Dito isso dá-me um beijo na testa e sai andando graciosamente.

Esse casamento não vai dar certo nem daqui a três séculos,eu e Giancarlo somos como o fogo e a gasolina nunca deve se misturar.

Mas se é uma esposa que o Don quer,então é uma esposa que o Don terá.

Cheguei ontem da Inglaterra para a festa do noivado que será amanhã.

Caminho até a minha cama e deito-me.Reparo ao redor e vejo que tudo continua no mesmo lugar. Os vários posts de animes que eu gostava ainda continuam no mesmo lugar,incrível.

O que mais chama minha atenção é post da terceira temporada de Kengan Ashura,não mim lembro de o ter colocado lá. A única pessoa que poderia ter o colocado ali é o Risa,Dios mio.

A pessoa que mais odeia o anime colou um post no meu quarto,isso só pode ser um milagre.Puxo o travesseiro para mais perto de mim e fecho os olhos.

″ —Estou com medo.—Diz a menina de cabelos negros com a voz tremula.

—Não precisa ter medo,estou aqui do seu lado e não irei a lugar nenhum.—Tento tranquilizar-lhe.

—Quero a mamma!

—Eu sei mas tenha coragem que iremos para casa juntas.—Respondo antes de apagar."

Acordo num salto e sento-me na cama suada,olho o relógio e vejo que já são sete da manhã,como dormi tanto assim xingo internamente e levanto-me da cama.

Caminho até ao banheiro para a minha higiene matinal. A Itália sempre traz essas lembranças,será que irei mim habituar de novo e transformar em meu lar sorrio com esse pensamento.

Esse lugar nunca mais será seu lar Fiona responde a minha mente rindo de mim. Depois de vestir,desço os degraus e caminho em direção a sala de jantar

.Na mesa estão meus pais e minha prima.

—Como é voltar para casa depois de tanto tempo longe coelhinha?—Pergunta meu papá logo que mim sento para o café da manhã.

Limpo a garganta antes de responder a essa pergunta.

—Bem papá apesar das circunstâncias e do motivo da minha vinda.

—Cada um deve honrar a sua parte e além disso ele é o Don,cuidará muito bem de você.

—Papá ho capito tutto questo. Falo em Italiano para que ele entenda de uma vez por todas que só faço isso por nossa família.

—Eu entendo.—Responde meu papá com um pesar.—Mas veja pelo lado bom,estará perto da família de novo.

—Chega desse assunto Vincenzo,a mesa não é o lugar apropriado para essa conversa.—Fala mamma olhando directamente para o papá.—Y nadie cuidará mejor de nuestra hija que nosotros.

Minha mamma só fala em espanhol quando está zangada, é a mulher mais paciente que conheço mas transforma-se num demónio quando o assunto são os filhos.

A minha prima Elisabeta só ouve e não comenta nada acerca do assunto do casamento porque sabe que algum dia será ela a casar contra sua vontade,na máfia é assim as mulheres só serve para mostrar como troféus e para parir herdeiros.

Isso é tão antiquado. Casar com Giancarlo não é o mais difícil mas sim pertencer a máfia por completo é o que mim deixa com raiva e ódio dessa barganha!

Irei perder a minha liberdade pois ser matriarca trará muita atenção e não gosta disso.

—Onde estão o Lippo e o Risa mamma?—Pergunto com um sorriso no rosto.

—Logo estarão aqui.—Responde ela.—Presumo que seja o tráfego que os fez atrasar.—Acrescenta.

Não sabia que as coisas estavam assim e ninguém mim contou nada .

O telefone do meu papá toca,ele pede desculpas e sai da sala.Reparo que a Elisabeta está estranha .

—Está tudo bem Elisa?—Pergunto preocupada pelo seu silêncio.

—Estou muito preocupada.Não acho que o Don seja o marido adequado para você Ona!

Elisabeta é a pessoa mais regrada da nossa família,ela nunca entre em um conflito,diz que é muito cansativo.

—Na vida nem tudo depende do que é bom ou certo para nós mesmos mas sim o que é seguro para quem amamos!

Digo tudo isso para que ela entenda que se vou casar com Giancarlo não é porque acho que ele será um bom marido,mas sim porque é o necessário para manter nossa família segura.

—Meu papá foi um fraco.

—Tentar se manter vivo não é uma franqueza mas sim sobrevivência.Se ele não tivesse sobrevivido você não existiria!—Mamma fala um pouco mais alto do que preciso.

—Entendo.—Foi a única coisa que ela respondeu.

Mamma mim avisa que já comprou o vestido para essa noite,sinto-me aliviada por não ter que ir fazer compras de última hora.

Os maquiadores e cabeleireiros só chegam as três e a festa começa as sete da noite,ainda tenho tempo para fazer um passeio.

Despeço-me delas e caminho para fora da mansão e o ar fresco da manhã b**e o meu rosto trazendo boas recordações,vou em direção a estufa.

Minha mamma faz um excelente trabalho com as plantas e as flores.Abro a porta e entro caminhando entre as flores.

Paro em frente ao canteiro de viúvas negras,ainda não descobri como a mamma consegue essas flores raras do deserto.

—Velhos hábitos não mudam não é mesmo coelhinha?

Logo de primeira reconheço a voz do meu irmão Risa, viro-me para ele e dou-lhe um abraço bem apertado para tentar matar a saudade.

Já passa muito tempo,desde a última vez que nos encontramos.

—Estar aqui ainda traz paz.—respondo a sua pergunta.—E o Lippo?—pergunto quando não o vejo

—Resolvendo um problema de última hora,não preocupe sua cabecinha.—Fala bagunçando o meu cabelo.

Olho para ele sabendo muito bem aqui problema ele se refere,mesmo acabo não insistindo muito nisso.É bom o Giancarlo saiba de antemão sobre o tipo de relação que tenho com os meus irmãos.

—Já não sou mais uma garotinha para você bagunçar o meu cabelo assim!—Falo fazendo beicinho.

—Você é e sempre será a nossa garotinha.Mim perdoa por não poder evitar esse casamento!—Diz isso acariciando o meu rosto.

—Isso não estava nas suas mãos irmão!—Digo tentando amenizar essa impotência que ele sente.—Obrigada pelo post novo,mas faltou o Ohma no post.—Digo sabendo que é o personagem do anime que ele mais odeia.

—A minha boa vontade têm limites,coelhinha!

—E acha que o Raian é o melhor exemplo para uma garotinha?—Pergunto tentando segurar a risada que teima em sair.

—Pelo menos ele é mais sincero. —Responde

Conversamos por mais algum tempo e quando dou por mim já é onze da manhã.

—Que tal uma corrida até a porta de casa?

Falo sabendo que ele nunca nega um desafio principalmente quando têm a certeza de que vai ganhar.

—Claro coelhinha.—Diz com um sorriso de orelha a orelha. —Tem certeza disso coelhinha?—Acrescenta.

—Absoluta Don Juan.—Respondo com um sorriso.—Aos três e nada de trapaça.

Risa está de roupa social,ele acha mesmo que têm alguma chance contra mim vestido assim.

Um,dois,começo a contar e ele fica em posição de partida,três termino a contagem e começámos a correr que nem duas criancinhas.

Sou a primeira a chegar na porta e começo a rir que nem uma criança que vai ao circo pela primeira vez.

—Perninhas fortes coelhinha!—Fala chegando onde estou.

—Ainda estou em forma.—Digo rindo-me dele.

—Herdaste do papá essa habilidade.

—Ela herdou de mim,fui a campeã de atletismo por quatro anos consecutivos!—Diz mamma com orgulho de sí mesma.—Fiona precisas de um banho para tirar esse cheiro de suor e você também.

Fala apontando para o Risa.Começo a rir quando vejo a cara que ele faz quando a mamma diz isso.

—Sim mamma!—Respondemos simultaneamente.

Dito isso entramos e cada um vai pro seu quarto. Tomo um banho frio para acalmar os meus nervos.

Saio do banheiro enrolada numa toalha e caminho até o closet mas antes ligo o meu celular não demora muito para começar a tocar e aparece o nome do Ivan na tela,atendo no terceiro toque.

—Alô Ivan,como vão?—Pergunto já sabendo da resposta.

—Quando é que posso trazê-los?

—Em breve mas pensei que fosse uma babá confiável e prestável mas percebo que estou totalmente enganada!—Digo com um tom de divertimento.

—O Ohma é um demónio o contrário do irmão que é um santo.—Diz com um suspiro.—Ele já mim mordeu três vezes,dá para acreditar.

—Não chame meu bebé de demónio,isso é muito feio.Depois do casamento estarás livre!—Digo rindo.—Um conselho dê sempre primeiro o Ohma de comer,assim ele fica mais calmo e evitas perder alguns dedos.

—Obrigado pelo conselho dado tardiamente.Como vai o futuro maridinho?—Pergunta ele ironicamente.

—Não sei e nem mim importo!—Respondo a verdade.—Até mais.

—Boa sorte Annelie.—Diz—E tenha cuidado.—Acrescenta

—Sempre.—Foi a única coisa que consegui responder antes de terminar a chamada.

Tiro uma regata e uma bermuda do closet e visto.

Não demora muito e uma das empregadas vem mim avisar que os cabeleireiros já chegaram agradeço e caminho em direção ao salão que a mamma fez aqui em casa.

Entro na sala e todos mim olham em silêncio.

—Interrompo?—Pergunto pois o silêncio repentino é estranho.

—Aproxime-se Fiona,quero que conheça alguém.—Diz mamma com um sorriso e caminho até ela.

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