Vivian Lima Mais uma manhã e mais uma rotina intensa de trabalho. Chego cedo no hotel precisando verificar pessoalmente se o salão para o evento privado de ontem está limpo e liberado para o próximo evento à tarde. Recebo uma reclamação sobre a fechadura da porta do quarto de mais um hóspede, seguimos com resolver o problema sabendo que voltaria a ficar ruim novamente. Vi Dylan apenas uma vez com a sua babá em uma tentativa de brincar com as outras crianças, infelizmente não pude fazer nada e precisei focar no trabalho. Perdi boa parte do meu horário do almoço, minha cabeça dói e a fome parece me devorar de dentro para fora. Poderia comer três marmitas sem problema algum, uma coisa que ganhei com o nascimento da minha filha foi fome. Não comi loucamente durante a gravidez e a nutricionista juntamente com a doutora que acompanhou a minha gestação ficaram orgulhosa de mim por seguir certinho. Sem desejos malucos, minha filha é uma maravilha dentro e fora da barriga.Fico na espera de
Vivian Lima— É a primeira vez e única. Não quero uma mulherzinha como você no meu hotel. — Uma… mulherzinha como eu? — faço uma careta formulando a pergunta. — O que…— Ah, cala boca! Está demitida e ponto final, está querendo ganhar um processo? Pouco me importo com a sua vida pessoal, até porque não iria se casar? Não estou vendo nenhum anel de casamento no seu dedo. Vai saber o que fez para o seu noivo te largar!Sinto as minhas pernas vacilarem, abraço Maitê com mais força, ouvindo o seu choro baixo.— É uma vagabunda qualquer que nem o noivo aguentou. — Me olha com desdém. — Não quero uma imunda no meu hotel.Engoli em seco.— Você não tem… o direito de falar assim comigo. — Pisco, não quero chorar.Sabia que esse homem podia ser baixo e um grande cretino, mas estava com esperança de que não fosse o seu alvo e que as coisas do hotel pudessem voltar ao normal com a chegada do seu pai. Ele dá mais alguns passos se aproximando de mim.— E como deveria falar com uma pessoa igual a
Nathan LeBlancEstava prestes a entrar em uma reunião, quando vejo meu filho correndo atrás de mim desespero e sua babá mais desesperada ainda. Alguma coisa a ver acontecido, peço licença para às pessoas que entram na sala a minha frente, meu agente fica na porta à minha espera. Passo a mão no ar afastando uma mosca, enquanto espero Dylan chegar até a mim e dizer o que havia acontecido. Porém, Dylan está ofegante pela corrida e não diz nada, pegando em minha mão e começa a me passar puxar.— Ei, ei, ei! — Paro e segura a sua mão com mais força fazendo com que ele pare. — Por que essa pressa toda?Me abaixo na sua frente.— Papai, vem! — Tenta me puxar e faço com que pare novamente.— Dylan, ir para onde? O que está acontecendo?Olho para a babá dele, mas é Dylan quem responde.— O homem da cara feia está brigando com a tia Vivian. — Dylan mexe as mãos agoniado. — Ajuda ela, papai, por favor. Prometo me comportar e não fazer bagunça na escola por um mês inteirinho.Como se Dylan me des
Nathan LeBlanc Muito provavelmente essa seja a intenção de Reinaldo Amarante, o que Vivian não imagina é que tenho o contato direto com Carlos Amarante. Vivian tem fama melhor do que o próprio filho do dono, a maioria dos hóspedes são antigos vindo frequentemente para esse hotel. Os comentários sobre a decadência que vem acontecendo é algo que dá para se ouvir de longe, talvez muito venham respeitando a imagem de Carlos e se contendo para falar algo pior. Pelo que sei, Vivian trabalha há alguns anos nesse hotel, um profissionalismo impecável e muito elogiado. Porém, se for apenas o trabalho que impede Vivian de jantar comigo. Posso dar um jeito nisso.— É apenas o trabalho que a impede?Vivian não me responde de imediato.— Não vou me deitar com você. — Estou te chamando para jantar, a parte de se deitar vem depois… — sou rápido em me esquiar quando Vivian tenta me bater.A nossa conversa era baixa, não sei o que é babado do meu filho poderia estar pensando ao ver Vivian em eu ness
Nathan LeBlanc Parece que os dois estão encantados pela mesma mulher, mas com intenções diferentes e nunca apareci com outra mulher perto dos meus filhos. Dylan não quis conversar sobre a minha separação com sua mãe, é um assunto que o incomoda até hoje e sabemos que o afeta.Sempre que tentei conversar ele me ouviu, mas não disse nada.— Olha, Dylan, eu… — me sinto uma criança sendo pego pelo pai.— Vocês estão namorando?— O que?! Não…— Por que não? — inclina a cabeça para o lado. — Não gosta da tia Vivian?Uma mistura de surpresa e confusão me atinge. — Você… não estamos juntos, Dylan. — Fico sério, precisando saber. — Mas está tudo bem para você se me ver com outra mulher que não seja sua mãe?Mikael surtaria.Dylan olha para o chão e pensa um pouco.— Gosto da tia Vivian…— Dylan…— Se vocês ficarem juntos, tia Vivian e Maitê vão para Nova York conosco. — Me olha. — Somos boas pessoas, podemos ser… uma família. — Sussurra a última parte. Evita me olhar. — Quero uma família de
Vivian LimaPoderia começar a me questionar o que está acontecendo comigo em aceitar ir jantar com o Nathan, ele me parece ser uma pessoa boa e estranhamente me sinto bem e segura ao seu lado. Não quero dizer que me tornei uma louca com a segurança da minha filha, mas mesmo tendo ficado relutante em deixá-la com ele hoje mais cedo foi apenas algo momentâneo. A paz tomou conta do meu peito novamente e consegui trabalhar tranquila. Deveria correr para todas as direções se for para longe desse homem e Nathan faz com que siga as direções que dá nele.— Você tem exatamente 10 minutos. — Olha o relógio no pulso. — Dou um jeito de entrar, caso não apareça.Dou uma risada baixa. — Ah, ok.Saio do carro, me sentindo bem. Nem a situação de mais cedo com a minha irmã me atormenta, sinto uma energia surgir e entro no meu prédio. Faz exatamente quatro meses que não tenho contato com outro adulto a não ser que seja sobre o trabalho, resolver assuntos estressantes e nunca gastar o tempo conversando
Vivian LimaUm misto de emoções me atinge tão rapidamente que fico com raiva de mim mesma por não conseguir controlar, sinto uma leve falta de ar. É aquelas pessoas me olhando, não. De novo não. O olhar de pena, porque todos sabiam que havia acontecido, menos eu. A noiva foi a última a saber. Saber que não haveria casamento, saber que fui abandonada no altar e saber que o homem que ela amou amava outra.— Vivian, precisamos conversar. — a voz hesitante, mas firme, parece estar mais próxima.Porém, continuei ali, parada. Posso sentir o nariz de Nathan tocar em meu rosto quando ele se aproxima para falar em meu ouvido e o valor do seu corpo que fez volta a si.— Não tem que falar se não quiser. — Diz, alto suficiente para que Thales ouvisse.Ergo meu olhar para ele, Nathan está olhando para Thales enquanto sua mão prolonga o seu toque deslizando em volta da minha cintura. Estou em seus braços, nos braços de outro homem que não é Thales.— Olha, cara. — Thales dá uma risada sem humor. —
Vivian Lima O tal Karl apareceu trazendo as roupas do Nathan e na escuridão logo sumiu. Uma chuva fina surge enquanto Nathan está no banho, encostada no batente da porta da varanda, sinto o vento gelado refrescar o meu rosto. O frio incomoda, mas me faz sentir viva. Permaneço ali vendo a escuridão do meu bairro, odiando a ideia de concordar com Nathan: Thales tem poder sobre mim.Não consegui olhar em seu rosto, paralisei com a sua voz e todos os sentimentos que vivi naquele dia me atacaram fortemente. Fiquei perdida, Nathan me salvou mais uma vez. Não deveria querer saber o motivo do Thales nos deixar, não deveria perder o meu tempo querendo saber de algo que me machucará um pouco mais. Está feito! Mas por que surgem tantas perguntas?— Acabará pegando um resfriado. — Sua voz me desperta e não me assusto com a proximidade do Nathan.Havia tomado meu banho antes dele. No pouco espaço, ele fica ao meu lado e ergue o celular, vejo a foto do Dylan e Maitê deitados juntos. Sorri.— Ela e