No dia seguinte me preparo para ir até a casa de Raphael.
- Olá! – dou de cara com Miguel quando abro a porta para ir à casa de Raphael. Ele estava lindo, vestia uma calça jeans preta, uma camisa branca um pouco longa e seu cabelo estava solto, me permitindo ver suas lindas ondulações ao fim de cada mecha de cabelo.
- Ah... Oi, Miguel! – digo surpreso ficando vermelho com sua presença.
- Você está de saída? – ele pergunta com um sorriso de canto.
- Na verdade sim, pensei em ir até a casa do Raphael... Você quer vir também?
&n
Cada dia que se passava, meu amor por ele aumentava gradativamente. Eu conseguia sentir meu coração batendo por ele e bombeando cada litro de sangue mais forte quando a presença dele invadia a minha.- Luis, meu amor, que saudade! – Miguel abre a porta de meu apartamento e me abraça forte. – Eu sei que nos vimos semana passada, mas eu não consegui parar de pensar em você um minuto sequer!- Eu também senti muita saudade, Hazz! – digo sorrindo para ele, que abraça meu corpo quente da febre.- Luis?- O que foi, meu amor? – digo sorrindo quando ele para de me abraçar e se senta ao meu lado na sala.&n
- Luis, fico feliz que você aceitou iniciar seu tratamento e passar pelo processo psicoterapêutico! – uma jovem e em humorada mulher me diz enquanto eu me acomodo na poltrona branca em sua frente. – Antes de qualquer coisa, penso que se nos apresentássemos iriamos nos sentir melhor, o que acha?- É... – travo e tento não começar a chorar novamente. Aquela semana foi a pior de minha vida, afinal eu sabia de minha sentença de morte a exatamente 7 dias, e agora finalmente estava pronto para insistir em algum tratamento que Raphael me infernizava para fazer. – Tudo bem... – respondo apreensivo, tentando não transparecer para a jovem psicóloga.- Ótimo! – ela responde colocando seu caderno de anotações na pequena mesa de centro
Duas semanas se passaram desde meu diagnóstico e desde o começo da minha jornada com a psicóloga, que por sinal, estava sendo uma importante aliada na minha descoberta do que era o HIV e como eu lidaria com isso. Meus pensamentos agiam como veneno corroendo uma linda e jovem rosa, que a cada hora sentia suas pétalas morrerem uma por uma. Um dos meus maiores dilemas era a dificuldade que sentia em abrir o jogo com Miguel. Raphael insistia que eu deveria contar de uma vez, para arrancar logo o curativo que vinha me machucando. Mas o fato era que o medo ainda vencia essa batalha, afinal Miguel era a luz que me mantinha são nesse grande e destruidor túnel.- Como se sente? – dizia Raphael me encarando com uma expressão confusa eesperançosa, depois de uma hora de eu ter tomado os primeiros dois comprimidos de meu infinito tratamento. O médico, ante
O consultório de Clara conseguia passar uma tranquilidade para minha mente cansada e bagunçada, acho que todos os consultórios de todos os psicólogos do mundo têm esse poder. A psicologia é mais do que uma profissão, é o que me mantem vivo e são nesses dias.- E como passou essa semana, Luis? – Clara diz após eu entrar e me acomodar na poltrona em sua frente.- Acho que relativamente bem... – digo baixo. – Mas houve um pequeno incidente com meu namorado, alguns dias atrás... – resolvo dizer tudo de uma vez, afinal eu não podia esconder aquilo dela, pois era exatamente aquilo que estava me consumindo a muitos dias.- E você quer me contar o que houve? &ndash
MiguelLuis Hander se tornou o elemento mais importante para minha existência. Ele é como o oxigênio que enche meus pulmões com seu amor, gentileza e bondade. Quando olho para seus olhos azuis, consigo ver o universo de sua alma, consigo ver e entender o porquê todos nós o amamos tanto. Luis Hander é, com toda certeza e vontade desse mundo caótico, o amor da minha vida. Com ele, consigo extrair o melhor de mim, e tenho certeza de que tudo que conto e penso, é recíproco.Não temos tantas certezas em nossa vida, que na maior parte dos casos é curta. Às vezes, ela muda e se transfigura da mesma maneira que o clima de um dia ensolarado e tranquilo de novembro, pode se transformar em uma tempestuosa e assustadora chuva, que molha tudo e todos sem medo, dó ou piedade. Estou familiarizado com o fato de que nossa única certeza é a mo
MiguelVer meus novos melhores amigos se casando era mais do que uma felicidade alheia, era a chave para a certeza de que eu poderia fazer o mesmo com Luis. Eu poderia entrar lado a lado com o amor da minha vida e assinar um papel que selaria nosso amor.- Acho que devemos nos arrumar, então? – digo rindo e levantando do sofá. – Você quer ir até a casa de Luis comigo?- Não, não. Eu vou me arrumar aqui... – diz procurando sua roupa, que estava embalada a sua esquerda. – Ver o noivo antes do casamento da azar, lembra? – acrescenta sorrindo e se despedindo.No caminho, vou pensando e rindo sozinho. Minha felicidade estava atingindo os céus, finalmente tudo estava dando certo!&n
Havia se passado duas semanas desde o casamento de Raphael e Jude.As coisas entre mim e Miguel estavam cada vez melhores, e indo em contramão do que minha mente conturbada criava entre os momentos de coragem e fraqueza, ele era definitivamente a melhor pessoa em lidar com tudo aquilo. Desde os problemas que eu mesmo criava a partir da condição, até dos momentos em que minha mente controlava todas as minhas emoções.- Luis! – Clara diz sorrindo ao me ver entrando em seu consultório. – Olá!- Olá... – digo envergonhado me sentando na poltrona em sua frente.- E como foi o casamento de Raphael e Jude? – questiona interessada. 
3 semanas depois...- Miguel? – atendo o telefone sorrindo ao ouvir a voz dele. Sorrio mais ainda ao ouvir sua leve e gostosa risada.- O que acha de um jantar hoje à noite? – ele me diz empolgado do outro lado da linha.- Oh... Um jantar? – digo surpreso. Acontece que sempre jantávamos juntos, porém quando se nomeia algo que é feito na rotina, quer dizer que existe algo a se comemorar... – O que vamos comemorar?- Ah, nossa felicidade!- ele diz confiante.- Tudo bem então, marcado! – concluo me despedindo e desligando o celular. Miguel nunca permitia que nossa