Capítulo 5

Nathan LeBlanc 

O sorriso não deixa meus lábios, lembrando do acontecido com Vivian. O jeito dela entrega tão fácil o que pensa, não consegui evitar olhar para seus seios por cima da roupa que usava vendo a mancha de leite se formar. Não querendo que Vivian pensasse o pior de mim, mesmo suas reações deixando claro, resolvi ser direto. Só não esperava a nossa troca de conversa depois desse desconforto, Vivian me arrancou uma risada sincera pelo modo que falava. Viver com ela deve ser uma montanha-russa pelas suas emoções, mas a mulher é sincera e fala o que pensa.

— Papai? 

Dylan e eu estamos no restaurante do hotel. Não quero que meu filho volte para a caverna que criou depois do avanço que teve ao conhecer Vivian. Ele toma seu sorvete de várias bolas de diferentes sabores. 

— Oi? — Bebo um pouco do suco natural de maracujá, querendo acalmar os músculos e agitação do meu corpo e ao redor. 

— Você não tem que trabalhar?

— Tenho meia hora até o próximo compromisso.

— Ah, sim. — Come mais um pouco do seu sorvete. — Papai, posso ter um gato? 

O olho, curioso.

— Dylan, você sabe que é alérgico a gatos.

— Mas… — Pensa um pouco. — Ah, pai deixa.

— Por que você quer um gato?

Da última vez foi uma correria para levá-lo ao hospital depois de ter brincado com o gato do vizinho, Bárbara e eu ainda estávamos juntos nessa época.

— Tia Vivian me chama de gatinho. — Explica. — Será que se eu der um gatinho de presente para tia Vivian, ela vai se lembrar de mim quando fomos embora? 

A pergunta inocente me intriga. Dylan realmente para se importar em estar ao lado de Vivian e o que ela fala. O que essa mulher fez para meu filho gostar tanto dela?

— Gosta tanto dela assim? 

— Ah, ela é muito legal comigo.

— E?

Dylan olha para o sorvete e se cala. Vivian desse desperta algo nele que se apagou depois do meu divórcio com Bárbara, ele já havia dado sinais antes mostrando seu afastamento, mas as coisas piorou depois. Nem a terapia estava ajudando.

— Daqui a pouco vai querer que a leve conosco para Nova York. — Brinco, quero que volta a falar. Dylan dá um sorriso tão grande que a tempos não via. — Não…

— Papai, por favor…

— Dylan, você conheceu ela ontem.

— E? — Arregala os olhos castanhos para mim. — Tenho certeza que se você pedir, o tio Karl vai investigar a vida dela todinha e…

Tampo a boca dele. Karl é o meu chefe de segurança, ex fuzileiro do exército americano e um investigador pessoal incrível. Dylan ouviu uma conversa minha com Karl, pedi para investigar a vida de um empresário que insistia em trabalhar comigo.

— Ei, já conversamos sobre a profissão do Karl e você não pode ficar falando por aí.

Dylan balança a cabeça e tiro a mão de sua boca.

— Pai, promete pensar?

Me seguro para não revirar os olhos, não gosto de mentir, mas faria isso.

— Sim, vou considerar, mas não dou certeza. — Coloco um fim na conversa.

Dylan sorri e volta a comer seu sorvete, bebo meu suco de uma vez. Vivian é uma bruxa? Talvez. Falando na bruxa a vejo entrar no restaurante indo para a cozinha, a olho mais uma vez não acreditando que trabalhe nesse lugar. Não é ruim, mas Vivian tem presença. Uma bela mulher com todo o respeito, ela havia trocado de roupa, o cabelo sempre preso em um coque. Gostaria de vê-la como se veste fora do seu ambiente de trabalho, como é a Vivian em um momento mais descontraído. 

Não… balanço a cabeça, não quero nada. Não basta estar mexendo com seu psicólogo do meu filho, agora será com o meu também? A última coisa que quero agora me envolver com alguém, Bárbara me aterrorizou bastante. Claro que depois de anos da volta de ter alguém do lado, é difícil se acostumar, mas foram mais de dois anos forçando algo que não existia mais. Depois de convencer Dylan a ir ao cinema com a babá, voltei com a minha programação.

Hoje à noite há um evento fechado oferecido pelo hotel, ando pelos convidados escolhidos a dedo. É algo mais reservado, por mais que tenha por volta de cem pessoas dividindo o mesmo ambiente. Pego uma taça de whisky com o garçom que passa com a bandeja, evito algumas pessoas, não quero falar de negócios. Umas horas sem me promover ou ouvir alguém querendo se gabar do valor na conta seria bom.

— Ficaria imensamente feliz em recebê-la mais tarde. — ouço o homem falar, não daria importância se não tivesse ouvido a resposta da mulher.

— Trabalho como gerente do hotel, Sr. Ferreira e não de prostituta, mesmo não tendo problema algum com quem segue a profissão. — Vivian controla o tom de voz. — Mas são trabalhos diferentes.

Me viro logo entrando Vivian que está de costas para mim. O seu vestido é simples e longo, mas é bonito o suficiente para modelar as curvas da mulher. O coque que de costume ficava baixo, agora está no alto da cabeça com alguns fios soltos. Seria impossível alguém tentar algo com ela, Vivian se adapta bem aos lugares. A formalidade e profissionalismo se mantêm.

— Você serve aos hóspedes. — O homem diz com desdém. — No fim, é o mesmo com nomes diferentes.

— Supervisionar a equipe, planejar e coordenar as atividades diárias… — Me aproximo chamando a atenção dos dois. — Essas são algumas das tarefas do trabalho da Srta. Lima e não acho que dormir com hóspedes seja uma delas, Sr. Ferreira.

Fico ao lado da mulher que esconde a surpresa em me ver. O homem, por outro lado carregando os olhos mostrando que me conhece bem. 

— Sr. LeBlanc, não imagina o quanto é gratificante conversar pessoalmente com você…

— Não posso dizer o mesmo, aliás procure melhorar como pessoa. Principalmente nessas roupas horrendas. — O interrompo. — E respeitar as mulheres, nem todas querem ir para cama só porque você tem dinheiro. — Sorri. — Pode sair agora.

Engolindo em seco, ele se apressa em se afastar. Vivian respira fundo.

— Deve ser bom ter dinheiro e poder falar o que pensa quando e onde quiser. — Diz, irritada.

Tenho certeza que o que ela falasse aquele homem precisaria de terapia por um bom tempo. Vivian usa um vestido que parece uma seda em sua pele, um tanto quanto sensual e me intriga.

— Não acho que você queria está aqui…

— Não. — Me olha frustrada. — O idiota do meu chefe, quero dizer o filho do meu chefe, me vez vestir esse vestido e fazer hora extra, sendo que nem queria. Supervisionar de perto os hóspedes de alto escalão e nossos empregados. — A última frase, ela afirma a voz querendo imitar o filho do seu chefe. — ele sempre apronta uma comigo, quando bato de frente com ele. — Suspira irritada.

Carlos Amarante é dono desse homem, pelo que sei está de férias e colocou o filho. Parece que não está sendo de agrado da Vivian e com toda a certeza, é óbvio que o cara colocou ela aqui como se fosse um objeto a ser exposto. Vivian usando seus saltos fica na altura do meu queixo, o salto da altura que ela não tem.

— Ah, desculpa. Não deveria falar essas coisas para você. — Seu olhar se suaviza. — Deixei seu casaco no quarto, você viu?

Havia visto quando passei pelo quarto para me arrumar.

— Sim, vi. E não se preocupe, desabafar é bom.

Ela sorri.

— É antiético falar…

— Mas é libertador poder se expressar depois de ser vítima de algo que sabemos que foi maldoso da parte da pessoa.

Vivian não poderia negar e balança sutilmente a cabeça concordando comigo. O desconforto dela é nítido, fico tentado em tirar o meu casaco e entregar novamente a ela, mas não seria visto muito bem pelos outros e não quero que ela se encrenca.

— Vá para o estacionamento, deixarei você em casa. — Bebo de vez o champanhe em minha taça. 

Vivian me olha, arregalando os olhos. 

— O que? Não…

— Aposto que você pode fingir uma emergência, dizendo a ele que precisou resolver pessoalmente e assim não pôde continuar presente no evento. — coloco minha taça na bandeja quando o garçom passa por nós. — Ou precisarei entregar meu casaco novamente a você. 

Não vou deixá-la ficar exposta desse jeito, ninguém presente saberá apreciar a beleza dessa mulher. Assustada, Vivian olha para os seus seios, provavelmente pensando haver vazado o leite novamente. Ela me olha confusa.

— Por que quer me ajudar? 

— Meu filho gosta de você. — Dou de ombros.

Esse é o único motivo! Vivian parece considerar as minhas palavras. 

— Obrigada, mas não precisa me levar em casa…

— Está tarde. — sem dizer mais nada, me afasto para não perceberem que sairemos juntos. 

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