Nathan LeBlanc
O sorriso não deixa meus lábios, lembrando do acontecido com Vivian. O jeito dela entrega tão fácil o que pensa, não consegui evitar olhar para seus seios por cima da roupa que usava vendo a mancha de leite se formar. Não querendo que Vivian pensasse o pior de mim, mesmo suas reações deixando claro, resolvi ser direto. Só não esperava a nossa troca de conversa depois desse desconforto, Vivian me arrancou uma risada sincera pelo modo que falava. Viver com ela deve ser uma montanha-russa pelas suas emoções, mas a mulher é sincera e fala o que pensa.
— Papai?
Dylan e eu estamos no restaurante do hotel. Não quero que meu filho volte para a caverna que criou depois do avanço que teve ao conhecer Vivian. Ele toma seu sorvete de várias bolas de diferentes sabores.
— Oi? — Bebo um pouco do suco natural de maracujá, querendo acalmar os músculos e agitação do meu corpo e ao redor.
— Você não tem que trabalhar?
— Tenho meia hora até o próximo compromisso.
— Ah, sim. — Come mais um pouco do seu sorvete. — Papai, posso ter um gato?
O olho, curioso.
— Dylan, você sabe que é alérgico a gatos.
— Mas… — Pensa um pouco. — Ah, pai deixa.
— Por que você quer um gato?
Da última vez foi uma correria para levá-lo ao hospital depois de ter brincado com o gato do vizinho, Bárbara e eu ainda estávamos juntos nessa época.
— Tia Vivian me chama de gatinho. — Explica. — Será que se eu der um gatinho de presente para tia Vivian, ela vai se lembrar de mim quando fomos embora?
A pergunta inocente me intriga. Dylan realmente para se importar em estar ao lado de Vivian e o que ela fala. O que essa mulher fez para meu filho gostar tanto dela?
— Gosta tanto dela assim?
— Ah, ela é muito legal comigo.
— E?
Dylan olha para o sorvete e se cala. Vivian desse desperta algo nele que se apagou depois do meu divórcio com Bárbara, ele já havia dado sinais antes mostrando seu afastamento, mas as coisas piorou depois. Nem a terapia estava ajudando.
— Daqui a pouco vai querer que a leve conosco para Nova York. — Brinco, quero que volta a falar. Dylan dá um sorriso tão grande que a tempos não via. — Não…
— Papai, por favor…
— Dylan, você conheceu ela ontem.
— E? — Arregala os olhos castanhos para mim. — Tenho certeza que se você pedir, o tio Karl vai investigar a vida dela todinha e…
Tampo a boca dele. Karl é o meu chefe de segurança, ex fuzileiro do exército americano e um investigador pessoal incrível. Dylan ouviu uma conversa minha com Karl, pedi para investigar a vida de um empresário que insistia em trabalhar comigo.
— Ei, já conversamos sobre a profissão do Karl e você não pode ficar falando por aí.
Dylan balança a cabeça e tiro a mão de sua boca.
— Pai, promete pensar?
Me seguro para não revirar os olhos, não gosto de mentir, mas faria isso.
— Sim, vou considerar, mas não dou certeza. — Coloco um fim na conversa.
Dylan sorri e volta a comer seu sorvete, bebo meu suco de uma vez. Vivian é uma bruxa? Talvez. Falando na bruxa a vejo entrar no restaurante indo para a cozinha, a olho mais uma vez não acreditando que trabalhe nesse lugar. Não é ruim, mas Vivian tem presença. Uma bela mulher com todo o respeito, ela havia trocado de roupa, o cabelo sempre preso em um coque. Gostaria de vê-la como se veste fora do seu ambiente de trabalho, como é a Vivian em um momento mais descontraído.
Não… balanço a cabeça, não quero nada. Não basta estar mexendo com seu psicólogo do meu filho, agora será com o meu também? A última coisa que quero agora me envolver com alguém, Bárbara me aterrorizou bastante. Claro que depois de anos da volta de ter alguém do lado, é difícil se acostumar, mas foram mais de dois anos forçando algo que não existia mais. Depois de convencer Dylan a ir ao cinema com a babá, voltei com a minha programação.
Hoje à noite há um evento fechado oferecido pelo hotel, ando pelos convidados escolhidos a dedo. É algo mais reservado, por mais que tenha por volta de cem pessoas dividindo o mesmo ambiente. Pego uma taça de whisky com o garçom que passa com a bandeja, evito algumas pessoas, não quero falar de negócios. Umas horas sem me promover ou ouvir alguém querendo se gabar do valor na conta seria bom.
— Ficaria imensamente feliz em recebê-la mais tarde. — ouço o homem falar, não daria importância se não tivesse ouvido a resposta da mulher.
— Trabalho como gerente do hotel, Sr. Ferreira e não de prostituta, mesmo não tendo problema algum com quem segue a profissão. — Vivian controla o tom de voz. — Mas são trabalhos diferentes.
Me viro logo entrando Vivian que está de costas para mim. O seu vestido é simples e longo, mas é bonito o suficiente para modelar as curvas da mulher. O coque que de costume ficava baixo, agora está no alto da cabeça com alguns fios soltos. Seria impossível alguém tentar algo com ela, Vivian se adapta bem aos lugares. A formalidade e profissionalismo se mantêm.
— Você serve aos hóspedes. — O homem diz com desdém. — No fim, é o mesmo com nomes diferentes.
— Supervisionar a equipe, planejar e coordenar as atividades diárias… — Me aproximo chamando a atenção dos dois. — Essas são algumas das tarefas do trabalho da Srta. Lima e não acho que dormir com hóspedes seja uma delas, Sr. Ferreira.
Fico ao lado da mulher que esconde a surpresa em me ver. O homem, por outro lado carregando os olhos mostrando que me conhece bem.
— Sr. LeBlanc, não imagina o quanto é gratificante conversar pessoalmente com você…
— Não posso dizer o mesmo, aliás procure melhorar como pessoa. Principalmente nessas roupas horrendas. — O interrompo. — E respeitar as mulheres, nem todas querem ir para cama só porque você tem dinheiro. — Sorri. — Pode sair agora.
Engolindo em seco, ele se apressa em se afastar. Vivian respira fundo.
— Deve ser bom ter dinheiro e poder falar o que pensa quando e onde quiser. — Diz, irritada.
Tenho certeza que o que ela falasse aquele homem precisaria de terapia por um bom tempo. Vivian usa um vestido que parece uma seda em sua pele, um tanto quanto sensual e me intriga.
— Não acho que você queria está aqui…
— Não. — Me olha frustrada. — O idiota do meu chefe, quero dizer o filho do meu chefe, me vez vestir esse vestido e fazer hora extra, sendo que nem queria. Supervisionar de perto os hóspedes de alto escalão e nossos empregados. — A última frase, ela afirma a voz querendo imitar o filho do seu chefe. — ele sempre apronta uma comigo, quando bato de frente com ele. — Suspira irritada.
Carlos Amarante é dono desse homem, pelo que sei está de férias e colocou o filho. Parece que não está sendo de agrado da Vivian e com toda a certeza, é óbvio que o cara colocou ela aqui como se fosse um objeto a ser exposto. Vivian usando seus saltos fica na altura do meu queixo, o salto da altura que ela não tem.
— Ah, desculpa. Não deveria falar essas coisas para você. — Seu olhar se suaviza. — Deixei seu casaco no quarto, você viu?
Havia visto quando passei pelo quarto para me arrumar.
— Sim, vi. E não se preocupe, desabafar é bom.
Ela sorri.
— É antiético falar…
— Mas é libertador poder se expressar depois de ser vítima de algo que sabemos que foi maldoso da parte da pessoa.
Vivian não poderia negar e balança sutilmente a cabeça concordando comigo. O desconforto dela é nítido, fico tentado em tirar o meu casaco e entregar novamente a ela, mas não seria visto muito bem pelos outros e não quero que ela se encrenca.
— Vá para o estacionamento, deixarei você em casa. — Bebo de vez o champanhe em minha taça.
Vivian me olha, arregalando os olhos.
— O que? Não…
— Aposto que você pode fingir uma emergência, dizendo a ele que precisou resolver pessoalmente e assim não pôde continuar presente no evento. — coloco minha taça na bandeja quando o garçom passa por nós. — Ou precisarei entregar meu casaco novamente a você.
Não vou deixá-la ficar exposta desse jeito, ninguém presente saberá apreciar a beleza dessa mulher. Assustada, Vivian olha para os seus seios, provavelmente pensando haver vazado o leite novamente. Ela me olha confusa.
— Por que quer me ajudar?
— Meu filho gosta de você. — Dou de ombros.
Esse é o único motivo! Vivian parece considerar as minhas palavras.
— Obrigada, mas não precisa me levar em casa…
— Está tarde. — sem dizer mais nada, me afasto para não perceberem que sairemos juntos.
Nathan LeBlanc Dou uma volta no salão e falo rapidamente com algumas pessoas, Vivian havia saído sem ser percebida pelos convidados. Mando mensagem rápida para Karl, mobilizando os seguranças e um deles seria o motorista. Cansado de aturar aquelas pessoas, finalmente consigo ir embora. Sinto uma leve dor de cabeça, algo que não tem sido tão constante, mas quando começa é um aviso para ir mais devagar nas minhas atividades. Pego o elevador indo para o estacionamento, as portas se abrem e vejo Vivian dando um pulo e colocando a mão no peito.— Assustada? — Passo por ela, Vivian me segue.— É que está muito silencioso… Hum, e aqueles homens… — Deixa no ar.Era meus seguranças, entrando em seus próprios carros ao me ver.— Não se preocupe, está em segurança. — Aceno para o meu segurança para ocupar o banco do motorista e abri a porta para Vivian entrasse.— É percebi. — Soa irônica.Ocupo o lugar ao seu lado, fechando a porta. Vivian passa o seu endereço.— É realmente necessário tanto s
Vivian Lima Mais uma manhã e mais uma rotina intensa de trabalho. Chego cedo no hotel precisando verificar pessoalmente se o salão para o evento privado de ontem está limpo e liberado para o próximo evento à tarde. Recebo uma reclamação sobre a fechadura da porta do quarto de mais um hóspede, seguimos com resolver o problema sabendo que voltaria a ficar ruim novamente. Vi Dylan apenas uma vez com a sua babá em uma tentativa de brincar com as outras crianças, infelizmente não pude fazer nada e precisei focar no trabalho. Perdi boa parte do meu horário do almoço, minha cabeça dói e a fome parece me devorar de dentro para fora. Poderia comer três marmitas sem problema algum, uma coisa que ganhei com o nascimento da minha filha foi fome. Não comi loucamente durante a gravidez e a nutricionista juntamente com a doutora que acompanhou a minha gestação ficaram orgulhosa de mim por seguir certinho. Sem desejos malucos, minha filha é uma maravilha dentro e fora da barriga.Fico na espera de
Vivian Lima— É a primeira vez e única. Não quero uma mulherzinha como você no meu hotel. — Uma… mulherzinha como eu? — faço uma careta formulando a pergunta. — O que…— Ah, cala boca! Está demitida e ponto final, está querendo ganhar um processo? Pouco me importo com a sua vida pessoal, até porque não iria se casar? Não estou vendo nenhum anel de casamento no seu dedo. Vai saber o que fez para o seu noivo te largar!Sinto as minhas pernas vacilarem, abraço Maitê com mais força, ouvindo o seu choro baixo.— É uma vagabunda qualquer que nem o noivo aguentou. — Me olha com desdém. — Não quero uma imunda no meu hotel.Engoli em seco.— Você não tem… o direito de falar assim comigo. — Pisco, não quero chorar.Sabia que esse homem podia ser baixo e um grande cretino, mas estava com esperança de que não fosse o seu alvo e que as coisas do hotel pudessem voltar ao normal com a chegada do seu pai. Ele dá mais alguns passos se aproximando de mim.— E como deveria falar com uma pessoa igual a
Nathan LeBlancEstava prestes a entrar em uma reunião, quando vejo meu filho correndo atrás de mim desespero e sua babá mais desesperada ainda. Alguma coisa a ver acontecido, peço licença para às pessoas que entram na sala a minha frente, meu agente fica na porta à minha espera. Passo a mão no ar afastando uma mosca, enquanto espero Dylan chegar até a mim e dizer o que havia acontecido. Porém, Dylan está ofegante pela corrida e não diz nada, pegando em minha mão e começa a me passar puxar.— Ei, ei, ei! — Paro e segura a sua mão com mais força fazendo com que ele pare. — Por que essa pressa toda?Me abaixo na sua frente.— Papai, vem! — Tenta me puxar e faço com que pare novamente.— Dylan, ir para onde? O que está acontecendo?Olho para a babá dele, mas é Dylan quem responde.— O homem da cara feia está brigando com a tia Vivian. — Dylan mexe as mãos agoniado. — Ajuda ela, papai, por favor. Prometo me comportar e não fazer bagunça na escola por um mês inteirinho.Como se Dylan me des
Nathan LeBlanc Muito provavelmente essa seja a intenção de Reinaldo Amarante, o que Vivian não imagina é que tenho o contato direto com Carlos Amarante. Vivian tem fama melhor do que o próprio filho do dono, a maioria dos hóspedes são antigos vindo frequentemente para esse hotel. Os comentários sobre a decadência que vem acontecendo é algo que dá para se ouvir de longe, talvez muito venham respeitando a imagem de Carlos e se contendo para falar algo pior. Pelo que sei, Vivian trabalha há alguns anos nesse hotel, um profissionalismo impecável e muito elogiado. Porém, se for apenas o trabalho que impede Vivian de jantar comigo. Posso dar um jeito nisso.— É apenas o trabalho que a impede?Vivian não me responde de imediato.— Não vou me deitar com você. — Estou te chamando para jantar, a parte de se deitar vem depois… — sou rápido em me esquiar quando Vivian tenta me bater.A nossa conversa era baixa, não sei o que é babado do meu filho poderia estar pensando ao ver Vivian em eu ness
Nathan LeBlanc Parece que os dois estão encantados pela mesma mulher, mas com intenções diferentes e nunca apareci com outra mulher perto dos meus filhos. Dylan não quis conversar sobre a minha separação com sua mãe, é um assunto que o incomoda até hoje e sabemos que o afeta.Sempre que tentei conversar ele me ouviu, mas não disse nada.— Olha, Dylan, eu… — me sinto uma criança sendo pego pelo pai.— Vocês estão namorando?— O que?! Não…— Por que não? — inclina a cabeça para o lado. — Não gosta da tia Vivian?Uma mistura de surpresa e confusão me atinge. — Você… não estamos juntos, Dylan. — Fico sério, precisando saber. — Mas está tudo bem para você se me ver com outra mulher que não seja sua mãe?Mikael surtaria.Dylan olha para o chão e pensa um pouco.— Gosto da tia Vivian…— Dylan…— Se vocês ficarem juntos, tia Vivian e Maitê vão para Nova York conosco. — Me olha. — Somos boas pessoas, podemos ser… uma família. — Sussurra a última parte. Evita me olhar. — Quero uma família de
Vivian LimaPoderia começar a me questionar o que está acontecendo comigo em aceitar ir jantar com o Nathan, ele me parece ser uma pessoa boa e estranhamente me sinto bem e segura ao seu lado. Não quero dizer que me tornei uma louca com a segurança da minha filha, mas mesmo tendo ficado relutante em deixá-la com ele hoje mais cedo foi apenas algo momentâneo. A paz tomou conta do meu peito novamente e consegui trabalhar tranquila. Deveria correr para todas as direções se for para longe desse homem e Nathan faz com que siga as direções que dá nele.— Você tem exatamente 10 minutos. — Olha o relógio no pulso. — Dou um jeito de entrar, caso não apareça.Dou uma risada baixa. — Ah, ok.Saio do carro, me sentindo bem. Nem a situação de mais cedo com a minha irmã me atormenta, sinto uma energia surgir e entro no meu prédio. Faz exatamente quatro meses que não tenho contato com outro adulto a não ser que seja sobre o trabalho, resolver assuntos estressantes e nunca gastar o tempo conversando
Vivian LimaUm misto de emoções me atinge tão rapidamente que fico com raiva de mim mesma por não conseguir controlar, sinto uma leve falta de ar. É aquelas pessoas me olhando, não. De novo não. O olhar de pena, porque todos sabiam que havia acontecido, menos eu. A noiva foi a última a saber. Saber que não haveria casamento, saber que fui abandonada no altar e saber que o homem que ela amou amava outra.— Vivian, precisamos conversar. — a voz hesitante, mas firme, parece estar mais próxima.Porém, continuei ali, parada. Posso sentir o nariz de Nathan tocar em meu rosto quando ele se aproxima para falar em meu ouvido e o valor do seu corpo que fez volta a si.— Não tem que falar se não quiser. — Diz, alto suficiente para que Thales ouvisse.Ergo meu olhar para ele, Nathan está olhando para Thales enquanto sua mão prolonga o seu toque deslizando em volta da minha cintura. Estou em seus braços, nos braços de outro homem que não é Thales.— Olha, cara. — Thales dá uma risada sem humor. —