Vivian Lima
O vento frio b**e em meu rosto, não sendo o suficiente para afastar as lembranças. Meu peito dói, dói o quanto pude ter sido burra de não perceber que meu noivo e minha irmã eram amantes. Fui deixada no altar, parece que no último segundo meu ex teve coragem o suficiente para fugir com a cunhada. Chega a ser hilário a minha situação, em um momento minha vida está perfeita com pouco meses de vida e sendo a alegria de nossa família. No outro, seu pai decide viver uma vida longe de nós. Me abandonando no altar e esquecendo da existência de sua filha. Não os vejo desde então, faz quatro meses. Quatro meses, abandonada no altar. Quatro meses que minha filha não ver o pai. Quatro meses lutando para deixar o passado no passado. Mas a vida precisa continuar, não? Minha menina de seis meses precisa da mãe sendo forte. Engoli em seco e fecho meu casaco, saio da varanda do restaurante adentrando o hotel. Sou a gerente de um dos hotéis mais famosos do Rio de Janeiro, a responsabilidade sendo grande, não posso perder tempo com minha vida amorosa fracassada. Apresso os passos para recepcionar pessoalmente um grupo de empresários. Terá conferências no Rio de Janeiro, o hotel está com a hospedagem esgotada e o atendimento precisando ser o mais rápido possível. Meu chefe não gostará de ter reclamações. Guio um grupo de empresários até o salão que aconteceria o evento, outros contratados fizeram o mesmo. Desejo um bom dia e vou para meu escritório, cumprimento algumas pessoas durante o caminho. Alguns hóspedes estão conosco todos os anos e costumam passar férias neste hotel quando estão no Rio. Lutando para deixar meus pensamentos de lado, sou rápida em orientar algumas camareiras para a limpeza dos quartos dos empresários que acabei deixar no salão. Conto os segundos para o expediente acabar. — Gostaria de falar com o gerente do hospital. — A voz grossa carregada por um sotaque inglês me desperta. — Há de ter alguém útil nesse lugar. Endireito a postura e rodo nos meus calcanhares, indo para a recepção. A pequena Gabriela parecia uma criança na frente daquele homem que até então está de costas para mim. — Olá, sou Vivian Lima, a gerente do hotel. — Sou simpática, mantendo o profissionalismo. Posso imaginar mais um riquenho arrumando confusão à toa. Meu nível de paciência não está alta hoje, lidar com público, principalmente com gente que pensar ter o rei na barriga me irrita. Lembrando que ganho bem e perder meu emprego é algo que não pode acontecer, escolho sorrir e fingir ter uma calma que não existe. Calma não existe, meu emocional está uma merda, definitivamente não estou pronta para a sociedade. O homem alto, de semblante sério, vira lentamente para me olhar. Sabe aquele homem viril que a gente sente a masculinidade de longe? Estou bem na frente de um e mesmo odiando os homens nos últimos meses tento ignorar a beleza desse. É apenas mais um arrogante e rabugento. Seu olhar percorre todo o meu corpo antes de me olhar nos olhos. — Você? — Pergunta em desdém. Calma, Vivian. — Em que posso ajudá-lo, senhor? O desconhecido olha ao redor, arqueando as sobrancelhas. Está brincando comigo ou o quê? Gabriela não parava de olhar para ele encanto com a sua beleza. Com 1,90 no mínimo de altura, meus saltos altos me impedem de ser uma nanica na sua frente. A parte de trás da sua cabeça sendo mais raspado, deixando em cima mais alto e um franjão se deixar os fios negros cair em seu rosto. Vestindo um terno que pagaria todas minhas contas e bancava uma viagem para fora do Brasil. A pele bronzeada pelo calor brasileiro, o tornava um pedaço de mal caminho. Ele é grande e com ombros largos. — Realmente trabalha aqui? — Inclina a cabeça levemente para o lado. Ah, preconceito a essa hora do dia não. — Algum problema, senhor? — Mantenho minhas mãos em frente do corpo. — A minha cor de pele atrapalha em algo? Posso dizer que minha vida é fácil por ser negra em um país preconceituoso, seria uma mentira descarada. Convenhamos, o preconceito está além das fronteiras e não deixo que esse homem saia do seu país para dilatar o seu ódio aqui. — O quê? — Fica surpreso com as minhas palavras. Surpreso ou ofendido? Não sei, quem deveria estar ofendida sou eu. Não posso perder meu tempo e meu emprego por causa dele. — Senhor…? — Ergo a mão minimamente no ar, querendo que fale seu nome. O corpo em forma e bem estruturado, estufa o peito. Só me faltava o ego desse homem. — Nathan LeBlanc. — Pronúncia o sobrenome francês com magnitude. Em francês, Blanc significa “O branco”. É uma piada com a minha cara? Já em alemão quer dizer brilhante, reluzente ou bonito. Sabemos que o sobrenome combina perfeitamente com ele. Palhaçada a essa hora do dia, não poderia deixar para mais tarde? Não almocei ainda. — Sr. LeBlanc poderia me dizer o que precisa? — A essa altura Gabriela está ocupada com seus afazeres. Nathan LeBlanc arruma o terno em seu corpo, voltando a formalidade. — A fechadura do meu quarto está com defeito, Srta. Lima. — Pega o cartão de acesso no bolso. — Não consigo entrar. A moça que está na recepção poderia ter me ajudado, se não tivesse perdido o tempo dela tentando me seduzir. Devo acreditar que todos são assim? Quando me recomendaram este hotel, não me informaram as entrelinhas. Olho para Gabriela e rapidamente some da recepção. Um problema a mais para resolver, pensei que ela tivesse parado com isso. Houve algumas reclamações no mês passado, Gabriela está querendo perder o emprego? Não gosto de demitir as pessoas, principalmente quando sei que elas precisam. Gabriela não está cooperando. — Peço desculpa pelo ocorrido, mandarei agora mesmo alguém para seu quarto. — Não estou surpresa em relação à fechadura da porta. Faço sinal para um dos funcionários, relatando o que aconteceu e que levasse a pessoa especializada para arrumar. O filho do meu querido chefe está responsável pelo hotel, na última reunião relatei os problemas e a atualização das fechaduras usada com o cartão ou senha. O sistema que ele contratou é péssimo. Gosto desse hotel, mas deixar Reinaldo Amarante cuidando desse lugar maravilhoso é um crime. — Peço que se acomode em nosso restaurante aproveitando bebidas e comidas típicas. — mostro a direção que deveria seguir. — Assim que o problema for resolvido, logo será avisado e novamente peço desculpa pelo transtorno. O Sr. LeBlanc me parece ser alguém muito importante e ter uma recomendação ruim da sua parte pode afetar o hotel. Sendo importante ou não, gosto de ajudar e dar o melhor atendimento possível. Nem sempre tenho a mesma troca, pelo menos faço a minha parte. Me olhando de um jeito cético, o sorriso debochado surge em seus lábios. — Deixei de ser um preconceituoso para um ótimo hóspede agora? Mordo a ponta da língua para não dar uma resposta afiada. O seu sorriso aumenta sabendo qual era as minhas intenções. Para minha surpresa ele se aproxima, inclinando o corpo levemente para frente. Tem um cheiro bom, seu rosto tão perto vejo a pinta sutil embaixo do seu olho esquerdo. Olhando bem o contorno parece um raio, seria um sinal de nascença? — Quero deixar claro que não questionei o motivo de trabalhar neste hotel pela sua cor, pensei que fosse uma hóspede, querendo ajudar a mulher sem noção da recepção. — Agora sou eu que estou surpresa. — A elegância no andar, o olhar e boca afiada está mais do que pronta para caminhar em meio aos leões no mundo dos negócios Fico sem saber o que dizer. Seus lábios entre abre parece satisfeito com a minha reação, Sr. LeBlanc me dá uma última olhada antes de seguir para o restaurante. O que acabou de acontecer? Houve segundas intenções nessa conversa? Oh, não. Os homens que frequentam esse lugar costumam ser diretos e safados demais, tendo muito dinheiro na conta, se acham donos do chão que pisa. Balanço a cabeça e trato de esquecer o episódio que acabou de acontecer. Meu escritório! Volto a seguir o meu caminho. — Mas que porra garoto! Olha, o que você fez. — A gritaria perto da entrada do hotel começa a chamar atenção. Reconheço o Sr. Oliveira que tenta limpar o sorvete que ficou em sua roupa. O menino olha para o homem na sua frente assustado, Sr. Oliveira não poupa palavras em direção ao garoto. Vou até eles em passos firmes. — Por favor, Sr. Oliveira. — Entro na frente do menino. — Chamará atenção desse jeito. — Que se foda, Vivian. Olha o que esse garoto fez? — A ponta para a camisa social suja. Olho para o menino de cabelo castanho escuro que está tão assustado, é nítido que não foi de propósito. Ele aparenta ter 9 ou 10 anos. Me abaixo na sua frente. — Ei, está tudo bem. — Sorri, querendo acalmá-lo. — Onde estão seus pais? Se perdeu? — Vivian, é comigo que tem que se preocupar. — Sr. Oliveira choraminga. — Tenho uma palestra agora para apresentar. Ignoro o velho reclamão. Quem tem coragem de gritar com uma criança desse jeito? Sr. Oliveira se preocupa apenas com ele mesmo e não é de hoje. O garoto não está prestes a chorar, mas seu rosto assustado e confuso mostra que não está entendendo o que falamos. Deve ser filho de algum gringo. Preciso achar os pais dessa criança logo. — Você fala inglês? — Pergunto em inglês. Sou influente em inglês, francês, alemão e espanhol. Seu olhar encontra o meu, ele balança a cabeça concordando. Ah, perfeito. — Qual é o seu nome? — Meu nome é Dylan. — Apreensivo, olha para o chato do Oliveira. — Desculpe. — Não se preocupe. — Seguro em seu queixo com delicadeza. — Vamos encontrar… — Ah, mas eu mesmo faço questão de achar o pai desse garoto. — Sr. Oliveira segura no ombro do garoto e o puxa. Dylan grita assustado e com a mão livre segura em mim, não quero ir com o Sr. Oliveira. Antes que pudesse impedir o homem mais velho e pedi que deixasse a criança em paz, a voz grossa que reconheço me faz estremecer. — Achou! E não estou gostando de vê-lo tocando no meu garoto. Então escuta bem. — Ergo minha cabeça, sendo a fúria no olhar de Nathan LeBlanc. — É melhor soltar meu filho agora, infeliz. Sr. Oliveira começa a gaguejar. Dylan dá a volta por mim e fica ao lado do pai, Nathany está bem perto, Dylan fica entre nós dois. Continuo abaixada olhando a cena. — Eu… eu… Não sabia que era seu filho, Sr. LeBlanc. Sinto muito… — Dá um sorriso maior que a boca. — Foi um momento de estresse, tenho uma palestra agora e ficarei feliz de ter a sua presença. Sabe como é a nossa vida. Sr. Oliveira, não nos permite chamá-lo pelo primeiro nome. Seria difícil lembrar agora, é um dos empresários do ramo de alimentício, é enjoado de mais e um dos hóspedes que mais me dá trabalho. Foi desnecessário gritar com a criança e todos sabemos disso, os funcionários ao redor guiaram os hóspedes para não olhar o clima tenso que acontecia. — O que aconteceu? — O gringo olha para o filho, o menino não se incomoda com o olhar do pai. Parede está acostumado. — Estava procurando o senhor, comprei o sorvete e não estava com o dinheiro. Não vi ele, papai. — Dylan olha para o pai. — Acabei esbarrando meu sorvete nele. — Aponta para mim. — Ela me ajudou. A conversa entre os dois era em inglês. Nathan me olha e estende a mão para mim, seguro tendo a sua ajuda para levantar. Dylan deve ter conseguido o sorvete no restaurante, ele não deve saber que a conta está associada ao quarto do pai e só quando for embora pagaria a conta ao todo. — Mas são águas passadas e… Nathan pega o sorvete de casquinha da mão do filho e esfrega na cabeça do Sr. Oliveira. Arregalo os olhos. Meu Deus! — Se encostar no meu filho mais uma vez a sua reputação, se é que tem uma, não será o suficiente para o que farei com você. — Nathan avisa. — Srt.ᵃ Lima? Pisco algumas vezes, engolindo em seco e olho para Nathan. — Oi? — Nos acompanha? — Ah, claro. Nathan segue com seu filho para o elevador. Aceno rapidamente para meus colegas de trabalho, um para ajudar o Sr. Oliveira e o outro para limpar o sorvete que caiu no chão. Em passos rápidos vou atrás do Nathan e seu filho, não posso esquecer da formalidade e chamá-lo pelo sobrenome. — Pai, está muito calor. — Dylan respira fundo. As portas do elevador se abrem, cheio pelo horário. — Vou pedir que levem seu sorvete no quarto. Entramos no elevador, muitos o cumprimentaram. Nathan fica no fundo do elevador, Dylan ao seu lado esquerdo e eu a sua frente no lado direito. Não é possível que terei que ouvir suas reclamações sobre o Sr. Oliveira, ai que raiva daquele velho. Ah, não! Reinaldo ficará uma fera, porque com toda certeza Sr. Oliveira reclamará no ouvido do meu chefe temporário e vendo nas câmeras que não fiz nada para impedir, será a minha cabeça na mira. Perdida em meus pensamentos, não impeço o homem que anda para trás dando espaço para outra pessoa entrar e antes que se esbarra em mim. Sinto uma mão grande e firme ao redor da minha cintura, me deixo ser guiada. Nathan segura em minha cintura de modo protetor e me puxa deixando-me em sua frente. Ele não me solta, me mantendo presa nele.Nathan LeBlanc A chegada no Brasil não poderia ter sido mais calorosa, o calor do lugar me faz sentir saudades do frio de Nova York. Dylan é o que mais sente falta, meu filho esteve no Brasil uma vez. Era tão pequeno que não se lembra, tinha 2 anos e ainda pequeno não gostava do calor do país. Estamos de volta, a trabalho preciso participar de algumas conferências e ele está ciente do meu tempo corrido. Dessa vez, quis viajar comigo. Como agora mora permanente comigo, Dylan tem participado das viagens de negócio que faço. Não quis ficar com meus pais, ou com a mãe. Pensar na Bárbara faz minha cabeça doer, conseguindo me estressar mais do que o incidente na recepção.Vivian está como uma estátua, a mantenho junto a mim. Como não tenta se afastar, não a solto. A mulher será facilmente esmagada nesse elevador, é lentamente liberado espaço, mas chegando no meu andar que estou hospedado não havia soltado Vivian. A mulher da pele bronzeada em tom escuro é bonita e quando nos falamos na rec
Vivian LimaColoco as mãos na cintura e estreito meus olhos para o pequeno garoto que se aproximava. Dylan dá um sorriso tímido, sua babá o acompanhava e encolhe os ombros em um pedido de desculpas. Ontem não consegui arranjar ninguém que pudesse cuidar do Dylan, não deixaria o garoto trancado no quarto, precisava trabalhar e o que me restou foi levá-lo junto. Que Nathan não descubra que coloquei o filho dele para trabalhar junto, Dylan não é muito de falar, mas chegou uma hora que não podia mover um dedo e ele soltava uma pergunta. Ele queria saber o que eu fazia, então mostrei na prática.E esse menino é espetacular, não é uma criança mimada e com frescura. Fomos a cada canto do hotel, precisava acompanhar alguns trabalhos pessoalmente e ele até me lembrou na hora certa do buffet que foi contratado e eu precisava supervisionar.— Oi, gatinho.— Oi, Tia Vivian. — Me abraça e beijo sua cabeça.— Você me prometeu que hoje iria fazer coisas de criança. Tem uma piscina maravilhosa te esp
Vivian LimaVou para a recepção e olho o cronograma das palestras que estariam acontecendo no hotel. Procuro pelo nome de Nathan e olho o meu relógio vendo que daqui a 5 minutos, ele estaria terminando sua última palestra do dia. Me apresso para conseguir alcançá-lo, tenho acesso livre para chegar perto do palco. Corto o caminho torcendo para que Nathan seja um daqueles palestrantes que pega logo o corredor da saída não querendo contato direto com os outros. Mas ainda assim, caso optasse por ir falar com os seus ouvintes, daria para ele me ver e assim poderia acenar pedindo um pouco da sua atenção.No corredor, o vejo descer do palco. Começo a acenar disfarçadamente, um homem entra na frente de Nathan e fala algo com ele. Continuo na minha tentativa de chamar sua atenção, Nathan ergue o olhar por cima do ombro do homem e me ver. Nathan pede licença e vem na minha direção sendo seguido por dois homens, homens bem grandes. Acredito que seja os seus seguranças.— Senhorita Lima. — Me cu
Nathan LeBlanc O sorriso não deixa meus lábios, lembrando do acontecido com Vivian. O jeito dela entrega tão fácil o que pensa, não consegui evitar olhar para seus seios por cima da roupa que usava vendo a mancha de leite se formar. Não querendo que Vivian pensasse o pior de mim, mesmo suas reações deixando claro, resolvi ser direto. Só não esperava a nossa troca de conversa depois desse desconforto, Vivian me arrancou uma risada sincera pelo modo que falava. Viver com ela deve ser uma montanha-russa pelas suas emoções, mas a mulher é sincera e fala o que pensa.— Papai? Dylan e eu estamos no restaurante do hotel. Não quero que meu filho volte para a caverna que criou depois do avanço que teve ao conhecer Vivian. Ele toma seu sorvete de várias bolas de diferentes sabores. — Oi? — Bebo um pouco do suco natural de maracujá, querendo acalmar os músculos e agitação do meu corpo e ao redor. — Você não tem que trabalhar?— Tenho meia hora até o próximo compromisso.— Ah, sim. — Come mai
Nathan LeBlanc Dou uma volta no salão e falo rapidamente com algumas pessoas, Vivian havia saído sem ser percebida pelos convidados. Mando mensagem rápida para Karl, mobilizando os seguranças e um deles seria o motorista. Cansado de aturar aquelas pessoas, finalmente consigo ir embora. Sinto uma leve dor de cabeça, algo que não tem sido tão constante, mas quando começa é um aviso para ir mais devagar nas minhas atividades. Pego o elevador indo para o estacionamento, as portas se abrem e vejo Vivian dando um pulo e colocando a mão no peito.— Assustada? — Passo por ela, Vivian me segue.— É que está muito silencioso… Hum, e aqueles homens… — Deixa no ar.Era meus seguranças, entrando em seus próprios carros ao me ver.— Não se preocupe, está em segurança. — Aceno para o meu segurança para ocupar o banco do motorista e abri a porta para Vivian entrasse.— É percebi. — Soa irônica.Ocupo o lugar ao seu lado, fechando a porta. Vivian passa o seu endereço.— É realmente necessário tanto s
Vivian Lima Mais uma manhã e mais uma rotina intensa de trabalho. Chego cedo no hotel precisando verificar pessoalmente se o salão para o evento privado de ontem está limpo e liberado para o próximo evento à tarde. Recebo uma reclamação sobre a fechadura da porta do quarto de mais um hóspede, seguimos com resolver o problema sabendo que voltaria a ficar ruim novamente. Vi Dylan apenas uma vez com a sua babá em uma tentativa de brincar com as outras crianças, infelizmente não pude fazer nada e precisei focar no trabalho. Perdi boa parte do meu horário do almoço, minha cabeça dói e a fome parece me devorar de dentro para fora. Poderia comer três marmitas sem problema algum, uma coisa que ganhei com o nascimento da minha filha foi fome. Não comi loucamente durante a gravidez e a nutricionista juntamente com a doutora que acompanhou a minha gestação ficaram orgulhosa de mim por seguir certinho. Sem desejos malucos, minha filha é uma maravilha dentro e fora da barriga.Fico na espera de
Vivian Lima— É a primeira vez e única. Não quero uma mulherzinha como você no meu hotel. — Uma… mulherzinha como eu? — faço uma careta formulando a pergunta. — O que…— Ah, cala boca! Está demitida e ponto final, está querendo ganhar um processo? Pouco me importo com a sua vida pessoal, até porque não iria se casar? Não estou vendo nenhum anel de casamento no seu dedo. Vai saber o que fez para o seu noivo te largar!Sinto as minhas pernas vacilarem, abraço Maitê com mais força, ouvindo o seu choro baixo.— É uma vagabunda qualquer que nem o noivo aguentou. — Me olha com desdém. — Não quero uma imunda no meu hotel.Engoli em seco.— Você não tem… o direito de falar assim comigo. — Pisco, não quero chorar.Sabia que esse homem podia ser baixo e um grande cretino, mas estava com esperança de que não fosse o seu alvo e que as coisas do hotel pudessem voltar ao normal com a chegada do seu pai. Ele dá mais alguns passos se aproximando de mim.— E como deveria falar com uma pessoa igual a
Nathan LeBlancEstava prestes a entrar em uma reunião, quando vejo meu filho correndo atrás de mim desespero e sua babá mais desesperada ainda. Alguma coisa a ver acontecido, peço licença para às pessoas que entram na sala a minha frente, meu agente fica na porta à minha espera. Passo a mão no ar afastando uma mosca, enquanto espero Dylan chegar até a mim e dizer o que havia acontecido. Porém, Dylan está ofegante pela corrida e não diz nada, pegando em minha mão e começa a me passar puxar.— Ei, ei, ei! — Paro e segura a sua mão com mais força fazendo com que ele pare. — Por que essa pressa toda?Me abaixo na sua frente.— Papai, vem! — Tenta me puxar e faço com que pare novamente.— Dylan, ir para onde? O que está acontecendo?Olho para a babá dele, mas é Dylan quem responde.— O homem da cara feia está brigando com a tia Vivian. — Dylan mexe as mãos agoniado. — Ajuda ela, papai, por favor. Prometo me comportar e não fazer bagunça na escola por um mês inteirinho.Como se Dylan me des