Miguel
Ver meus novos melhores amigos se casando era mais do que uma felicidade alheia, era a chave para a certeza de que eu poderia fazer o mesmo com Luis. Eu poderia entrar lado a lado com o amor da minha vida e assinar um papel que selaria nosso amor.
- Acho que devemos nos arrumar, então? – digo rindo e levantando do sofá. – Você quer ir até a casa de Luis comigo?
- Não, não. Eu vou me arrumar aqui... – diz procurando sua roupa, que estava embalada a sua esquerda. – Ver o noivo antes do casamento da azar, lembra? – acrescenta sorrindo e se despedindo.
No caminho, vou pensando e rindo sozinho. Minha felicidade estava atingindo os céus, finalmente tudo estava dando certo!
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Havia se passado duas semanas desde o casamento de Raphael e Jude.As coisas entre mim e Miguel estavam cada vez melhores, e indo em contramão do que minha mente conturbada criava entre os momentos de coragem e fraqueza, ele era definitivamente a melhor pessoa em lidar com tudo aquilo. Desde os problemas que eu mesmo criava a partir da condição, até dos momentos em que minha mente controlava todas as minhas emoções.- Luis! – Clara diz sorrindo ao me ver entrando em seu consultório. – Olá!- Olá... – digo envergonhado me sentando na poltrona em sua frente.- E como foi o casamento de Raphael e Jude? – questiona interessada. 
3 semanas depois...- Miguel? – atendo o telefone sorrindo ao ouvir a voz dele. Sorrio mais ainda ao ouvir sua leve e gostosa risada.- O que acha de um jantar hoje à noite? – ele me diz empolgado do outro lado da linha.- Oh... Um jantar? – digo surpreso. Acontece que sempre jantávamos juntos, porém quando se nomeia algo que é feito na rotina, quer dizer que existe algo a se comemorar... – O que vamos comemorar?- Ah, nossa felicidade!- ele diz confiante.- Tudo bem então, marcado! – concluo me despedindo e desligando o celular. Miguel nunca permitia que nossa
(salto temporal de um mês)“O que você é capaz de fazer por amor?Sentimos tanto esse sentimento, em tantos momentos de nossa vida, que me arrisco a dizer que somos movidos por ele, seja de uma maneira boa ou ruim. Amor por si próprio, que é muito importante. Amor por uma música, um filme, um livro ou qualquer outra coisa. Amor pelos seus pais. Amor por um animal de estimação, que me arrisco novamente a dizer que não os considero de “estimação”, e sim da família. Amor por noites estreladas e nasceres do sol intensos e laranjas. Amor pela vida... Enfim, amor! É graças a ele, que estamos aqui, vivos e respirando. O amor nos move de muitas formas, e por mais que às vezes ele termine, sabemos que os traços e efeitos em nossa vida são eternos. E, em algum momento, ele se baseia em uma única escolha.A vida sempre se baseou em e
A mudança da realidade de Miguel e Luis passou a ser assunto frequente na mente do jovem Lui, que passara as 23 horas seguintes do seu casamento fadado ao fracasso, sentado no sofá de sua casa, com uma enorme xícara de café intocada, com os olhos inchados e roxos de lágrima. Era engraçado e curioso o jeito como ele lidava com as desavenças de sua vida, a verdade é que estava cansado de ter que enfrentar os problemas sozinho, estava cansado de lidar com sua doença e com todos os olhares que cruzavam sua vista.- Miguel Rogers foi mais que uma paixonite, Raphael. Eu e você sabemos muito bem disso! – ele diz, finalmente tomando um gole de seu café, que estava a horas na xícara a sua frente. – Eca, esqueci que bebidas não ficam na mesma temperatura pra sempre... Assim como relacionamentos!
Corações partidos são mais difíceis de lidar do que podem parecer, porque a verdade, é que aquela música está certa; um joelho ralado não dói tanto quanto ter seu coração pisoteado por alguém especial. Tanto Luis quanto Miguel, não estavam lidando tão bem com a ideia de viver separados. Dois meses se passaram desde o pior incidente da vida de ambos, e mesmo que sendo tão difícil de acreditar, continuar vivendo a vida ignorando a existência do outro não vinha funcionando tão bem quanto queriam.Graças ao aumento da frequência das sessões de terapia, e o forte apoio de Raphael, Luis conseguiu contornar a carga psicológica que fora obrigado a enfrentar um mês atrás. Mas diante de todo o esforço, obviamente, efeitos colaterais, as ditas cujas sequelas emocionais, foram surgindo aos poucos nos traç
Luis tinha algo dentro de si que lutava contra a vontade de ficar em casa e cancelar a conversa com Miguel. Em sua mente, a coisa mais sensata e madura a se fazer era enterrar tudo isso e viver como se nada daquilo realmente tivesse acontecido em sua vida. O abuso, o diagnóstico, o abandono... Nada!- Luis! – o garoto escuta a doce voz de Rogers ao entrar na cafeteria, que estava cheia de pessoas de todos os tipos.Aquela cafeteria era conhecida como uma das mais populares de Blumenau, e como o local de Miguel e Luis, onde ambos tinham definido isto a alguns meses atrás, antes de toda aquela desgraça.- Olá, Miguel. – Luis se senta em frente do rapaz, rapidamente ao sentir seu rosto queimando.- Eu achei que você n&
Luis não sabia como se sentir em relação a tudo que estava acontecendo em sua vida, e para falar a verdade, esse é o sentimento que todos nós carregamos em nossas costas, como uma enorme e pesada cruz que, mais parece estar grudada em nosso corpo. Enquanto subia as escadas, o garoto visualizava a divisão mortal que fora criada em sua mente, onde um lado ansiava pelo toque de Miguel e pelo perdão total, porém o outro lado travava uma batalha com o uso da frase que martelava de um lado ao outro dentro da mente de Luis.Antes de mais nada, Luis precisava entender tudo que acontecera, para então decidir algo.- Quer dizer que ele falou isso? – Jude exclama com as pernas cruzadas não acreditando no que ouvira do amigo.- Com licença? – Raphael diz ri
- Minha cabeça não é mais a mesma, me desculpe por estar aqui te enchendo... – Miguel diz, se levantando rapidamente. – Eu vou embora, e prometo não aparecer mais na sua frente, nunca mais! – ele começa a chorar desesperadamente, e naquele momento, eu percebo que naquela altura do campeonato ele precisava de ajuda.- Não, Miguel! – digo entrando em sua frente, e olhando no fundo de seus intensos e, agora molhados, olhos verdes. – Eu não quero que você vá embora! – exclamo. – Eu quero que você fique aqui e... E... Seja a pessoa que eu mais amo nesse mundo! – digo com toda sinceridade que tenho.- Luis, eu não sou tão inteligente quanto Gemma... Mas eu sei que só te causei mal! – ele diz, sentan